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09/07/2019

NUNC COEPI - Sugestão

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Evangelho e comentário


TEMPO COMUM


Evangelho: Mt 9, 32-38

32 Mal eles se tinham retirado, apresentaram-lhe um mudo, possesso do demónio. 33 Depois que o demónio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: «Nunca se viu tal coisa em Israel.» 34 Os fariseus, porém, diziam: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios.» 35 Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. 36 Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. 37 Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.»

Comentário:

Os sacerdotes trabalhadores por excelência da Messe do Reino de Deus, devem merecer-nos mais que profundo respeito mas também o nosso apoio incondicional.
Mais importante ainda são as nossas orações por eles pedindo as graças e virtudes que tanto necessitam.
Que sejam santos e guiem o povo de Deus com segurança e bom critério.

(AMA, comentário sobre Mt 9, 32-38, 10.07.2018)




Temas para reflectir e meditar.


Sonhador

Pois é, sou um sonhador!

É, na verdade, gasto muito tempo a sonhar.
Não me faz bem nem mal, ocupa o tempo sempre tão excessivo.

Que sonho?

Tudo, sonho sobre tudo o que, realmente, é muito, talvez excessivo.
Como se trata de sonhar, posso fazer projectos o que ocupa imenso tempo, mas sempre com o cuidado de não ter nem expectativas nem ilusões e, assim, nunca tenho nem desilusões nem sinto fracassos.

Poderá haver quem pense que Sonhar é afastar a realidade muitas vezes por cobardia outras como refúgio.
A realidade da vida corrente não proporciona muitos momentos de sonho porque nos entra porta dentro exigindo respostas ou reacções imediatas.
Prefiro pensar que não há nada verdadeiramente urgente e que toda a questão pode esperar um pouco ou algum tempo por uma resposta.
Uma virtude: desde logo evita as precipitações.

AMA, 10.04.2018

Leitura espiritual


"Christus vivit": Exortação Apostólica aos Jovens

Capítulo II

JESUS CRISTO SEMPRE JOVEM

A juventude da Igreja Maria, a jovem de Nazaré

43. No coração da Igreja, resplandece Maria. É o grande modelo para uma Igreja jovem, que deseja seguir Cristo com frescor e docilidade. Era ainda muito jovem quando recebeu o anúncio do anjo, não se coibindo de fazer perguntas (cf. Lc 1, 34). Mas tinha uma alma disponível e disse: «Eis a serva do Senhor» (Lc 1, 38).

44. «Sempre impressiona a força do “sim” de Maria, jovem. A força daquele “faça-se em Mim” que disse ao anjo. Foi uma coisa diferente duma aceitação passiva ou resignada, ou de um “sim” como quando se diz: “Bem; vamos tentar para ver o que acontece”. Maria não conhecia esta expressão: vamos ver se dá. Era determinada: compreendeu do que se tratava e disse “sim”, sem rodeios de palavras. Foi algo mais, diferente. Foi o “sim” de quem quer comprometer-se e arriscar, de quem quer apostar tudo, sem ter outra garantia além da certeza de saber que é portadora duma promessa.
E eu pergunto a cada um de vocês: sentem-se portadores de uma promessa?
Que promessa tenho no meu coração para levar adiante?
Sem dúvida Maria teria uma missão difícil, mas as dificuldades não eram motivo para dizer “não”. Com certeza teria complicações, mas não seriam as mesmas complicações que acontecem quando a covardia nos paralisa por não vermos, antecipadamente, tudo claro ou garantido. Maria não fez um seguro de vida! Maria arriscou e por isso é forte, por isso é uma influencer, é a influencer de Deus! O “sim” e o desejo de servir foram mais fortes do que as dúvidas e dificuldades»[1].

45. Sem ceder a evasões nem miragens, «Ela soube acompanhar o sofrimento do seu Filho (...), apoiá-l'O com o olhar e protegê-l'O com o coração. Que dor sofreu! Mas não A abateu. Foi a mulher forte do “sim”, que apoia e acompanha, protege e abraça. É a grande guardiã da esperança (...). D’Ela, aprendemos a dizer “sim” à paciência obstinada e à criatividade daqueles que não desanimam e recomeçam»[2].

46. Maria era a donzela de alma grande que exultava de alegria (cf. Lc 1, 47), era a jovenzinha com os olhos iluminados pelo Espírito Santo, que contemplava a vida com fé e guardava tudo no seu coração (cf. Lc 2, 19.51). Não ficava quieta, punha-se continuamente a caminho: quando soube que sua prima precisava d’Ela, não pensou nos próprios projectos, mas «dirigiu-Se à pressa para a montanha» (Lc 1, 39).

47. E, sendo necessário proteger o seu menino, partiu com José para um país distante (cf. Mt 2, 13-14). Pelo mesmo motivo, permaneceu no meio dos discípulos reunidos em oração à espera do Espírito Santo (cf. At 1, 14). Assim, com a presença d’Ela, nasceu uma Igreja jovem, com os seus Apóstolos em saída para fazer nascer um mundo novo (cf. At 2, 4-11).

