Páginas

14/03/2020

NUNC COEPI publicações

Publicações de hoje: 

        Clicar: 👇

 


http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/

Dar é próprio dos apaixonados

O teu talento, a tua simpatia, as tuas condições... perdem-se; não te deixam aproveitá-las. – Pensas bem nestas palavras de um autor espiritual: "Não se perde o incenso que se oferece a Deus. – Mais se honra o Senhor com o abatimento dos teus talentos do que com o seu uso vão". (Caminho, 684)

E, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra. Detenhamo-nos um pouco para entender este passo do Santo Evangelho. Como é possível que nós, que nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus? Diz a Escritura: toda a dádiva e todo o dom perfeito vem do alto. O homem não consegue descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu conhecesses o dom de Deus... – responde Jesus à mulher samaritana. Jesus Cristo ensinou-nos a esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça, porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas necessidades.
Na economia da salvação, o nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro. Portanto, podia parecer inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise; dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei.
Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós. Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence. Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração. Vedes? Se compartilha, não fica satisfeito: quer tudo para si. Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí – e só daí – advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor. (Cristo que passa, 35)

VIA-SACRA

Resultado de imagem para 1ª via sacra estações
VIA-SACRA
X ESTAÇÃO
JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES

Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus! Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Oh meu Jesus!
Tu, a sublime pureza, ali, exposto em frente da multidão!
Não bastava todo o martírio já sofrido, faltava ainda esta ignomínia!
As feridas reabertas com o arrancar dos vestidos, sangram novamente.
O Teu aspecto é pavoroso, como um destroço humano, Tu, O Homem Perfeito, estás exposto aos olhares impuros dos Teus algozes.
Todo eu tremo com a lembrança dos meus pecados contra a santa pureza, pelas minhas faltas de pudor.
O meu olhar, a minha imaginação, a minha voz, quantas vezes Te ofenderam gravemente com cenas impuras que contemplei, com pensamentos pouco castos que consenti, com palavras pouco limpas que pronunciei.
Quantas vezes, Senhor, me deixei arrastar pela minha pobre carne e me esqueci que o meu corpo é sagrado.
Só pensar que poderei voltar a ofender-te sendo impuro ou pouco casto me atormenta a alma.
Com a certeza que, sempre, em qualquer lugar ou circunstância, Tu, estás presente, me vês, me ouves, hei-de comportar-me de tal forma que possa sempre adorar-te com profunda reverência.
A minha carne é fraca, Senhor, a minha concupiscência é forte e actua quando menos espero.
Ajuda-me a estar sempre vigilante.
Quero ser, Senhor, um homem inteiro, livre de amarras a vícios escondidos ou delírios do pensamento.
Quero ser, um esposo exemplar, respeitador e respeitado, amando profundamente com lhaneza de carácter são.
Quero ser um Pai completo, em quem os filhos vejam um exemplo de temperança e moderação.
Quero, enfim, ser um filho Teu, de amores limpos e sadios, espelho do Amor que me tens.


PN, AVM, GLP.
Senhor: Tem piedade de nós.

(AMA, Porto, Quaresma de 1983)

Evangelho e comentário


TEMPO DE QUARESMA


Evangelho: Lc 15, 1-3 11-32

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Certo homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar- se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a túnica mais bela e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».

Comentário:

Não é possível comentar este evangelho sem nos introduzirmos na cena que descreve o reencontro do Pai com o filho.

Constatamos que o Pai está na expectativa do regresso do seu filho à casa paterna porque o avista quando ainda vem longe e, o amor que vê longe, reconhece-o imediatamente e não pode esperar mais, corre ao seu encontro.

Aí está o Nosso Pai do Céu na expectativa permanente do nosso regresso e, quando se confirma o Seu desejo e se apercebe que queremos regressar, nem ouve o que termos para Lhe dizer, antes se dá pressa em restituir-nos a dignidade que tínhamos perdido.

Voltando a assumir a nossa suprema categoria, como podemos deixar o regresso para mais tarde?

Agora!

Agora é o tempo de voltar!

(ama, comentário sobre Lc 15, 1-3. 11-32, 03.06.2016)


Oración del Papa

“Tú, Salvación del Pueblo Romano, sabes lo que necesitamos y estamos seguros de que proveerás para que, como en Caná de Galilea, pueda regresar la alegría y la fiesta después de este momento de prueba”, reza el Papa Francisco en esta oración.

