Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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13/10/2020
Pequena agenda do cristão
Reflexão
Honestidade Radical
Trata-se
de um programa, um desafio, para deixar de mentir. A "técnica"
envolve os interessados a expor os seus sentimentos directamente e de forma
tipicamente considerada a-política. Esta técnica é por vezes confundida pela
pessoa sofrendo Autismo ou Asperges, devido à "brutal honestidade" do
"mentor". Logo, nestes casos... Cuidado!
Bom...
posto isto, pensar: Que me interessa tal coisa?
Eu...
Não sou mentiroso!
Não?
Nunca?
Bem...
Se,
de facto, estou disposto a seguir em frente com a HONESTIDADE RADICAL, porque
penso que me interessa sobremaneira - ou se é totalmente honesto ou não se é de
todo - parece-me não ter opção.
Mas...
onde "frequentar" o tal programa?
Respondo
com "HONESTIDADE RADICAL": Dentro de mim próprio, "sem pêlo nem
agravo", doa o que doer...
(AMA,
reflexão, 2020)
Leitura espiritual Outubro 13
Cartas de São Paulo
2.ª Tessalonicenses 1
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1 Endereço e saudação –
1
Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo,
que está em Tessalónica. 2 Graça e paz a vós da parte de Deus Pai e do Senhor
Jesus Cristo.
I.
DEUS, CONFORTO NA TRIBULAÇÃO
O justo juízo de Deus –
3
Devemos dar continuamente graças a Deus por vós, irmãos, como é justo, pois que
a vossa fé cresce extraordinariamente e a caridade recíproca superabunda em
cada um e em todos vós, 4 a ponto de nós próprios nos gloriarmos de vós nas
igrejas de Deus, pela vossa constância e fé em todas as perseguições e
tribulações que suportais. 5 Elas são o indício do justo juízo de Deus, para
que sejais considerados dignos do reino de Deus pelo qual padeceis. 6 Com
efeito, é justo da parte de Deus retribuir com tribulações àqueles que vos
atribulam 7 e a vós, os atribulados, retribuir com o repouso, juntamente
connosco, aquando da manifestação do Senhor Jesus que virá do Céu com os anjos
do seu poder, 8 em fogo ardente, e fará justiça aos que não conhecem a Deus e
não obedecem ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus. 9 O seu castigo será a ruína
eterna, longe da face do Senhor e da glória da sua força, 10 quando, naquele
dia, vier para ser glorificado nos seus santos e admirado em todos aqueles que
acreditaram; ora o nosso testemunho foi por vós considerado digno de fé. 11 Eis
por que oramos continuamente por vós: para que o nosso Deus vos torne dignos da
vocação e, com o seu poder, a vossa vontade de bem e a actividade da vossa fé
atinjam a plenitude, 12 de modo que seja glorificado em vós o nome de Nosso
Senhor Jesus e vós nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus
Cristo.
Cristo que passa
34
Bom pastor, bom guia
Se a vocação é o mais
importante, se a luz da estrela vai à nossa frente, para nos orientar no nosso
caminho de amor de Deus, não é lógico ter dúvidas quando, uma vez ou outra, a
perdemos de vista. Quase sempre por nossa culpa, em certos momentos da nossa
vida interior, acontece-nos o que aconteceu na viagem dos Reis Magos: a estrela
oculta-se.
Já conhecemos o esplendor
divino da nossa vocação, estamos convencidos do seu carácter definitivo, mas
talvez o pó que levantamos ao caminhar - o pó das nossas misérias - forme uma
nuvem densa, que não deixa passar a luz.
Que havemos de fazer então?
Seguir o exemplo daqueles
homens santos: perguntar. Herodes serviu-se da ciência para proceder de modo
injusto; os Reis Magos utilizam-na para fazer o bem.
Mas nós, cristãos, não temos
necessidade de perguntar a Herodes ou aos sábios da Terra.
Cristo deu à sua Igreja a
segurança da doutrina, a corrente da graça dos Sacramentos; e providenciou para
que haja pessoas que nos orientem, que nos conduzam, que nos recordem constantemente
o caminho.
Dispomos de um tesouro
infinito de ciência: a Palavra de Deus, guardada pela Igreja; a graça de Cristo
que se administra nos Sacramentos; o testemunho e o exemplo dos que vivem com
rectidão a nosso lado e sabem fazer das suas vidas um caminho de fidelidade a
Deus.
