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21/10/2020

Anjo da Guarda


Reflexão: Anjo da Guarda - 3

Posso “abusar” do meu Anjo da Guarda:

Para mim… a questão não se coloca.
Como poderia abusar?
Pedindo demais?
Insistindo?

Pois, se como já disse, tenho com Ele uma familiaridade de “tu a tu”, como a minha insistência ou pedidos, ou o que for podem ser “abuso”?
Como confio – absolutamente – nele, sei que fará o que for melhor e mais conveniente SEMPRE!



[i] Uso este título porque são tentações que podem ocorrer sobre aspectos da nossa Fé.


Leitura espiritual Outubro 21

 



                                             Cartas de São Paulo

 

2.ª Timóteo 1

 

Saudação e acção de graças –

1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, por desígnio de Deus, segundo a promessa de vida que há em Cristo Jesus, 2 a Timóteo, meu filho querido: graça, misericórdia e paz de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor. 3 Dou graças a Deus, a quem sirvo em consciência pura, como já o fizeram os meus antepassados, ao recordar-te constantemente nas minhas orações, noite e dia. 4 Ao lembrar-me das tuas lágrimas, anseio ver-te, para completar a minha alegria, 5 pois trago à memória a tua fé sem fingimento, que se encontrava já na tua avó Loide e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontra também em ti.

 

Apelo à renovação da graça recebida –

6 Por isso recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, 7 pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso. 8 Portanto, não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas compartilha o meu sofrimento pelo Evangelho, apoiado na força de Deus. 9 Ele salvou-nos e chamou-nos, por santo chamamento, não em atenção às nossas obras, mas segundo o seu próprio desígnio e a graça a nós concedida em Cristo Jesus, antes dos séculos eternos, 10 e agora revelada na manifestação do nosso Salvador, Cristo Jesus, que destruiu a morte e irradiou vida e imortalidade, por meio do Evangelho, 11 do qual eu próprio fui constituído arauto, apóstolo e mestre. 12 Por este motivo é que suporto também esta situação. Mas não me envergonho, pois sei em quem acreditei e estou persuadido de que Ele tem poder para guardar, até àquele dia, o bem que me foi confiado. 13 Toma como modelo as sãs palavras que ouviste de mim, na fé e no amor de Cristo Jesus. 14 Guarda, pelo Espírito Santo que habita em nós, o precioso bem que te foi confiado. 15 Como sabes, todos os da Ásia me abandonaram, inclusivamente Figelo e Hermógenes. 16 Que Deus mostre a sua misericórdia para com a família de Onesíforo, que tantas vezes me confortou e não se envergonhou das minhas cadeias. 17 Pelo contrário, quando chegou a Roma, procurou-me afanosamente até me encontrar. 18 Que o Senhor o faça encontrar misericórdia diante de si, naquele dia. Além disso, conheces melhor do que ninguém os serviços que ele prestou em Éfeso.

 



Cristo que passa

 

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Que estranha capacidade tem o homem de esquecer as coisas mais maravilhosas e de se acostumar ao mistério!

Reparemos de novo, nesta Quaresma, que o cristão não pode ser superficial.

Estando plenamente metido no seu trabalho habitual, entre os demais homens, seus iguais, atarefado, ocupado, em tensão, o cristão tem de estar, ao mesmo tempo, imerso totalmente em Deus, porque é filho de Deus.

 

A filiação divina é uma feliz verdade, um mistério consolador. A filiação divina enche a nossa vida espiritual, porque nos ensina a conviver intimamente com o nosso Pai do Céu, a conhecê-Lo, a amá-Lo, e assim enche de esperança a nossa luta interior e dá-nos a simplicidade confiante dos filhos pequenos.

Mais ainda: precisamente por sermos filhos de Deus, essa realidade leva-nos também a contemplar com amor e com admiração todas as coisas que saíram das mãos de Deus Pai, Criador.

E deste modo somos contemplativos no meio o mundo, amando o mundo.

 

Na Quaresma, a Liturgia considera as consequências do pecado de Adão na vida do homem.

