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20/07/2019

Temas para reflectir e meditar

Sobre o Exame pessoal

3 Não tenho outro remédio, tenho de fazer exame!
Penso que fazer exame é um acto sério que define a consciência e o carácter da pessoa.
Não o fazer equivale a considerar-se ou perfeito - e a perfeição não se examina - ou estar completamente desinteressado da vida que se leva, do impacto ou influência que os nossos actos podem ter nos outros, indiferença pelas escolhas dos caminhos ou decisões que se tomam, enfim, viver como um irracional que, como se sabe, não pensa.

Mas, fazer exame não significa um escalpelizar da personalidade à procura de erros, defeitos, vícios, mau procedimento. É, também, verificar o que está bem e que pode eventualmente melhorar e, este aspecto do exame é, seguramente, tão importante como o outro.

26.05.2018

Leitura espiritual


"Christus vivit": Exortação Apostólica aos Jovens


Capítulo VI

JOVENS COM RAÍZES

Arriscar juntos

198. O amor que se dá e age, muitas vezes erra.
Aquele que actua, aquele que arrisca, frequentemente comete erros.
A propósito, pode revelar-se interessante o testemunho de Maria Gabriela Perin, que, recém-nascida, ficou órfã de pai e reflecte como isso influiu na sua vida, numa relação que não durou, mas fez dela mãe e agora avó: «O que sei é que Deus cria histórias.
Na sua genialidade e misericórdia, Ele pega nos nossos triunfos e fracassos e tece lindas tapeçarias que estão cheias de ironia.
O reverso do tecido pode parecer confuso com os seus fios emaranhados - os acontecimentos da nossa vida - e talvez seja este lado que não nos deixa em paz quando temos dúvidas.
Todavia o lado bom da tapeçaria mostra uma história magnífica, e este é o lado que Deus vê»


[1].

Quando as pessoas mais velhas olham com atenção a vida, com frequência compreendem instintivamente o que está por trás dos fios emaranhados e reconhecem o que Deus faz criativamente até mesmo com os nossos erros.

199. Se caminharmos juntos, jovens e idosos, poderemos estar bem enraizados no presente e, daqui, visitar o passado e o futuro: visitar o passado, para aprender da história e curar as feridas que às vezes nos condicionam; visitar o futuro, para alimentar o entusiasmo, fazer germinar os sonhos, suscitar profecias, fazer florescer as esperanças.
Assim unidos, poderemos aprender uns com os outros, acalentar os corações, inspirar as nossas mentes com a luz do Evangelho e dar nova força às nossas mãos.

200. As raízes não são âncoras que nos prendem a outros tempos, impedindo de nos encarnarmos no mundo actual para fazer nascer uma realidade nova.
Pelo contrário, são um ponto de aprofundamento que nos permite crescer e responder aos novos desafios.
Sendo assim, não aproveita «sentarmo-nos a recordar com saudade os tempos passados; devemos tomar a peito, com realismo e amor, a nossa cultura e enchê-la de Evangelho.
Somos enviados hoje a anunciar a Boa Nova de Jesus aos tempos novos.
Temos de amar o nosso tempo com as suas possibilidades e riscos, com as suas alegrias e sofrimentos, com as suas riquezas e limites, com os seus sucessos e erros»[2].

201. No Sínodo, um dos jovens auditores, vindo das Ilhas Samoa, disse que a Igreja é uma canoa, na qual os idosos ajudam a manter a rota, interpretando a posição das estrelas, e os jovens remam com força imaginando o que os espera mais além.
Não nos deixemos extraviar nem pelos jovens que pensam que os adultos são um passado que já não conta, que já está superado, nem pelos adultos que julgam saber sempre como se deveriam comportar os jovens.
O melhor é subirmos todos para a mesma canoa e, juntos, procurarmos um mundo melhor, sob o impulso sempre novo do Espírito Santo.

