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30/10/2019

Ajuda-os sem que o notem


O pensamento da morte ajudar-te-á a cultivar a virtude da caridade, porque talvez esse instante concreto de convivência seja o último em que estás com este ou com aquele... Eles, ou tu, ou eu, podemos faltar em qualquer momento. (Sulco, 895)

Dir-me-ás talvez: e porque havia eu de me esforçar? Não sou eu quem te responde, mas S. Paulo: o amor de Cristo urge-nos. Todo o espaço de uma existência é pouco para alargar as fronteiras da tua caridade. Desde os primeiríssimos começos do Opus Dei, manifestei o meu grande empenho em repetir sem cessar, para as almas generosas que se decidam a traduzi-lo em obras, aquele grito de Cristo: nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros. Conhecer-nos-ão precisamente por isso, porque a caridade é o ponto de arranque de qualquer actividade de um cristão. (…)

Queria fazer-vos notar que, após vinte séculos, ainda aparece com toda a pujança de novidade o Mandato do Mestre, que é uma espécie de carta de apresentação do verdadeiro filho de Deus. Ao longo da minha vida sacerdotal, tenho pregado com muitíssima frequência que, desgraçadamente para muitos, continua a ser novo, porque nunca ou quase nunca se esforçaram por praticá-lo. É triste, mas é assim. E não há dúvida nenhuma de que a afirmação do Messias ressalta de modo terminante: nisto vos conhecerão, que vos amais uns aos outros! Por isso, sinto a necessidade de recordar constantemente essas palavras do Senhor. S. Paulo acrescenta: levai os fardos uns dos outros e, desta maneira, cumprireis a lei de Cristo. Momentos perdidos, talvez com a falsa desculpa de que te sobra tempo... Se há tantos irmãos, amigos teus, sobrecarregados de trabalho! Com delicadeza, com cortesia, com um sorriso nos lábios, ajuda-os, de tal maneira que se torne quase impossível que o notem; e que nem se possam mostrar agradecidos, porque a discreta finura da tua caridade fez com que ela passasse inadvertida. (Amigos de Deus, 43–44)

Crise na Igreja?

Não tenhais medo [1]


A Santa Igreja – que somos todos os cristãos – tem como Cabeça Jesus Cristo seu Fundador.

Só Ele pode alterar seja o que for na sua essência.

Nenhum homem seja qual for o cargo que ocupe ou o ministério que desempenhe tem esse poder.

Confiemos, pois, com a certeza que quanto maior a provação maior será o Seu cuidado.

Fujamos da tentação de fazer juízos – mesmo íntimos – porque tal não os compete.

Rezemos com perseverança pedindo Luz, Sabedoria e Justiça para todos, principalmente os que mais responsabilidades possam ter na condução do Povo de Deus.

(AMA, reflexão, 2019)



[1] Mt 8, 25-26

Temas para reflectir e meditar

IGNORÂNCIA


Se bem que seja evidente que um homem ignorante possa ser virtuoso, é igualmente verdade que a ignorância não é uma virtude. 
Houve mártires que não teriam sido capazes de enunciar correctamente a doutrina da Igreja, sendo o martírio a prova máxima do amor. 
Todavia, se tivessem conhecido mais a Deus, o seu amor teria sido maior.

(F. L. SheedTeologia para todos, Palabra, Madrid, 1977, nr. 15-16, trad ama)

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Lc 13, 22-30

Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?». Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos».

Comentário:

Não cedamos à tentação de deixar para depois - lá mais para diante – os nossos esforços por alcançar o Reino de Deus.

Impõe-se urgência, não perder tempo, hoje, agora Nunc Coepi, é quando temos de envidar o nosso empenho em consegui-lo.

Não sabemos se esse momento futuro chegará e correr o risco de não ser dos “primeiros” na miragem de ser dos “últimos” é estultícia e erro crasso.

Deus dá-nos todas as oportunidades que possamos necessitar.

Não as desperdicemos.


(AMA, comentário sobre Lc 13, 22-30, 01.08.2019)


Leitura espiritual


Cartas de São Paulo

Rm 12

II. CULTO DE ACORDO COM O EVANGELHO (12,1-15,13)

O culto espiritual

1 Por isso, vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Seja este o vosso verdadeiro culto, o espiritual. 2 Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrário, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito.


Ao serviço da comunidade

3 Assim, em virtude da graça que me foi dada, digo a todos e a cada um de vós que não se sinta acima do que deve sentir-se; mas sinta-se preocupado em ser sensato, de acordo com a medida de fé que Deus distribuiu a cada um. 4 É que, como num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função, 5 assim acontece connosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros. 6 Temos dons que, consoante a graça que nos foi dada, são diferentes: se é o da profecia, que seja usado em sintonia com a fé; 7 se é o do serviço, que seja usado a servir; se um tem o de ensinar, que o use no ensino; 8 se outro tem o de exortar, que o use na exortação; quem reparte, faça-o com generosidade; quem preside, faça-o com dedicação; quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria.


O amor faz o bem

9 Que o vosso amor seja sincero. Detestai o mal e apegai-vos ao bem. 10 Sede afectuosos uns para com os outros no amor fraterno; adiantai-vos uns aos outros na estima mútua. 11 Não sejais preguiçosos na vossa dedicação; deixai-vos inflamar pelo Espírito; entregai-vos ao serviço do Senhor. 12 Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração. 13 Partilhai com os santos que passam necessidade; aproveitai todas as ocasiões para serdes hospitaleiros. 14 Bendizei os que vos perseguem; bendizei, não amaldiçoeis. 15 Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. 16 Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não vos preocupeis com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde; não vos julgueis sábios por vós próprios. 17 Não pagueis a ninguém o mal com o mal; interessai-vos pelo que é bom diante de todos os homens. 18 Tanto quanto for possível e de vós dependa, vivei em paz com todos os homens. 19 Não vos vingueis por vós próprios, caríssimos; mas deixai que seja Deus a castigar, pois está escrito: É a mim que compete punir, Eu é que hei-de retribuir, diz o Senhor. 20 Em vez disso, se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de beber; porque, se fizeres isso, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?