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25/09/2020

Reflexão - Perdão de Deus


O modo escolhido por Deus para nos libertar do oceano de iniquidade que brota do pecado passa através do sofrimento que Cristo procurou e aceitou voluntariamente; e que é aceite depois pelos que O seguem.

(Javier Echevarría, Itinerários de Vida Cristiana, Planeta, 2001, pg. 177)

Leitura espiritual Setembro 25


Cartas de São Paulo

2.ª Tessalonicenses - 5

II. CONSELHOS A VÁRIAS CLASSES DE PESSOAS

As viúvas –
1 Não repreendas com dureza um ancião, mas exorta-o como um pai; 2 trata os jovens como irmãos, as anciãs como mães, as jovens como irmãs, com toda a pureza. 3 Honra as viúvas, as que são verdadeiramente viúvas. 4 Mas se alguma viúva tiver filhos ou netos, aprendam estes, antes de mais, a cumprir os seus deveres de piedade para com a própria família e a retribuir aos pais o que deles receberam, pois isso é agradável diante de Deus. 5 A que é verdadeiramente viúva e ficou só, põe a sua esperança em Deus e persevera em súplicas e orações, noite e dia. 6 Mas aquela que se entrega aos prazeres, embora vivendo, já está morta. 7 E recomenda-lhes isto, para que sejam irrepreensíveis. 8 Se alguém não cuida dos seus, e principalmente dos da sua própria casa, renegou a fé e é pior do que um infiel. 9 Só pode ser inscrita como viúva a que tiver pelo menos sessenta anos, tiver sido esposa de um só marido, 10 gozar do testemunho de boas obras, tiver educado os filhos, praticado a hospitalidade, lavado os pés dos santos, assistido os atribulados e for dedicada a toda a obra boa. 11 Não admitas as viúvas mais jovens, porque, quando são arrastadas por uma paixão que as afasta de Cristo, querem voltar a casar-se, 12 incorrendo na condenação de terem rompido o primeiro compromisso. 13 Além disso, estando na ociosidade, habituam-se a andar de casa em casa e a ser, não só ociosas, mas também loquazes e indiscretas, falando do que não convém. 14 Quero, pois, que as viúvas mais jovens se casem, tenham filhos, governem a sua casa, para não darem ao adversário nenhuma ocasião de maledicência. 15 Algumas, com efeito, já se desviaram, seguindo a Satanás. 16 Se alguma mulher crente tem viúvas na família, dê-lhes assistência e não se sobrecarregue a igreja, a fim de que esta possa assistir as que são verdadeiramente viúvas.

Os presbíteros –
17 Os presbíteros que exercem bem a presidência sejam julgados dignos de dupla honra, principalmente os que trabalham na pregação e no ensino. 18 Pois a Escritura diz: Não açaimarás a boca do boi que debulha; e ainda: o operário é digno do seu salário. 19 Não aceites denúncia contra um presbítero, se não for confirmada por duas ou três testemunhas. 20 Aos que cometem faltas, repreende-os na presença de todos, para que também os demais se encham de temor. 21 Conjuro-te, diante de Deus e de Cristo Jesus e dos anjos eleitos, que observes estas regras com imparcialidade, nada fazendo por favoritismo. 22 Não imponhas as mãos a ninguém precipitadamente, nem te tornes cúmplice de pecados alheios. Conserva-te puro. 23 Não continues a beber só água, mas toma também um pouco de vinho, por causa do estômago e das tuas frequentes indisposições. 24 Enquanto os pecados de alguns são manifestos, mesmo antes de serem submetidos a juízo, os de outros só aparecem depois

Amigos de Deus
 
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Oração, diálogo

Já entrámos por caminhos de oração.
Como prosseguir?
Não vistes como tantas pessoas - elas e eles - parece que falam consigo mesmas, ouvindo-se comprazidas?
É uma verborreia quase contínua, um monólogo que insiste incansavelmente nos problemas que os preocupam, sem pôr os meios para resolvê-los, movidos talvez unicamente pela mórbida ideia de que se compadeçam deles ou de que os admirem.
Dir-se-ia que não pretendem mais nada.