Adão não quis ser um bom filho de Deus e revoltou-se.

Mas também se faz ouvir continuamente o eco dessa felix culpa - culpa feliz, ditosa - que a Igreja inteira cantará, cheia de alegria, na vigília do Domingo de Ressurreição.

 

Deus Pai, chegada a plenitude dos tempos, enviou ao mundo o seu Filho unigénito para que restabelecesse a paz; para que, redimindo o homem do pecado, adoptionem filiorum reciperemus, fôssemos constituídos filhos de Deus, libertos do jugo do pecado, capazes de participar na intimidade divina da Trindade.

E assim se tomou possível a este homem novo, a esta nova enxertia dos filhos de Deus libertar a Criação inteira da desordem, restaurando todas as coisas em Cristo, que nos reconciliou com Deus.

 

É tempo de penitência, pois.

Mas, como vimos, não se trata de uma tarefa negativa.

A Quaresma deve ser vivida com o espírito de filiação que Cristo nos comunicou e que vive na nossa alma.

O Senhor chama-nos para que nos acerquemos d'Ele, desejando ser como Ele: Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados, colaborando humildemente, mas fervorosamente, no divino propósito de unir o que está quebrado, de salvar o que está perdido, de ordenar o que o homem pecador desordenou, de conduzir ao seu fim o que está desencaminhado, de restabelecer a divina concórdia de todas as criaturas.

 

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A liturgia da Quaresma toma por vezes acentos trágicos, fruto da consideração do que significa para o homem afastar-se de Deus.

Mas esta consideração não é a última palavra.

A última palavra pertence a Deus, é a palavra do seu amor salvador e misericordioso e, portanto, a palavra da nossa filiação divina.

Por isso vos repito com S. João: vede que amor teve por nós o Pai, querendo que nos chamássemos filhos de Deus e que o fôssemos na verdade! Filhos de Deus, irmãos do Verbo feito carne, d'Aquele de Quem foi dito: n'Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens! Filhos da Luz, irmãos da Luz - isso é o que somos!

Portadores da única chama capaz de iluminar os corações feitos de carne!

 

Calando-me eu agora e continuando a Santa Missa, cada um de vós deve pensar no que lhe pede o Senhor; que propósitos, que decisões a acção da graça quer provocar dentro de si.

E, ao reconhecer essas exigências sobrenaturais e humanas de entrega e de luta, lembrai-vos de que o nosso modelo é Jesus Cristo, e que Jesus, sendo Deus, permitiu que O tentassem, para que assim nos enchêssemos de ânimo e ficássemos certos da vitória.

Porque Ele não perde batalhas; estando unidos a Ele, nunca seremos vencidos, mas poderemos chamar-nos e ser realmente vencedores - bons filhos de Deus.

 

Vivamos contentes.

Eu estou contente.

Não o deveria estar olhando para a minha vida, fazendo esse exame pessoal de consciência que este tempo litúrgico da Quaresma nos pede...

Mas sinto-me contente, porque vejo que o Senhor me procura uma vez mais, que o Senhor continua a ser meu Pai.

Sei que vós e eu, decididamente, com o resplendor e a ajuda da graça, veremos que coisas há que queimar, e queimá-las-emos; que coisas há que entregar, e entregá-las-emos!

 

A tarefa não é fácil.

Mas contamos com uma orientação clara, com uma realidade de que não devemos nem podemos prescindir: somos amados por Deus e deixaremos que o Espírito Santo actue em nós e nos purifique, para podermos abraçar-nos assim ao Filho de Deus na Cruz, ressuscitando depois com Ele, porque a alegria da Ressurreição está enraizada na Cruz.

 

Maria, nossa Mãe, auxilium christianorum, refugium peccatorum, intercede junto de teu Filho para que nos envie o Espírito Santo, que desperte em nossos corações a decisão de caminharmos com passo firme e seguro, fazendo soar no mais fundo da nossa alma o chamamento que encheu de paz o martírio de um dos primeiros cristãos: veni ad Patrem - vem, volta ao teu Pai, que te espera!