Capítulo VII

A PASTORAL DOS JOVENS

202. A pastoral juvenil, tal como estávamos habituados a realizá-la, foi significativamente assaltada pelas mudanças sociais e culturais. Nas estruturas habituais, muitas vezes os jovens não encontram resposta para as suas inquietudes, necessidades, problemas e feridas.
A proliferação e o crescimento de associações e movimentos com características predominantemente juvenis podem ser interpretados como uma acção do Espírito que abre novos caminhos.
Mas é necessário um aprofundamento da sua participação na pastoral de conjunto da Igreja, bem como uma maior comunhão entre eles e uma melhor coordenação da actividade.
Embora nem sempre seja fácil abordar os jovens, estamos crescendo em dois aspectos: a consciência de que é toda a comunidade que os evangeliza e a urgência de que os jovens sejam mais protagonistas nas propostas pastorais.

Uma pastoral sinodal

203. Quero destacar que os próprios jovens são agentes da pastoral juvenil, acompanhados e orientados, mas livres para encontrar caminhos sempre novos, com criatividade e ousadia.
Por conseguinte, seria supérfluo deter-me aqui a propor uma espécie de manual de pastoral juvenil ou um guia prática de pastoral.
Trata-se, antes, de colocar em campo a sagacidade, o engenho e o conhecimento que os próprios jovens têm da sensibilidade, linguagem e problemáticas dos outros jovens.

204. Fazem-nos ver a necessidade de assumir novos estilos e estratégias.
Por exemplo, enquanto os adultos procuram ter tudo programado, com reuniões periódicas e horários fixos, hoje a maioria dos jovens sente-se pouco atraída por estes esquemas pastorais.
A pastoral juvenil precisa adquirir outra flexibilidade, convidando os jovens para acontecimentos que, de vez em quando, lhes proporcionem um espaço onde não só recebam uma formação, mas lhes permitam também compartilhar a vida, festejar, cantar, escutar testemunhos concretos e experimentar o encontro comunitário com o Deus vivo.

205. Neste sentido, seria altamente desejável recolher ainda mais as boas práticas: metodologias, linguagens, motivações que se revelaram realmente atraentes para aproximar os jovens de Cristo e da Igreja.
Não importa a cor delas: se são «conservadoras ou progressistas», se são «de direita ou de esquerda».
O importante é recolher tudo aquilo que deu bons resultados e seja eficaz para comunicar a alegria do Evangelho.

206. A pastoral juvenil só pode ser sinodal, ou seja, capaz de dar forma a um «caminhar juntos» que implica «a valorização - através dum dinamismo de corresponsabilidade - dos carismas que o Espírito dá a cada um dos membros [da Igreja], de acordo com a respectiva vocação e missão. (…)
Animados por este espírito, poderemos avançar para uma Igreja participativa e corresponsável, capaz de valorizar a riqueza da variedade que a compõe, acolhendo com gratidão também a contribuição dos fiéis leigos, incluindo jovens e mulheres, a da vida consagrada feminina e masculina e a de grupos, associações e movimentos.
Ninguém deve ser colocado nem deixado colocar-se de lado»[3].

207. Desta forma, aprendendo uns com os outros, podemos reflectir melhor aquele maravilhoso poliedro que deve ser a Igreja de Jesus Cristo.
Esta pode atrair os jovens, precisamente porque não é uma unidade monolítica, mas uma trama de variados dons que o Espírito derrama incessantemente nela, fazendo-a sempre nova apesar das suas misérias.

208. No Sínodo, surgiram muitas propostas concretas para renovar a pastoral juvenil e libertá-la de esquemas que já não são eficazes, porque não entram em diálogo com a cultura actual dos jovens.
Como se compreende, não poderia reuni-las todas aqui; entretanto é possível encontrar algumas delas no Documento Final do Sínodo.

Grandes linhas de acção

209. Queria apenas destacar, brevemente, que a pastoral juvenil supõe duas grandes linhas de acção.
Uma é a busca, a convocação, a chamada que atraia novos jovens para a experiência do Senhor.
A outra é o crescimento, o desenvolvimento dum percurso de amadurecimento para os que já fizeram essa experiência.

210. Em relação à primeira, a busca, confio na capacidade dos próprios jovens, que sabem encontrar os caminhos atraentes para convidar.
Sabem organizar festivais, competições desportivas, e sabem também evangelizar nas redes sociais com mensagens, canções, vídeos e outras intervenções.
Devemos apenas estimular os jovens e dar-lhes liberdade de acção, para que se entusiasmem com a missão nos ambientes juvenis.
O primeiro anúncio pode despertar uma profunda experiência de fé no meio dum retiro de conversão, numa conversa no bar, num recreio da Faculdade, ou qualquer outro dos insondáveis caminhos de Deus.
O mais importante, porém, é que cada jovem ouse semear o primeiro anúncio na terra fértil que é o coração de outro jovem.

