Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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30/08/2019
Evangelho e comentário
Evangelho: Mt 25, 1-13
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez
virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram
insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram
azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e
adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu
encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as
lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as
nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não
chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto
foram comprá-lo, chegou o esposo: as que estavam preparadas entraram com ele
para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras
virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em
verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia
nem a hora».
Comentário:
Porque é que o Senhor não me conhece?
Só por ter chegado um pouco tarde ao encontro!
Bom, mas, eu, estive de facto à espera, bastante tempo,
tanto que se me acabou o azeite e tive de ir comprá-lo!
O Senhor não tem isto em conta?
Não se trata de o Senhor querer ou não querer
conhecer-me.
Eu é que me exclui do Seu convívio porque abandonei a
“espera” e, quando Ele entrou, não estava ali para entrar com Ele.
Tive um motivo para o fazer, de facto… mas, O Senhor
não tem nada a ver com isso, ou tem?
Ele chega, abre-se a porta
e, quem está à espera, preparado, entra no gozo do seu Senhor.
Que não sei nem o dia nem a hora!
Pois não, por isso tenho de estar preparado SEMPRE!
(AMA,
comentário sobre Mt 25, 1-13, 2010.08.09)
Temas para reflectir e meditar
Pois apesar de ter merecido dar à luz o Filho do Altíssimo, era
Ela humilíssima, e ao nomear-se não se antepõe ao seu esposo, dizendo: Eu e o
teu pai, mas: Teu pai e eu.
Não teve em conta a dignidade do seu seio, mas a hierarquia conjugal.
A humildade de Cristo, com efeito, não tinha de ser para a sua mãe
uma escola de soberba.
(Stº. agostinho, Sermão 51,
18.)
Leitura espiritual
Amigos
de Deus
175
Sabeis muito bem, por o terdes ouvido e
meditado frequentemente, que para todos nós, cristãos, Jesus Cristo é o modelo.
Tê-lo-eis
ensinado a muitas almas, através desse apostolado - convívio humano com sentido
divino - que faz já parte do vosso eu.
Tê-lo-eis
recordado oportunamente, ao empregar esse meio maravilhoso da correcção
fraterna, possibilitando a quem vos escutava comparar o seu procedimento com o
do nosso Irmão primogénito, o Filho de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.
Jesus é o modelo.
Ele
mesmo o disse: Discite a me, aprendei
de mim!
Quero
hoje falar-vos de uma virtude que, sem ser a única nem a primeira, actua na
vida cristã como o sal que preserva da corrupção e constitui a pedra de toque
da alma apostólica: a virtude da santa pureza.
É verdade que a caridade teologal é a
virtude mais alta, mas a castidade é a exigência sine qua non, condição
imprescindível para chegar ao diálogo íntimo com Deus.
Quem
não a guarda, se não luta, acaba por ficar cego.
Não
vê nada, porque o homem animal não pode perceber as coisas que são do Espírito
de Deus .
Animados pela pregação do Mestre, nós
queremos ver com olhos limpos: bem-aventurados os puros de coração, porque
verão a Deus.
A Igreja sempre apresentou estas palavras
como um convite à castidade.
Guardam
um coração sadio, escreve S. João Crisóstomo, os que possuem uma consciência
completamente limpa ou os que amam a castidade.
Nenhuma
virtude é tão necessária como esta para ver a Deus.
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O
exemplo de Cristo
Jesus Cristo, Nosso Senhor, foi, ao longo
da sua vida sobre a terra, coberto de impropérios e maltratado de todas as
maneiras possíveis.
Lembrais-vos?
Diziam
que se comportava como um revoltoso e afirmaram que estava endemoninhado.
Noutra
altura, interpretaram mal as manifestações do seu Amor infinito e
classificaram--no como amigo de pecadores.
Mais tarde, a Ele, que é a própria penitência
e a própria temperança, lançam-lhe à cara que frequentava a mesa dos ricos.
Também
lhe chamam depreciativamente fabri filius,
filho do trabalhador, do carpinteiro, como se isso fosse uma injúria.
Permite
que o rotulem de bebedor e comilão...
Deixa
que o acusem de tudo, excepto de que não é casto.
Não
os deixou dizer isso, porque quer que nós conservemos com toda a nitidez esse
exemplo: um modelo maravilhoso de pureza, de limpeza, de luz, de amor que sabe
queimar todo o mundo para o purificar.