Permiti que vos dê um
conselho: se alguma vez perderdes a claridade da luz, recorrei sempre ao bom
pastor.
E quem é o bom pastor?
O que entra pela porta da
fidelidade à doutrina da Igreja; o que não se comporta como um mercenário, que,
ao ver vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo arrebata-as e faz
dispersar o rebanho. Reparai que a palavra divina não é vã: a insistência de
Cristo (vedes como fala, com tanto carinho, de ovelhas e de pastores, de redil
e de rebanhos?) é uma demonstração prática da necessidade de um bom guia para a
nossa alma.
Se não houvesse maus
pastores - escreve S. Agostinho - Ele não teria feito referência especial aos
bons.
Quem é mercenário?
É o que vê o lobo e foge.
O que procura a sua própria
glória, não a glória de Cristo; o que não se atreve a reprovar os pecadores com
liberdade e espírito.
O lobo fila uma ovelha pelo
pescoço; o diabo induz um fiel, por exemplo, a cometer adultério.
Se te calas e não reprovas
esse comportamento, és mercenário: viste o lobo e fugiste.
Talvez me contradigas: não,
estou aqui; não fugi.
E eu respondo-te: fugiste
porque te calaste; e calaste-te porque tiveste medo.
A santidade da esposa de
Cristo sempre se provou - e continua a provar-se actualmente - pela abundância
de bons pastores.
Mas a fé cristã, que nos
ensina a ser simples, não nos leva a ser ingénuos.
Há mercenários que se calam
e há mercenários que pregam uma doutrina que não é de Cristo.
Por isso, se porventura o
Senhor permite que fiquemos às escuras, inclusivamente em coisas de pormenor,
se sentimos falta de firmeza na fé, recorramos ao bom pastor, àquele que -
dando a vida pelos outros - quer ser, na palavra e na conduta, uma alma movida
pelo amor - àquele que talvez seja também um pecador, mas que confia sempre no
perdão e na misericórdia de Cristo.
Se a vossa consciência vos
reprova por alguma falta - embora não vos pareça uma falta grave - se tendes
uma dúvida a esse respeito, recorrei ao sacramento da Penitência.
Ide ao sacerdote que vos atende,
ao que sabe exigir de vós firmeza na fé, delicadeza de alma, verdadeira
fortaleza cristã.
Na Igreja existe a mais
completa liberdade para nos confessarmos com qualquer sacerdote que possua as
necessárias licenças eclesiásticas; mas um cristão de vida limpa recorrerá -
com liberdade! - àquele que reconhece como bom pastor, que o pode ajudar a
erguer a vista para voltar a ver no céu a estrela do Senhor.
35
Ouro, incenso e mirra
Videntes autem stellam,
gavisi sunt gaudio magno valde” - diz o texto latino com admirável reiteração:
ao descobrir novamente a estrela, exultaram com grande alegria.
E porquê tanta alegria?
Porque eles, que nunca
duvidaram, recebem do Senhor a prova de que a estrela não tinha desaparecido;
deixaram de a ver sensivelmente mas tinham-na conservado sempre na alma.
Assim é a vocação cristã: se
não se perde a fé, se se mantém a esperança em Jesus Cristo que estará connosco
até à consumação dos séculos, a estrela reaparece.
E, ao verificar uma vez mais
a realidade da vocação, nasce em nós uma alegria maior, que aumenta a nossa fé,
a nossa esperança, o nosso amor.
Ao entrarem na casa, viram o
Menino com Maria, sua Mãe, e, pondo-se de joelhos, adoraram-no.
Ajoelhemo-nos nós também
diante de Jesus, do Deus escondido na humanidade; repitamos-lhe que não
queremos voltar as costas ao seu chamamento divino, que nunca nos afastaremos
dele; que arredaremos do nosso caminho tudo o que for um estorvo para a
fidelidade; que desejamos sinceramente ser dóceis às suas inspirações.
Tu, interiormente, e eu
também - porque estou a fazer uma oração íntima, com um profundo clamor
silencioso - dizemos agora ao Menino que ansiamos por ser tão cumpridores como
os servos da parábola, para que também nos possa responder a nós: alegra-te
servo bom o fiel.
E, abrindo os seus tesouros,
ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra.
Detenhamo-nos um pouco para
entender este passo do Santo Evangelho.
Como é possível que nós, que
nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus?
Diz a Escritura: toda a
dádiva e todo o dom perfeito vem do alto.
