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01/04/2020

LEITURA ESPIRITUAL


  • COMENTANDO OS EVANGELHOS


SÃO MATEUS


Cap I

1 Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão: 2 Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacob; Jacob gerou Judá e seus irmãos; 3 Judá gerou, de Tamar, Peres e Zera; Peres gerou Hesron; Hesron gerou Rame; 4 Rame gerou Aminadab; Aminadab gerou Nachon; Nachon gerou Salmon; 5 Salmon gerou, de Raab, Booz; Booz gerou, de Rute, Obed; Obed gerou Jessé; 6 Jessé gerou o rei David. David, da mulher de Urias, gerou Salomão; 7 Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8 Asa gerou Josafat; Josafat gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; 9 Uzias gerou Jotam; Jotam gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias; 11 Josias gerou Jeconias e seus irmãos, na época da deportação para Babilónia. 12 Depois da deportação para Babilónia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13 Zorobabel gerou Abiud. Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azur; 14 Azur gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15 Eliud gerou Eleázar; Eleázar gerou Matan; Matan gerou Jacob. 16Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo. 17 Assim, o número total das gerações é, desde Abraão até David, catorze; de David até ao exílio da Babilónia, catorze; e, desde o exílio da Babilónia até Cristo, catorze. 18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo. 19 José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente. 20 Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.» 22 Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco. 24 Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa. 25 E, sem que antes a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.

Comentários:

