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13/01/2021

Apoiar-vos-eis uns aos outros

Se souberes querer aos outros e difundir, entre todos, esse carinho – caridade de Cristo, fina, delicada –, apoiar-vos-eis uns aos outros, e o que for a cair sentir-se-á amparado – e urgido – com essa fortaleza fraterna, para ser fiel a Deus. (Forja, 148)


Chega a plenitude dos tempos e, para cumprir essa missão, não aparece um génio filosófico, como Sócrates ou Platão; não se instala na terra um conquistador poderoso, como Alexandre Magno. Nasce um Menino em Belém. É o Redentor do mundo; mas, antes de começar a falar, demonstra o seu amor com obras. Não é portador de nenhuma fórmula mágica, porque sabe que a salvação que nos traz há-de passar pelo coração do homem. As suas primeiras acções são risos e choros de criança, o sono inerme de um Deus humanado; para que fiquemos tomados de amor, para que saibamos acolhê-Lo nos nossos braços. Uma vez mais consciencializamos que isto é que é o Cristianismo. Se o cristão não ama com obras, fracassa como cristão, o que significa fracassar também como pessoa. Não podes pensar nos outros homens como se fossem números, ou degraus para tu subires; como se fossem massa, para ser exaltada ou humilhada, adulada ou desprezada, conforme os casos. Tens de pensar nos outros – antes de mais, nos que estão ao teu lado – vendo neles o que na verdade são: filhos de Deus, com toda a dignidade que esse título maravilhoso lhes confere. Com os filhos de Deus, temos de comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário, tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega silenciosa. Este é o bonus odor Christi que arrancava uma exclamação aos que conviviam com os primeiros cristãos: Vede como se amam!
(Cristo que passa, 36)

 

LEITURA ESPIRITUAL Janeiro 13

 

Evangelho

 

Mt XXIV 42 – 51; XXV 1 - 13

 

 

Exortação à vigilância

 

42 Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. 43 Ficai sabendo isto: Se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a casa. 44 Por isso, estai também preparados, porque o Filho do Homem virá na hora em que não pensais.» 45 «Quem julgais que é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à frente da sua família para os alimentar a seu tempo? 46 Feliz esse servo a quem o senhor, ao voltar, encontrar assim ocupado. 47 Em verdade vos digo: Há-de confiar-lhe todos os seus bens. 48 Mas, se um mau servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor está a demorar’, 49 e começar a bater nos seus companheiros, a comer e a beber com os ébrios, 50 o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e à hora que ele desconhece; 51 vai afastá-lo e dar-lhe um lugar com os hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes.»

 

Parábola das dez virgens

 

1 «O Reino do Céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas candeias, saíram ao encontro do noivo. 2 Ora, cinco delas eram insensatas e cinco prudentes. 3 As insensatas, ao tomarem as suas candeias, não levaram azeite consigo; 4enquanto as prudentes, com as suas candeias, levaram azeite nas almotolias. 5 Como o noivo demorava, começaram a dormitar e adormeceram. 6 A meio da noite, ouviu-se um brado: ‘Aí vem o noivo, ide ao seu encontro!’ 7 Todas aquelas virgens despertaram, então, e aprontaram as candeias. 8 As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se.’ 9 Mas as prudentes responderam: ‘Não, talvez não chegue para nós e para vós. Ide, antes, aos vendedores e comprai-o.’ 10 Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo; as que estavam prontas entraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta. 11 Mais tarde, chegaram as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta!’ 12 Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço.’ 13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.»

 


Flexibilidade

 

  Esta virtude, que se cita em último, não é, por isso, menos importante; aliás, a ordem porque foram citadas não obedece a nenhum critério de importância ou interesse.

  Pode dizer-se que a Flexibilidade é a capacidade de mudar de atitude ou forma de pensar adaptando-se a determinadas circunstâncias, sem necessariamente, e de uma forma geral, implicar uma mudança de opinião ou convicções mais profundas.

  Claro que é necessário ter uma atenção especial para não se cair na contradição da constância, por exemplo, mas, ao contrário, apoiar-se mais noutras virtudes como, por exemplo: a Humildade, a Confiança, a Obediência, a Simplicidade, a Mansidão, a Amizade e a Fraternidade.

  A irredutibilidade de opinião, conceito ou critério é, quase sempre sinal de falta de humildade e, bastantes vezes de orgulho e autoconvencimento.

  Fechar-se num hermetismo impassível ao que se passa à sua volta, completamente alheio das opiniões ou conceitos dos outros, sejam quem forem, conduz a um anquilosamento da personalidade que torna a pessoa antipática e pouco ou nada participativa na vida social.

Numa espécie de ilha – como já falámos – sente-se dono e senhor de umas razões e certezas que não está disponível para avaliar e, muito menos, discutir.

Não evolui, não cresce, não melhora.

  A atitude contrária manifesta-se na abertura às opiniões dos outros, contrastando-as com as próprias e elegendo as que, em consciência, parecem mais adequadas à circunstância.

  Não se trata de ceder; mas de aceitar, de submissão mas de cooperação.

  É a virtude da flexibilidade que nos permite ir pela vida colhendo a beneficiando das experiências e conhecimentos dos outros, adaptando-nos, usando a Humildade, a Confiança, a Amizade e a Fraternidade para, com Simplicidade e Mansidão, progredir nas demais virtudes que devem estar sempre presentes.

  Sem elas, seria muito difícil, ou mesmo impossível, ao homem progredir no caminho do bem, da melhoria pessoal e alheia, dando à sociedade o contributo que tem obrigação de dar.

 

 

Melhoria pessoal

 

  Quando se fala de melhoria pessoal tem de se estar preparado para um tema que abarca várias vertentes da vida humana.

  Desde o progresso na vida normal e corrente, na carreira profissional numa expectativa de melhoria, quer das condições de trabalho, quer dos proventos que for lícito esperar do mesmo, numa constante adaptação às novidades que vão surgindo em ritmo mais ou menos acelerado em todos os campos da actividade humana, desenvolvendo as capacidades próprias de acordo com o que se vai aprendendo, quer estudando quer com a experiência própria e observação do comportamento dos outros, é, o que pode chamar-se, perspectivas de melhoria pessoal.

Esta é, de facto, uma característica da pessoa consciente e normalmente desenvolvida, a evolução natural ao longo da vida.

Para isto contribui fortemente a formação do carácter com objectivos bem definidos e os procedimentos a ter para os conseguir alcançar.

  A pessoa conformada com a sua situação, quer laboral quer na escala social pode classificar-se como amorfa.

 “Tanto se lhe dá”, não lhe importa crescer, não tem apetência por novidade nem lhe interessa a evolução da sociedade nas suas múltiplas facetas.

Está destinado a morrer no verdadeiro sentido da palavra, estagnando num pântano de conformismo e alheamento que não interessa para nada nem ao próprio nem à sociedade.

 

 

Reflexão

 

Há quem não seja capaz, nem sequer, de mudar de local, por Deus. Querem sentir gosto e consolos de Deus sem fazer mais esforços sem tragar o que Ele lhes deita na boca, e gozar do que lhes põe no coração sem mortificar-se eles próprios em nada; sem deixar os seus prazeres e veleidades. Mas esperam em vão. 

Porque enquanto não saiam para procurar Deus, por muito que O chamem, não o encontrarão.


(São João da Cruz, Cântico Espiritual, 3, 2)

Pequena agenda do cristão

 


Quarta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?