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15/10/2020

Santa Teresa de Jesus

 


Falo de Santa Teresa que conheci, melhor, há trinta e cinco anos. Foi das primeiras leitura espiritual que fiz - VIDA; obras completas  - e, a verdade é que fiquei "preso" pelos seus escritos. 

Encanta-me, sobremaneira, a sua amorosa familiaridade com Jesus, alcançando um tão elevado patamar que muito poucas criaturas alguma vez alcançaram. 


O Senhor tinha contigo um "comportamento" de amigo, verdadeiro, íntimo quase sem barreiras.


Lembro-me, sobretudo em momentos difíceis, do episódio   quando a carruagem em que seguias a caminho de mais uma fundação de um convento e esta ficou imobilizada no meio de uma torrente... exclamaste:


_ Senhor, porque permites isto?!


Ao que respondesTe:


_ Teresa, assim trato os Meus amigos!


E tu...


_ Ah! Por isso tens tão poucos!

Como eu gostava de ser assim, como Teresa, simples, vontade de ferro, sem tristezas, com ânimo inquebrantável e, também como ela, uma fé a toda a prova em Ti, meu Senhor e meu Deus. Ámen. Enxomil, 2010.02.18


Santa Teresa de Ávila

Pequena agenda do cristão

 


Quinta-Feira

Pequena agenda do cristão

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Oração pelos Sacerdotes

                                     



Meu Senhor Jesus Cristo:

Dai à Vossa Igreja Sacerdotes Santos que se entreguem ao serviço exclusivo da Igreja e das almas, ao anúncio fiel da palavra de Deus, à administração dos Sacramentos, em especial da Eucaristia e da Penitência, obedientes ao Magistério da Igreja e observando amorosamente a Sagrada Liturgia, para exemplo e guia seguro do Povo de Deus.

(AMA, 2009)




Com autorização eclesiástica

Reflexão

Reflectindo
Fim último

Como fim último, o homem ou procura Deus ou procura-se a si próprio. Não existe meio-termo, porque só se pode propor como fim último algo absoluto.



(c. cardona, Metafísica de la opción intelectual, 2ª ed. Rialp, Madrid, 1973, nr. 103, trad. ama)

Leitura espiritual Outubro 15

 



 Cartas de São Paulo

2.ª Tessalonicenses 3

 

1 Quanto ao resto, irmãos, orai por nós para que a palavra do Senhor avance e seja glorificada como o é entre vós, 2 e para que sejamos libertados dos homens perversos e malvados, pois nem todos têm fé. 3 Mas fiel é o Senhor que vos confirmará e vos protegerá do mal. 4 A respeito de vós, temos confiança no Senhor em que já fazeis e continuareis a fazer o que vos ordenamos. 5 O Senhor dirija os vossos corações para o amor de Deus e para a constância de Cristo.

 

III. VIDA DESORDENADA E INACTIVA

 

Contra a ociosidade –

6 Ordenamo-vos, irmãos, no nome do Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todo o irmão que leva uma vida desordenada e oposta à tradição que de nós recebestes. 7 Com efeito, vós próprios sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos desordenadamente entre vós, 8 nem comemos o pão de graça à custa de alguém, mas com esforço e canseira, trabalhámos noite e dia, para não sermos um peso para nenhum de vós. 9 Não é que não tivéssemos esse direito, mas foi para nos apresentarmos a nós mesmos como modelo, para que nos imitásseis. 10 Na verdade, quando ainda estávamos convosco, era isto que vos ordenávamos: se alguém não quer trabalhar também não coma. 11 Ora constou-nos que alguns vivem no meio de vós desordenadamente, não se ocupando de nada mas vagueando preocupados. 12 A estes tais ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo a que ganhem o pão que comem, com um trabalho tranquilo. 13 Da vossa parte, irmãos, não vos canseis de fazer o bem. 14 Se alguém não obedecer à nossa palavra comunicada nesta Carta, a esse assinalai-o, não tenhais contacto com ele para que se envergonhe. 15 Não o considereis, todavia, como um inimigo mas repreendei-o como a um irmão.

 

Saudação final –

16 O Senhor da paz, Ele próprio, vos dê a paz, sempre e em todos os lugares. O Senhor esteja com todos vós. 17 A saudação é do meu punho, de Paulo. É este o sinal em todas as Cartas. É assim que eu escrevo. 18 A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós.