Quando efectivamente se quer desafogar o coração, se somos francos e simples, procuramos o conselho de pessoas que nos amam, que nos entendem, isto é, fala-se com o pai, com a mãe, com a mulher, com o marido, com o irmão, com o amigo.
Isto já é diálogo, ainda que, frequentemente, não se deseje tanto ouvir como desabafar, contar o que nos acontece.
Comecemos por nos comportar assim com Deus, certos de que Ele nos ouve e nos responde; e escutá-lo-emos e abriremos a nossa consciência a uma conversa humilde, para lhe referir confiadamente tudo o que palpita na nossa cabeça e no nosso coração: alegrias, tristezas, esperanças, dissabores, êxitos, fracassos e até os pormenores mais pequenos da nossa jornada, porque já então teremos comprovado que tudo o que é nosso interessa ao nosso Pai Celestial.


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Vencei, se por acaso disso vos apercebeis, a preguiça, o falso critério segundo o qual a oração pode esperar.
Nunca atrasemos esta fonte de graças para amanhã.
Agora é o tempo oportuno.
Deus, que é amoroso espectador de todo o nosso dia, preside à nossa íntima prece.
E tu e eu - volto a assegurar - temos de nos confiar a Ele como se confia num irmão, num amigo, num pai. Diz-lhe - eu faço assim - que Ele é toda a Grandeza, toda a Bondade, toda a Misericórdia.
E acrescenta: por isso, quero apaixonar-me por Ti, apesar da rudeza das minhas maneiras, destas minhas pobres mãos, marcadas e mal­tratadas pelo pó das veredas da terra.

Desta maneira, quase sem darmos por isso, avançaremos com passos divinos, fortes e vigorosos, saboreando a íntima convicção de que junto do Senhor também são agradáveis a dor, a abnegação, os sofrimentos.
Que fortaleza, para um filho de Deus, saber-se tão perto de seu Pai! Por esta razão, aconteça o que acontecer, estou firme e seguro contigo, meu Senhor e meu Pai, que és a rocha e a fortaleza.

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Para alguns, tudo isto é talvez familiar; para outros, novo; para todos, árduo.
Mas eu, enquanto tiver alento, não cessarei de pregar a necessidade primordial de ser alma de oração - sempre! - em qualquer ocasião e nas circunstâncias mais díspares, porque Deus nunca nos abandona. Não é cristão pensar na amizade divina exclusivamente como um recurso extremo.
Pode parecer-nos normal ignorar ou desprezar as pessoas que amamos?
Evidentemente que não.
Para os que amamos dirigimos constantemente as palavras, os desejos, os pensamentos: há como que uma presença contínua.
Pois, o mesmo com Deus.

Com esta busca do Senhor, toda a nossa jornada se converte numa única conversa, íntima e confiada.
Afirmei-o e escrevi-o tantas vezes, mas não me importo de o repetir, porque Nosso Senhor faz-nos ver - com o seu exemplo - que este é o comportamento certo: oração constante, de manhã à noite e da noite até de manhã.
Quando tudo sai com facilidade: Obrigado, meu Deus!
Quando chega um momento difícil: Senhor, não me abandones!
E esse Deus, manso e humilde de coração, não esquecerá os nossos rogos nem permanecerá indiferente, porque Ele afirmou: «pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.»

Procuremos, portanto, nunca perder o ponto de mira sobrenatural, vendo Deus por detrás de cada acontecimento, seja ele agradável ou desagradável, quer nos cause satisfação... ou desconsolo pela morte de um ser querido.
Antes de mais, a conversa com o nosso Pai Deus, procurando o Senhor no centro da nossa alma.
Não é coisa que possa considerar-se como uma miudeza, de pouca monta: é uma manifestação clara de vida interior constante, de um autêntico diálogo de amor.
Será uma prática que não nos produzirá nenhuma deformação psico­lógica, porque - para um cristão - deve ser tão natural como o bater do coração.

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Orações vocais e oração mental

Neste entretecido, neste actuar da fé cristã, engastam-se, como joias, as orações vocais.
São fórmulas divinas: Pai Nosso...,Ave-Maria... Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Há essa coroa de louvores a Deus e à Nossa Mãe que é o Santo Rosário e tantas e tantas outras aclamações, cheias de piedade, que os nossos irmãos cristãos recitaram desde o princípio.