 

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Lemos na Santa Missa um texto do Evangelho segundo Saõ João, que nos relata a cena da cura milagrosa do cego de nascença. Suponho que todos nos comovemos uma vez mais perante o poder e a misericórdia de Deus, que não olha com indiferença para a desgraça humana.

Mas preferia agora centrar-me sobre outros aspectos, para que vejamos, em concreto, que quando há amor de Deus, o cristão não pode ficar indiferente perante a sorte dos outros homens e deve tratar toda a gente com respeito; e que, além disso, que quando esse amor diminui, surge o perigo de se invadir, fanática e impiedosamente, a consciência alheia.

 

E, passando Jesus, - diz o Santo Evangelho - viu um homem cego de nascença. Jesus, que passa...

Entusiasma-me com frequência esta forma simples de narrar a clemência divina. Jesus passa e apercebe-se imediatamente da dor. Reparai, em contrapartida, como eram diferentes os pensamentos dos discípulos.

«Perguntam-lhe: Mestre, quem pecou: este ou os seus pais, para que nascesse cego?»

 

Os falsos juízos

 

Não deve causar estranheza que muitas pessoas, mesmo das que se têm por cristãs, se comportem de forma semelhante.

Antes de mais nada, pensam mal dos outros.

Sem prova alguma, partem desse princípio.

E não só o pensam, como até se atrevem a exprimi-lo em juízos temerários diante de toda a gente.

 

Com um pouco de benevolência, a conduta dos discípulos poderia considerar-se leviana.

Naquela sociedade, como hoje - nisto pouco se mudou - havia outros, os fariseus, que faziam dessa atitude uma norma.

Recordai como Jesus os denuncia: «Veio João, que não comia nem bebia, e dizem: Ele tem demónio. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e dizem: Eis um glutão e bebedor de vinho, amigo dos publicamos, e dos pecadores.»

 

Ataque sistemático à fama, denegrição de condutas irrepreensíveis. Esta crítica mordaz, cruel, sofreu-a Jesus Cristo e não é raro que alguns reservem o mesmo tratamento para aqueles que, conscientes das suas lógicas e naturais misérias e dos seus erros pessoais, pequenos e inevitáveis - acrescentaria - dada a fraqueza humana, desejam seguir O Mestre.

Mas a verificação dessas realidades não deve levar-nos a justificar tais pecados e delitos - ou "tagarelices", como se lhes chama com suspeita compreensão - contra o bom nome de quem quer seja. Jesus anuncia que, se apodaram ao pai de família de Belzebu, não é de esperar que tratem melhor com os da sua casa; mas esclarece também que o que chamar louco ao seu irmão, será condenado ao fogo da geena.

 

Como nascerá esta apreciação injusta dos outros?

Dir-se-ia que algumas pessoas usam continuamente uma espécie de lentes que lhes altera a visão.

Não acreditam, por princípio, que seja possível a rectidão ou, pelo menos, a luta constante por se portar bem.

Tudo recebem, como reza o antigo adágio filosófico, de acordo com o recipiente: com a sua própria deformação.

Para eles, até o que há de mais recto reflecte, apesar de tudo, uma intenção retorcida que procura hipocritamente uma aparência de bondade.

Quando descobrem claramente o bem, escreve São Gregório, esquadrinham tudo para examinar se há, para além disso, algum mal oculto.”

 

 

 

Amar com todo o coração a pobreza

                                            

Se estamos perto de Cristo e seguimos as Suas pegadas, temos de amar com todo o coração a pobreza, o desprendimento dos bens terrenos, as privações. (Forja, 997)

 

Como imaginas tu o porte de Nosso Senhor? Já pensaste com que dignidade vestiria aquela túnica inconsútil, que provavelmente terá sido tecida pelas mãos de Santa Maria? Não te lembras de como em casa de Simão Se lamenta por não The terem oferecido água para Se lavar, antes de Se sentar à mesa?