Cristo que passa

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A justiça não consiste na simples submissão a uma regra: a retidão deve nascer de dentro, deve ser profunda, vital, porque o justo vive da fé. Viver da fé: essas palavras, que mais tarde foram tema frequente de meditação para o Apóstolo Paulo, vêem-se amplamente realizadas em São José. Seu cumprimento da vontade de Deus não é rotineiro nem formalista, mas espontâneo e profundo. A lei, que todo o judeu praticante observava, não foi para ele um simples código nem uma fria recompilação de preceitos, mas expressão da vontade do Deus vivo. Por isso soube reconhecer a voz do Senhor quando lhe foi manifestada de forma inesperada e surpreendente.

 

A história do Santo Patriarca foi uma vida simples, mas não uma vida fácil. Depois de momentos angustiantes, fica sabendo que o Filho de Maria foi concebido por obra do Espírito Santo. E esse Menino, Filho de Deus, descendente de Davi segundo a carne, nasce numa gruta. Os anjos celebram seu nascimento, e personalidades de terras longínquas vêm adorá-lo. Mas o Rei da Judeia deseja a sua morte, e torna-se necessário fugir. O Filho de Deus é, aparentemente, um menino indefeso, que terá de viver no Egipto.

 

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Ao narrar estas cenas no seu Evangelho, São Mateus salienta constantemente a fidelidade de José, que cumpre sem hesitações os mandatos de Deus, mesmo que algumas vezes o sentido desses mandatos lhe possa parecer obscuro ou sem conexão com o resto dos planos divinos.

 

Frequentes vezes, os Padres da Igreja e os autores espirituais ressaltam esta firmeza da fé de São José. Referindo-se às palavras do Anjo, que o manda fugir de Herodes e refugiar-se no Egipto, o Crisóstomo comenta: “Ao ouvir isto, José não se escandalizou nem disse: isto parece um enigma. Ainda há pouco me davas a conhecer que Ele salvaria o seu povo, e agora não só não é capaz de se salvar a si mesmo, como somos nós que temos de fugir, de empreender uma viagem e sofrer uma longa mudança: isso é contrário à tua promessa. José não raciocina desse modo, porque é um varão fiel. Também não pergunta pela data de regresso, apesar de o Anjo a ter deixado indeterminada, posto que lhe tinha dito: permanece lá - no Egipto - até que eu te avise. Nem por isso levanta dificuldades, mas obedece, e crê, e suporta todas as provas alegremente”.

 

A fé de José não vacila, a sua obediência é sempre estrita e rápida. Para compreendermos melhor esta lição que aqui nos dá o Santo Patriarca, cumpre considerarmos que a sua fé é ativa e que a sua docilidade não se assemelha à obediência de quem se deixa arrastar pelos acontecimentos. Porque a fé cristã é o que há de mais oposto ao conformismo ou à passividade e à apatia interiores.

 

José abandonou-se sem reservas nas mãos de Deus, mas nunca se recusou a refletir sobre os acontecimentos, e assim pôde alcançar do Senhor esse grau de compreensão das obras de Deus que é a verdadeira sabedoria. Desse modo, aprendeu pouco a pouco que os planos sobrenaturais têm uma coerência divina, embora às vezes estejam em contradição com os planos humanos.

 

Nas diversas circunstâncias de sua vida, o Patriarca não renuncia a pensar nem desiste da sua responsabilidade. Pelo contrário, coloca toda a sua experiência humana a serviço da fé. Quando volta do Egipto, ouvindo que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá. Aprendeu a mover-se dentro do plano divino e, como confirmação de que seus pensamentos vão ao encontro do que Deus realmente quer, recebe a indicação de se retirar para a Galiléia.

 

Assim foi a fé de José: Plena, confiante, íntegra, manifestada numa entrega eficaz à vontade de Deus, numa obediência inteligente. E, junto com a fé, a caridade, o amor. Sua fé funde-se com o Amor: Com o Amor a um Deus que estava cumprindo as promessas feitas a Abraão, a Jacob, a Moisés; com o carinho de esposo para com Maria, e com o carinho de pai para com Jesus. Fé e amor na esperança da grande missão que Deus, servindo-se dele também - um carpinteiro da Galileia -, estava iniciando no mundo: a redenção dos homens.

 

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Fé, amor, esperança: estes são os eixos da vida de São José e os de toda a vida cristã. A entrega de São José aparece-nos urdida por um entrelaçado de amor fiel, de fé amorosa, de esperança confiante. A sua festa é, por isso, uma boa oportunidade para que todos renovemos a nossa entrega à vocação de cristãos que o Senhor concedeu a cada um.

 

Quando se deseja sinceramente viver de fé, de amor e de esperança, a renovação da entrega não significa retomar uma coisa que estava em desuso. Quando há fé, amor e esperança, renovar-se significa conservar-se nas mãos de Deus, apesar dos erros pessoais, das quedas, das fraquezas: é confirmar um caminho de fidelidade. Renovar a entrega, repito, é renovar a fidelidade àquilo que o Senhor quer de nós: é amar com obras.