Además, el Santo Padre recordó la presencia de la Virgen María en nuestras vidas “como signo de salvación y esperanza”. Por ello, instó a encomendarse a la Madre de Jesús, “salud de los enfermos”, y también a la Salus Populi Romani (Salvación del Pueblo Romano), porque sabe “lo que necesitamos y estamos seguros de que proveerás para que, como en Caná de Galilea, pueda regresar la alegría y la fiesta después de este momento de prueba”.

Francisco también se dirige a la Madre del Divino Amor, para que ayude “a conformarnos a la voluntad del Padre y a hacer lo que nos dirá Jesús, que ha tomado sobre sí nuestros sufrimientos. Y ha tomado sobre sí nuestros dolores para llevarnos, a través de la Cruz, al gozo de la Resurrección”.

En estos días de emergencia sanitaria, Francisco, Papa y obispo de Roma, confía “la ciudad, Italia y el mundo a la protección de la Madre de Dios como signo de salvación y esperanza”.

Tal y como informa el Vaticano, el Santo Padre participó espiritualmente a través de esta oración, con la cual se inició la celebración Eucarística, de la Jornada de oración y ayuno promovida por la diócesis de Roma. Oración a la Virgen del Divino Amor, al pie de la cual en 1944 Pío XII y los romanos imploraron la salvación de Roma durante la retirada de las tropas nazis. Después de 75 años otra emergencia, invisible e igualmente amenazante, llevó al Papa a dirigirse a la Madre Dios compartiendo los sentimientos del Cardenal Vicario de Roma.

Esta es la oración que el Papa ha rezado y que anima a todos a rezar en esta situación:

Oh María,

Tú resplandeces siempre en nuestro camino como signo de salvación y esperanza. Nosotros nos encomendamos a Ti, salud de los enfermos, que ante la Cruz fuiste asociada al dolor de Jesús manteniendo firme tu fe.

Tú, Salvación del Pueblo Romano, sabes lo que necesitamos y estamos seguros de que proveerás para que, como en Caná de Galilea, pueda regresar la alegría y la fiesta después de este momento de prueba.

Ayúdanos, Madre del Divino Amor, a conformarnos a la voluntad del Padre y a hacer lo que nos dirá Jesús, que ha tomado sobre sí nuestros sufrimientos. Y ha tomado sobre sí nuestros dolores para llevarnos, a través de la Cruz, al gozo de la Resurrección. Amén.

Bajo tu protección, buscamos refugio, Santa Madre de Dios. No desprecies las súplicas de los que estamos en la prueba y líbranos de todo peligro, ¡oh Virgen gloriosa y bendita!

Leitura espiritual


JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR 14

Iniciação à Cristologia


SEGUNDA PARTE

A OBRA REDENTORA DE JESUS CRISTO




Capítulo VII

JESUS CRISTO, MEDIADOR DA NOVA ALIANÇA E CABEÇA DO GÉNERO HUMANO

Deus decidiu restabelecer a comunhão de vida com os homens, rompida pelo pecado, mediante a Encarnação do seu Filho. Assim, pois, a salvação realiza-se «por meio de» a obra de Cristo homem: a acção de Jesus Cristo é uma mediação e Ele é o Mediador. Por isso as orações litúrgicas, que habitualmente se dirigem ao Pai, se acabam com a fórmula «Per Dominum Nostrum Iesum Christum...» («Por Nosso Senhor Jesus Cristo...»).

E Jesus, em toda a sua obra mediadora, actua como Cabeça do género humano: isto é o que explica que as suas acções sirvam para a nossa salvação. Vejamos estes pontos.

1. Jesus Cristo. Mediador da Nova Aliança entre Deus e os homens

a) Jesus Cristo é o Mediador da nova e eterna Aliança entre Deus e os homens.

O nome de mediador.

Mediador é nome de ofício, e aplica-se a quem faz de meio entre os que estão separados para reconciliá-los, ou uni-los de alguma forma.



A Sagrada Escritura dá o título de mediadores aos Patriarcas, a Moisés (cf. Dt 5,5) e a outros enviados por Deus para instituir a aliança entre Ele e o seu povo, ou para a manter viva, ou refazê-la quando tenha sido rompida. Na economia divina, que é a da condescendência e da auto-comunicação de Deus aos homens, os mediadores não são primariamente representantes do povo ante o Senhor, mas sim representantes de Deus, que se serve de alguns homens os quais elegeu como instrumentos e lhes conferiu dons e autoridade especiais sobre os outros. A aliança e a salvação vêm do alto, de cima; não é obra humana.

