Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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14/02/2020
Quer que sejamos muito humanos e muito divinos
Há
muitos anos já que vi com clareza meridiana um critério que será sempre válido:
o ambiente da sociedade, com o seu afastamento da fé e da moral cristãs,
necessita de uma nova forma de viver e de propagar a verdade eterna do Evangelho.
No próprio cerne da sociedade, do mundo, os filhos de Deus hão-de brilhar pelas
suas virtudes como lanternas na escuridão, "quasi lucernae lucentes in caliginoso loco". (Sulco, 318)
Se
aceitarmos a nossa responsabilidade de filhos de Deus, saberemos que Ele quer
que sejamos muito humanos. A cabeça pode tocar o céu, mas os pés assentam na
terra, com segurança. O preço de se viver cristãmente não é nem deixar de ser
homem nem abdicar do esforço por adquirir essas virtudes que alguns têm, mesmo
sem conhecerem Cristo. O preço de todo o cristão é o Sangue redentor de Nosso
Senhor, que nos quer - insisto - muito humanos e muito divinos, com o empenho
diário de O imitar, pois é perfectus Deus,
perfectus homo.
Talvez
não seja capaz de dizer qual é a principal virtude humana. Depende muito do
ponto de vista de que se parta. Além disso, a questão torna-se ociosa, porque
não se trata de praticar uma ou várias virtudes. É preciso lutar por adquiri-las
e praticá-las todas. Cada uma de per si entrelaça-se com as outras e, assim, o
esforço por sermos sinceros, por exemplo, torna-nos justos, alegres, prudentes,
serenos.
Precisamos,
ao mesmo tempo, de considerar que a decisão e a responsabilidade residem na
liberdade pessoal de cada um e, por isso, as virtudes são também radicalmente
pessoais, da pessoa. No entanto, nessa batalha de amor ninguém luta sozinho -
ninguém é um verso solto, costumo repetir. De certo modo, ou nos ajudamos ou
nos prejudicamos. Todos somos elos de uma mesma cadeia. Pede agora comigo a
Deus Nosso Senhor, que essa cadeia, nos prenda ao seu Coração, até chegar o dia
de O contemplar face a face, no Céu, para sempre. (Amigos de Deus,
75-76).
THALITA KUM 101
(Cfr. Lc 8, 49-56)
Tanto Jairo como a
hemorroíssa dão-nos um exemplo de fé na omnipotência de Cristo, pois, no caso
de Jairo, a sua filha estava em agonia, e a hemorroíssa, tinha já esgotado
todos os meios humanos possíveis para obter a cura do seu mal.
De modo parecido, o
cristão deve esperar a ajuda de Deus, que não lhe faltará para superar os
obstáculos que se oponham à sua santificação.
Ordinariamente, a
ajuda divina é-nos concedida de modo calado, mas não devemos duvidar que, se
fizer falta para a nossa salvação, Deus voltará a repetir estes milagres.
Tenhamos em conta,
não obstante, que o que o Senhor espera de nós, todos os dias, é que cumpramos
a Sua vontade.
Nenhum meio humano
a tinha conseguido curar; pelo contrário, acrescenta com realismo o Evangelho,
a doença tinha ido de mal em pior.
Aos sofrimentos
físicos - já doze anos -, acrescentava-se a vergonha de se sentir imunda segundo
a Lei.
No povo judeu era
considerada impura não só a mulher afectada de uma doença deste tipo, mas tudo
o que ela tocava.
Por isso, para não
ser notada pela gente, a hemorroíssa aproximou-se de Jesus por trás e tocou
apenas o Seu manto, por delicadeza.
A sua fé é
enriquecida por uma manifestação de humildade: a consciência de ser indigna de
tocar o Senhor.
«Tocou delicadamente
a orla do manto, aproximou-se com fé, creu e soube que tinha sido sarada...
Assim nós, se queremos ser salvos, toquemos com fé o vestido de Cristo». [2]
Da multidão que O
oprime, uma só pessoa Lhe tocou de verdade: esta doente; e não apenas com um
gesto, mas com a fé do seu coração.