O homem não consegue
descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu
conhecesses o dom de Deus... - responde Jesus à mulher samaritana.
Jesus Cristo ensinou-nos a
esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça,
porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas
necessidades.
Na economia da salvação, o
nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o
seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro.
Portanto, podia parecer
inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise;
dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as
nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu
não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te
são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei.
Mas o Senhor sabe que o dar
é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós.
Não lhe interessam riquezas,
nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe
pertence.
Quer algo de íntimo, que
havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração.
Vedes?
Se compartilha, não fica
satisfeito: quer tudo para si.
Repito: não pretende o que é
nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí - e só daí - advêm todas as outras ofertas
que podemos fazer ao Senhor.
Demos-lhe, portanto, ouro: o
ouro fino do espírito de desprendimento do dinheiro e dos bens materiais.
Não esqueçamos que são
coisas boas, que vêm de Deus. Mas o Senhor dispôs que as utilizemos sem deixar
que o coração fique preso a elas, pelo contrário, tirando delas proveito para
bem da humanidade.
Os bens da terra não são maus;
pervertem-se quando o homem os toma como ídolos e se prostra diante deles; mas
tornam-se nobres quando os tornamos instrumentos para o bem nalguma actividade
cristã de justiça e de caridade.
Não podemos correr atrás dos
bens económicos, como quem procura um tesouro; o nosso tesouro está aqui,
deitado num presépio; é Cristo e nele se há-de concentrar todo o nosso amor,
porque onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração.
36
Oferecemos incenso: o desejo
- que elevamos até ao Senhor - de levar uma vida recta, de que se desprenda o
bonus odor Christi, o perfume de Cristo.
Impregnar as nossas palavras
e acções desse bonus odor é semear compreensão e amizade.
Que a nossa vida acompanhe
as vidas dos restantes homens, para que ninguém se encontre ou se sinta só.
A caridade há-de ser também
carinho, calor humano.
Assim no-lo ensina Jesus
Cristo.
A humanidade havia séculos
que esperava a vinda do Salvador; os profetas tinham-no anunciado de mil
maneiras; e - embora, por acção do pecado e da ignorância se tivesse perdido
grande parte da Revelação de Deus aos homens - conservava-se até aos confins da
Terra o desejo de Deus, a ânsia de redenção.
Chega a plenitude dos tempos
e, para cumprir essa missão, não aparece um génio filosófico, como Sócrates ou
Platão; não se instala na terra um conquistador poderoso, como Alexandre Magno.
Nasce um Menino em Belém.
É o Redentor do mundo; mas,
antes de começar a falar, demonstra o seu amor com obras.
Não é portador de nenhuma
fórmula mágica, porque sabe que a salvação que nos traz há-de passar pelo
coração do homem.
As suas primeiras acções são
risos e choros de criança, o sono inerme de um Deus humanado; para que fiquemos
tomados de amor, para que saibamos acolhê-Lo nos nossos braços.
Uma vez mais
consciencializamos que isto é que é o Cristianismo.
Se o cristão não ama com
obras, fracassa como cristão, o que significa fracassar também como pessoa.
Não podes pensar nos outros
homens como se fossem números, ou degraus para tu subires; como se fossem
massa, para ser exaltada ou humilhada, adulada ou desprezada, conforme os
casos.
Tens de pensar nos outros -
antes de mais, nos que estão ao teu lado - vendo neles o que na verdade são:
filhos de Deus, com toda a dignidade que esse título maravilhoso lhes confere.
Com os filhos de Deus, temos
de comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário,
tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega
silenciosa.
Este é o bonus odor Christi que arrancava uma
exclamação aos que conviviam com os primeiros cristãos: Vede como se amam!.
Não estou a falar de um
ideal distante.
O cristão não é um Tartarin
de Tarascon, empenhado em caçar leões onde não pode encontrá-los: nos
corredores da sua própria casa. Falo, sim, da vida quotidiana e concreta: da
santificação do trabalho, das relações familiares, da amizade.
Se não somos cristãos nestas
coisas, onde podemos sê-lo?
O perfume do incenso deve-se
ao carvão em brasa que queima sem ostentação uma grande quantidade de grãos.
Também o bonus odor
Christi se manifesta entre os homens, não como a chama espectacular de um
incêndio passageiro, mas mediante a eficácia de todo um rescaldo de virtudes:
justiça, lealdade, fidelidade, compreensão, generosidade, alegria.