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08/06/2020

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LEITURA ESPIRITUAL


São João

Cap. XVIII



1 Tendo dito estas coisas, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, e ali entrou com os seus discípulos. 2 Judas, aquele que o ia entregar, conhecia bem o sítio, porque Jesus se reunia ali frequentemente com os discípulos. 3 Judas, então, guiando o destacamento romano e os guardas ao serviço dos sumos sacerdotes e dos fariseus, munidos de lanternas, archotes e armas, entrou lá. 4 Jesus, sabendo tudo o que lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «Quem buscais?» 5 Responderam-lhe: «Jesus, o Nazareno.» Disse-lhes Ele: «Sou Eu!» E Judas, aquele que o ia entregar, também estava junto deles. 6 Logo que Jesus lhes disse: ‘Sou Eu!’, recuaram e caíram por terra. 7 E perguntou-lhes segunda vez: «Quem buscais?» Disseram-lhe: «Jesus, o Nazareno!» 8 Jesus replicou-lhes: «Já vos disse que sou Eu. Se é a mim que buscais, então deixai estes ir embora.» 9 Assim se cumpria o que dissera antes: ‘Dos que me deste, não perdi nenhum.’ 10 Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. 11 Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a espada na bainha. Não hei-de beber o cálice de amargura que o Pai me ofereceu?» 12 Então, o destacamento, o comandante e os guardas das autoridades judaicas prenderam Jesus e manietaram-no. 13 E levaram-no primeiro a Anás, porque era sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. 14 Caifás era quem tinha dado aos judeus este conselho: ‘Convém que morra um só homem pelo povo’. 15 Entretanto, Simão Pedro e outro discípulo foram seguindo Jesus. Esse outro discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e pôde entrar no seu palácio ao mesmo tempo que Jesus. 16 Mas Pedro ficou à porta, de fora. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou com a porteira e levou Pedro para dentro. 17 Disse-lhe a porteira: «Tu não és um dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.» 18 Lá dentro estavam os servos e os guardas, de pé, aquecendo-se à volta de um braseiro que tinham acendido, porque fazia frio. Pedro ficou no meio deles, aquecendo-se também. 19 Então, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. 20 Jesus respondeu-lhe: «Eu tenho falado abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo. 21 Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que Eu lhes disse. Eles bem sabem do que Eu lhes falei.» 22 Quando Jesus disse isto, um dos guardas ali presente deu-lhe uma bofetada, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?» 23 Jesus replicou: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem, porque me bates?» 24 Então, Anás mandou-o manietado ao Sumo Sacerdote Caifás. 25 Entretanto, Simão Pedro estava de pé a aquecer-se. Disseram-lhe, então: «Não és tu também um dos seus discípulos?» Ele negou, dizendo: «Não sou.» 26 Mas um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: «Não te vi eu no horto com Ele?» 27 Pedro negou Jesus de novo; e nesse instante cantou um galo. 28 De Caifás, levaram Jesus à sede do governador romano. Era de manhã cedo e eles não entraram no edifício para não se contaminarem e poderem celebrar a Páscoa. 29 Pilatos veio ter com eles cá fora e perguntou-lhes: «Que acusações apresentais contra este homem?» 30 Responderam-lhe: «Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos.» 31 Retorquiu-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa Lei.» «Não nos é permitido dar a morte a ninguém», disseram-lhe os judeus, 32 em cumprimento do que Jesus tinha dito, quando explicou de que espécie de morte havia de morrer. 33 Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?» 34 Respondeu-lhe Jesus: «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?» 35 Pilatos replicou: «Serei eu, porventura, judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?» 36 Jesus respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto, o meu reino não é de cá.» 37 Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.» 38 Pilatos replicou-lhe: «Que é a verdade?» Dito isto, foi ter de novo com os judeus e disse-lhes: «Não vejo nele nenhum crime. 39 Mas é costume eu libertar-vos um preso na Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?» 40 Eles puseram-se de novo a gritar, dizendo: «Esse não, mas sim Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.


Comentários:

