Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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17/03/2020
Deus está aqui
Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário...Porém, mais humilhação e mais aniquilamento na Hóstia Santíssima: mais que no estábulo, e que em Nazaré e que na Cruz. Por isso, que obrigação tenho de amar a Missa! (A «nossa» Missa, Jesus...). (Caminho, 533)
Por vezes, talvez nos perguntemos como será possível corresponder a tanto amor de Deus e até desejaríamos, para o conseguir, que nos pusessem com toda a clareza diante dos nossos olhos um programa de vida cristã. A solução é fácil e está ao alcance de todos os fiéis: participar amorosamente na Santa Missa, aprender a conviver e a ganhar intimidade com Deus na Missa, porque neste Sacrifício se encerra tudo aquilo que o Senhor quer de nós.
Permiti que aqui vos recorde o desenrolar das cerimónias litúrgicas, que já observámos em tantas e tantas ocasiões. Seguindo-as passo a passo é muito possível que o Senhor nos faça descobrir em que pontos devemos melhorar, que defeitos precisamos de extirpar e como há-de ser o nosso convívio, íntimo e fraterno, com todos os homens.
O sacerdote dirige-se para o altar de Deus, do Deus que alegra a nossa juventude. A Santa Missa inicia-se com um cântico de alegria, porque Deus está presente. É esta alegria que, juntamente com o reconhecimento e o amor, se manifesta no beijo que se dá na mesa do altar, símbolo de Cristo e memória dos santos, um espaço pequeno e santificado, porque nesta ara se confecciona o Sacramento de eficácia infinita. (Cristo que passa, 88)
Evangelho e comentário
TEMPO DE QUARESMA
Evangelho: Mt 18, 21-35
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’. Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque me pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».
Comentário:
Segundo Jesus Cristo o Pai celeste é, sem qualquer dúvida, misericordioso e está sempre disposto a perdoar mesmo que o erro seja enorme, colossal, como a dívida de dez mil talentos, cerca de meia tonelada de prata!
Mas, a Sua misericórdia não impede, nem poderia, dada a Sua Perfeição absoluta, a Sua Justiça.
Não se pode, pois, esperar, que o Senhor use de misericórdia para connosco quando além de não sermos misericordiosos para com os outros ainda por cima somos injustos.
(AMA, comentário sobre Mt 18, 21-35, 21.06.2017)
VIA-SACRA
VIA-SACRA
JESUS
É DESCIDO DA CRUZ E ENTREGUE A SUA MÃE
Nós Vos adoramos e
bendizemos oh Jesus! Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.
O
teu rosto é uma máscara de dor e compunção; o teu Filho, o teu Jesus, jaz nos
teus braços, inerte, sujo, lívido... morto!
Tu
sabes que Ele morreu porque quis, cumprindo os planos divinos de salvação da
humanidade.
«Uma espada te há-de
trespassar a tua própria alma...». (Lc 2, 35)
Nunca
imaginaras que fosse necessária toda a tragédia do julgamento, a flagelação, a
coroa de espinhos, a caminhada incrível de sofrimento e dor.
As lágrimas escorrem da tua
face adorada sobre o rosto lívido do Teu Filho morto e tu sabes que nada podes
fazer, nada te compete fazer. Foste incumbida da sublime missão de O trazer ao
mundo, dando-lhe forma humana no teu seio, Carne da tua carne, Sangue do teu
sangue.
Por
isso, é também o teu sangue que empapa aquele monte Calvário.
Virgem
das Dores, deixa-me partilhar a tua mágoa e chorar contigo a morte do nosso
Jesus.
Tu sabes que Ele morreu por
mim, para me salvar, deixa-me, portanto, ocupar o meu lugar de filho teu, em
que, Ele, na Sua agonia, teve a magnanimidade de me tornar: «Mulher, eis aí
o teu filho»! (Jo 19, 27)
Sou
eu, Senhora, um deles, dessa legião imensa de filhos teus, em que a bondade do
Senhor nos converteu.
Deixa-me
que contigo amortalhe o meu Jesus, lave as Suas feridas, componha os Seus
cabelos e envolva o Seu Corpo no pano de linho mais puro.
