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Temas para reflectir e meditar

PALAVRA DE DEUS

A palavra de Deus revela-nos um mistério que se revelou na vida da humanidade.

Realizou-se, com efeito, um acontecimento decisivo: o Senhor Jesus, o Cordeiro de Deus, ofereceu-se a Si Mesmo pela salvação do mundo. Desde então, começou uma nova história, e a Igreja de Jesus, com a força do Espírito Santo, é chamada a levar este anúncio da salvação a todos os povos, até aos confins da terra. 

É uma missão exigente, confiada às pessoas humildes dos Apóstolos, dos seus sucessores e colaboradores vindos de todos os povos, ao longo dos séculos, com a promessa que nenhum poder terreno poderá jamais interromper.

(São João Paulo II, Passai um Ano Comigo, Editorial Verbo 1986, pg. 112)

PANDEMIA


PANDEMIA - 15

ESPERANÇA

O amor tudo espera (1 Corintios 13:4-7)

Sim… o AMOR é a esperança confirmada porque deseja, ardentemente, vencer todos os obstáculos e barreiras, chegar a todos e receber de todos.

Esta é, sem dúvida, uma extraordinária característica da bondade do amor.

O AMOR É:
ENTREGA – DOAÇÃO – RESPEITO – PRUDÊNCIA – UNIVERSAL -TOTAL – SACRIFÍCIO – REFLEXO -  OBEDIÊNCIA – CONFIANÇA – PACIENTE – GENUÍNO – HUMANO – CONSAGRAÇÃO - ALEGRIA – PACIENTE - ESPERANÇA

Com estes predicados o AMOR não será a solução?


(AMA, 2020)

Fazer da sua vida diária um testemunho de Fé


Muitas realidades materiais, técnicas, económicas, sociais, políticas, culturais..., abandonadas a si mesmas, ou nas mãos de quem carece da luz da nossa fé, convertem-se em obstáculos formidáveis à vida sobrenatural: formam como que um couto cerrado e hostil à Igreja. Tu, por seres cristão – investigador, literato, cientista, político, trabalhador... –, tens o dever de santificar essas realidades. Lembra-te de que o universo inteiro – escreve o Apóstolo – está a gemer como que em dores de parto, esperando a libertação dos filhos de Deus. (Sulco, 311)

Já falámos muito deste tema noutras ocasiões, mas permiti-me insistir de novo na naturalidade e na simplicidade da vida de S. José, que não se distinguia da dos seus vizinhos nem levantava barreiras desnecessárias.
Por isso, ainda que possa ser conveniente nalguns momentos ou em algumas situações, habitualmente não gosto de falar de operários católicos, de engenheiros católicos, de médicos católicos, etc., como se se tratasse de uma espécie dentro dum género, como se os católicos formassem um grupinho separado dos outros, dando assim a sensação de que existe um fosso entre os cristãos e o resto da humanidade. Respeito a opinião oposta, mas penso que é muito mais correcto falar de operários que são católicos, ou de católicos que são operários; de engenheiros que são católicos ou de católicos que são engenheiros. Porque o homem que tem fé e exerce uma profissão intelectual, técnica ou manual, está e sente-se unido aos outros, igual aos outros, com os mesmos direitos e obrigações, com o mesmo desejo de melhorar, com o mesmo empenho de se enfrentar com os problemas comuns e de lhes encontrar a solução.
O católico, assumindo tudo isto, saberá fazer da sua vida diária um testemunho de Fé, de Esperança e de Caridade; testemunho simples, normal, sem necessidade de manifestações aparatosas, pondo de manifesto – com a coerência da sua vida – a presença constante da Igreja no mundo, visto que todos os católicos são, eles mesmos, Igreja, pois são membros, com pleno direito, do único Povo de Deus. (Cristo que passa, 53)

