Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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27/12/2019
Para obedecer, é preciso humildade
Quando
tiveres de mandar, não humilhes: procede com delicadeza; respeita a
inteligência e a vontade de quem obedece. (Forja,
727)
Muitas
vezes fala-nos através doutros homens e pode acontecer que, à vista dos
defeitos dessas pessoas ou pensando que não estão bem informadas ou que talvez
não tenham entendido todos os dados do problema, surja uma espécie de convite a
não obedecermos.
Tudo
isso pode ter um significado divino, porque Deus não nos impõe uma obediência
cega, mas uma obediência inteligente, e temos de sentir a responsabilidade de
ajudar os outros com a luz do nosso entendimento. Mas sejamos sinceros connosco
próprios: examinemos em cada caso se o que nos move é o amor à verdade ou o
egoísmo e o apego ao nosso próprio juízo. Quando as nossas ideias nos separam dos
outros, quando nos levam a quebrar a comunhão, a unidade com os nossos irmãos,
é sinal certo que não estamos a actuar segundo o espírito de Deus.
Não
o esqueçamos: para obedecer, repito, é preciso humildade. Vejamos de novo o
exemplo de Cristo. Jesus obedece, e obedece a José e a Maria. Deus veio à Terra
para obedecer, e para obedecer às criaturas. São duas criaturas perfeitíssimas
– Santa Maria, Nossa Mãe; mais do que Ela só Deus; e aquele varão castíssimo,
José. Mas criaturas. E Jesus, que é Deus, obedecia-lhes! Temos de amar a Deus,
para amar assim a sua vontade, e ter desejos de responder aos chamamentos que
nos dirige através das obrigações da nossa vida corrente: nos deveres de
estado, na profissão, no trabalho, na família, no convívio social, no nosso
próprio sofrimento e no sofrimento dos outros homens, na amizade, no empenho de
realizar o que é bom e justo... (Cristo
que passa, 17)
THALITA KUM 52
(Cfr. Lc 8, 49-56)
Jesus tranquiliza
os seus discípulos apavorados ao vê-lo caminhar sobre as águas: «Sou Eu, não temais» [1]
Este medo, contudo,
não é cobardia, é temor genuíno perante o desconhecido, o insólito, o
inexplicável. O Senhor mantém-se nesta atitude permanente: «Sou Eu, não temais». A cada passo
diz-nos que, n’Ele, encontramos refúgio, segurança tranquilidade.
«Não conseguia
deter a corrente. Caudaloso, o rio, levava-me no seu seio numa viagem rápida,
vertiginosa para um destino que, pensava eu, só poderia ser o mar. Mal podia
manter a cabeça fora de água e, quando o conseguia, quase sufocava com as
golfadas que me entravam pela boca, pelo nariz... O que seria de mim se não
conseguisse aproximar-me da margem, encontrar algo a que pudesse agarrar-me e
sair daquele torvelinho? O que seria de mim se fosse assim, não sei por quanto
tempo, até ao mar?
Ne timeas! Ouvi-te,
claramente.
Senhor, eu confio
em Ti, sei, tenho a certeza que tudo é para bem, mas ajuda a minha debilidade,
a minha pouca fé, a minha confiança que vacila.» [3]
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Evangelho e comentário
São
João – Apóstolo e Evangelista
Evangelho: Jo 20, 2-8
No primeiro dia da semana, Maria
Madalena foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e
disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro
partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos,
mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e
chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não
entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no
sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça
de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro
discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.
Comentário:
Conviria que este Apóstolo
tão íntimo do Senhor fosse celebrado durante a oitava do Natal.
E, pela pena do próprio,
relata como e porquê, acreditou em Jesus Cristo.
A humildade de São João é
comovente porque, no final do versículo 8, parece querer dizer-nos que então –
e só então – começou verdadeiramente a crer.
A intimidade que tinha
pelo Mestre, que lhe retribuiria com especial carinho e confiança –
entregou-lhe a Sua Mãe para que dela cuidasse – não o impedem, bem ao
contrário, de se declarar um homem com dúvidas, hesitações, momentos de
fraqueza.
São João: o Apóstolo da
humildade! O Apóstolo do amor!
(AMA, comentário sobre Jo 20, 2-8,
16.09.2017)
Leitura espiritual
É a partir da sinagoga
(Act 17,2) que Paulo inicia, com bons frutos, a evangelização de Tessalónica;
mas a hostilidade judaica obriga-o a interrompê-la bruscamente (Act 17,5-9).
Por isso, o Apóstolo deixa uma comunidade apenas constituída, sujeita às seduções
do paganismo de que proveio, na sua maioria (1,9) e à perseguição. Daí a
inquietação que manifesta pela sorte dos crentes (2,17; 3,1.5).
CONTEXTO
Com os seus companheiros,
Paulo parte para Bereia; e depois, sozinho, para Atenas e Corinto, onde se lhe
vêm juntar Silas, ou Silvano, e Timóteo (Act 18,5). Timóteo, entretanto, tinha
sido enviado a Tessalónica (3,1) e traz boas notícias. É neste contexto que é
escrita a 1.ª Carta aos Tessalonicenses, provavelmente de Corinto e entre os
anos 50 e 52.
TEOLOGIA
A nível cronológico, esta
carta é o primeiro escrito do Novo Testamento, facto que lhe confere uma
particular importância. É uma carta colegial, quanto ao remetente e às
características gerais (veja-se o uso do plural), e eclesial, nos seus
destinatários e na sua função (5,27); prolonga a obra da evangelização, que não
é de um só, mas colectiva.
A tonalidade dominante é
pastoral: não há polémica, nem erros a corrigir. Com profundo reconhecimento a
Deus por tudo o que Ele realiza, Paulo encoraja os cristãos a progredir. Revela
uma grande intensidade afectiva, que é recíproca entre os missionários e os crentes.
Nela sobressaem a gratidão, o entusiasmo, a confiança, a solicitude como de mãe
e pai (2,7-8.11). E comunica ao leitor a generosidade e a grandeza de alma dos
tempos iniciais, de fundação.
DIVISÃO E CONTEÚDO
I. Acção de graças
(1,2-3,13), em 3 secções:
Saudação inicial (1,1)
Acção de graças pelo
trabalho dos missionários e pela resposta dos tessalonicenses (1,2-2,16).
Missão de Timóteo, cujo êxito
suscita reconhecimento a Deus (2,17-3,10).
Voto final (3,11-13).
II. Prática cristã «no
Senhor Jesus Cristo» (4,1-5,24), em 4 secções:
Dois aspectos fundamentais
da vida cristã: santificação e caridade (4,1-12).
Dois aspectos da
expectativa escatológica: os mortos antes da parusia e o Dia do Senhor
(4,13-5,11).
Outros conselhos úteis à
vida cristã (5,12-22).
Voto final (5,23-24).
Saudação final (5,25-28).
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?