Jesus Cristo, Mediador entre Deus e os homens.

O Novo Testamento aplica o título de Mediador a Cristo, enviado por seu Pai para reconciliar o mundo consigo e estabelecer uma Aliança entre Deus e a humanidade que estava separada da intimidade divina pelo pecado. «Um só é Deus um só é também o mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se entregou a sua mesmo em redenção de todos» (1 Tim 2,5-6)[1].

A Sagrada Escritura também ensina esta mesma realidade empregando muitas outras expressões: Cristo é o único salvador (cf. Act 4,12), o único caminho para ir ao Pai (cf. Jo 14,6-9), por quem temos acesso a Deus Pai (cf. Ef 2,18), por quem nos reconciliamos com Deus (cf. 2 Cor 5,18-21); etc.

Cristo é Mediador da «Nova e eterna Aliança».

É mediador da «Nova Aliança» ou «de uma Aliança mais excelsa» (Heb 9,15; 8,6). As alianças anteriores entre Deus e a humanidade eram parciais e imperfeitas, pois não faziam os homens partícipes da intimidade divina, nem tinham o poder de tirar o pecado. Ao contrário, Jesus revela-nos plenamente o Pai, tira o pecado do mundo e estabelece a verdadeira comunhão de vida entre Deus e os homens (cf. Heb 1,1-3; 8,6ss): «A lei foi dada por meio de Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Cristo Jesus» (Jo 1,17).

A mediação de Cristo não consiste só na obra que levou a cabo na terra, mas também compreende a que realiza no céu: é o Mediador da Aliança eterna e definitiva, que começa neste mundo e continuará de modo perfeito na eternidade.

b) Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens

Cristo é o único Mediador.

Só Cristo une verdadeiramente os homens com Deus, enquanto pelo seu sacrifício nos reconciliou com Deus, remindo-nos do pecado que nos separava d’Ele. «Um só é o Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem» (1 Tim 2,5). Ou como Ele dizia: «Ninguém vai ao pai senão por mim» (Jo 14,6).

Por isso o Magistério da Igreja qualifica Jesus Cristo como «único» e «verdadeiro» Mediador entre Deus e os homens[2].

Há outros mediadores entre Deus e os homens, mas subordinados a Cristo e partícipes da sua mediação.

É muito congruente com o plano da providência divina que as criaturas participem como causas segundas na economia da criação e da salvação. Assim, é lógico que haja outros mediadores que desempenhem algum papel na obra salvífica.

Todavia, esses outros mediadores não causam por si mesmos a reconciliação do homem com Deus, só cooperam dispositiva e instrumentalmente para essa união. Unicamente Cristo por si mesmo repara o pecado e nos comunica a vida divina.

Todas as outras mediações participam da mediação de Jesus Cristo e dependem dela: existem em virtude da graça e dos dons que provêem da sua obra redentora. E, além disso, estão ordenadas a Cristo, pois o seu fim é levar os homens à união com o Salvador do género humano e assim participem da salvação que Ele nos dá[3].

Neste sentido subordinado há outros mediadores em graus diferentes: em primeiro lugar a Virgem Maria Mediadora de todas as graças, depois os anjos, os santos, os sacerdotes, os pais, etc. Todos os cristãos devem ser mediadores em Cristo Jesus: devem ser seus instrumentos para a salvação dos demais e conduzi-los à união com o salvador.

c) Jesus Cristo é Mediador enquanto homem

Assim o ensina explicitamente a revelação: «Um só é o Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, que se entregou a si mesmo em redenção de todos» (1 Tim 2,5-6).

Ser mediador implica duas coisas: Em primeiro lugar, que uma pessoa de algum modo tenha condição de meio entre os que há que reconciliar: para isso deve ser diferente deles e, ao mesmo tempo, deve ter alguma relação com cada uma das partes. E em segundo lugar, que intervenha efectivamente com a sua acção para reconciliar os que estão separados.

Evidentemente, Cristo enquanto Deus não tem condição de meio, pois não difere do Pai nem do Espírito Santo nem em natureza nem no poder salvador. E tampouco é meio entre Deus e os homens simplesmente pelo facto de ser homem.

