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20/11/2019

Apresentação da Santíssima Virgem



Apresentação da Santíssima Virgem

Quando chegaram os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-No a Jerusalém para O apresentarem ao Senhor, que todo o primogénito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Lev 12, 2-8), e para oferecerem em sacrifício, segundo o que se diz na Lei, um par de rolas ou duas pombinhas. [1]

Com a humildade simples de sempre, foste, Senhora, cumprir a Lei: Passados os dias estabelecidos depois do nascimento, a jovem Mãe tem de purificar-se no Templo. Pelo filho deve oferecer um casal de pombas ou rolas brancas  e ser circuncidado.
E tu, Senhora, foste purificar-te ao Templo!

Tu, sem mancha de pecado, sem qualquer defeito que pudesse macular a brancura do teu coração e limpidez da tua alma, não hesitaste um segundo em cumprir o que estava escrito que os filhos da Casa de Israel fizessem!

Quantas vezes não pensei que estava dispensado de rezar mais, de me humilhar, de me declarar disponível para o Senhor; quantas vezes não pensei comigo mesmo que sou melhor que estes, porque eu faço, eu penso, eu desejo muito mais e melhor!

Tudo porque o meu coração tem uma carapaça que turva a sua limpidez. A minha alma cheia de equimoses de pecados antigos e recentes; feridas e lanhos de defeitos que não consigo rebater nem ultrapassar.

Não consigo porque não dedico a essa luta um furor? humilde, continuado e perseverante que me leve a estar sempre pronto para a luta contra a minha falta de carácter.

Toda a tua vida, Senhora minha, é uma lição de humildade simples e serena. Não fazes nada de extraordinário, não dás nas vistas, não sobressais no meio das outras mulheres e, no entanto, cumpres com alegria e simplicidade todas as prescrições da Lei como se tuas obrigações fossem. E nisto está o teu segredo, Maria: Cumprir o que Deus manda, sem discutir, sem argumentar, a tempo e horas, quando e como deve ser feito.

Esta singela disponibilidade cumpridora dos deveres é sem duvida, a característica mais extraordinária da Mãe do meu Senhor e minha Mãe. Não a vemos nunca em êxtase em frente das multidões, sentada numa cadeira especial, ou nos primeiros lugares das assembleias. Não. Uma mulher simples, em que as coisas, os actos e as palavras não são estudados ou arquitectados de acordo e com conveniências ou objectivos. Apenas uma serena certeza: Obedecer com prontidão e total disponibilidade. E, no entanto, esta mulher é a Mãe de Deus! Que lugar mais alto, que maior honra, que pergaminho, que nome ilustre pode comparar-se: A Mãe de Deus!

Ah Senhora minha, conseguiste com a tua serena calma, impor ao mundo um nome doce e vigoroso ao mesmo tempo que se nos coloca na boca com amoroso deleite, ou com esperançada angústia?

Nos nossos lábios um último grito, um último apelo, dos aflitos, dos que sofrem, dos que, em último recurso, para ti apelam.
Dos que, acabrunhados pela dor buscam lenitivo. Dos que, esmagados pela alegria te agradecem.

Dos que, como eu, doidos de amor apenas pronunciam o teu nome lentamente, deixando-o ecoar por todo o seu ser até ao mais profundo do seu coração.

Obedecer.

Obedecer prontamente, sem hesitações ou desvios. Não dai a pouco, ou mais logo quando houver mais tempo, mais sossego, melhor luz… todas as mil desculpas que invento para adiar o que tem de ser feito já. Obedecer!

É isto, Senhora, que procuro.
É isto, Senhora, que quero: Obedecer.

Para isso, bem o sei, preciso expurgar de mim todos os invólucros que me cingem, as preocupações com coisas pequenas, as cobardias constantes, as faltas de atenção, as interrupções, os devaneios.
Para isto é preciso estar pronto.

Só tu, Senhora minha, podes ajudar-me a conseguir este estado de alma.
Só tu podes ajudar-me a eliminar tudo aquilo que tenho a mais e que tanto é, que não me deixa ver o essencial, o que realmente vale a pena.

A ti recorro, Mãe Santíssima, para que me conduzas pela mão ao Templo da Purificação, onde eu, com os olhos finalmente libertos de escamas e o coração nu, de fora do peito, veja com toda a clareza a Vontade de Deus meu Senhor.
Tenho a certeza que serei também purificado e o fogo interior que se me acende no peito, incendiará todo o meu ser, purificando-me assim de todas as minhas faltas. [2]



[1] Lc 2, 22-24
[2] AMA, reflexões, 1988

Pessoal: Memórias


Hoje comemoro dois acontecimentos para, mim, muito importantes:

As minhas Duas Mães:

A minha Mãe do Céu: Nascida em Nazareth, cuja memória: Apresentação no Templo se comemora.

O nascimento da minha Mãe na terra nascida na Lousã em 1909 e baptizada com o nome: Maria de Nazareth.

Devo tanto ás Duas!

AMA, reflexões 

2019

Estou com Ele no tempo da adversidade


Ainda que tudo se vá abaixo e se acabe; ainda que os acontecimentos se sucedam ao contrário do previsto, com tremenda adversidade; nada se ganha perturbando-se. Além disso, recorda a oração confiante do profeta: "O Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; Ele é quem nos há-de salvar". Reza-a devotamente, todos os dias, para acomodar a tua conduta aos desígnios da Providência, que nos governa para nosso bem. (Forja, 855)

E quando a tentação do desânimo, dos contrastes, da luta, da tribulação, de uma nova noite da alma nos ataca – violenta –, o salmista põe-nos nos lábios e na inteligência aquelas palavras: estou com Ele no tempo da adversidade. Jesus, perante a Tua Cruz, que vale a minha; perante as Tuas feridas, os meus arranhões? Perante o Teu Amor imenso, puro e infinito, que vale o minúsculo fardo que Tu colocaste sobre os meus ombros? E os vossos corações e o meu enchem-se de uma santa avidez, confessando-Lhe – com obras – que morremos de Amor.
Nasce uma sede de Deus, uma ânsia de compreender as Suas lágrimas; de ver o Seu sorriso, o Seu rosto... Julgo que o melhor modo de o exprimir é voltar a repetir, com a Escritura: como o veado deseja a fonte das águas, assim a minha alma te anela, ó meu Deus! E a alma avança, metida em Deus, endeusada: o cristão tornou-se um viajante sedento, que abre a boca às águas da fonte.
Com esta entrega, o zelo apostólico ateia-se, aumenta dia-a-dia – pegando esta ânsia aos outros – porque o bem é difusivo. Não é possível que a nossa pobre natureza, tão perto de Deus, não arda em desejos de semear no mundo inteiro a alegria e a paz, de regar tudo com as águas reden­toras que brotam do lado aberto de Cristo, de começar e acabar todas as tarefas por Amor.

Falava antes de dores, de sofrimentos, de lágrimas. E não me contradigo se afirmo que, para um discípulo que procura amorosamente o Mestre, é muito diferente o sabor das tristezas, das penas, das aflições: desaparecem imediatamente, quando aceitamos deveras a Vontade de Deus, quando cumprimos com gosto os Seus desígnios, como filhos fiéis, ainda que os nervos pareçam rebentar e o suplício pareça insuportável. (Amigos de Deus, nn. 310–311)


THALITA KUM 14


THALITA KUM 14

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Mais tarde, é na margem do mar, que Cristo Ressuscitado lhes aparece.

Sabe onde os encontrar nas horas da desilusão e atordoamento que se seguiram à Sua Paixão e Morte; «Disse-lhes então Jesus: Não temais. Ide dar a notícia aos Meus irmãos, para que vão para a Galileia e lá Me verão». [1]

Jesus e o mar…

Ele sabe bem o que espera os homens da Sua Igreja até ao final dos tempos.

A agitação, os ventos contrários, os naufrágios, as vagas alterosas, as velas que se rompem, os mastros que quebram.
Por isso, escolhe, sempre, um “patrão” para a Sua barca que sabe guiá-la através de todas estas dificuldades, que será sempre fiel ao rumo e que acabará sempre por alcançar bom porto.

Esses homens que ao longo dos séculos se têm sucedido no comando da barca de Cristo, da Sua Igreja, são sempre as melhores escolhas porque, quem os escolhe, é Ele.

Como não confiar inteiramente naquele que foi escolhido para esse lugar?

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Mt 28,10

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Lc 19, 11-28

Naquele tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente. Então Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’. Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’. Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado. Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’. Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’. Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’. A este respondeu igualmente: ‘Tu também, ficarás à frente de cinco cidades’. Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço, pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’. Disse-lhe o senhor: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei. Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’. Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’. Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’. O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’». Dito isto, Jesus seguiu, à frente do povo, para Jerusalém.

Comentário:

São Lucas conta-nos esta parábola de Jesus com a riqueza de pormenores habitual.

Estamos na presença de um Evangelista que, inspirado pelo Espírito Santos, revela qualidades de escritor – ou se se quiser: repórter – nos deixa autênticos quadros vivos das várias passagens e acontecimentos na vida pública de Jesus.

E é tão bom que assim seja porque com muito mais facilidade nos sentimos como que “dentro” dos acontecimentos que relata e deixamos de ser simples “leitores” para passarmos a “expectadores”.

Assim, e seguindo o conselho de São Josemaria, vivemos por dentro as cenas do Evangelho “como um personagem mais[i].

(AMA, comentário sobre Lc 19, 11-28, 31.07.2017)



[i] Amigos de Deus, 251

Leitura espiritual


CARTAS DE SÃO PAULO

2 Cor 1

PRÓLOGO (1,1-11)

Saudação –

1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, como a todos os santos que estão na Acaia inteira, 2 a vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.

Bênção –

3 Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação! 4 Ele nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar aqueles que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus. 5 Na verdade, assim como abundam em nós os sofrimentos de Cristo, também, por meio de Cristo, é abundante a nossa consolação. 6 Se somos atribulados, é, pois, para vossa consolação e salvação. Se somos consolados, é para vossa consolação, que vos faz suportar os mesmos sofrimentos que também nós padecemos. 7 E a nossa esperança a respeito de vós é firme, porque sabemos que, assim como sois participantes dos nossos sofrimentos, também o haveis de ser da nossa consolação. 8 Não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia. Fomos maltratados em extremo, acima das nossas forças, até ao ponto de perdermos a esperança de sobreviver. 9 Sentimos cair sobre nós mesmos a sentença de morte, para que não puséssemos a confiança em nós, mas em Deus que ressuscita os mortos. 10 Foi Ele quem nos livrou e nos há-de livrar de tão grande perigo de vida; nele colocamos a esperança de que sempre nos livrará, 11 se vós também nos ajudardes, com as vossas orações, a fim de que o dom a nós concedido, pela intercessão de muitos, seja motivo de acção de graças para muitos, em nosso favor.

I. DEFESA DO APÓSTOLO (1,12-7,16)

Mudança de planos –

12 Este é o nosso motivo de glória: o testemunho da nossa consciência de termos procedido no mundo, e mais particularmente em relação a vós, com a simplicidade e a sinceridade que vêm de Deus, e não com a sabedoria humana, mas segundo a graça de Deus. 13 Na verdade, não vos escrevemos nada além do que podeis ler e compreender, e espero que o compreendais até ao fim – 14 como em parte já nos compreendestes - que nós somos o vosso motivo de glória, como vós sereis o nosso, no dia do Senhor Jesus. 15 Com esta confiança, tencionava primeiro ir ter convosco, para que recebêsseis uma segunda graça, 16 passando por vós a caminho da Macedónia, para, de lá, ir outra vez ter convosco e ser por vós ajudado na viagem para a Judeia. 17 Ao conceber este plano, será que usei de leviandade? Ou será que as resoluções que tomo são puramente humanas, de modo que haja em mim o "sim" e o "não" ao mesmo tempo? 18 Mas Deus é testemunha de que a nossa palavra dirigida a vós não é «sim» e «não.» 19 Pois o Filho de Deus, Jesus Cristo, aquele que foi por nós anunciado entre vós, por mim, por Silvano e por Timóteo, não foi um «sim» e um «não», mas unicamente um «sim.» 20 Nele todas as promessas de Deus se tornaram «sim» e é por isso que, graças a Ele, nós podemos dizer o «ámen» para glória de Deus. 21 Aquele que nos confirma juntamente convosco em Cristo e nos dá a unção é Deus, 22 Ele que nos marcou com um selo e colocou em nossos corações o penhor do Espírito. 23 Quanto a mim, invoco a Deus por testemunha, sobre a minha vida, de que foi para vos poupar que não voltei a Corinto. 24 Não é porque pretendamos actuar como senhores sobre a vossa fé; queremos, antes, contribuir para a vossa alegria, porque, quanto à fé, estais firmes.

Fulton Sheen será beatificado




Nota de AMA:
Tive a felicidade de conhecer esta grande personalidade da Igreja nos EUA, nos anos 50 em Fátima.

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?