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11/06/2020

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LEITURA ESPIRITUAL


São João

Cap. XXI



1 Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo: 2 estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. 3 Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. 4 Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. 5 Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» 6 Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. 7 Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água. 8 Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. 9 Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. 10 Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» 11 Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 12 Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. 13 Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. 14 Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. 15 Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» 16 Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» 17 E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ‘Tu és deveras meu amigo?’ Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. 18 Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» 19 E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!» 20 Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: ‘Senhor, quem é que te vai entregar?’ 21 Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» 22 Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!» 23 Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?» 24 Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro. 25 Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever.  

Comentários:

          Onde lançar a rede do nosso apostolado? Debatemo-nos muitas vezes com esta pergunta que tem toda a razão de ser. Vemos à nossa volta, tantos e tantas que necessitam ser “apanhados” pela rede divina porque andam pela vida como que perdidos ou desorientados. Não percamos muito tempo com “planos” e “estratégias”, vamos, antes, ao nosso director espiritual que nos dirá com segurança e são critério como, com quem e quando fazer. Só assim o apostolado deixa de ser “nosso” e será – como deve ser – o apostolado em nome e por Nosso Senhor Jesus Cristo. A rede nunca se rompe porque abarca toda a humanidade. O Reino de Deus é, efectivamente, essa rede que recolhe todos os que dela se aproximam. Muitos, talvez, por curiosidade, outros, a maior parte, porque alguém os levou. Nós cristãos – pescadores de homens – não temos senão de lançar a rede uma e outra vez, sem descanso, com a perseverança dos verdadeiros pescadores. Não tenhamos receio nem sintamos desânimo se, por vezes, não “pescamos” nada porque o “Patrão” da nossa barca – a nossa vida – sabe muito bem, porque nos conhece intimamente, que não desistimos, não queremos desistir esperando sempre as Suas instruções onde e como lançar a rede. No apostolado não há que temer a quantidade, o número de pessoas com quem desenvolvemos o nosso trabalho. Cento e cinquenta e três ou apenas um ou dois. Nem eles são “nossos” nem o que fazemos é por nós ou para nós. O apostolado, seja discreto ou espectacular, sem resultados ou cheio de êxitos, é sempre - deve ser - obra divina dirigida por e para Cristo. Desta vez o Evangelista relata com detalhe esta pesca milagrosa. Quer sublinhar que não obstante as aptidões que possamos ter para o trabalho de “pescadores de homens” pouco ou nada conseguimos se não confiarmos nas “instruções” do Verdadeiro Pescador que é Cristo: «Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três». O que bem demonstra que quando Ele dirige o nosso trabalho apostólico – que levamos a cabo em Seu Nome - os resultados são sempre espectaculares como neste caso. São João, no último capítulo do Evangelho que escreveu, detém-se em pormenores que o terão impressionado de tal forma os descreve de forma viva, quase gráfica.
Tudo se passa como que num crescendo de atitudes do Senhor Ressuscitado destinadas a confirmar na fé n’Ele os Apóstolos ainda vacilantes e como que “atordoados” com a magnitude dos acontecimentos a que assistem. O Senhor não Se faz rogado e aparece-lhes uma e outra vez nas situações e circunstâncias mais díspares, ora no recolhimento do Cenáculo, ora nas fainas e trabalhos do dia-a-dia, surge no meio deles quando reunidos com as portas e janelas fechadas, ou caminhando sobre as águas do mar profundo onde se entregam à faina da pesca, ou sentado na praia com brasas acesas prontas para uma refeição em comum. Parece que o que verdadeiramente o Senhor pretende é incutir-lhes a certeza e a confiança n’Ele, em que nunca os abandonará e estará sempre disposto e pronto a ajudá-los na tarefa de difundir o Reino de Deus por todas as partes e todas as gentes.
          Pobre Pedro, apetece-nos dizer, posto assim à prova pelo Senhor que tudo sabe. Por três vezes repete a pergunta e, também três vezes, Pedro, que agora afirma que O ama, há-de garantir – com juramento – que nem sequer O conhece! Seguramente, quando esse triste momento chegar, o Apóstolo haverá de lembrar-se deste episódio e mais se aprofundará o seu arrependimento. Mas, o Evangelista ao terminar o seu Evangelho fez questão que constasse exactamente para nos confirmar – a nós, tantas vezes convencidos da nossa força e fortaleza – que mesmo o Príncipe dos Apóstolos sendo um simples homem, com um enorme coração e uma enorme coragem, cai, vacila, nega, trai. É verdade, mas, o amor que sente pelo Mestre acabará por vencer, levará a sua tarefa por diante e terminará dando a vida por Ele. Sim… o amor tudo vence! Sem pretender comparar-me com Pedro, vejo-me retratado nesta cena que São João nos relata. O Senhor pergunta-me, também a mim, se O amo e, eu, respondo sempre com enorme veemência que sim, que O amo com todas as forças do meu ser. E, logo, esqueço-me do que afirmei tão convictamente e traio, finjo que não me lembro, e ofendo-O. Depois, aflito, atrevo-me a perguntar: Senhor, Tu, apesar de tudo… amas-me? E, a resposta, é sempre a mesma: ‘Eu… sou fiel! Amo-te sempre!’. Estes quatro versículos são tão importantes, ou melhor, decisivos que a Liturgia os repete várias vezes no ano. Revelam, pelo menos duas coisas: A primeira é a verdadeira e real importância que Jesus dá ao amor, como que querendo dizer que, sem amor, nada é possível nem sequer segui-Lo; A segunda é o exemplo da humildade do Apóstolo que se entristece porque julga que o Senhor não acredita no que afirma e, para que não restem dúvidas diz-lhe: «tu sabes tudo, sabes bem que Te amo». Mas é, também, como que uma queixa que vem do fundo da alma, como que dizendo que Jesus o estava a “massacrar” com a repetição de uma pergunta para a qual sabia a resposta. Sim, dizemos nós também: ‘Tu sabes tudo sabes que Te amo’, mas, deveríamos acrescentar: ‘Ajuda-me a amar-Te mais e melhor, porque sou uma pobre criatura com desejos maiores que a vontade, com reservas que condicionam a minha entrega’. Eu... atrevo-me a declarar que Te amo mais que qualquer um! Porque, de facto, amo-Te com todo o amor que tenho e, quem dá tudo... e, além do mais, mesmo se o meu amor é pequeno, ao darTe o meu coração TODO, haverá “espaço” para o encheres com o Teu.
         Nos últimos versículos do Evangelho que escreveu, São João identifica-se a si próprio como uma testemunha que viu e ouviu quanto escreveu. O que pessoalmente retenho deste Evangelista é o ênfase que a cada momento põe no amor. O amor de Jesus Cristo pelos homens que veio salvar e redimir e, não se atém com falsa modéstia, que ele próprio foi objecto de um amor muito especial do Senhor. Gosto de chamar a São João o Apóstolo do Amor, amor verdadeiro, sadio, sem condições. Ah! Amar assim, como João amou Jesus e Jesus o amou a ele é, seguramente, o maior bem a que se poderá aspirar. Termina o evangelho escrito por São João quando termina também o tempo pascal. A tradição diz que, nos últimos anos da sua longa vida, repetia sem cessar: “Filhinhos: Amai-vos uns aos outros, se vos amardes só isso basta”. Dá-nos que pensar se, de facto, amamos os outros como o Senhor – Deus – nos ama a nós e, embora pareça impossível, dada a infinita distância e “categoria” do Amor de Deus do amor humano, mas o Espírito Santo dar-nos-á o que faltar para o conseguirmos. E, o amor, que não pode ter medida, tudo vence, tudo conquista sobretudo a vida eterna a que aspiramos.