 

O amor tem necessariamente as suas manifestações características. Às vezes, fala-se do amor como se fosse um impulso para a satisfação própria, ou um simples recurso para completarmos em moldes egoístas a nossa personalidade. E não é assim: amor verdadeiro é sair de si mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria com as raízes em forma de cruz. Enquanto estivermos na terra e não tivermos chegado à plenitude da vida futura, não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício, da dor. Uma dor que se saboreia, que é amável, que é fonte de íntima alegria, mas que é dor real, porque supõe vencer o egoísmo e tomar o amor como regra de todas e cada uma de nossas ações.

 

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As obras do amor são sempre grandes, mesmo que se trate de coisas aparentemente pequenas. Deus aproximou-se dos homens, pobres criaturas, e disse-nos que nos ama: Deliciae meae esse cum filiis hominum, minhas delícias são estar com os filhos dos homens. O Senhor mostra-nos que tudo tem importância: as ações que, com olhos humanos, consideramos extraordinárias; essas outras que, pelo contrário, qualificamos como algo de pouca categoria. Nada se perde. Nenhum homem é desprezado por Deus. Todos nós, cada um seguindo a sua própria vocação - no seu lar, na sua profissão ou ofício, no cumprimento das obrigações que lhe competem por seu estado, nos seus deveres de cidadão, no exercício dos seus direitos -, todos somos chamados a participar do reino dos céus.

 

É o que nos ensina a vida de São José: simples, normal e comum, feita de anos de trabalho sempre igual, de dias humanamente monótonos, que se sucedem uns aos outros. Tenho pensado muitas vezes nesse aspecto, ao meditar sobre a figura de São José, e esta é uma das razões que me fazem sentir uma devoção especial por ele.

 

Quando, no seu discurso de encerramento da primeira sessão do Concílio Vaticano II, no passado dia 8 de Dezembro, o Santo Padre João XXIII anunciou que no cânon da missa se mencionaria o nome de São José, uma altíssima personalidade eclesiástica telefonou-me imediatamente para me dizer: Rallegramenti! Felicitações! Ao escutar a notícia, pensei imediatamente no senhor, na alegria que lhe deve ter causado. Era verdade: porque na assembleia conciliar, que representa a Igreja inteira reunida no Espírito Santo, proclamava-se o imenso valor sobrenatural da vida de São José, o valor de uma vida simples de trabalho feito diante de Deus, em total cumprimento da vontade divina.

 

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Descrevendo o espírito da associação a que dediquei a minha vida - o Opus Dei -, tenho dito que se apoia, como que em seu eixo, no trabalho diário, no trabalho profissional exercido no meio do mundo. A vocação divina confere-nos uma missão, convida-nos a participar na tarefa única da Igreja, para sermos assim testemunhas de Cristo perante os nossos iguais, os homens, e levarmos todas as coisas para Deus.

 

A vocação acende uma luz que nos faz reconhecer o sentido da nossa existência. É convencermo-nos, sob o resplendor da fé, do porquê da nossa realidade terrena. Nossa vida - a presente, a passada e a que há de vir - ganha um novo relevo, uma profundidade de que antes não suspeitávamos. Todos os fatos e acontecimentos passam a ocupar o seu verdadeiro lugar: entendemos para onde o Senhor nos quer conduzir, e nos sentimos como que avassalados por essa tarefa que Ele nos confia.

 

Deus tira-nos das trevas da nossa ignorância, do nosso caminhar incerto por entre as vicissitudes da história, e, seja qual for o posto que ocupemos no mundo, chama-nos com voz forte, como o fez um dia com Pedro e com André: «Venite post me, et faciam vos fieri piscatores hominum», segui-me, e eu vos tornarei pescadores de homens.

 

Quem vive da fé pode encontrar a dificuldade e a luta, a dor e até a amargura, mas nunca cairá no desânimo ou na angústia, pois sabe que a sua vida tem valor, sabe para que veio a esta terra. Ego sum lux mundi - exclamou Cristo -; «qui sequitur me non ambulat in tenebris, sed habebit lumen vitae»: Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha nas trevas, mas possuirá a luz da vida.

 

Para merecermos essa luz de Deus, precisamos amar, reconhecer humildemente a necessidade de sermos salvos, e dizer com Pedro: Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. E nós cremos e conhecemos que tu és Cristo, o Filho de Deus. Se agirmos assim de verdade, se deixarmos a chamada divina penetrar no nosso coração, também com verdade poderemos repetir que não caminhamos nas trevas, pois, por cima das nossas misérias e dos nossos defeitos pessoais, brilha a luz de Deus, como o sol brilha por cima da tempestade.