LEITURA ESPIRITUAL

COMENTANDO OS EVANGELHOS

São Mateus

Cap. XVII


1 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e levou-os, só a eles, a um alto monte. 2 Transfigurou-se diante deles: o seu rosto resplandeceu como o Sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. 3 Nisto, apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. 4 Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus: «Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» 5 Ainda ele estava a falar, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra, e uma voz dizia da nuvem: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o.» 6 Ao ouvirem isto, os discípulos caíram com a face por terra, muito assustados. 7 Aproximando-se deles, Jesus tocou-lhes, dizendo: «Levantai-vos e não tenhais medo.» 8 Erguendo os olhos, os discípulos apenas viram Jesus e mais ninguém. 9 Enquanto desciam do monte, Jesus ordenou-lhes: «Não conteis a ninguém o que acabastes de ver, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.» 10 Os discípulos fizeram a Jesus esta pergunta: «Então, porque é que os doutores da Lei dizem que Elias há-de vir primeiro?» 11 Ele respondeu: «Sim, Elias há-de vir e restabelecerá todas as coisas. 12 Eu, porém, digo-vos: Elias já veio, e não o reconheceram; trataram-no como quiseram. Também assim hão-de fazer sofrer o Filho do Homem.» 13 Então, os discípulos compreenderam que se referia a João Baptista. 14 Quando eles chegaram perto da multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se a seus pés e 15 disse-lhe: «Senhor, tem piedade do meu filho. Ele tem ataques e está muito mal. Cai frequentemente no fogo e muitas vezes na água. 16 Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo.» 17 Disse Jesus: «Geração descrente e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.» 18 Jesus falou severamente ao demónio, e este saiu do jovem que, a partir desse momento, ficou curado. 19 Então, os discípulos aproximaram- se de Jesus e perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não fomos capazes de expulsá-lo?» 20 Disse-lhes Ele: «Pela vossa pouca fé. Em verdade vos digo: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de mudar-se; e nada vos será impossível. 21 Esta espécie de demónios não se expulsa senão à força de oração e de jejum.» 22 Estando reunidos na Galileia, Jesus disse-lhes: «O Filho do Homem tem de ser entregue nas mãos dos homens, 23 que o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará.» E eles ficaram profundamente consternados. 24 Entrando em Cafarnaúm, aproximaram-se de Pedro os cobradores do imposto do templo e disseram-lhe: «O vosso Mestre não paga o imposto?» 25 Ele respondeu: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus antecipou-se, dizendo: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» 26 E como ele respondesse: «Dos estranhos», Jesus disse-lhe: «Então, os filhos estão isentos. 27 No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter. Toma-o e dá-lho por mim e por ti.»


Comentários:

1-9-
Este episódio da Transfiguração de Jesus Cristo, podemos interpretá-lo como uma “benesse” aos três Apóstolos pedras angulares a Igreja que iria fundar. Esta “visão” como o próprio Senhor lhe chama deve ter sido de tal forma “esmagadora” que o próprio evangelista relata que «os discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito». Naturalmente que, a partir deste momento passaram a ver a Pessoa de Cristo com outros olhos e, seguramente, a prestarem muito mais atenção às Suas palavras e às Suas obras. De certa forma, podemos dizer que o Senhor lhes antecipou a visão beatífica que os esperaria no Reino de Deus, na Vida Eterna.
Vultum tuum requiram, é a minha ambição e desejo, quando quiseres, como quiseres! Será sem dúvida a aspiração de qualquer cristão: ter a dita de contemplar a Face do Senhor tal qual é. O inefável prémio - que só encontra justificação no Teu Amor pelos homens - será de tal forma grandioso e extraordinário que nem conseguimos fazer uma pálida ideia. Por isso só, valerá a pena toda a luta, todo o esforço, o começar e recomeçar com perseverança constante.