Talvez seja escusado, podemos pensar, ler esta descrição pormenorizada da genealogia de Jesus Cristo. Basta-nos saber - e acreditar firmemente - que, Ele, é o Filho de Deus feito homem gerado por obra e graça do Espírito Santo no seio puríssimo da Virgem Maria. Não! 
O Evangelho foi escrito para ser lido e meditado e nada do que nele consta é dispensável.
De facto, conhecemos o Evangelho e podemos citar de cor muitas das suas passagens, mas o que temos de considerar é que, ler e meditar as páginas do Evangelho - todas - é fazer oração e, nesta, não se omite ou "salta" o que já sabemos ou é repetitivo.
A devoção a São José está muito arreigada nos cristãos.
Santa Teresa de Jesus recorria a ele com confiança ilimitada e dizia que "não havia santo melhor colocado que ele para alcançar graças do Céu", o que, na verdade, parece muito lógico pois, como poderá o Senhor não atender um pedido feito pelo Seu Pai Adoptivo que O trouxe nos braços, o protegeu e guiou na Sua infância, era o chefe da Sagrada Família na terra?
O Santo Patriarca, modelo de descrição e humildade, serve-nos de exemplo de como cumprir a Vontade de Deus, arrostrando e ultrapassando as inúmeras dificuldades da vida corrente que sempre surgem no nosso caminhar para Cristo.
Os Santos Anjos desempenham tarefas de suma importância ao serviço de Deus.
Entre muitas outras o Senhor usa-os para transmitir aos homens assuntos de suma importância como neste caso, com São José.
Sem pretender especular pode perceber-se que não conhecendo Deus, quer dizer, como é Deus, seria difícil a qualquer um aceitar uma mensagem dada directamente, mas, um Anjo tem uma identidade que o ser humano reconhece quase imediatamente. Depois, pelo teor da mensagem, melhor se convence que quem lhe fala ou inspira o faz por expressa ordem recebida directamente de Deus.
São José, pode dizer-se, é o que pode chamar “um homem bom”. O insólito da situação da inesperada gravidez de Maria não altera o seu comportamento e respeito para com a prometida esposa. Evidentemente que conheceria bem aquela que lhe estava prometida e embora desconhecendo as razões ou motivos não quis de modo nenhum prejudicar o seu bom nome.
Com serenidade resolve que o que acha que deve ser feito, será com descrição e recato.
O anúncio do Anjo vem modificar tudo e quase que podemos sentir a alegria que o Patriarca terá sentido quando fica inteirado dos planos de Deus. A sua discrição e confiança são tais que nem faz perguntas nem se interroga sobre um futuro que, adivinha, não será fácil.
Aceita, acredita, cumpre o que lhe compete. O que for preciso o Senhor providenciará.
Os Evangelistas fazem constar na história a Sagrada Família, alguns factos e acontecimentos que terão considerado como de muita importância para os que, ao longo dos tempos terão referências importantes para considerar e meditar.
Esta, descrita por São Mateus, é uma dessas.
A confiança e respeito que devemos a todos e, principalmente aqueles que, por qualquer motivo, nos são mais próximos.
Esta confiança e respeito são de extraordinária importância, não só para não consentir juízos precipitados – baseados apenas nas aparências – mas, e sobretudo, para evitar decisões que podem ser irreversíveis.
São esses sentimentos de confiança e respeito que nos merece e que devemos sentir pela sua pessoa, que nos devem guiar, com paciência e cuidada ponderação, naquilo que nos possa parecer estranho ou incompreensível. Há, apenas, uma atitude correcta a tomar: pedir ao Espírito Santo que nos dê os Seus Dons de Sabedoria e Entendimento para tomarmos a decisão conveniente e correcta.
Sabe-se que o povo israelita guardava com exemplar cuidado as genealogias das diferentes famílias.
A esperança na vinda do Messias anunciado a isso os levava para, de certo modo, poderem “conferir” da veracidade de quem se intitulasse ou pretendesse ser tomado como o Prometido. Além do mais, seria uma honra extraordinária para qualquer família que, no seu seio, aparecesse o que viria salvar Israel dos seus inimigos e conduzir o povo à glória e fausto que o poder e a riqueza trazem consigo. Assim “estereotipado” como mais convinha aos chefes do povo, esse Messias seria o grande, imbatível e invencível Rei de Israel.
Nunca leram – com “olhos de ler”, nem ouviram com “ouvidos de ouvir” quanto os profetas foram, ao longo dos séculos dizendo sobre o Messias e o Seu verdadeiro objectivo que seria conduzir o povo ao reencontro com Deus, Deu misericordioso e compassivo e não o Deus justiceiro e terrível na ira que os chefes apregoavam de tal forma, que nem o nome de Deus de podia pronunciar.
Compreende-se a intenção do Evangelista ao escrever estas linhas sobre São José: «José, filho de David...» O Messias deveria, segundo as Escrituras, ser descendente de David e, assim, como perante o povo José era o Seu Pai, ficava bem claro esta descendência. Mais se sublinha a falta de critério dos chefes do povo que não se preocuparam em saber de onde e quais as origens daquele que combatiam e difamavam.
Daqui tiramos, forçosamente, a lição que devemos usar um são critério e, sobretudo, agir com honestidade intelectual, mas, de facto, é preferível não fazermos nem juízos nem estabelecer questões se não estamos dispostos a apurar a verdade a estudar até onde for preciso o que se apresenta como extraordinário.
O Evangelista descreve com minúcia a Natividade da Santíssima Virgem que hoje come-moramos. É um texto fundamental para consolidação da nossa fé. O mistério que rodeia o acontecimento maior da história da humanidade, ou seja, quando verdadeiramente começam a cumprir-se os desígnios de Deus respeitantes à salvação da humanidade, fica como que “garantido” pela própria Escritura.
Não falta absolutamente nada nem sequer os momentos de dúvida do Santo Patriarca.
A intervenção do Anjo é decisiva e fundamental para que os planos de Deus se cumpram exactamente.
E o Evangelista termina dizendo com toda a simplicidade: «Ela deu à luz um filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.»
A grandiosidade de Deus Nosso Senhor, Omnipotente tem esta característica: a simplicidade.
Daqui que a nossa identificação com Ele seja mais acessível, mais fácil e, sobretudo, mais verdadeira, porque nada há mais simples que a VERDADE

(AMA, 2018)

Orações: Graças


Graças

Tenho tanto que agradecer que me perco como um pateta.
Procuro belas palavras em vez de abrir o coração de par em par e entregar-to assim para que vejas como vibra.
Os meus filhos que se desdobram em atenções e cuidados, os meus netos que me enchem a alma de ternura e tanta gente que se preocupa comigo, reza por mim, me telefona, me convida, enfim... que posso dizer mais.
A verdade é que nada me falta, tenho quanto preciso inclusive paz económica.
Merecimento, sei, que não tenho absolutamente nenhum e que tudo devo à bondade do Senhor para com este pobre homem.
Minha Mãe Imaculada ajuda-me a ser agradecido!

