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22/08/2020

Santíssima Virgem Rainha e Senhora do universo

A coroação de Nossa Senhora como Rainha e Senhora do universo é a última pedra dos privilégios concedidos a Santa Maria. Era sobrenaturalmente lógico que a Mãe de Deus, uma vez subida, em corpo e alma, à glória do Céu, fosse glorificada pela Santíssima Trindade acima dos coros dos anjos e de toda a hierarquia dos santos. Mais do que Tu, só Deus, exclama o povo cristão.

Um salmo de especial relevo messiânico canta a glória do rei e, unida a Ele, a glória da Rainha. És o mais formoso dos filhos de Adão, nos teus lábios se derramou a graça, pois Deus abençoou-te para sempre (...). O teu trono, oh Deus! é para sempre, sem fim; ceptro de rectidão é o ceptro do teu reino (Sal 44 3-7). A seguir o salmista dirige-se à Rainha. Ouve filha, inclina o ouvido, esquece teu povo e a casa de teu pai, e o rei se alegrará com a tua beleza; ele é o teu Senhor, inclina-te para Ele (...). Entra com todo o esplendor a filha do rei, tecido de ouro é o seu vestido; é apresentada ao rei com preciosos bordados, com ela as damas de honor a ti são conduzidas; guiadas em alegria e exultação, entram juntas no palácio real (Ibid., 11-16).

A liturgia aplica este salmo a Cristo e a Maria na glória celestial. Esta interpretação tem o seu fundamento nalguns textos do Evangelho que se referem explicitamente a Nossa Senhora. Na Anunciação, São Gabriel revela-lhe que o seu Filho reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o Seu reino não terá fim (Lc 1, 33). Vai ser mãe de um filho que, no mesmo instante da sua concepção como homem, é Rei e Senhor de todas as coisas; Ela, que O dará à luz, participa da Sua realeza. O mesmo afirma Santa Isabel, que, iluminada pelo Espírito Santo, confessa em voz alta: «De onde me é dado tanto bem, que venha visitar-me a Mãe do meu Senhor»? (Lc 1, 43). Também São João evangelista, numa grande visão do Apocalipse, descreve "uma mulher vestida de sol, a lua a seus pés, e sobre a sua cabeça uma coroa de doze estrelas" (Ap 12, 1). De acordo com a liturgia e a tradição da Igreja, essa mulher é Maria, vencedora com Cristo sobre o dragão infernal e entronizada como Rainha do universo.

A REALEZA DE MARIA É UMA VERDADE CONSOLADORA PARA TODOS OS HOMENS, ESPECIALMENTE QUANDO NOS SENTIMOS MERECEDORES DO CASTIGO DIVINO, COMO JUSTA PENA DOS PECADOS
O povo cristão confessou sempre esta suprema glória de Maria, participante da realeza de Cristo. Como Ele, tem-na por nascimento (é a mãe do Rei) e por direito de conquista (é Sua fiel companheira na Redenção). Nas suas mãos o Senhor pôs os méritos sobre-abundantes que ganhou com a Sua morte na Cruz, para que os distribua conforme a Vontade de Deus.

A realeza de Maria é uma verdade consoladora para todos os homens, especialmente quando nos sentimos merecedores do castigo divino, como justa pena dos pecados. A Igreja convida a recorrer a Ela, nossa Mãe e nossa Rainha, em todas as nossas necessidades. Ser Mãe de Deus e Mãe dos homens é o fundamento sólido da filial confiança na sua intercessão poderosa, que nos conforta e nos impulsiona a levantar-nos das nossas quedas.

Ao terminar estas meditações, invocamo-la com as palavras de uma antiga oração: "Salve, Regina, Mater misericordiæ; vita, dulcedo, spes nostra, salve! Salvé Rainha, Mãe de misericórdia... Ad te clamamus, exsules filii Evæ. Ad te suspiramus, gementes et flentes..." Pomos nela toda a nossa confiança, porque uma mãe escuta sempre as súplicas dos seus filhos. "Recordare, Virgo Mater Dei — dizemos-lhe — dum steteris in conspectu Domini, ut loquaris pro nobis bona" (cfr. Jr 18, 20). Ela fala sempre bem de nós diante do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e consegue do Senhor as coisas boas de que necessitamos. Sobretudo, a graça da perseverança final, que nos abrirá as portas do Céu: "Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen".


