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19/11/2020

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JUÍZO FINAL

 

Contemplar o mistério

 

O mundo, o Demónio e a carne são uns aventureiros que, aproveitando-se da fraqueza do selvagem que trazes dentro de ti, querem que, em troca do fictício brilho dum prazer - que nada vale - Ihes entregues o ouro fino e as pérolas e os brilhantes e os rubis embebidos no Sangue vivo e redentor do teu Deus, que são o preço e o tesouro da tua eternidade. 

A vida matrimonial, um caminhar divino pela Terra

 


Vê quantos motivos para venerar São José e para aprender da sua vida: foi um varão forte na fé...; sustentou a sua família – Jesus e Maria – com o seu trabalho esforçado...; guardou a pureza da Virgem, que era sua Esposa...; e respeitou – amou! – a liberdade de Deus que fez a escolha, não só da Virgem como Mãe, mas também dele como Esposo de Santa Maria. (Forja, 552)

 

Ao pensar nos lares cristãos, gosto de imaginá-los luminosos e alegres, como foi o da Sagrada Família. A mensagem de Natal ressoa com toda a força: Glória a Deus no mais alto dos Céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Que a Paz de Cristo triunfe nos vossos corações, escreve o Apóstolo. Paz por nos sabermos amados pelo nosso Pai, Deus, incorporados em Cristo, protegidos pela Virgem Santa Maria, amparados por São José. Esta é a grande luz que ilumina as nossas vidas e que, perante as dificuldades e misérias pessoais, nos impele a seguir animosamente para diante. Cada lar cristão deveria ser um remanso de serenidade, em que se notassem, por cima das pequenas contrariedades diárias, um carinho e uma tranquilidade, profundos e sinceros, fruto de uma fé real e vivida.

Para o cristão o matrimónio não é uma simples instituição social e menos ainda um remédio para as fraquezas humanas: é uma autêntica vocação sobrenatural. Sacramento grande em Cristo e na Igreja, como diz S. Paulo, é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, contrato que um homem e uma mulher fazem para sempre, pois, quer queiramos quer não, o matrimónio instituído por Jesus Cristo é indissolúvel, sinal sagrado que santifica, acção de Jesus, que invade a alma dos que se casam e os convida a segui-Lo, transformando toda a vida matrimonial num caminhar divino pela Terra. (Cristo que passa, 22–23)

 

Leitura espiritual 19 Novembro

 


Evangelho

 

Jo XIII, 18-38

 

Jesus anuncia a traição de Judas

 

18 Não me refiro a todos vós. Eu bem sei quem escolhi, e há-de cumprir-se a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar. 19 Desde já vo-lo digo, antes que isso aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou. 20 Em verdade, em verdade vos digo: quem receber aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.» 21Tendo dito isto, Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!» 22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. 23 Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. 24 Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia. 25 Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?» 26 Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27 E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.» 28 Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera. 29 Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: ‘Compra o que precisamos para a Festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres. 30 Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite. 31 Depois de Judas ter saído, Jesus disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus. 32 E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem, e há-de revelá-la muito em breve.» 33 «Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar, e, assim como Eu disse aos judeus: ‘Para onde Eu for vós não podereis ir’, também agora o digo a vós.

 

Mandamento Novo

34 Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. 35 Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.»

 

Profecia da negação de Pedro

36 Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde.» 37 Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!» 38 Replicou Jesus: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes!»

 


Amar a Igreja

 

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É esta uma contínua exigência da Igreja que se - por um lado - introduz na nossa alma o aguilhão do zelo apostólico, por outro, manifesta também claramente a misericórdia infinita de Deus para com as criaturas.

 

São Tomás explica assim: “O Sacramento do baptismo pode faltar de dois modos. Em primeiro lugar, quando não se recebeu nem de facto, nem de desejo. É o caso de quem não se baptizou nem quer baptizar-se. Esta atitude, nos que têm uso da razão, implica desprezo pelo Sacramento. E, em consequência, aqueles a quem falta desta forma o baptismo, não podem entrar no reino dos céus: já que não se incorporam a Cristo nem sacramentalmente nem espiritualmente e unicamente d'Ele é que procede a salvação. Em segundo lugar, pode também faltar o Sacramento do baptismo a uma pessoa, mas não o seu desejo, como no caso daquele que, embora se deseje baptizar, é surpreendido pela morte antes de receber o Sacramento. A quem isto suceder, pode salvar-se sem o baptismo actual e só com o desejo do Sacramento. Este desejo procede da fé que age pela caridade, através da qual Deus, que não ligou o seu poder aos Sacramentos visíveis, santifica interiormente o homem”.

 

Apesar de ser completamente gratuita e de não se dever a ninguém por título algum - e menos ainda depois do pecado-, Deus Nosso Senhor não recusa a ninguém a felicidade eterna e sobrenatural: a Sua generosidade é infinita.