O
meu Senhor tem agora um ar mais digno, mais composto e, tu, minha Mãe, num
último olhar, abre os teus braços e acolhe-me também no teu regaço.
PN, AVM, GLP.
Senhor: Tem piedade de nós.
(AMA, Porto, Quaresma de 1983)
Temas para reflectir e meditar
(J. Tissot, La Vida Interior, Herder, 16ª Ed. Barcelona, 1964, nr. 293, trad ama)
Leitura espiritual
JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR 17
Iniciação à Cristologia
c) Outros mistérios da infância de Jesus
«A apresentação de Jesus no templo (cf. Lc 2,22-39) mostra-o como o Primogénito que pertence ao Senhor (cf. Ex 13,2.12-13). Com Simeão e Ana é toda a expectativa da Israel que vem ao ‘encontro do seu salvador’ (a tradição bizantina chama assim a este acontecimento). Jesus é reconhecido como o Messias tão esperado, ‘luz das nações) e ‘glória de Israel, mas também ‘sinal de contradição’. A espada de dor predita a Maria anuncia outra oblação, perfeita e única, a da Cruz que dará a salvação que Deus preparou ‘ante todos os povos’[1].
«A fuga para o Egipto e a matança dos inocentes (cf. Mt 2,13-18) manifestam a oposição das trevas à luz:
‘Veio a sua casa, e os seus não o receberam’ (Jo1,11). Toda a vida de Cristo estará sob o sinal da perseguição. Os seus partilham-na com Ele (cf. Jo 15,20). O seu regresso do Egipto (cf. Mt 2,15) recorda o Êxodo (cf. Os 11,1) e apresenta Jesus como o libertador definitivo»[2].
3. Mistérios da vida oculta de Jesus em Nazaré
a) A normalidade da vida de Jesus. A sua vida de família e de trabalho, em particular
Jesus partilhou, durante a maior parte da sua vida a condição comum e normal da imensa maioria dos homens.
Por isso, os seus concidadãos o considerarão igual a eles em tudo, como um deles, e estranharão a sabedoria e os milagres que demonstra depois na vida pública (cf. Mc 6,2-3).
Talvez esses anos da vida de Jesus em Nazaré pareçam sem brilho humano, anos de sombra («vida oculta»), ou uma simples preparação para o seu ministério público; mas não é assim:
Jesus estava realizando a nossa redenção mediante o seu amor e obediência presentes em cada uma das suas obras que oferecia por nós ao Pai.
O Verbo eterno redimiu e santificou assim todas as realidades nobres com que está entretecida a vida comum dos homens:
a família, as amizades e relações sociais, o trabalho e o descanso, etc.
E todos esses actos de Cristo em Nazaré são também um ensinamento para nós: «Jesus, nosso Senhor e modelo, crescendo e vivendo como um de nós, revela-nos que a existência humana – a tua -, as ocupações correntes e ordinárias, têm um sentido divino, de eternidade»[3].
A vida de família.
Parte principal da vida de Jesus em Nazaré era a vida de família, que o Evangelho resume em poucas palavras porque era norma, ao mesmo tempo que divina:
«o Menino ia crescendo e fortalecendo-se cheio de sabedoria e a graça de Deus estava n’Ele» (Lc 2,40); e mais adiante acrescenta-se que «veio com eles (com os seus pais) para Nazaré e estava-lhes submetido» (Lc 2,51).
Tal como Jesus santifica a vida familiar e nos redime, a sagrada Família constitui o espelho e modelo de toda a família: mostra-nos a sua entranhável comunicação de amor, a sua simples e austera beleza, o seu carácter sagrado e inviolável, o insubstituível da sua função no plano das pessoas individuais e da vida social.
A vida de trabalho.
Jesus dedicou a maior parte da sua vida ao seu trabalho junto de José, até depois de ter cumprido trinta anos.
De facto, os seus concidadãos conhecem-no por «o artesão» (Mc 6,3).
Esforçava-se por fazer bem esse trabalho, cuidando os detalhes, vivendo-o com espírito de serviço e tratando com amabilidade os vizinhos:
«tudo fez bem» (Mc 7,37).