J. A. Loarte

Meter Cristo entre os pobres


Pelo "caminho do justo descontentamento" têm ido e estão a ir-se embora as massas. Dói... Quantos ressentidos temos fabricado entre os que estão espiritual ou materialmente necessitados! É preciso voltar a meter Cristo entre os pobres e entre os humildes: precisamente entre esses é que Ele se sente melhor. (Sulco, 228)

"Os pobres – dizia aquele amigo nosso – são o meu melhor livro espiritual e o motivo principal das minhas orações. Dói-me a sua dor, e dói-me o sofrimento de Cristo neles. E, porque me dói, compreendo que O amo e que os amo". (Sulco, 827)

Jesus Nosso Senhor amou tanto os homens, que encarnou, tomou a nossa natureza e viveu em contacto diário com pobres e ricos, com justos e pecadores, com novos e velhos, com gentios e judeus.
Dialogou constantemente com todos: com os que gostavam dele e com os que só procuravam a maneira de retorcer as suas palavras, para o condenar.
– Procura comportar-te como Nosso Senhor. (Forja, 558)

– Não ficas contente por sentir tão de perto a pobreza de Jesus?... Que bonito carecer até do necessário! Mas como Ele: oculta e silenciosamente. (Forja, 732)

Extraterrestres



No hay extraterrestres: qué aporta el dogma católico a los ovnis y las señales interestelares.

Leitura espiritual 22 Agosto

Cartas de São Paulo

1ª Coríntios - 15

VI. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS


Cristo ressuscitou –
1 Lembro-vos, irmãos, o evangelho que vos anunciei, que vós recebestes, no qual permaneceis firmes 2 e pelo qual sereis salvos, se o guardardes tal como eu vo-lo anunciei; de outro modo, teríeis acreditado em vão. 3 Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; 4 foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; 5 apareceu a Cefas e depois aos Doze. 6 Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos, de uma só vez, a maior parte dos quais ainda vive, enquanto alguns já morreram. 7 Depois apareceu a Tiago e, a seguir, a todos os Apóstolos. 8 Em último lugar, apareceu-me também a mim, como a um aborto. 9 É que eu sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. 10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou e a graça que me foi concedida, não foi estéril. Pelo contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles: não eu, mas a graça de Deus que está comigo. 11 Portanto, tanto eu como eles, assim é que pregamos e assim também acreditastes.

Os mortos também ressuscitam –
12 Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos? 13 Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. 14 Mas se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé. 15 E resulta até que acabamos por ser falsas testemunhas de Deus, porque daríamos testemunho contra Deus, afirmando que Ele ressuscitou a Cristo, quando não o teria ressuscitado, se é que, na verdade, os mortos não ressuscitam. 16 Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. 17 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e permaneceis ainda nos vossos pecados. 18 Por conseguinte, aqueles que morreram em Cristo, perderam-se. 19 E se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. 20 Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. 21 Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem vem a ressurreição dos mortos. 22 E, como todos morrem em Adão, assim em Cristo todos voltarão a receber a vida. 23 Mas cada um na sua própria ordem: primeiro, Cristo; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24 Depois, será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus e Pai, depois de ter destruído todo o principado, toda a dominação e poder. 25 Pois é necessário que Ele reine até que tenha colocado todos os inimigos debaixo dos seus pés. 26 O último inimigo a ser destruído será a morte, 27 pois Deus tudo submeteu debaixo dos pés dele. Mas quando diz: «Tudo foi submetido», é claro que se exclui aquele que lhe submeteu tudo. 28 E quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho se submeterá àquele que tudo lhe submeteu, a fim de que Deus seja tudo em todos. 29 Se assim não fosse, que procurariam os que se fazem baptizar pelos mortos? Se, de facto, os mortos não ressuscitam, porque motivo se fazem baptizar por eles? 30 E nós também, porque nos expomos aos perigos a todo o momento? 31 Todos os dias, arrisco-me à morte, tão certo, irmãos, quanto sois vós a minha glória em Jesus Cristo nosso Senhor. 32 Se fosse apenas por motivos humanos, de que me adiantaria ter combatido contra as feras em Éfeso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos porque amanhã morreremos. 33 Não vos iludais: «As más companhias corrompem os bons costumes.» 34 Sede sóbrios, como convém, e não continueis a pecar! Pois alguns de vós mostram que não conhecem a Deus: para vossa vergonha o digo.