(AMA, orações Pessoais)

PANDEMIA

PANDEMIA - 7

TOTAL

Se o nosso AMOR é – deve ser – um reflexo do AMOR DE DEUS, e, por isso mesmo, o nosso AMOR tem de ser TOTAL.

«Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus. (Jo 3, 16-18).

Assim, além de TOTAL o AMOR DE DEUS é, também, SACRIFÍCIO.


O AMOR É:
ENTREGA – DOAÇÃO – RESPEITO – PRUDÊNCIA – UNIVERSAL -TOTAL – SACRIFÍCIO -

Com estes predicados o AMOR não será a soluçaão para a PANDEMIA?

(AMA, 2020)

É preciso que sejas homem de vida interior

É preciso que sejas "homem de Deus", homem de vida interior, homem de oração e de sacrifício. - O teu apostolado deve ser uma superabundância da tua vida "para dentro". (Caminho, 961)

Vida interior. Santidade nas tarefas usuais, santidade nas coisas pequenas, santidade no trabalho profissional, nas canseiras de todos os dias...; santidade para santificar os outros. Numa certa ocasião, um meu conhecido - nunca hei-de chegar a conhecê-lo bem - sonhava que ia a voar num avião a uma grande altura, mas não dentro da cabine; ia montado nas asas. Coitado do desgraçado: como sofria e se angustiava! Parecia que Nosso Senhor lhe dava a conhecer que assim andam pelas alturas - inseguras, inquietas - as almas apostólicas que não têm vida interior ou que a descuidam: com o perigo constante de caírem, sofrendo, incertas.

E penso, efectivamente, que correm um sério risco de se extraviarem os que se lançam à acção - ao activismo - prescindindo da oração, do sacrifício e dos meios indispensáveis para conseguir uma piedade sólida: a frequência dos Sacramentos, a meditação, o exame de consciência, a leitura espiritual, a convivência assídua com a Virgem Santíssima e com os Anjos da Guarda... Tudo isto contribui, além disso, com uma eficácia insubstituível, para que o caminho do cristão seja tão agradável, porque da sua riqueza interior jorram a doçura e a felicidade de Deus como o mel do favo.

Na intimidade pessoal, na conduta externa, no convívio com os outros, no trabalho, cada um há-de procurar manter-se numa contínua presença de Deus, com uma conversa - um diálogo - que não se manifesta exteriormente. Melhor dito, não se exprime normalmente com ruído de palavras, mas há-de notar-se pelo empenho e pela diligência amorosa com que acabamos bem as tarefas, tanto as importantes como as insignificantes. Se não procedêssemos com essa constância, seríamos pouco coerentes com a nossa condição de filhos de Deus, pois teríamos desperdiçado os recursos que Nosso Senhor colocou providencialmente ao nosso alcance, para chegarmos ao estado de homem perfeito, à medida da idade perfeita segundo Cristo. (Amigos de Deus, 18-19).

Temas para reflectir e meditar

Salvação

Senhor, graças por teres vindo. Terias podido salvar-nos sem vir. Bastava, definitivamente, que tivesses querido salvar-nos. Não se vê que a Encarnação fosse necessária.
Quiseste situar entre nós o exemplo completo de toda a perfeição (…). Graças, Mestre, por teres vindo, por estares no meio de nós, homem entre os homens, o Homem entre os homens, como uma mais (…). E, todavia, o Homem que tudo atrai a Si, porque desde que veio não existe outra perfeição.
Dou-te graças por teres vindo e porque eu posso ver-te e a alimentar a minha vida em Ti.

(J. LeclerqTreinta meditaciones sobre la vida Cristiana, Desclée de Brouwer, Bilbau, 1958, p. 50-51, trad ama)