         A Liturgia, muito apropriadamente, celebra a Festa de Cristo Rei porque ouvimos da boca de Jesus Cristo a confirmação dessa realidade. Um Rei é a primeira personalidade de um povo, quem governa, conduz e manda com toda a autoridade esse mesmo povo. Esta é, por assim dizer, a Sua missão, o Seu encargo. «Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.» Explica a razão do Seu nascimento, da Sua vinda ao mundo, assumindo em tudo – menos no pecado – uma personalidade humana. Mas, este Rei, que nos conduz e nos guia, É, ao mesmo tempo, o Rei de quanto existe, do tempo todo: passado, presente e futuro. Somos, quer queiramos quer não, Seus súbditos e, se escutarmos a Sua voz, viveremos na Verdade que é a Salvação Eterna.
         A realeza de Cristo é confirmada pelo Próprio sem qualquer evasiva. Como Se afirma - e É - a Verdade, parece ficar tudo dito de uma vez por todas. Temos, os homens, um Rei de Quem somos, quer queiramos quer não, súbditos. Nessa qualidade, temos umas obrigações e deveres mas, também, prerrogativas. Nestas últimas estará talvez a mais importante: temos Quem nos proteja contra qualquer inimigo. È extraordinário considerar a pertença a este Reino. Sim, é verdade, somos súbditos mas, temos como que um estatuto especial que é bem diferente dos que pertencem aos reinos deste mundo. De facto, somos AMIGOS do Rei! Ele próprio disse  claramente ao dizer que não nos chamava servos mas AMIGOS. Ter um Rei que é nosso AMIGO é um privilégio extraordinário e, ainda mais, quando esse Rei é o REI DOS REIS!
         O único comentário possível, é que devemos ler, ouvir, guardar no nosso coração, este relato da paixão do Senhor. È um relato fidedigno e absolutamente credível porque escrito por quem esteve presente, desde a primeira hora, nos vários passos da Paixão de Nosso Senhor. Não se trata de ”pintar” com cores vivas quanto aconteceu, a brutalidade e sanha com que se encarniçaram contra o Senhor, não se destina a fazer-nos sentir uma tragédia, um colapso, mas, sim conduzir-nos a uma constatação, melhor, a uma reflexão interior que cada ser humano, pode considerar no seu coração: Foi tudo Por minha causa! Para me salvar! Deus Omnipotente poderia ter escolhido outro meio para essa salvação? Seguramente sim! Ele pode tudo! Atrevo-me a pensar que o Senhor quis “escolher”, precisamente, esta forma para que nos demos bem conta da gravidade intrínseca do pecado e de outra realidade: qualquer ofensa só pode ser perdoada pelo ofendido e, o pecado, é uma ofensa a Deus… logo, só Ele o pode perdoar. Ao ensinar-nos o “Pai Nosso”, Cristo deixa isso mesmo bem claro: não pedimos que nos livre do  pecado mas, da tentação; não imploramos o perdão puro e simples mas, com o mesmo perdão que nós próprios usamos para com os que nos ofendem.

Jesus está connosco!


No Santo Sacrifício do altar, o sacerdote pega no Corpo do nosso Deus e no Cálice com o seu Sangue, e levanta-os sobre todas as coisas da terra, dizendo: "Per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso", pelo meu Amor!, com o meu Amor!, no meu Amor! Une-te a esse gesto. Mais ainda: incorpora essa realidade na tua vida. (Forja, 541)


Assim se entra no Canon, com a confiança filial que nos leva a chamar clementíssimo ao nosso Pai Deus. Pedimos-Lhe pela Igreja e por todos os que estão na Igreja, pelo Papa, pela nossa família, pelos nossos amigos e companheiros. E o católico, como tem coração universal, pede por todo o mundo, porque o seu zelo entusiasta nada pode excluir. E para que a petição seja acolhida, recordamos a nossa comunhão com a Santíssima Virgem e com um punhado de homens que foram os primeiros a seguir Cristo e por Ele morreram.
Quam oblationem... Aproxima-se o momento da consagração. Agora, na Santa Missa, é outra vez Cristo que actua, através do sacerdote: Isto é o meu Corpo. Este é o cálice do meu Sangue. Jesus está connosco! Com a transubstanciação, renova-se a infinita loucura divina, ditada pelo Amor. Quando hoje se repete esse momento, que saiba cada um de nós dizer ao Senhor, mesmo sem pronunciar quaisquer palavras, que nada nos poderá afastar d'Ele e que a sua disponibilidade de se deixar ficar – totalmente indefeso – nas aparências, tão frágeis, do pão e do vinho, nos converteu voluntariamente em escravos: praesta meae menti de te vivere et te illi semper dulce sapere, faz com que eu viva de Ti e saboreie sempre a doçura do teu amor.
Mais petições. Nós, homens, estamos quase sempre inclinados a pedir. Desta vez, é pelos nossos irmãos defuntos e por nós mesmos. Por isso, aqui aparecem todas as nossas infidelidades e misérias. O peso da sua carga é muito grande, mas Ele quer levá-lo por nós e connosco. O Canon vai terminar com outra invocação à Santíssima Trindade: per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso.... por Cristo, com Cristo e em Cristo, nosso Amor, a Ti, Deus Pai Todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, Te seja dada toda a honra e glória pelos séculos dos séculos. (Cristo que passa, 90)


Temas para reflectir e meditar


Oração mental 1

A oração mental é uma oração sem palavras?

Isso é impossível!

Sempre são necessárias palavras porque são a nossa forma de nos exprimirmos.

Mas o que é? Em que consiste?

Digamos que é uma oração íntima em que o nosso espírito desenvolve um tema – que escolhemos livremente – sobre o qual dissertamos tentando entrosar-nos com profundidade sobre o mesmo.

(AMA, 16.10.2019)

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?