Que eu não volte a voar pegado à terra


– Meu Senhor Jesus: faz com que sinta, que secunde de tal modo a tua graça, que esvazie o meu coração..., para que o enchas Tu, meu Amigo, meu Irmão, meu Rei, meu Deus, meu Amor! (Forja, 913)


Vejo-me como um pobre passarinho que, acostumado a voar apenas de árvore em árvore ou, quando muito, até à varanda de um terceiro andar..., um dia, na sua vida, meteu-se em brios para chegar até ao telhado de certa casa modesta, que não era propriamente um arranha-céus...
Mas eis que o nosso pássaro é arrebatado por uma águia – que o julgou erradamente uma cria da sua raça – e, entre as suas garras poderosas, o passarinho sobe, sobe muito alto, por cima das montanhas da terra e dos cumes nevados, por cima das nuvens brancas e azuis e cor-de-rosa, mais acima ainda, até olhar o sol de frente... E então a águia, soltando o passarinho, diz-lhe: anda, voa!...
– Senhor, que eu não volte a voar pegado à terra, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol – Cristo – na Eucaristia, que o meu voo não se interrompa até encontrar o descanso do teu Coração! (Forja, 39)


Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã


Oração mental 4

Como exemplo de temas podemos optar, por exemplo, pelas Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade.

É sugerido que quinze minutos diários, são um tempo ajustado a este tipo de oração o que, evidentemente, não chega para a “dimensão” tema.

Não nos preocupemos. O Espírito Santo nos encaminhará tranquilamente por onde devemos ir.

(AMA, 16.10.2019)

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?