 

É coisa notória que aqueles que sofrem de ignorância invencível acerca da nossa santíssima religião, quando guardam cuidadosamente a lei natural e os seus preceitos, esculpidos por Deus nos corações de todos, e estão dispostos a obedecer a Deus e levam uma vida honesta e recta, podem alcançar a eterna, por intermédio da acção operante da luz divina e da graça.

 

Só Deus sabe o que se passa no coração de cada homem, e Ele não trata as almas em massa, mas uma a uma.

Não corresponde a ninguém nesta terra julgar sobre a salvação ou condenação eternas num caso concreto.

 

 

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Mas não esqueçamos que a consciência pode deformar-se de modo culpável, endurecer-se no pecado e resistir à acção salvadora de Deus.

Daí, a necessidade de pregar a doutrina de Cristo, as verdades de fé e as normas morais; e daí também a necessidade dos Sacramentos, todos instituídos por Jesus Cristo como causas instrumentais da Sua graça e remédio para as misérias consequentes ao nosso estado de natureza caída.

Daí se deduz também que convém recorrer frequentemente à Penitência e à Comunhão Eucarística.

 

Fica, portanto, bem concretizada a tremenda responsabilidade de todos na Igreja e especialmente dos pastores com estes conselhos de São Paulo: Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo que há-de julgar os vivos e os mortos, pela Sua vinda e pelo Seu reino: prega a palavra de Deus, insiste a tempo e fora de tempo, repreende, suplica, admoesta com toda a paciência e doutrina. Porque virá tempo em que os homens não suportarão a sã doutrina, mas multiplicarão para si mestres conforme os seus desejos, levados pelo prurido de ouvir doutrinas acomodadas às suas paixões. E afastarão os ouvidos da verdade e os aplicarão às fábulas”.

 

 

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Tempo de provação

 

Eu não saberia dizer quantas vezes se cumpriram estas palavras proféticas do Apóstolo. Mas só um cego deixaria de ver como actualmente se estão a verificar quase à letra.

 

Rejeita-se a doutrina dos mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, tergiversa-se sobre o conteúdo das bem-aventuranças dando-lhe um significado político-social: e quem se esforça por ser humilde, manso e limpo de coração, é tratado como um ignorante ou um atávico defensor de coisas passadas.

 

Não se suporta o jugo da castidade e inventam-se mil maneiras de ludibriar os preceitos divinos de Cristo.

 

Há um sintoma que os engloba todos: a tentativa de desviar os fins sobrenaturais da Igreja.

 

Por justiça, alguns já não entendem a vida de santidade, mas uma luta política determinada, mais ou menos tingida de marxismo, que é inconciliável com a fé cristã.

 

Por libertação, não admitem a batalha pessoal para fugir do pecado, mas uma tarefa humana, que pode ser nobre e justa em si mesma, mas que carece de sentido para o cristão quando implica a desvirtuação da única coisa necessária, a salvação eterna das almas, uma a uma.

 

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Com uma cegueira originada pelo afastamento de Deus - «este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim» -, fabrica-se uma imagem da Igreja que não tem a menor relação com a que Cristo fundou.

 

Até o Santo Sacramento do Altar - a renovação do Sacrifício do Calvário - é profanado, ou reduzido a um mero símbolo daquilo a que chamam a comunhão dos homens entre si.

 

Que seria das almas, se Nosso Senhor não Se tivesse entregado por nós até à última gota do Seu Precioso Sangue!

 

Como é possível que se despreze esse milagre perpétuo da presença real de Cristo no Sacrário?

 

Ficou para que vivamos intimamente com Ele, para que O adoremos, para que nos decidamos a seguir as Suas pegadas, como penhor da glória futura.

 

Estes tempos são tempos de provação e temos de pedir a Nosso Senhor, com um clamor que não cesse, que os abrevie, que olhe com misericórdia para a Sua Igreja e conceda novamente luz sobrenatural às almas dos pastores e às de todos os fiéis.

 

Não há motivo algum que leve a Igreja a empenhar-se em agradar aos homens, porque nunca os homens - nem sós, nem em comunidade - darão a salvação eterna: quem salva é Deus.

 

Pequena agenda do cristão

  


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Oração pelos sacerdotes

                                    

                                           



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)




Com autorização eclesiástica

Reflexão

 



Mortificação do ter

 

Uma vida simples, corrente pode ver alterada a situação económica pelo facto de, por exemplo, se receber uma herança.

Começam, então, uma série de locubrações inusitadas: Como, por exemplo… Fazer múltiplas contas, planos, satisfazer desejos...

Se as deixamos à solta, depressa se transformam numa pesada “pressão” que acaba por nos consumir o tempo e a paciência.

Penso que um bom remédio poderá ser, por exemplo,  rezar por quem nos deixou a herança.

 

(AMA, 2020)