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28/11/2019

Pequena agenda do cristão Quinta-Feira

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?


Orações sugeridas:

Santíssima Eucaristia

A maravilha deste Santíssimo Sacramento é que celebrado pela primeira vez há três mil anos pelo próprio Jesus Cristo que o instituiu durante a última Ceia, se renova vezes sem conta todos os dias pela força e graça do mesmo Senhor Jesus durante a celebração da Santa Missa.[i]

Graças e louvores dou - quero dar - em cada momento ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.
Emprego todo o meu ser em contemplação do sublime mistério.
Aqui estou, rendido, a Teus pés.
GT![ii]

Olho para o Sacrário e imagino a multidão de Anjos que o rodeiam em permanente louvor e adoração.
Invisíveis aos meus olhos humanos, mas perfeitamente detectáveis pela minha alma.
Por momentos, atrevo-me a juntar-me a eles e, com eles entoo cânticos de louvor a Ti, Deus Uno e Omnipotente, humilíssimamente escondido sob as espécies do Pão Consagrado.[iii]

Laudate Domine omnes gentes!
Laudate eum, omnes populi quoniam confirmata est super nos misericordia eius, et veritas Domini manet in aeternum.
Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto.
Sicut erat in principio, et nunc, et semper.
Et in saecula saeculorum.
Amen.

Santíssima Eucaristia, eu me prostro em adoração, mergulhando no abismo da extraordinária realidade que me dou conta: o meu Senhor e meu Deus, o Supremo Criador de quanto existe, está realmente ali, como alimento perene dos homens.
Mistério inacreditável não fora a certeza da fé que mo revela. Sim, Senhor, eu creio sem nenhuma margem de dúvida que assim é.
A minha felicidade por me dar conta deste extraordinário bem é indescritível porque realizando o nada que sou, me dou conta desta maravilha: poder receber-te na Comunhão Eucarística!
Sem mérito algum da minha parte, mas por Tua exclusiva bondade e misericórdia. Gratias Tibi! Gratias Tibi![iv]

Adóro te devóte [v]

Adóro te devóte, latens Déitas,
Quae sub his figúris vere látitas:
Tibi se cor meum totum súbiicit,
Quia te contémplans totum déficit.

Visus, tactus, gustus in te fállitur,
Sed audítu solo tuto créditur.
Credo, quidquid dixit Dei Fílus:
Nil hoc verbo Veritátis vérius.

In cruce latébat sola Déitas,
At hic latet simul et humánitas;
Ambo tamen credens atque cónfitens,
Peto quod petívit latro poénitens.

Plagas, sicut Thomas, non intúeor;
Deum tamen meum te confíteor.
Fac me tibi semper magis crédere,
In te spem habére, te dilígere.

O memoriále mortis Dómini!
Panis vivus, vitam praestan hómini!
Praesta meae menti de te vívere.
Et te illi semper dulce sápere.

Pie pellicáne, Iesu Dómine,
Me immúndum munda tuo sánguine.
Cuius una stilla salvum fácere
Totum mundum quit ab omni scélere.

Iesu, quem velátum nunc aspício,
Oro fiat illud quod tam sítio;
Ut te reveláta cernens fácie,
Visu sim beátus tuae glóriae.
Amen.





[i] AMA, orações pessoais
[ii] AMA, orações pessoais
[iii] AMA, orações pessoais
[iv] AMA, orações pessoais
[v] S. T. Aquino, Hino Adorote Devote


Sentir-me filho de Deus enche-me de esperança


Talvez não exista nada mais trágico na vida dos homens do que os enganos padecidos pela corrupção ou pela falsificação da esperança, apresentada com uma perspectiva que não tem como objecto o amor que sacia sem saciar. (Amigos de Deus, 208)

Se transformarmos os projectos temporais em metas absolutas, suprimindo do horizonte a morada eterna e o fim para que fomos criados – amar e louvar o Senhor e possuí-lo depois no Céu – os intentos mais brilhantes transformam-se em traições e inclusive em instrumento para envilecer as criaturas. Recordai a sincera e famosa exclamação de Santo Agostinho, que tinha experimentado tantas amarguras enquanto não conhecia Deus e procurava fora d'Ele a felicidade: fizeste-nos, Senhor, para Ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não descansa em Ti!. (…)

A mim, e desejo que a vós suceda o mesmo, a segurança de me sentir – de me saber – filho de Deus enche-me de verdadeira esperança que, por ser virtude sobrenatural, ao ser infundida nas criaturas, se acomoda à nossa natureza e é também virtude muito humana. Sou feliz com a certeza do Céu que alcançaremos, se permanecermos fiéis até ao fim; com a felicidade que nos chegará, quoniam bonus, porque o meu Deus é bom e é infinita a sua misericórdia. Esta convicção incita-me a compreender que só o que está marcado com o selo de Deus revela o sinal indelével da eternidade e tem um valor imperecível. Por isso, a esperança não me separa das coisas desta terra, antes me aproxima dessas realidades de um modo novo, cristão, que procura descobrir em tudo a relação da natureza, caída, com Deus Criador e com Deus Redentor. (Amigos de Deus, 208)


THALITA KUM 22


THALITA KUM 22

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Voltamos ao leproso.

«Se quiseres podes limpar-me». [1]

Que manifestação de fé, confiança absoluta no Senhor!

Uma confissão tão simples, sem rodeios, sem muitas palavras não pode deixar de tocar no fundo do Coração amantíssimo de Jesus. Ele olha para aquele homem, um destroço humano de quem todos se afastam com repulsa e compadece-se de tal forma que faz algo tão extraordinário, - que deve ter espantado tanto os circunstantes -, que o evangelista achou que o deveria fazer constar:

«Ele, enternecido, estendeu a mão e tocou-o».[2]

Jesus não sente repulsa por ninguém, por mais doente que o homem possa estar, por mais grave ou horroroso que seja o mal que o afecta.
Pois se não há pior mal que o pecado, nem nada mais horrível, e, Ele, nos acolhe, esquece, perdoa!

Jesus não nos afasta nunca, somos nós que nos afastamos dele.
Há uma frase de Jesus que nos deve tranquilizar a este respeito:

«Em verdade vos digo que aos filhos dos homens serão perdoados todos os pecados e todas as blasfémias que proferirem». [3]

Que afirmação extraordinária, esta, de Jesus! Que entranhas de misericórdia!
Quem, entre os homens, poderia alguma vez dizer tal coisa?

Nós que, muitas vezes andamos carregados com uma lista de agravos, desconsiderações, atropelos; que, pensamos, nos são feitos; a nossa dignidade ferida, a importância que nos atribuímos desprezada, as qualidades, que julgamos possuir, ignoradas… não nos lembrando, quase nunca, das vezes que fizemos juízos, pensámos o pior, avistámos defeitos, erros, incongruências, coisas estranhas; os comentários, as lucubrações, insinuando, levantando a dúvida, a suspeita…
Vamos, assim, pela vida, muitas vezes, com uma postura de personagem ferida sem repararmos que, a maior parte das vezes, o único ferimento que ostentamos está no nosso orgulho.

Jesus, não!

Perdoa tudo, absolutamente, quando o homem, arrependido e contrito, se ajoelha aos Seus pés e Lhe pede perdão.
Mas não só perdoa, o que já seria muito, esquece e coloca-nos novamente ao pé de Si como se nunca dali tivéssemos saído.
Como o pai do filho pródigo, restitui-nos a posição, a dignidade e a liberdade: o anel no dedo, o melhor vestido, as sandálias nos pés. E nós, pecadores miseráveis, vamos e vimos, uma e outra vez, quase sempre pelos mesmos motivos, com as mesmas faltas, numa repetição de erros, abandonos, fraquezas e, Ele, sempre á nossa espera e mal nos avista ao longe «corre ao nosso encontro a lançar-se ao nosso pescoço e a beijar-nos». [4]

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Mc 4, 5-40.
[2] Mc 1, 41.
[3] Mc 3, 28-29.
[4] Cfr. Lc 15, 20-22.

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Lc 21, 20-28

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade. Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito. Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias, porque haverá grande angústia na terra e indignação contra este povo. Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações, e Jerusalém será calcada pelos pagãos, até que aos pagãos chegue a sua hora. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima».

Comentário:

O tema do “fim dos tempos” é, desde sempre, motivo de especulações e, nalguns casos, apreensão.

O desconhecimento do que e como será deixa apreensivos os que pensam na vida corrente como se esta fosse definitiva.

Mas todos sabemos que não é assim e que tarde ou cedo, a morte reclamará os seus foros.

E, este, sim, é que é o “fim do mundo” que nos deve preocupar.

Nós cristãos temos a certeza absoluta que a morte não será mais que uma passagem desta vida terrena para a vida eterna e, é esta e só esta, a certeza que de facto temos.

As palavras que Jesus vai pronunciando sobre este tema, o Reino de Deus, a Vida Eterna, destinam-se a pôr-nos alerta, de sobreaviso de modo a tudo fazer para estar - sempre – preparados, sem medos nem receios, mas com a confiança na Justiça e Misericórdia divinas que a nossa vida de bons filhos nos garante.

(AMA, comentário sobre Lc 21, 29-33, 30.11.2017)

Leitura espiritual


CARTAS DE SÃO PAULO

2 Cor 9

O exemplo das igrejas da Acaia

1 A respeito do serviço em favor dos santos, é supérfluo que vos escreva. 2 Conheço a vossa boa vontade, que enalteço, para vossa glória, junto dos macedónios: «A Acaia está pronta, desde o ano passado.» E o vosso zelo tem servido de estímulo a muitos outros. 3 Enviei-vos, todavia, os irmãos para que o elogio que fiz de vós não seja desmentido neste particular e para que, como disse, estejais preparados. 4 Não aconteça que, indo comigo alguns macedónios e encontrando-vos desprevenidos, nós, para não dizer vós, ficássemos envergonhados de tal confiança. 5 Julgámos, por isso, necessário pedir aos irmãos que fossem adiante ter convosco e preparassem, de antemão, a vossa oferta prometida, e assim esta esteja já pronta como sinal de liberalidade e não de avareza. 6 Ficai sabendo: Quem pouco semeia, também pouco colherá; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá. 7 Cada um dê como dispôs em seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria. 8 E Deus tem poder para vos cumular de toda a espécie de graça, para que, tendo sempre e em tudo quanto vos é necessário, ainda vos sobre para as boas obras de todo o género. 9 Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. 10 Aquele que dá a semente ao semeador e o pão em alimento, também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça. 11 Assim, sereis enriquecidos em tudo, para exercer toda a espécie de generosidade que suscitará, por nosso intermédio, a acção de graças a Deus. 12 Porque o serviço desta colecta não deve apenas prover às necessidades dos santos, mas tornar-se abundante fonte de muitas acções de graças a Deus. 13 Através da comprovada virtude deste serviço, eles glorificarão a Deus pela obediência que professais para com o Evangelho de Cristo, e pela generosidade da comunhão em benefício deles e de todos. 14 E nas suas orações por vós, eles mostrarão quanto vos estimam, por causa da extraordinária graça que Deus vos concedeu. 15 Graças sejam dadas a Deus pelo seu dom inefável!

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?