Com certeza que o Senhor trouxe à baila essa falta de urbanidade, para realçar com tal facto o ensinamento de que é nos pormenores que se mostra o amor. Mas procura também deixar claro que Se atém aos usos sociais do ambiente. Portanto, tu e eu esforçar-nos-emos por estar desapegados dos bens e das comodidades da terra, mas sem destoar e sem fazer coisas estranhas.

Para mim, uma manifestação de que nos sentimos senhores do mundo, administradores fiéis de Deus, é cuidar das coisas que usamos, com interesse em conservá-las, em fazê-las durar, em mantê-las impecáveis e em fazê-las servir o mais tempo possível para o seu fim, de maneira a não haver desperdício. (Amigos de Deus, 122).


Pequena agenda do cristão

 


Quarta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Outubro - Mês do Rosário




MISTÉRIOS DA LUZ (1)

Quinto Mistério 

Instituição da Eucaristia

Talvez o maior milagre de Amor que podemos constatar e usufruir.

Que outra coisa senão o Amor incomensurável de Cristo Nosso Senhor pelos Seus irmãos, os homens, poderia estar na origem da Santíssima Eucaristia?

Ficar, verdadeiramente ficar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade para sempre… para sempre!

Estamos em plena Ceia, a última que Jesus celebra com os Seus discí­pulos mais próximos.

Uma sequência de gestos do Senhor plenos de significado e profunda­mente marcantes.

Há no ambiente algo inusitado que todos adivinham sério, importante, grave.

Começa por lavar os pés aos doze o primeiro ensinamento - como di­ríamos hoje - para "memória futura": Servir!

Depois o episódio em que Judas é o protagonista: A traição!

Jesus tem o coração cada vez mais "apertado" mas, mesmo assim, não revela a terrível verdade.

Segue-se o longo discurso que é como que uma declaração testamen­tária: O AMOR!

Finalmente esse mesmo AMOR como que "cede" ante a perplexidade triste dos onze e Jesus institui a Sagrada Eucaristia dando-lhes o poder de renovar - para sempre - esse extraordinário testemunho.

E, nós, cristãos de hoje, passados mais de dois mil anos, podemos participar nessa Ceia, receber o Santíssimo Corpo Alma e Divindade do nosso Salvador.

Passados a noite e o dia da Paixão, quando o corpo de Jesus repousa finalmente no sepulcro, o que terão contado a Nossa Senhora?

Como ela terá compreendido a verdadeira "dimensão" da Eucaristia e, seguramente, como com doçura e paciência de Mãe, a terá explicado aos pobres e inconsoláveis discípulos!

Ela é o refúgio seguro - o único que têm - e sabem que podem confiar absolutamente nos seus conselhos e orientações.

A Mãe do Redentor, como que é o traço que une o Filho morto na Cruz aos homens Seus irmãos que, nos derradeiros momentos da Sua vida terrena, lhe entregou como filhos.

Esse Corpo e esse Sangue que Ele nos deixou como alimento de vida eterna, foram “criados” e desenvolvidos no seu de Mãe.

Numa união perfeita de Mãe e Filho, concluo que, assim é, também, o seu corpo e o seu sangue se nos dá na Comunhão Eucaristica.

Este Santíssimo Sacramento da Eucaristia é o mais completo e sublime Sacramento instituído por Jesus Cristo.

(ama, Malta, Abril de 2016)




[1] São João Paulo II acrescentou estes “Mistérios” a que chamou da Luz – ou Luminosos– ao Rosário de Nossa Senhora. Não sei, evidentemente, a razão que terá levado o Santo Pontífice a fazê-lo e alguém poderá questionar o que têm a ver com o Rosário Mariano. Têm tudo a ver porque a vida de Nossa Senhora está tão intimamente unida à do Seu Filho, nosso Salvador, que me parece muito lógico e adequado. Os Cinco Mistérios levam-nos a considerar, principalmente, a instituição dos sacramentos que Jesus nos quis deixar como preciosos e imprescindíveis meios para obter a Salvação Eterna que nos ganhou na Cruz.