O modo da ressurreição –
35 Mas dir-se-á: Como ressuscitam os mortos? Com que corpo regressam? 36 Insensato! O que semeias não volta à vida, se primeiro não morrer. 37 E o que semeias não é o corpo que há-de vir, mas um simples grão, por exemplo, de trigo ou de qualquer outra espécie. 38 É Deus que lhe dá o corpo, como lhe apraz; dá a cada uma das sementes o corpo que lhe corresponde. 39 Nem toda a carne é a mesma carne, mas uma é a dos homens, outra a dos animais, outra a dos pássaros, outra a dos peixes. 40 Há corpos celestes e corpos terrestres, mas um é o esplendor dos celestes e outro o dos terrestres. 41 Um é o esplendor do Sol, outro o da Lua e outro o das estrelas, e até uma estrela difere da outra em esplendor. 42 Assim também acontece com a ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo é ressuscitado incorruptível; 43 semeado na desonra, é ressuscitado na glória; semeado na fraqueza, é ressuscitado cheio de força; 44 semeado corpo terreno, é ressuscitado corpo espiritual. Se há um corpo terreno, também há um corpo espiritual. 45 Assim está escrito: o primeiro homem, Adão, foi feito um ser vivente e o último Adão, um espírito que vivifica. 46 Mas o primeiro não foi o espiritual, mas o terreno; o espiritual vem depois. 47 O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo vem do céu. 48 Tal como era o terrestre, assim são também os terrestres; tal como era o celeste, assim são também os celestes. 49 E assim como trouxemos a imagem do homem da terra, assim levaremos também a imagem do homem celeste. 50 Digo-vos, irmãos: o homem terreno não pode herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdará a incorruptibilidade. 51 Vou revelar-vos um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados; 52 num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final - pois a trombeta soará - os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados. 53 É, de facto, necessário que este ser corruptível se revista de incorruptibilidade e que este ser mortal se revista de imortalidade. 54 E, quando este corpo corruptível se tiver revestido de incorruptibilidade e este corpo mortal se tiver revestido de imortalidade, então cumprir-se-á a palavra da Escritura: A morte foi tragada pela vitória. 55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 56 O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a Lei. 57 Mas sejam dadas graças a Deus que nos dá a vitória por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo. 58 Assim, meus queridos irmãos, sede firmes, inabaláveis, e progredi sempre na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é inútil no Senhor.



Amigos de Deus

107         
Humildade e alegria

Livra-me de tudo o que há de mau e perverso no homem. De novo o texto da Missa nos fala do bom endeusamento: faz ressaltar diante dos nossos olhos o mau barro de que somos feitos, com todas as suas malvadas inclinações. E depois suplica emittte lucem tuam, envia a tua luz e a tua verdade, que me guiaram e trouxeram ao teu monte santo. Não me importo de vos contar que me emocionei ao recitar estas palavras do Gradual.

Como é que nos temos de comportar para adquirir esse eudeusamento bom? No evangelho, lemos que Jesus não queria ir à Judeia, porque os judeus o queriam matar. Ele, que com um desejo da sua vontade poderia eliminar os seus inimigos, empregava também os meios humanos. Ele, que era Deus e a quem bastava uma decisão sua para mudar as circunstâncias, deixou-nos uma lição encantadora: não foi à Judeia. Disseram-lhe, pois, seus parentes: Sai daqui e vai para a Judeia, a fim de que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Queriam que Ele desse espectáculo. Vedes? Vedes o que é uma lição de endeusamento bom e de endeusamento mau?

Endeusamento bomesperem em Ti - canta o Ofertório - todos os que conhecem o teu nome, Senhor, porque nunca abandonas os que Te procuram. E vem o regozijo deste barro cheio de gatos, porque não se esqueceu das orações dos pobres, dos humildes.

108         
Não deis o mínimo crédito aos que apresentam a virtude da humildade como um amesquinhamento humano ou como uma condenação perpétua à tristeza. Sentir-se barro, recomposto com gatos, é fonte contínua de alegria; significa reconhecer-se pouca coisa diante de Deus: criança, filho. E haverá maior alegria do que a daquele que, sabendo-se pobre e débil, se sabe também filho de Deus? Porque é que nós, homens, nos entristecemos? Porque a vida na terra, não se passa como nós, pessoalmente, esperávamos e porque surgem obstáculos que impedem ou dificultam a satisfação do que pretendemos.

Nada disto acontece quando a alma vive essa realidade sobrenatural da sua filiação divina. Se Deus é por nós, quem será contra nós. Que estejam tristes os que se empenham em não se reconhecerem filhos de Deus, tenho eu repetido sempre.

Para terminar, descobrimos na liturgia de hoje duas petições que hão-de sair como setas, da nossa boca e do nosso coração: concede-nos, Senhor todo-poderoso, que realizando sempre os divinos mistérios mereçamos abeirar-nos dos dons celestiais. E, pedimos-Te, Senhor, que nos deixes servir-Te constantemente segundo a tua vontade. Servir, servir, filhos meus, é o que é próprio de nós. Sermos criados de todos, para que nos nossos dias o povo fiel aumente em mérito e número.

109         
Olhai para Maria. Nunca criatura alguma se entregou com mais humildade aos desígnios de Deus. A humildade da ancilla Domini, da escrava do Senhor, é a razão que nos leva a invocá-la como causa nostrae laetitiae, causa da nossa alegria. Eva, depois de pecar por querer, na sua loucura, igualar-se a Deus, escondia-se do Senhor e envergonhava-se: estava triste. Maria, ao confessar-se escrava do Senhor, é feita Mãe do Verbo divino e enche-se de alegria. Que este seu júbilo de boa Mãe se nos pegue a todos nós; que saiamos nisto a Ela - a Santa Maria - e assim nos pareceremos mais com Cristo.