Jesus Cristo tem condição de meio enquanto é homem cheio de graça e enquanto com a sua entrega – vivificada por essa plenitude de graça – reconcilia os homens com Deus. Com efeito, em virtude da sua natureza humana é inferior ao Pai (cf. Jo 14,28), e por causa da plenitude de graça está acima de todos os homens e distingue-se de todos os outros: por isto tem razão de meio. E com a sua actuação humana, vivificada por essa plenitude de graça e de caridade, merece para todo o género humano a reconciliação com Deus e satisfaz pelo pecado. Daí que «da sua plenitude todos recebemos graça sobre graça» (Jo 1,16)[4].

Ora bem, já sabemos que o fundamento dessa plenitude de graça e de caridade pelas quais está acima de todos e pelas quais se entregou por nós, é a união hipostática, a qual constitui o fundamento da sua mediação; de modo que se Cristo não fosse Deus feito homem, não teria a plenitude de graça e, portanto, não seria nosso Mediador.

2. Cristo medeia entre Deus e os homens exercendo os ofícios de sacerdote, Mestre e Pastor


Como exerce Cristo a sua mediação entre Deus e os homens? Para descrever o modo como exerce esta mediação costumam expor-se os diversos ofícios pelos quais leva a cabo a nossa salvação: como Sacerdote, como Mestre (ou Profeta) e como Pastor (Rei e Senhor). Esta enumeração é sobretudo descritiva e torna-se útil para conhecer distintamente os diversos aspectos da obra de Cristo. Mas não é uma divisão rigorosa, pois não há uma distinção clara entre essas funções já que cada uma implica de algum modo as outras.

a) Jesus Cristo, Sacerdote da nova Aliança

A noção de sacerdote.

«Todo o sumo-sacerdote, escolhido entre os homens, está constituído em favor dos homens no que se refere a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados; e pode sentir compaixão pelos ignorantes e extraviados, por estar ele também envolto em debilidade (…) E ninguém se arroga tal dignidade, senão o que é chamado por Deus, tal como Aarão» (Heb 5,1-4).

As características próprias do sacerdote que este texto sagrado assinala são: em primeiro lugar. Pertencer à linhagem humana e ter sido «escolhido e assumido» por Deus dentre os demais homens por uma certa consagração. Em segundo lugar, estar destinado para mediar entre Deus e os outros. Em terceiro lugar, o acto específico do sacerdote que é oferecer o sacrifício para reparar o pecado e assim reconciliar os homens com Deus (cf. Heb 8,3). Em quarto lugar, assinalam-se ali também alguns quesitos: a vocação divina e algumas qualidades morais como a misericórdia, a humildade, etc.

Assim, pois, o sacerdote é um mediador entre Deus e os homens. Todavia, o termo «mediador» é mais amplo que o de «sacerdote», pois nem toda a mediação é um sacerdócio. Com efeito, pode haver outras mediações entre Deus e os homens (p. ex. a dos profetas na revelação, a dos reis no governo da sociedade, etc.), mas o sacerdócio é a principal, pois consiste em unir e reconciliar verdadeiramente os homens com Deus, tirando o pecado que é o que separa os homens de Deus.

Como exerce o sacerdote a sua missão mediadora? O que faz em primeiro lugar com a sua função principal e própria que é oferecer sacrifícios para nos reconciliamos com Deus, e assim alcançar as bênçãos do céu[5]. Mas o ofício sacerdotal também compreende outras funções, uma vez que assim também deve comunicar aos homens os dons de Deus.

Jesus Cristo é sacerdote.

A Carta aos Hebreus dá a Jesus o nome de Sacerdote, de sumo e grande Sacerdote da Nova Aliança; afirma que o seu sacerdócio é diferente e superior ao levítico; que o seu sacerdócio é eterno; e apresenta a sua obra como uma missão sacerdotal[6].

Cristo exerce o seu sacerdócio oferecendo a Deus orações por nós e o sacrifício da sua vida pelo qual nos reconcilia com Deus, e, por outro lado, transmitindo aos homens os dons divinos, como são a graça e a revelação.