Nas mãos de Jesus o trabalho converte-se em tarefa divina, em «realidade redimida e redentora: não só é o âmbito em que o homem vive, mas também meio e caminho de santidade, realidade santificável e santificadora»[4].
Por isso, a vida de Jesus em Nazaré foi chamada «o Evangelho do trabalho» já que constitui uma lição da dignidade e do valor do trabalho; um ensinamento para nos unirmos a Deus com essa actividade e, por meio dela, colaborar na salvação do mundo.
b) O episódio do Menino Jesus perdido e achado no Templo
Este acontecimento é o único que «rompe o silêncio dos Evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus.
Jesus deixa entrever nele o mistério da sua consagração total a uma missão derivada da sua filiação divina:
‘Não sabíeis que me devo aos assuntos de meu pai’ (Lc 2,49).
Maria e José ‘não compreenderam’ esta palavra, mas acolheram-na na fé, e Maria ‘conservava cuidadosamente todas as coisas no seu coração’, ao longo de todos os anos em que Jesus permaneceu oculto no silêncio de uma vida normal»[5].
Jesus dá-nos o exemplo da decisão que temos de ter para cumprir a vontade divina ainda que custe sacrifício e ainda que outros não a compreendam.
4. Mistérios da vida pública de Jesus
a) O Baptismo de Jesus no Jordão
João o Baptista proclamava um «baptismo de conversão para o perdão dos pecados» (Lc 3,3), e muitas pessoas acudiam e eram baptizadas.
Jesus também veio e foi baptizado depois de manifestar que queria «cumprir toda a justiça» (Mt 3,15) e levar a cabo o plano de seu Pai para a nossa salvação.
«A esta aceitação responde a voz do Pai que põe toda a sua complacência no seu Filho (cf. Lc 3,22; Is 42,1). E o espírito que Jesus possui em plenitude desde a sua concepção, vem ‘poisar’ sobre Ele (Jo 1,32-33; cf. Is 11,2)»[6].
No baptismo Jesus é manifestado como Filho de Deus e Messias, e a partir de então começa o seu ministério público.
O baptismo é uma «epifania» pública de Jesus ao mesmo tempo que constitui uma revelação da Trindade.
Não é que então Jesus comece a ser Filho de Deus, nem comece a possuir o Espírito Santo, nem comece a ser o Messias, nem é então que toma consciência da sua missão messiânica; mas sim é então que o seu messianismo é manifestado a Israel.
O baptismo constitui o começo do ministério público de Jesus (cf. Act 1,22), e a partir de então o Senhor começa a ensinar abertamente as gentes, confirmando a sua doutrina com milagres, e a reunir um grupo de discípulos.
O baptismo de Jesus é modelo do baptismo cristão.
«No seu baptismo, ‘abriram-se os céus’ (Mt 3,16) que o pecado de Adão tinha fechado; e as águas foram santificadas pela descida de Jesus e do Espírito como prelúdio da nova criação»[7].
Com efeito, o nosso baptismo assemelha-se ao de Jesus, pois quando somos baptizados em nome da Trindade somos feitos filhos de Deus, o Espírito Santo desce sobre nós e abre-nos o acesso ao céu.
b) As tentações do deserto
Imediatamente depois do seu baptismo, Jesus é «impelido pelo Espírito Santo» para o deserto.
Ali permanece em oração e sem comer durante quarenta dias; vive entre os animais e os anjos serviam-no (cf. Mc 1,12-13).
No final deste tempo, Satanás tenta-o três vezes tratando de pôr à prova a sua atitude filial para com Deus. Jesus rejeita estes ataques e o diabo afasta-se d’Ele «até ao tempo determinado» (Lc 4,13).
As tentações de Cristo formam parte da sua vitória sobre o Maligno.
Jesus é o novo Adão que vence onde o primeiro foi derrotado pelo tentador. Jesus vence onde Israel no deserto provocou Deus e sucumbiu (cf. Sal 95/94,10). Cristo é o mais forte que ata e despoja Satanás do seu poder e liberta-nos da sua escravidão (cf. Mc 3,27). A vitória de Cristo sobre o diabo consumar-se-á na cruz, mas começou antes; e essas tentações constituem um momento assinalado em que se manifesta a sua vitória.