 

 

Pedir um novo Pentecostes

 


Ajuda-me a pedir um novo Pentecostes, que abrase outra vez a Terra. (Sulco, 213)

 

O Senhor tinha dito: Rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito, outro Consolador, para que permaneça convosco eternamente (Jo XIV, 16).

 

Reunidos todos os Discípulos num mesmo lugar, de repente, sobreveio do céu um ruído, como que de vento impetuoso, que invadiu toda a casa, onde se encontravam. - Ao mesmo tempo, umas línguas de fogo repartiram se e pousaram sobre cada um deles (Act II, 1-3).

 

Cheios do Espírito Santo, os Apóstolos estavam como bêbados (Act II, 13).

E Pedro, rodeado pelos outros onze, levantou a voz e falou. - Ouvimo-lo pessoas de cem países. - Cada um o escuta na sua língua. - Tu e eu, na nossa. - Fala nos de Cristo Jesus e do Espírito Santo e do Pai.

Não o apedrejam, nem o metem na cadeia; convertem se e são baptizados três mil dos que o ouviram.

Tu e eu, depois de ajudarmos os Apóstolos na administração dos baptismos, louvamos a Deus Pai por Seu Filho, Jesus, e sentimo-nos também ébrios do Espírito Santo. (Santo Rosário, 3º mistério glorioso)

Por isso, a Tradição cristã resumiu a atitude que devemos adoptar para com o Espírito Santo num só conceito: docilidade. Sermos sensíveis àquilo que o Espírito divino promove à nossa volta e em nós mesmos: aos carismas que distribui, aos movimentos e instituições que suscita, aos efeitos e decisões que faz nascer nos nossos corações... O Espírito Santo realiza no Mundo as obras de Deus. Como diz o hino litúrgico, é dador das graças, luz dos corações, hóspede da alma, descanso no trabalho, consolo no pranto. Sem a sua ajuda nada há no homem que seja inocente e valioso, pois é Ele que lava o que está sujo, que cura o que está doente, que aquece o que está frio, que corrige o extraviado, que conduz os homens ao porto da salvação e do gozo eterno. (Cristo que passa, 130)

 

Vale a pena jogar a vida, entregar-se por inteiro, para corresponder ao amor e à confiança que Deus deposita em nós. Vale a pena, acima de tudo, que nos decidamos a tomar a sério a nossa fé cristã. Quando recitamos o Credo, professamos crer em Deus Pai Todo-Poderoso, em seu Filho Jesus Cristo que morreu e foi ressuscitado, no Espírito Santo, Senhor que dá a vida. Confessamos que a Igreja una, santa, católica e apostólica, é o corpo de Cristo, animado pelo Espírito Santo. Alegramo-nos com a remissão dos nossos pecados e com a esperança da futura ressurreição. Mas, essas verdades penetrarão até ao fundo do coração ou ficarão apenas nos lábios? A mensagem divina de vitória, alegria e paz do Pentecostes deve ser o fundamento inquebrantável do modo de pensar, de reagir e de viver de todo o cristão. (Cristo que passa, 129)

 

A maravilha do Pentecostes é a consagração de todos os caminhos; nunca pode entender-se como monopólio nem estima de um só em detrimento de outros.

Pentecostes é infinita variedade de línguas, de métodos, de formas de encontro com Deus; não uniformidade violenta. (Sulco, 226)

 

É o Espírito Santo que, com as suas inspirações, vai dando tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e obras. É Ele que nos impele a aderir à doutrina de Cristo e a assimilá-la em profundidade; que nos dá luz para tomar consciência da nossa vocação pessoal e força para realizar tudo o que Deus espera de nós. Se formos dóceis ao Espírito Santo, a imagem de Cristo ir-se-á formando, cada vez mais nítida, em nós e assim nos iremos aproximando cada vez mais de Deus Pai. Os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

Se nos deixarmos guiar por esse princípio de vida, presente em nós, que é o Espírito Santo, a nossa vitalidade espiritual irá crescendo e abandonar-nos-emos nas mãos do nosso Pai Deus, com a mesma espontaneidade e confiança com que um menino se lança nos braços do pai. Se não vos tornardes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus, disse o Senhor. É este o antigo e sempre actual caminho da infância espiritual, que não é sentimentalismo nem falta de maturidade humana, mas sim maioridade sobrenatural, que nos leva a aprofundar as maravilhas do amor divino, reconhecer a nossa pequenez e a identificar plenamente a nossa vontade com a de Deus. (Cristo que passa, 135)