Portanto, o sacerdócio de Cristo coincide com a mediação que estudámos. E tudo o que dissemos de Cristo Mediador diz-se naturalmente de Cristo Sacerdote: Ele é o sacerdote da nova e eterna Aliança que estabelece a comunhão de vida entre Deus e os homens destinada à sua perfeição na eternidade: Ele é o único e Sumo-Sacerdote que com o seu sacrifício nos reconcilia com Deus, sendo todo o outro sacerdócio (ministerial ou o comum dos fieis) participação do seu sacerdócio e a ele subordinado; etc.

b) Cristo., Mestre da verdade: mediador e plenitude da revelação

Cristo, mediador perfeito da revelação.

O Filho de Deus, ao vir a este mundo, como homem, é o mediador perfeito da revelação pois manifesta-nos a Deus a quem vê e ouve. Ele é testemunho da verdade (cf. Jo 1,18; 8,40).

O Novo Testamento também assinala que Cristo é o «profeta» anunciado por Moisés (cf. Act 3,22; Dt 18,15); quer dizer, aquele que fala as palavras de Deus, seu mediador na revelação. Por isso a teologia fala do ministério profético de Cristo.

Todavia, o ofício de profeta, ainda conveniente a Cristo, expressa de modo insuficiente a sua função doutrinal; Ele é muito mais que profeta e distinguiu-se de todos eles: «De uma forma fragmentária e de muitos modos falou Deus no passado aos nossos pais por meio dos profetas; nestes últimos tempos falou-nos pelo seu Filho» (Heb 1,1-2). Ele, não só como Deus mas também enquanto homem, é superior a todos os profetas porque tinha ciência de visão que nenhum profeta pode ter. Ele é «o Mestre», o único mestre dos homens (cf. Mt 23,18-10).

Cristo, plenitude da revelação.

O concílio Vaticano II diz mais: Jesus é «o mediador e plenitude de toda a revelação»[7] Jesus Cristo não só nos revela o mistério de Deus Uno e Trino, como também nos descobre o plano da nossa salvação e qual é a dignidade e a vocação do homem: quer dizer, tudo o contido na nossa fé.

Ele é a plenitude da revelação: é a luz do mundo (cf. Jo 8,12; 12,46), é a própria verdade (cf. Jo 14,6). É a palavra única e perfeita do Pai. De modo que Deus no seu Verbo disse tudo, e não haverá outra palavra mais que esta[8].

Este ofício magistral de Cristo ordena-se a levar os homens à fé para que, acreditando, se convertam e alcancem a justificação. Deste modo Jesus liberta-nos de uma das sequelas do pecado, da ignorância e do erro: «A verdade vos tornará livres» (Jo 8,32). Portanto, este ofício está relacionado com o seu ministério sacerdotal, assim como também está unido ao ministério pastoral, pois constitui uma forma de nos conduzir à nossa salvação.




Vicente Ferrer Barriendos

(Tradução do castelhano por ama)


[1] Cf. Também: Gal 3,19-20; Heb 8,6; 9,15; 12,22-24.
[2] Cf. LG, 8, 62; CONC. VATICANO II, Ad gentes, 3; Decl. Dominus Iesus, 13-15; etc.
[3] Cf. LG, 62.
[4] Cf. S.Th. III,26,2; III,7,1.
[5] Etimologicamente «sacrifício» provem de sacrum facere, fazer de Deus algo que era do homem
[6] Noutros textos do Novo Testamento reconhece-se a Jesus esse mesmo ofício ainda que não se lhe outorgue o título de sacerdote (v. g.: Ele ofereceu a sua vida como um sacrifico; cf. Mc 14,24 e par.; Ef 5,2M Jo 10,17-18; etc.). talvez se omita esse título para evitar uma possível confusão entre os primeiros fieis se se identificasse a figura e a obra de Cristo com a dos sacerdotes judeus ou pagãos que podiam servir-lhes de referência.
[7] DV,2.
[8] Cf. CCE, 65.

Orações


Senhor aumenta a minha fé que eu, por mim, não sei nada de nada. Como eu desejo uma fé forte, inteira, maciça como uma rocha, onde se desfaçam todas as dúvidas e questões. Uma fé que arda em fogo vivo que se comunique aos que me rodeiam. Uma fé assim, como a de Tua Mãe, Maria Santíssima, de São José meu Pai e Senhor e de São Josemaria. Recorro a Ti que podes tudo e, não por meu merecimento, que não tenho, mas por Tua misericórdia, não deixes que a minha Fé em Ti esmoreça e se apague.


(AMA, orações pessoais)

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

SÁBADO

PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Orações sugeridas: