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23/02/2020

NUNC COEPI

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Sejamos sempre selvaticamente sinceros


Se o demónio mudo – de que nos fala o Evangelho – se meter na alma, deita tudo a perder. Mas, se o expulsarmos imediatamente, tudo sai bem, anda-se feliz, tudo corre bem. Propósito firme: "sinceridade selvagem" na direcção espiritual, com educação delicada..., e que essa sinceridade seja imediata. (Forja, 127)

Volto a afirmar que todos temos misérias. Isso, porém, não é razão para nos afastarmos do Amor de Deus. É, sim, estímulo para nos acolhermos a esse Amor, para nos acolhermos à protecção da bondade divina, como os antigos guerreiros se metiam dentro da sua armadura. Esse ecce ego, quia vocasti me, conta comigo porque me chamaste, é a nossa defesa. Não devemos fugir de Deus quando descobrimos as nossas fraquezas, mas devemos combatê-las, precisamente porque Deus confia em nós.

Como é que conseguiremos superar estas coisas mesquinhas? Insisto neste ponto, porque ele se reveste de importância capital: com humildade e sinceridade na direcção espiritual e no sacramento da Penitência. Ide aos que vos dirigem espiritualmente, com o coração aberto. Não o fecheis porque, se se mete o demónio mudo pelo meio, depois é difícil lançá-lo fora.

Perdoai-me a insistência, mas julgo imprescindível que fique gravado a fogo nas vossas inteligências que a humildade e a sua consequência imediata a sinceridade, se ligam com os outros meios de luta e fundamentam a eficácia da vitória. Se a tentação de esconder alguma coisa se infiltra na alma, deita tudo a perder; se, pelo contrário, é vencida imediatamente, tudo corre bem, somos felizes e a vida caminha rectamente. Sejamos sempre selvaticamente sinceros, embora com modos prudentemente educados.

Quero dizer-vos com toda a clareza que me preocupa muito mais a soberba do que o coração e a carne. Sede humildes! Sempre que estiverdes convencidos de que tendes toda a razão, é porque não tendes nenhuma. Ide à direcção espiritual com a alma aberta. Não a fecheis, porque então intromete-se o demónio mudo e é muito difícil expulsá-lo.

Lembrai-vos do pobre endemoninhado que os discípulos não conseguiram libertar. Só o Senhor o pôde fazer com oração e jejum. Naquela altura o Mestre realizou três milagres. O primeiro foi fazê-lo ouvir, porque quando o demónio mudo nos domina, a alma fica surda; o segundo foi fazê-lo falar; e o terceiro foi expulsar o diabo. (Amigos de Deus, nn. 187–188)

THALITA KUM 110


THALITA KUM 110 

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Sagrado Coração, fonte inesgotável da misericórdia! [1]

Queridos irmãos e irmãs:
Este Domingo, décimo segundo do tempo comum, está como «rodeado» por solenidades litúrgicas significativas. Na Sexta-Feira passada, celebramos o Sagrado Coração de Jesus, celebração que une acertadamente a devoção popular à profundidade teológica. Era uma tradição, e em alguns países continua sendo, a consagração ao Sagrado Coração por parte das famílias, que tinham uma imagem Sua nas suas casas.
As raízes desta devoção fundem-se no mistério da Encarnação: precisamente através do Coração de Jesus se manifestou de maneira sublime o Amor de Deus pela humanidade. Por este motivo, o autêntico culto ao Sagrado Coração mantém toda sua validez e atrai especialmente as almas sedentas da misericórdia de Deus, que nele encontram a fonte inesgotável da qual podem tirar a Água da Vida, capaz de regar os desertos da alma e de fazer que volte a florescer a esperança.
A solenidade do Sagrado Coração de Jesus é também a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes: aproveito a oportunidade para convidar todos vós, queridos irmãos e irmãs, a rezarem sempre pelos sacerdotes, para que possam ser testemunhas do amor de Cristo.
Ontem a liturgia permitiu-nos celebrar a Natividade de São João Batista, o único santo de quem se comemora o nascimento, pois marcou o início do cumprimento das promessas divinas: Jesus é esse «profeta», identificado com Elias, que estava destinado a preceder imediatamente o Messias para preparar o povo de Israel para Sua vinda [2]. A sua festa recorda-nos que toda a nossa vida sempre está subordinada a Cristo e que chega à sua realização acolhendo-O a Ele, Palavra, Luz e Esposo, de quem nós somos vozes, lâmpadas e amigos [3]. «É preciso que ele cresça e que eu diminua» [4]: esta expressão do Baptista constitui um programa para todo cristão.

Deixar que o «eu» de Cristo tome o lugar de nosso «eu» foi de maneira exemplar o anseio dos apóstolos Pedro e Paulo, que a Igreja venerará com solenidade no próximo dia 29 de Junho. São Paulo escreveu de si mesmo: «não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim» [5]. Antes deles e antes de qualquer outro santo, quem viveu esta realidade foi Maria Santíssima, que conservou as palavras de seu Filho Jesus em seu coração. Ontem contemplamos esse Seu Coração Imaculado, Coração de Mãe, que continua velando com terna solicitude sobre todos nós. Que Sua intercessão nos permita ser sempre fiéis à vocação cristã. [6]

(AMA, reflexões).






[1] Palavras de Bento XVI antes de rezar a oração mariana do Angelus.
[2] Cfr. Mt 11, 14; 17 10-13
[3] Cfr. Jo 1, 1.23; 1,7-8; 3,29
[4] Jo 3, 30
[5] Gálatas, 2, 20
[6] Bento XVI, Angelus, Roma, 25 de Junho de 2006

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Mt 5, 38-48

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas. Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado. Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».

Comentário:

Jesus Cristo enuncia um ideal de conduta humana.

Como todos os ideais, também este é difícil de atingir.

Mas ão impossível, porque o Senhor nunca pede impossíveis aos Seus filhos.

Com interpretar, então, o que diz:

Faltará, talvez. acrescentar: Este é - deve ser - o vosso ideal; esforçai-vos por consegui-lo.

A nós, pobres homens, que de ideais percebemos muito pouco, não nos resta fazer senão o que Jesus nos sugere:

Fazei o possível!

E, com a segurança do Seu auxílio e apoio, sabemos muito bem que para Ele, nada é impossível. 

 (AMA, comentário sobre Mt 5, 38-48, 19.02.2017)


Leitura espiritual


Novo Testamento

Cartas de São Paulo

Carta a Tito

Tt 3

Obediência às autoridades (Rm 13,1-7; 1 Pe 2,13-17) –

1 Recorda-lhes que sejam submissos e obedientes aos governantes e autoridades, que estejam prontos para qualquer boa obra, 2 que não digam mal de ninguém, nem sejam conflituosos, mas sejam afáveis, mostrando sempre amabilidade para com todos os homens. 3 Pois também nós éramos outrora insensatos, rebeldes, extraviados, escravos de toda a espécie de paixões e prazeres, vivendo na maldade e na inveja, odiados e odiando-nos uns aos outros. 4 Mas, quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, 5 Ele salvou-nos, não em virtude de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas da sua misericórdia, mediante um novo nascimento e renovação do Espírito Santo, 6 que Ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador, 7 a fim de que, justificados pela sua graça, nos tornemos, segundo a nossa esperança, herdeiros da vida eterna. 8 Esta palavra é digna de fé, e desejo que tu fales com firmeza destas coisas, para que os que acreditaram em Deus se empenhem na prática de boas obras, pois isso é bom e útil para os homens. 9 Evita, porém, as discussões insensatas, as genealogias, bem como as contendas legalistas, pois são inúteis e vãs. 10 Depois de uma ou duas advertências, afasta-te do sectário, 11 pois bem sabes que esse homem está transviado, peca e a si mesmo se condena.
               
Recomendações e saudação –

12 Quando te enviar Ártemas ou Tíquico, apressa-te em vir ter comigo a Nicópolis, pois decidi passar lá o Inverno. 13 Providencia solicitamente quanto à viagem de Zenas, o jurista, e de Apolo, de modo que nada lhes falte. 14 Também os nossos devem aprender a empenhar-se em boas obras, para atender às necessidades prementes, de modo que não deixem de produzir frutos. 15 Saúdam-te todos os que estão comigo. Saúda todos os que nos amam na fé. A graça esteja com todos vós.


DEVOÇÃO A SÃO JOSÉ


OS SETE DOMINGOS

7 Dores e Alegrias

IV - A quarta dor e alegria de S. José

A sua dor quando ouviu a profecia de Simeão; a sua alegria quando soube que muitos seriam salvos pelos sofrimentos de Jesus.

Seu pai e Sua mãe estavam admirados com as coisas que d'Ele se diziam. Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe: Olha que Ele está aqui para a queda e o ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição - uma espada te há-de trespassar a tua própria alma - a fim de se revelarem os pensamentos de muitos espíritos."[i]

"José surpreende-se, José admira-se. Deus vai-lhe revelando os Seus desígnios e ele esforça-se por compreendê-los. Como toda a alma que quer seguir de perto Jesus, descobre logo que não é possível andar com passo ronceiro, que não pode viver da rotina... Deus exige continuamente mais e os Seus caminhos não são os nossos caminhos humanos. S. José, como nenhum outro homem antes ou depois dele, aprendeu de Jesus a estar atento para conhecer as maravilhas de Deus, a ter a alma e o coração abertos."[ii]



[i] Lc 2,33-35
[ii] Ibid., n. 54

Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?