110         
Este início da Semana Santa, já tão próximo do momento em que se consumou no Calvário a Redenção de toda a humanidade, parece-me um tempo particularmente apropriado para tu e eu considerarmos por que caminhos nos salvou Jesus, Nosso Senhor; para contemplarmos esse seu amor, verdadeiramente inefável, por umas pobres criaturas formadas com barro da terra.

Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris, lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás-de tornar, advertia-nos a Igreja, Nossa Mãe, no início da Quaresma, a fim de nunca esquecermos que somos muito pouca coisa, que um dia qualquer o nosso corpo - agora tão cheio de vida - se desfará como a ligeira nuvem de pó que os nossos pés levantam ao caminhar; dissipar-se-á como a névoa afugentada pelos raios do sol.

Exemplo de Cristo

Mas, depois de recordar tão cruamente a nossa insignificância pessoal, eu queria encarecer ante os vossos olhos outra estupenda realidade: a magnificência divina que nos sustenta e nos endeusa. Escutai as palavras do Apóstolo: Conheceis a liberalidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico se fez pobre por vós, a fim de que vós fôsseis ricos pela sua pobreza.

Reparai com calma no exemplo do Mestre e compreendereis rapidamente que dispomos de tema abundante para meditar durante toda a vida, para concretizar propósitos sinceros de maior generosidade. Porque, não percais de vista esta meta que temos de alcançar, cada um de nós deve identificar-se com Cristo, que - já o ouvistes - se fez pobre por ti, por mim, e padeceu dando-nos exemplo para que sigamos os seus passos.

111         
Nunca perguntaste a ti próprio, movido por uma santa curiosidade, de que modo levou Jesus a cabo este excesso de amor? É, de novo, São Paulo quem nos responde: tendo a natureza de Deus (...), não obstante, aniquilou-se a si mesmo tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens e reduzido à condição de homem. Meus filhos, pasmai agradecidos ante este mistério e aprendei: todo o poder, toda a formosura, toda a majestade, toda a harmonia infinita de Deus, com as suas grandes e incomensuráveis riquezas - todo um Deus - ficou escondido na Humanidade de Cristo para nos servir. O Omnipotente apresenta-se decidido a ocultar por algum tempo a sua glória, para facilitar o encontro redentor com as suas criaturas.

Escreve o evangelista São João: ninguém jamais viu Deuso Filho Unigénito que está no seio do Pai é que o deu a conhecer, comparecendo ante o olhar atónito dos homens: primeiro, como um recém-nascido, em Belém; depois, como um menino igual aos outros; mais tarde, no Templo, como um adolescente, inteligente e vivo; e, por fim, com aquela figura amável e atraente do Mestre que movia os corações das multidões que o acompanhavam entusiasmadas.

112         
Bastam algumas provas do Amor de Deus que se encarna para que a sua generosidade nos toque a alma, nos incendeie, nos mova com suavidade a uma dor contrita pelo nosso comportamento, em tantas ocasiões mesquinho e egoísta. Jesus não tem inconveniente em rebaixar-se, para nos elevar da miséria à dignidade de filhos de Deus, de irmãos seus. Pelo contrário, tu e eu muitas vezes enchemo-nos nesciamente de orgulho pelos dons e talentos recebidos, até ao ponto de os converter em pedestal para nos impormos aos outros, como se o mérito de algumas acções, acabadas com relativa perfeição, dependesse exclusivamente de nós: Que possuis tu que não tenhas recebido de Deus? E se o recebeste, porque te glorias como se o não tivesses recebido?.

Ao considerar a entrega de Deus e o seu aniquilamento - falo para que o meditemos, pensando cada um em si mesmo-, a vanglória, a presunção do soberbo revela-se um pecado horrendo, precisamente porque coloca a pessoa no extremo oposto ao modelo que Jesus nos assinalou com a sua conduta. Pensai nisto devagar: Ele humilhou-se, sendo Deus. O homem, cheio do seu próprio eu, pretende enaltecer-se a todo o custo, sem reconhecer que está feito de barro e barro de má qualidade.


Reflexão - Eucaristia

Cristo instituiu o Santíssimo Sacramento como memorial perene da Sua Paixão, como o cumprimento das antigas figuras e a mais maravilhosa das Suas obras; e deixou-o aos Seus como consolo singular nas tristezas da Sua ausência.


(São Tomás de AquinoSermão para a festa do Corpus Christi)





Pequena agenda do cristão


SÁBADO

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas: