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17/11/2019

Constância, que nada te desoriente


O desalento é inimigo da tua perseverança. – Se não lutares contra o desalento, chegarás ao pessimismo, primeiro, e à tibieza, depois. – Sê optimista. (Caminho, 988)

Constância, que nada desoriente. – Faz-te falta. Pede-a ao Senhor e faz o que puderes para a obter; porque é um grande meio para te não separares do fecundo caminho que empreendeste. (Caminho, 990)

Não podes "subir". – Não é de estranhar: aquela queda!...
Persevera e "subirás". – Recorda o que diz um autor espiritual: a tua pobre alma é um pássaro que ainda tem as asas empastadas de lama.
É preciso muito calor do céu e esforços pessoais, pequenos e constantes, para arrancar essas inclinações, essas imaginações, esse abatimento, essa lama pegajosa das tuas asas.
E ver-te-ás livre. – Se perseverares, "subirás". (Caminho, 991)

Dá graças a Deus, que te ajudou, e rejubila com a tua vitória. - Que alegria tão profunda, a que sente a tua alma depois de ter correspondido! (Caminho, 992)


THALITA KUM 11


THALITA KUM 11

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Foi na praia que Jesus começou a fantástica história da salvação humana. [1]

Eram homens do mar os que, em primeiro lugar, Jesus escolheu para concretizar a Sua Missão Salvadora. Muito particularmente, estes três: Pedro, Tiago e João, hão acompanhá-lo-ão sempre mais perto da Sua intimidade.
Quantas longas horas deve ter passado instruindo a sua pouca cultura, limando as rudezas do seu carácter, cimentando a sua dedicação!
Desejou tê-los consigo nos momentos mais marcantes, que conhecemos, da Sua vida pública: Nos grandes milagres, como a ressurreição de Lázaro – e agora, neste, [2] da filha de Jairo -, como testemunhas particulares da Sua Divindade – na Transfiguração do Tabor - nas horas dramáticas de Getsémani.

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] Cfr. Mt 4, 18-22
[2] Que se comentará a seguir e, de certo modo, constitui o núcleo deste escrito.

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Lc 21, 5-19

Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».

Comentário:

Cristo já tinha, por várias vezes, “avisado” os Seus discípulos sobre as dificuldades e perigos de toda a ordem que teriam de enfrentar por O seguirem.

E, também uma vez mais, lhes dá garantia que, Ele, nunca lhes faltará coma Sua assistência.

Mas há, de facto, uma condição importante: a perseverança!

Por outras palavras: quem perseverar será salvo!

(AMA, comentário sobre Lc 21, 5-19, 18.09.2019)


Leitura espiritual


Cartas de São Paulo

1 Cor 14

Normas para o uso dos carismas

1Procurai o amor e aspirai aos dons do Espírito, mas sobretudo ao da profecia. 2Pois aquele que fala em línguas, não fala aos homens, mas a Deus: ninguém, de facto, o entende, pois no Espírito diz coisas misteriosas. 3Mas o que profetiza fala aos homens para os edificar, exortar e consolar. 4Quem fala em línguas, edifica-se a si mesmo, mas quem profetiza, edifica a assembleia. 5Quisera eu que todos vós falásseis em línguas, mas mais ainda que profetizásseis. Quem profetiza está acima daquele que fala em línguas, a não ser que também as interprete, para que a assembleia possa tirar proveito.

6Imaginai agora, irmãos, que eu ia ter convosco e vos falava em línguas: de que utilidade vos seria, se nada vos comunicasse nem por revelação, nem por ciência, nem por profecia, nem por ensinamento? 7O mesmo acontece com os instrumentos de música, como a flauta ou a cítara: se não emitirem sons distintos, como identificar a melodia tocada? 8E, se a trombeta só emitir sons confusos, quem é que se prepara para a guerra? 9Do mesmo modo vós: se a vossa língua não proferir um discurso inteligível, como se há-de saber o que dizeis? Sereis como quem fala ao vento. 10Há no mundo não sei quantas espécies de línguas, e todas têm o seu significado. 11Ora, se eu não conheço o significado de uma língua, serei como um bárbaro para aquele que fala e aquele que fala, também o será para mim.

12Assim também vós: já que estais ávidos dos dons do Espírito, procurai adquiri-los em abundância, mas para edificação da assembleia. 13Por isso, o que fala em línguas reze para obter o dom da interpretação. 14Porque, se eu rezo em línguas, o meu espírito está em oração, mas a minha inteligência não colhe frutos.

15Que fazer, então? Rezarei com o espírito, mas rezarei também com a inteligência; cantarei com o espírito, mas cantarei igualmente com a inteligência. 16De outro modo, se tu elevas um cântico de louvor só com o espírito, como pode o que participa como simples ouvinte responder «Ámen» à tua acção de graças, visto que não sabe o que dizes? 17A tua acção de graças será certamente muito bela, mas o outro não tira qualquer proveito. 18Graças a Deus, eu falo mais em línguas que todos vós. 19Mas, numa assembleia, prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência, para instruir também os outros, do que dez mil, em línguas.

20Irmãos, não sejais crianças, quanto à maneira de julgar; sede, sim, crianças na malícia; mas, quanto à maneira de julgar, sede homens adultos. 21Está escrito na Lei: Falarei a este povo por homens de outra língua e por lábios estranhos, e nem assim me hão-de escutar, diz o Senhor. 22Por conseguinte, o dom das línguas é um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos; já a profecia não é para os descrentes, mas para os crentes. 23Se toda a assembleia estivesse reunida e todos começassem a falar em línguas, os simples ouvintes ou descrentes que entrassem, não diriam que estáveis loucos? 24Mas se todos começarem a profetizar e entrar ali um descrente qualquer ou simples ouvinte, há-de sentir-se tocado por todos, julgado por todos; 25os segredos do seu coração serão desvendados e, prostrando-se com o rosto por terra, adorará a Deus, proclamando que Deus está realmente no meio de vós.


Os carismas na assembleia

26Que devemos fazer, então, irmãos? Quando vos reunis, e cada um de vós tem um hino a cantar, um ensinamento a proferir, ou uma revelação, ou um discurso em línguas, ou uma interpretação, que tudo se faça de modo a edificar. 27Se se fala em línguas, que não sejam mais que dois ou no máximo três, cada um por sua vez, e que um as interprete. 28Se não houver intérprete, fiquem calados na assembleia e falem consigo mesmos e com Deus.

29Quanto aos profetas, que falem dois ou três e que os outros façam o discernimento. 30Mas se um outro entre os presentes recebe uma revelação, cale-se o anterior. 31Todos podeis profetizar, mas um após outro, para que todos sejam instruídos e exortados. 32Mas as inspirações dos profetas devem submeter-se aos profetas, 33porque Deus não é um Deus de desordem, mas de paz.

Como acontece em todas as assembleias de santos, 34as mulheres estejam caladas nas assembleias, porque não lhes é permitido tomar a palavra e, como diz também a Lei, devem ser submissas. 35Se quiserem saber alguma coisa, perguntem em casa aos maridos, porque não é conveniente para uma mulher falar na assembleia.

36Porventura a palavra de Deus, partiu de vós ou só a vós foi comunicada? 37Se algum de vós julga ser profeta ou estar na posse dos dons do Espírito, deve reconhecer, no que vos escrevo, um preceito do Senhor. 38Mas se alguém não o reconhecer, também não será reconhecido. 39Assim, pois, irmãos, aspirai ao dom da profecia e não impeçais que se fale em línguas. 40Mas que tudo se faça com decoro e ordem.



O perdão é esquecer?

SUNSET


O perdão é esquecer?


Alguns dizem que o perdão é esquecer a ofensa que foi feita. Mas será realmente assim? Perdoar implica esquecer?
Há muitas ofensas que não podem ser esquecidas. Não podemos pedir às vítimas de um ataque ou aos pais cujo filho foi assassinado que esqueçam os danos que lhes foram causados e os responsáveis por esses danos. É normal – e saudável – que se lembrem do que viveram, ou até que reivindiquem o direito de não esquecerem os acontecimentos de que foram vítimas. Em alguns casos, até falamos de “dever de memória”. Quer isto dizer que há ofensas que não podem ser perdoadas?

Será que devemos esquecer para conceder um perdão sincero?

Esquecer a ofensa sofrida não depende de nós. Não podemos decidir apagar aquilo que queremos quando queremos, todos nós temos essa experiência: há muitas lesões, graves ou menores, que gostaríamos de esquecer e que, no entanto, permanecem na nossa memória. E quando temos o verdadeiro desejo de perdoar a quem nos magoou, esta incapacidade de esquecer nos confunde ou nos surpreende: “Se não esqueci, é porque não perdoei realmente”. E então? Somos incapazes de perdoar verdadeiramente, porque a nossa memória se recusa a olvidar?

“A Ressurreição não é o esquecimento da Paixão”, disse um dia o Cardeal francês Jean-Marie Lustiger. Da mesma forma, o perdão não é o esquecimento da ofensa. Muitos acreditam que a memória da ofensa sofrida que volta à memória é um sinal de que não perdoaram. Mas não é possível esquecer um acontecimento que nos magoou. A lembrança é uma questão de memória, e o perdão é uma questão de vontade profunda. Não é a mesma coisa.

O que é verdade sobre o perdão aos outros também é verdade sobre o perdão que nós devemos a nós mesmos. Não sempre pensamos que é sobretudo a si mesmo que se deve perdoar. Acontece com demasiada frequência que nos preocupamos com remorsos: nos culpamos por não ter estado à altura da situação, por ter quebrado a nossa palavra, por ter cometido um erro, ou até mesmo uma falha, com graves consequências… Se o nosso passado nos impede de viver em paz, de ser plenamente nós mesmos, é o sinal de que temos de perdoar a nós mesmos ou aos outros.

Para perdoar, deve se lembrar

O processo de perdão não consiste em negar a ferida, conservando-a o mais possível enterrada. Pelo contrário, o caminho do perdão é antes de tudo um caminho de verdade e, portanto, de descoberta. Para perdoar, é preciso começar por ter consciência de que se sentiu ofendido. Mas porquê trazer as feridas aparentemente esquecidas para a superfície? Porque enquanto não forem perdoadas, são como uma fonte de infecção que destila o seu veneno. Quantas feridas sofridas no passado perturbam as relações familiares, apesar de parecerem estar enterradas!

O perdão ajuda a memória a curar, pois permite que se estabeleça em paz. A memória da ofensa sofrida se torna um caminho de vida e bênção, ele que era um caminho de morte e maldição. O perdão é, verdadeiramente, ressurreição: a passagem da morte à vida. Jesus ressuscitado nos torna capazes de esta passagem. Ele que nos pediu que perdoássemos “setenta sete vezes”, ou seja, infinitamente. Não tenhamos medo de pedir ao Espírito Santo para nos recordar todas as ofensas que temos de perdoar. Cristo ressuscitou com as suas cicatrizes, e nós guardamos em nós as cicatrizes da nossa história, mas já não são sinais de esmagamento, de condenação, mas se tornam sinais de cura e de salvação.


Pequena agenda do cristão

DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?