As tentações referem-se à natureza do messianismo de Cristo.
As três tentações recapitulam as três tentações de Adão no paraíso e as de Israel no deserto.
Satanás tenta Jesus para que oriente a sua missão para o temporal, par um messianismo terreno; para o bem-estar material, a glória e o poder humanos.
E Cristo responde que a sua missão é servir exclusivamente a Deus e abandonar-se confiadamente nas mãos do Pai, sem procurar a sua utilidade ou ambição humana à margem do plano divino [8].
Cristo dá-nos exemplo de como lutar contra o maligno e vencê-lo, pois Ele «foi provado em tudo igual a nós, excepto no pecado» (Heb 4,15).
Para vencer o mal temos sobretudo de procurar o Reino de Deus e a sua justiça (cf. Mt 6,33) e procurar cumprir a sua vontade; ao mesmo tempo, temos de eliminar o apego aos bens materiais, à soberba e à ambição.
Deste modo não nos prostraremos nunca ante nada terreno e seremos livres.
c) A pregação de Jesus
A actividade de Jesus durante a sua vida pública centra-se na pregação do Reino de Deus (cf. Mt 4,23; 9,35).
«Depois de João ter sido preso, veio Jesus á Galileia pregando a Boa Nova de Deus, e dizendo: O tempo cumpriu-se e o Reino de Deus está perto; convertei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1,14-15).
Este reino consiste em que os homens sejam tornados partícipes da vida e terna e feliz de Deus.
A sua pregação é exequível, simples e clara, e simultaneamente exigente.
Jesus ensina com amor a verdade às almas; por isso, o seu ensinamento é muito concreto e realista em todo o momento.
E está cheio de comparações e exemplos simples e bem conhecidos dos ouvintes que contribuem para tornar claros os seus ensinamentos (cf. Os exemplos da sementeira, as ervas más, as fainas da pesca, a confecção do pão, as festas de bodas, etc.).
Explica frequentemente «o mistério do reino dos céus» por meio de parábolas (cf. Mt 13,10-13); comparações prolongadas que constituem um traço dos seus ensinamentos.
Por meio delas convida para o banquete do reino (cf. Mt 22,1-14), mas também exige que acolhamos as suas palavras com fé e nos decidamos seriamente a segui-las para alcançar o Reino, ainda que haja que dar tudo (cf. Mt 13,44-45).
d) Os milagres de Jesus
Jesus acompanha a sua doutrina com milagres, que a Escritura chama também «sinais» porque são feitos admiráveis e sobre-humanos que fazem referência a outra realidade divina.
Os milagres são sinais do Messias anunciado.
«Ao libertar alguns homens dos males terrenos da fome (cf. Jo 6,5-15), da injustiça, (cf. Lc 19,8), da doença e da morte (cf. Mt 11,5) Jesus realizou uns sinais messiânicos; não obstante, não veio para abolir todos os males daqui de baixo (cf. Lc 12,13.14; Jo 18,36), mas libertar os homens da escravidão mais grave, a do pecado (cf. Jo 8,34,36), que é o obstáculo na sua vocação de filhos de Deus e causa de todas as suas servidões humanas»[9].
Vicente Ferrer Barriendos
(Tradução do castelhano por ama)
[1] CCE, 529.
[2] CCE, 530.
[3] S. JOSEMARÍA ESCRIVÁ, Forja, 688.
[4] S. JOSEMARÍA ESCRIVÁ, Cristo que Passa, n. 47.
[5] CCE, 534.
[6] CCE, 536.
[7] CCE, 536.
[8] Jesus ao longo da sua vida rejeitou outras tentações semelhantes provenientes do seu ambiente (cf. Mt 27,42), e inclusive dos seus discípulos (cf. Mt 16,21-23), contrárias ao plano do Pai e à sua missão redentora.
[9] CCE, 549.
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Aplicação no trabalho.
Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.
Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.
Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
salmo ii