Gosto de me referir à santa pureza,
contemplando sempre a conduta de Nosso Senhor, porque Ele a viveu com grande
delicadeza.
Reparai
no que relata S. João quando, Jesus, fatigatus
ex itinere, sedebat sic supra fontem, cansado no caminho se sentou à borda
do poço.
Procurai recolher-vos e reviver devagar a
cena: Jesus Cristo, perfectus Deus,
perfectus homo, está fatigado do caminho e do trabalho apostólico, tal como
algumas vezes deve ter sucedido convosco, que vos sentis arrasados por já não
poderdes mais.
É
comovedor observar o Mestre esgotado.
Além
disso, tem fome: os discípulos tinham ido ao povoado vizinho para buscar
alimentos.
E
tem sede.
Mas, mais do que a fadiga do corpo,
consome-o a sede de almas.
Por
isso, ao chegar a samaritana, aquela mulher pecadora, o coração sacerdotal de
Cristo derrama-se, diligente, para recuperar a ovelha perdida, esquecendo o
cansaço, a fome e a sede.
Ocupava-se o Senhor com aquela grande obra
de caridade, quando os apóstolos voltaram da cidade e mirabantur quia cum muliere loquebatur, ficaram surpreendidos por
estar a falar a sós com uma mulher.
Como
era cuidadoso!
Que
amor à virtude encantadora da santa pureza, que nos ajuda a ser mais fortes,
mais rijos, mais fecundos, mais capazes de trabalhar por Deus, mais capazes de
tudo o que é grande!
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Esta é a vontade de Deus, a vossa
santificação... que cada um saiba usar o seu corpo santa e honestamente, não se
abandonando às paixões, como fazem os pagãos que não conhecem a Deus.
Pertencemos
totalmente a Deus, com a alma e com o corpo, com a carne e com os ossos, com os
sentidos e com as potências.
Pedi-lhe
com confiança: Jesus, guarda o nosso coração! Faz com que o meu coração seja
grande, forte e terno, afectuoso e delicado, transbordante de caridade para Ti,
para servir todas as almas.
O
nosso corpo é santo, templo de Deus, precisa S. Paulo.
Esta
exclamação do Apóstolo recorda-me o chamamento à santidade, que o Mestre dirige
a todos os homens: Estote perfecti sicut
et Pater vester caelestis perfectus est.
O
Senhor pede a todos, sem discriminação alguma, correspondência à graça.
O
Senhor exige a cada um, de acordo com a sua situação pessoal, a prática das
virtudes próprias dos filhos de Deus.
Por isso, ao recordar-vos que o cristão tem
de guardar uma castidade perfeita, estou a referir-me a todos: aos solteiros,
que devem cingir-se a uma completa continência, e aos casados, que vivem
castamente, cumprindo as obrigações próprias do seu estado.
Com o espírito de Deus, a castidade, longe
de ser um peso incómodo e humilhante, torna-se uma afirmação gozosa, porque o
querer, o domínio e a vitória não são dados pela carne nem vêm do instinto, mas
procedem da vontade, sobretudo se está unida à do Senhor.
Para
ser castos e não simplesmente continentes ou honestos, temos de submeter as
paixões à razão, por uma causa elevada, por um impulso de Amor.
Comparo esta virtude a umas asas que nos
permitem levar os mandamentos, a doutrina de Deus por todos os ambientes da
terra, sem receio de ficar enlameados.
Essas
asas, tal como as da aves majestosas que sobem mais alto que as nuvens, pesam e
pesam muito, mas, se faltassem, não seria possível voar.
Gravai
isto na vossa mente, decididos a não ceder quando sentirdes a garra da
tentação, que se insinua apresentando a pureza como uma carga insuportável.
Ânimo!
Subi
até ao sol, em busca do Amor!
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Com
Deus nos nossos corpos
Causou-me sempre muita pena o costume de
algumas pessoas - tantas! - que escolhem como nota constante dos seus
ensinamentos a impureza.
Com
isso, conseguem - comprovei-o em bastantes almas - exactamente o contrário do
que pretendem, porque a impureza é matéria mais pegajosa que o pez e deforma as
consciências com complexos ou medos, como se a pureza da alma fosse um
obstáculo quase insuperável.
Nós
não faremos assim!
Temos
de tratar da santa pureza com pensamentos positivos e limpos, com palavras
modestas e claras.