Santo Agostinho, comentando um versículo do Salmo 85 escreve: – “Senhor, tem piedade de mim porque por Ti clamei todo o dia, e não apenas um dia - por todo o dia quer significar todo o tempo, sem cessar... Um só homem alcança até ao fim do mundo, pois são os idênticos membros de Cristo que clamam: alguns já descansam n'Ele, outros invocam-no actualmente e outros implorarão quando nós já tivermos morrido e, depois destes, outros mais continuarão a suplicar.”
Não vos emociona a possibilidade de participar nesta homenagem ao Criador, que se perpetua pelos séculos?
Que grande é o homem quando se reconhece criatura predilecta de Deus e recorre a Ele tota die, em cada instante da sua peregrinação terrena!

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Que não faltem no nosso dia alguns momentos dedicados especial­mente a travar intimidade com Deus, elevando até Ele o nosso pensamento, sem que as palavras tenham necessidade de vir aos lábios, porque cantam no coração.
Dediquemos a esta norma de piedade um tempo suficiente, a hora fixa, se possível.
Ao lado do Sacrário, acompanhando Aquele que ali ficou por Amor. Se não houver outro remédio, em qualquer lugar, porque o nosso Deus está de modo inefável na nossa alma em graça.
Aconselho-te, contudo, a que vás ao oratório sempre que possas.
E empenho-me em não lhe chamar capela, para que ressalte de forma mais evidente que não é um sítio para estar, com uma atitude oficial de cerimónia, mas para elevar a mente em recolhimento e intimidade até ao Céu, com a convicção de que Cristo nos vê, nos ouve, nos espera e nos preside no Sacrário, onde está realmente presente, oculto nas espécies sacramentais.

Cada um de vós, se quiser, pode encontrar o caminho que lhe for mais propício para este colóquio com Deus.
Não me agrada falar de métodos nem de fórmulas, porque nunca fui amigo de espartilhar ninguém; tenho procurado animar todas as pessoas a aproximarem-se do Senhor, respeitando cada alma tal como ela é, com as suas próprias características.
Pedi-lhe vós que meta os seus desígnios na nossa vida: e não apenas na nossa cabeça, mas no íntimo do nosso coração e em toda a nossa actividade externa.
Garanto-vos que deste modo evitareis grande parte dos desgostos e das penas do egoísmo e sentir-vos-eis com força para propagar o bem à vossa volta.
Quantas contrariedades desaparecem, quando interiormente nos colocamos muito próximos deste nosso Deus, que nunca nos abandona! Renova-se com diversos matizes esse amor de Jesus pelos seus, pelos doentes, pelos entrevados, quando pergunta: que se passa contigo? Comigo...
E, logo a seguir, luz ou, pelo menos, aceitação e paz.

Ao convidar-te para fazeres essas confidências com o Mestre, refiro-me especialmente às tuas dificuldades pessoais, porque a maioria dos obstáculos para a nossa felicidade nascem de uma soberba mais ou menos oculta.
Pensamos que temos um valor excepcional, qualidades extraordiná­rias.
Mas, quando os outros não são da mesma opinião, sentimo-nos humilhados. É uma boa ocasião para recorrer à oração e para rectificar, com a certeza de que nunca é tarde para mudar a rota.
Mas é muito conveniente iniciar essa mudança de rumo quanto antes.

Na oração, com a ajuda da graça, a soberba pode transformar-se em humildade.
E brota da alma a verdadeira alegria, mesmo quando ainda notamos o barro nas asas, o lodo da pobre miséria, que vai secando.
Depois, com a mortificação, cairá esse barro e poderemos voar muito alto, porque nos será favorável o vento da misericórdia de Deus.







Examina-te: Devagar, com valentia


Exame. – Tarefa diária. – Contabilidade que nunca descura quem dirige um negócio. E há negócio que valha mais do que o negócio da vida eterna? (Caminho, 235)

Examina-te: Devagar, com valentia. – Não é certo que o teu mau humor e a tua tristeza sem motivo (sem motivo, aparentemente) procedem da tua falta de decisão em cortares os laços subtis, mas "concretos", que te armou – arteiramente, com paliativos – a tua concupiscência? (Caminho, 237)

Acaba sempre o teu exame com um acto de Amor – dor de Amor – : por ti, por todos os pecados dos homens... – E considera o cuidado paternal de Deus, que afastou de ti os obstáculos para que não tropeçasses. (Caminho, 246)

Há um inimigo da vida interior, pequeno, tolo, mas muito eficaz, desgraçadamente: O pouco empenho no exame de consciência. (Forja, 109)


Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?