Comenta Santo
Agostinho:
Necessitamos do
contacto com Jesus.
Ao receber na
Santíssima Eucaristia Jesus Cristo, realiza-se este contacto físico através das
espécies sacramentais.
Pela nossa parte
necessitamos de avivar a fé para que sejam proveitosos estes encontros em ordem
à nossa salvação. [5]
Jesus não quis que
estivessem presentes mais que estes três Apóstolos, número suficiente para que
o milagre fosse atestado segundo a Lei.
Além disso, os três
discípulos são os mais íntimos de Jesus, que depois estarão também a sós com
Ele na Transfiguração e na agonia no horto de Getsémani.
(AMA, reflexões).
Evangelho e comentário
São
Cirilo e São Metódio – Padroeiros da Europa
Evangelho: Lc 10, 1-9
Naquele tempo, designou o Senhor
setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as
cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas
os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para
a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis
bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho.
Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá
houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.
Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu
salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem,
comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes:
‘Está perto de vós o reino de Deus’».
Comentário:
A estes setenta e dois hão-de seguir-se, ao longo dos
tempos, muitos milhares que irão a todos os recantos do mundo levar a palavra
de Deus.
Ainda neste último Natal - 2016 - numa pequena
povoação perdida nos desertos da Mongólia se celebrou a Santa Missa quer na
véspera quer no próprio dia.
O celebrante - para uma escassa assistência de umas
dezenas de pessoas - foi um sacerdote oriundo Nigéria!
Sim, um missionário que veio de milhares de
quilómetros de distância para alimentar com a palavra a celebração a fé desses
cristãos.
E ficamos nós, todos os cristãos, algo envergonhados
pela resistência que muitas vezes manifestemos quando se trata de fazer
apostolado quase pé da nossa porta!
(AMA, comentário sobre Lc 10 1-9, Carvide, 24.01.2017)
Leitura espiritual
Cartas de São Paulo
2ª Carta aos Tessalonicenses
A autenticidade da Segunda
Carta aos Tessalonicenses é problemática. Por um lado, registam-se numerosas
semelhanças literárias entre 1 Ts e 2 Ts; há versículos que quase se repetem:
1,2-3 e 1,3; 2,12 e 1,5; 3,13 e 1,7; 3,11-13 e 2,16-17; 2,9 e 3,8; 5,23 e 3,16;
5,28 e 3,18. Por outro lado, o tom da 2 Ts é menos apaixonado, mais solene e,
sobre a vinda do Senhor (2,1-12), a perspectiva parece oposta: em 1 Ts seria
considerada iminente, enquanto a 2 Ts se concentra nos sinais que devem
precedê-la. Como estes ainda não aconteceram, o Dia do Senhor não estaria
próximo. Estas diferenças, consideradas fundamentais por alguns, são por outros
explicadas como complementares. Tratar-se-ia de dois aspectos coexistentes e
não opostos na apocalíptica judaica.
ÉPOCA E AUTOR
Para os defensores da sua
autenticidade paulina, a 2 Ts teria sido escrita pouco tempo depois da 1 Ts e
propor-se-ia corrigir interpretações erradas que a 1 Ts teria suscitado na
comunidade. Para os que a consideram não autêntica, 2 Ts seria bem posterior
(anos 70) e teria um autor desconhecido, o qual, servindo-se da 1 Ts,
procuraria afrontar e corrigir o clima de euforia e de psicose apocalíptica,
provocado talvez pela guerra judaico-romana de 66-70.
A questão da autenticidade
não retira, porém, importância a este escrito, que é uma advertência à Igreja
de todos os tempos contra a tentação de aguardar o futuro sem se empenhar em
construí-lo no presente.
DIVISÃO E CONTEÚDO
A Carta tem as partes
seguintes:
Saudação inicial: 1,1-2;
I. Deus, conforto na
tribulação: 1,3-12;
II. A vinda do Senhor:
2,1-3,5;
III. Vida desordenada e
inactiva: 3,6-15;
Saudação final: 3,16-18.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?