Discorrer sobre este tema, significa
dialogar sobre o Amor.
Tenho
de vos dizer que para esse efeito me ajuda considerar a Humanidade Santíssima
de Nosso Senhor, a maravilha inefável de Deus que se humilha, até fazer-se
homem.
E
que não se sente aviltado por ter tomado carne igual à nossa, com todas as suas
limitações e fraquezas, menos o pecado, porque nos ama com loucura!
Ele
não se rebaixa com o seu aniquilamento e, em troca, levanta-nos, deificando-nos
o corpo e a alma.
Responder
afirmativamente ao seu Amor com um carinho claro, ardente e ordenado, isso é a
virtude da castidade.
Temos de gritar a todo o mundo com a
palavra e com o testemunho da nossa conduta: não empeçonhemos o coração, como
se fôssemos pobres animais dominados pelos instintos mais baixos.
Um
escritor cristão exprime-o assim:
Reparai
que o 0coração do homem não é pequeno, pois abraça muitas coisas.
Medi
essa grandeza, não pelas suas dimensões físicas, mas pelo poder do seu
pensamento, capaz de alcançar o conhecimento de tantas verdades.
É
possível preparar o caminho do Senhor no coração, traçar uma vereda direita,
para que passem por ali o Verbo e a Sabedoria de Deus.
Preparai
com uma conduta honesta e com obras irrepreensíveis o caminho do Senhor,
aplanai a estrada para que o Verbo de Deus caminhe por vós sem tropeçar e vos
dê o conhecimento dos seus mistérios e da sua vinda.
Revela-nos a Escritura Santa que a
grandiosa obra da santificação, tarefa oculta e magnífica do Paráclito, se
verifica na alma e no corpo.
Não sabeis que os vossos
corpos são membros de Cristo? - clama o Apóstolo.
Tomarei eu, pois, os
membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma prostituta? (...)
Não sabeis, porventura,
que os vossos corpos são templos do Espírito Santo, que habita em vós, o qual
vos foi dado por Deus e que não pertenceis a vós mesmos, porque fostes
comprados por um grande preço? Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.
(cont)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
A castidade é uma virtude
Escreveste-me, médico apóstolo:
"Todos sabemos por experiência que podemos ser castos, vivendo vigilantes,
frequentando os Sacramentos e apagando as primeiras chispas da paixão, sem
deixar que a fogueira ganhe corpo. É precisamente entre os castos que se contam
os homens mais íntegros, sob todos os aspectos. E entre os luxuriosos
predominam os tímidos, os egoístas, os falsários e os cruéis, que são
características de pouca virilidade". (Caminho, 124)
Não deves limitar-te a fugir da queda
ou da ocasião, nem o teu comportamento deve reduzir-se, de maneira alguma, a
uma negação fria e matemática. Já te convenceste de que a castidade é uma
virtude e, como tal, deve desenvolver-se e aperfeiçoar-se? Não basta ser continente,
cada um segundo o seu estado. Insisto: temos de viver castamente, com virtude
heróica. Este comportamento é um acto positivo, com o qual aceitamos de boa
vontade o pedido de Deus: Præbe, fili mi,
cor tuum mihi et oculi tui vias meas custodiant, entrega-me, meu filho, o
teu coração e espraia os teus olhos pelos meus campos de paz.
Pergunto-te eu, agora: como encaras tu
esta batalha? Bem sabes que a luta já está vencida, se a mantivermos desde o
princípio. Afasta-te imediatamente do perigo, mal percebas as primeiras chispas
de paixão, e até antes. Fala, além disso, com quem dirige a tua alma; se
possível antes, porque abrindo o coração de par em par não serás derrotado. Um
acto repetido várias vezes cria um hábito, uma inclinação, uma facilidade. É
preciso, pois, batalhar para alcançar o hábito da virtude, o hábito da
mortificação, para não recusar o Amor dos Amores.
Meditai no conselho de S. Paulo a
Timóteo: Te ipsum castum custodi,
conserva-te a ti mesmo puro, para estarmos, também, sempre vigilantes,
decididos a defender o tesouro que Deus nos entregou. Ao longo da minha vida,
quantas e quantas pessoas não ouvi queixarem-se: Ah! Se eu tivesse cortado ao
princípio! E diziam-no cheias de aflição e de vergonha. (Amigos
de Deus, 182)