211. Nesta busca, deve-se privilegiar a linguagem da proximidade, a linguagem do amor desinteressado, relacional e existencial que toca o coração, atinge a vida, desperta esperança e anseios.
É necessário aproximar-se dos jovens com a gramática do amor, não com o proselitismo.
A linguagem que os jovens entendem é a dos que dão a vida, a daqueles que estão ali por eles e para eles, e a de quem, apesar das suas limitações e fraquezas, se esforça por viver coerentemente a sua fé.
Ao mesmo tempo, devemos procurar, ainda com maior sensibilidade, como encarnar o querigma na linguagem dos jovens de hoje.

212. Quanto ao crescimento, quero fazer uma advertência importante.
Acontece em alguns lugares que, depois de ter provocado nos jovens uma experiência intensa de Deus, um encontro com Jesus que tocou o seu coração, propõe-lhes encontros de «formação» onde se abordam apenas questões doutrinais e morais: sobre os males do mundo actual, sobre a Igreja, a doutrina social, sobre a castidade, o matrimónio, o controlo da natalidade e sobre outros temas. Resultado: muitos jovens aborrecem-se, perdem o fogo do encontro com Cristo e a alegria de O seguir, muitos abandonam o caminho e outros ficam tristes e negativos.
Acalmemos a ânsia de transmitir uma grande quantidade de conteúdos doutrinais e procuremos, antes de mais nada, suscitar e enraizar as grandes experiências que sustentam a vida cristã. Como dizia Romano Guardini, «na experiência dum grande amor (…), tudo o que acontece se transforma num episódio interno àquela»[4].

213. Qualquer projecto formativo, qualquer percurso de crescimento para os jovens deve, certamente, incluir uma formação doutrinal e moral.
De igual modo é importante que aqueles estejam centrados em dois eixos principais: um é o aprofundamento do querigma, a experiência do encontro com Deus através de Cristo morto e ressuscitado; o outro é o crescimento no amor fraterno, na vida comunitária, no serviço.

214. Sobre isto, insisti muito na Exortação Evangelii gaudium e acho que seria oportuno lembrá-lo.
Por um lado, seria um erro grave pensar que, na pastoral juvenil, «o querigma é deixado de lado em favor de uma formação supostamente mais “sólida”.
Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio.
Toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne»[5].
Por isso, a pastoral juvenil deveria incluir sempre momentos que ajudem a renovar e aprofundar a experiência pessoal do amor de Deus e de Jesus Cristo vivo.
Fá-lo-á valendo-se de vários recursos: testemunhos, cânticos, momentos de adoração, espaços de reflexão espiritual com a Sagrada Escritura e, inclusivamente, com vários estímulos através das redes sociais.
Mas nunca se deve substituir esta experiência feliz de encontro com o Senhor por uma espécie de «doutrinação».

215. Além disso, qualquer plano de pastoral juvenil deve conter claramente meios e recursos variados para ajudarem os jovens a crescer na fraternidade, viver como irmãos, auxiliar-se mutuamente, criar comunidade, servir os outros, aproximar-se dos pobres.
Se o amor fraterno é o «novo mandamento» (Jo 13, 34), «o pleno cumprimento da lei» (Rm 13, 10) e o que melhor demonstra o nosso amor a Deus, então deve ocupar um lugar relevante em todo o plano de formação e crescimento dos jovens.

Franciscus

Revisão da versão portuguesa por AMA

Notas



[1] Cf. Antonio Spadaro (ed.), A Sabedoria do Tempo. Em diálogo com o Papa Francisco sobre as grandes questões da vida (Veneza 2018).162-163.
[2] Eduardo Pironio, Mensagem aos jovens argentinos, no Encontro Nacional de Jovens em Córdova (12-15 de Setembro de 1985), 2.
[3] DF 123.
[4] A essência do cristianismo (Bréscia 1984), 12.
[5] N. 165: AAS 105 (2013), 1089.