10-13 -
O tema deste trecho de São Mateus repete-se noutros evangelistas e, seguramente, tal acontece pela importância da figura e da missão de João Baptista. Pelo seu exemplo, a sua conduta, a forma de se apresentar em público, o Percursor arrastou multidões e tinha numerosos seguidores atraídos por uma mensagem absolutamente nova. O apelo à conversão e revisão de vida, o Baptismo para remissão dos pecados são o prelúdio absolutamente necessário para receber Aquele que está para chegar. A sua humilíssima figura de homem austero e de vida frugal tem tudo menos a de um “pregador” de palavra inflamada e gestos grandiloquentes. Considera-se indigno de desatar as correias das sandálias ao Salvador, ou seja, indigno de um trabalho reservado aos escravos e, no entanto, a sua palavra tem tal autoridade e convicção que arrasta e atrai muitos que procuram uma vida nova, um rumo diferente, uma esperança renascida. Jesus Cristo, irá, assim, encontrar muitas almas predispostas a ouvir a Sua doutrina e a segui-lo no Seu caminho.
Para os doutores e escribas Elias era um profeta de referência destacada no Antigo Testamento. Toda a sua vida e actos extraordinários marcaram uma vida excepcional de um homem de quem Deus de serviu para comunicar com o Seu povo. O facto de ter sido arrebatado ao Céu num carro de fogo mais adensa essa crença do seu regresso à terra antes do Messias exactamente para O indicar ao povo. Por isso mesmo, Jesus Cristo refere que Elias já teria vindo na pessoa da João Baptista cuja missão era precisamente essa: Preparar a vinda do Salvador da Humanidade.

14-20-
A exclamação de Jesus é como que um grito da Sua alma dorida pela falta de fé mesmo daqueles que O seguem mais de perto. E explica no versículo 20 o que é a verdadeira Fé. A que move montanhas! Como se chega a “esta fé”, perguntamo-nos inquietos porque bem sabemos como, a que temos, é imperfeita. Pedindo, perseverantemente, que o Senhor nos aumente, consolide a fé, para podermos compreender, em primeiro lugar e, depois para podermos fazer tudo – sempre em Seu Nome – o que for necessário fazer para bem das almas e glória de Deus.
Jesus Cristo deseja, quer que nós tenhamos fé. Não diz uma fé inamovível, firme como rocha, capaz de arrostar contra todas as dúvidas e erros. Não! Basta ter uma fé do tamanho de um “grão de mostarda”, aparentemente pequena e insignificante mas, como sabemos, capaz de produzir uma árvore de grandes proporções sob cujos ramos muitos de poderão acolher. Evidentemente que, na nossa oração diária, é conveniente dizermos: ‘Senhor, eu creio mas aumenta a minha fé’ Porquê? Porque, evidentemente, quanto maior for a nossa fé, mais robusta e eficaz se torna e, sobretudo, mais fácil de conservar.

22-27 -
Façamos umas contas: Didracma = a mais ou menos 7, 2 grms de prata, ou seja, um pouco menos do salário de um dia de trabalho que seria igual a 4 grm de prata; Estáter = 14, 4 grms de prata = a mais ou menos o salário de um dia e meio de trabalho. Ou seja, o Senhor não possui, sequer, o correspondente a dia e meio de salário! Mas, nem por isso deixa de assistir ao Seu amigo Pedro que, obviamente, também não possui essa pequena quantia. A resposta de Pedro à Sua pergunta declara-o isento do imposto, mas, não obstante, deseja pagar o que supostamente deve. Compreende-se que Jesus nos dá uma razão para o fazer: se não O reconhecem como Filho de Deus não quer causar escândalo eximindo-se ao imposto, mas, fá-lo de forma que demonstra de forma claríssima a Sua Divindade, o Seu Poder.

Ler esta passagem do Evangelho com “olhos estreitos” pode levar-nos a considerar que, pagar os impostos assim é fácil… Mas, o cristão, não tem os “olhos estreitos”, antes procura nos detalhes quanto basta para o esclarecer sobre as intenções e os motivos das acções de Jesus. Fica dito que em primeiro lugar, observa a Lei escrupulosamente, sendo Filho de Deus está isento de pagar o imposto e o mesmo em relação a Pedro. Depois fica bem claro a total ausência de bens pessoais tanto de um como de outro, mesmo os de escassa importância como seria um estáter. Logo, para evitar escândalo é necessário um milagre. Mas, o dinheiro não surge do nada, é preciso algum trabalho e cooperação – neste caso Pedro tem de ir pescar – a sua profissão – e assim fica claro que um milagre não é um “passe de magia” mas algo dependente da Absoluta Vontade de Deus.


(AMA, 2018)