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM



Evangelho: Mt 12 14-21

14 Os fariseus, saindo dali, tiveram conselho contra Ele sobre o modo de O levarem á morte. 15 Jesus, sabendo isto, retirou-se daquele lugar. 16Muitos seguiram-no, e curou-os a todos. 17 Ordenou-lhes que não O descobrissem, para que se cumprisse o que tinha sido anunciado pelo profeta Isaías: 18 «Eis o Meu servo, que Eu escolhi, o Meu amado, em quem a Minha alma pôs as suas complacências. Farei repousar sobre Ele o Meu Espírito, e Ele anunciará a justiça às nações. 19 Não discutirá nem clamará, nem ouvirá alguém a Sua voz nas praças; 20 Não quebrará a cana rachada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça triunfar a justiça; 21 e as nações esperarão no Seu nome». 22 Então trouxeram-lhe um endemoninhado cego e mudo, e Ele curou-o, de modo que falava e via.

Comentário:

São Mateus cita com alguma extensão, o Profeta Jeremias:

18 «Eis o Meu servo, que Eu escolhi, o Meu amado, em quem a Minha alma pôs as suas complacências. Farei repousar sobre Ele o Meu Espírito, e Ele anunciará a justiça às nações. 19 Não discutirá nem clamará, nem ouvirá alguém a Sua voz nas praças; 20 Não quebrará a cana rachada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça triunfar a justiça; 21 e as nações esperarão no Seu nome»

Parece clara a sua intenção de, mais uma vez, esclarecer o povo sobre a Figura, a Pessoa de Jesus Cristo e a missão que O trouxe até nós.

O próprio Jesus tinha afirmado mais que uma vez que não vinha abolir a Lei mas completá-la e dar-lhe o verdadeiro sentido divino retirando quanto tinha sido acrescentado ao longo dos tempos pelos Escribas e Doutores da Lei.

Mais: afirma que nunca, absolutamente, as Suas palavras deixarão de se cumprir e que nem um simples acento seria retira do da Lei Divina.

(AMA, comentário sobre Mt 12, 14-21 21.07.2018)




Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Doutrina


Doutrina – 493
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio



SEGUNDA SECÇÃO

OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA


CAPÍTULO PRIMEIRO

OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO CRISTÃ

O SACRAMENTO DA EUCARISTIA


276. Qual o lugar da Eucaristia no desígnio da salvação?



Na Antiga Aliança, a Eucaristia é preanunciada sobretudo na ceia pascal anual, celebrada cada ano pelos judeus com os pães ázimos, para recordar a imprevista e libertadora partida do Egipto. Jesus anuncia-a no seu ensino e institui-a, celebrando com os seus Apóstolos a última Ceia, durante um banquete pascal.
A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor: «Fazei isto em memória de mim» (1 Cor 11, 24), sempre celebrou a Eucaristia, sobretudo ao Domingo, dia da ressurreição de Jesus.

A oculta maravilha da vida interior


Até agora não tinhas compreendido a mensagem que nós, os cristãos, trazemos aos outros homens: a oculta maravilha da vida interior. Que mundo novo lhes estás pondo diante dos olhos! (Sulco, 654)

Quantas coisas novas descobriste! No entanto, às vezes és um ingénuo, e pensas que já viste tudo, que já sabes tudo... Depois, tocas com as tuas mãos a riqueza única e insondável dos tesouros do Senhor, que sempre te mostrará "coisas novas" se tu responderes com amor e delicadeza; e então compreendes que estás no princípio do caminho, porque a santidade consiste na identificação com Deus, com este nosso Deus, que é infinito, inesgotável! (Sulco, 655)

Deixemos de enganar-nos: Deus não é uma sombra, um ser longínquo, que nos cria e depois nos abandona; não é um amo que vai e depois não volta. Ainda que não o percebamos com os nossos sentidos, a sua existência é muito mais verdadeira que a de todas as realidades que tocamos e vemos. Deus está aqui connosco, presente, vivo! Vê-nos, ouve-nos, dirige-nos, e contempla as nossas menores acções, as nossas intenções mais ocultas.
Acreditamos nisto... mas vivemos como se Deus não existisse! Porque não temos para Ele um pensamento sequer, nem uma palavra; porque não Lhe obedecemos, nem procuramos dominar as nossas paixões; porque não Lhe manifestamos amor, nem O desagravamos...
Havemos de continuar a viver com uma fé morta? (Sulco, 658)