48. Aquela jovenzinha é, hoje, a Mãe que vela pelos filhos: por nós, seus filhos, que muitas vezes caminhamos na vida cansados, carentes, mas desejosos que a luz da esperança não se apague. Isto é o que queremos: que a luz da esperança não se apague. A nossa Mãe vê este povo peregrino, povo jovem amado por Ela, que A procura fazendo silêncio no próprio coração, ainda que haja muito barulho, conversas e distracções ao longo do caminho. Mas, diante dos olhos da Mãe, só há lugar para o silêncio cheio de esperança. E, assim, Maria ilumina de novo a nossa juventude.

Jovens santos

49. O coração da Igreja está cheio também de jovens santos, que deram a sua vida por Cristo, muitos deles até ao martírio. Constituem magníficos reflexos de Cristo jovem, que resplandecem para nos estimular e tirar da sonolência.
O Sínodo salientou que «muitos jovens santos fizeram resplandecer os delineamentos da idade juvenil em toda a sua beleza e foram, no seu tempo, verdadeiros profetas de mudança; o seu exemplo mostra do que os jovens são capazes, quando se abrem ao encontro com Cristo»[3].

50. «Através da santidade dos jovens, a Igreja pode renovar o seu ardor espiritual e o seu vigor apostólico. O bálsamo da santidade gerada pela vida boa de muitos jovens pode curar as feridas da Igreja e do mundo, levando-nos àquela plenitude do amor para a qual, desde sempre, estamos chamados: os jovens santos impelem-nos a voltar ao nosso primeiro amor (cf. Ap2, 4)»[4].

Há santos que não conheceram a vida adulta, tendo-nos deixado o testemunho de outra forma de viver a juventude. Recordemos ao menos alguns deles, de diferentes momentos da história, que viveram, cada um à sua maneira, a santidade.

51. São Sebastião - no século III - era um jovem capitão da guarda pretoriana. Contam que falava de Cristo por toda a parte e procurava converter os seus companheiros, até quando lhe foi ordenado que renunciasse à sua fé. Como não aceitou, fizeram cair uma chuva de flechas sobre ele, mas sobreviveu e continuou a anunciar Cristo sem medo. Por fim, açoitaram-no até à morte.

52. São Francisco de Assis, ainda muito jovem e cheio de sonhos, ouviu a chamada de Jesus para ser pobre como Ele e restaurar a Igreja com o seu testemunho. A tudo renunciou com alegria e é o santo da fraternidade universal, o irmão de todos, que louvava o Senhor pelas suas criaturas. Morreu em 1226.

53. Santa Joana d'Arc nasceu em 1412. Era uma jovem do campo que, apesar da sua jovem idade, lutou para defender a França dos invasores. Incompreendida pelo seu aspecto e a sua forma de viver a fé, morreu na fogueira
.
54. O Bem-Aventurado André Phû Yên, um jovem vietnamita do século XVII, era catequista e ajudava os missionários. Foi preso por causa da sua fé e, por não querer renunciar a ela, assassinaram-no. Morreu, dizendo «Jesus».

55. No mesmo século, Santa Catarina Tekakwitha, jovem leiga nascida na América do Norte, foi perseguida pela sua fé e, na sua fuga, percorreu a pé mais de 300 quilómetros através de espessas florestas. Consagrou-se a Deus e morreu dizendo: «Jesus, eu te amo!»

56. São Domingos Sávio oferecia a Maria todos os seus sofrimentos. Quando São João Bosco lhe ensinou que a santidade implica estar sempre alegre, abriu o seu coração a uma alegria contagiosa. Procurava estar perto dos seus companheiros mais marginalizados e doentes. Morreu em 1857, com a idade de 14 anos, dizendo: «Que maravilha estou vendo!»

57. Santa Teresa do Menino Jesus nasceu em 1873. Com a idade de 15 anos, superando muitas dificuldades, conseguiu entrar num convento carmelita. Viveu o «pequeno caminho» da confiança total no amor do Senhor, propondo-se alimentar, com a sua oração, o fogo do amor que move a Igreja.

58. O Bem-Aventurado Zeferino Namuncurá era um jovem argentino, filho dum importante chefe das populações indígenas. Tornou-se seminarista salesiano, cheio de vontade de voltar à sua tribo para levar Jesus Cristo. Morreu em 1905.

59. O Bem-Aventurado Isidoro Bakanja era um leigo do Congo que dava testemunho da sua fé. Foi longamente torturado por ter proposto o cristianismo a outros jovens. Morreu, perdoando o seu carrasco, em 1909.

60. O Bem-Aventurado Pier Jorge Frassati, que morreu em 1925, «era um jovem de uma alegria comunicativa, uma alegria que superava também as muitas dificuldades da sua vida»[5].

Dizia querer retribuir o amor de Jesus, que recebia na Comunhão, visitando e ajudando os pobres.

61. O Bem-Aventurado Marcelo Callo era um jovem francês, que morreu em 1945. Na Áustria, foi preso num campo de concentração, onde, no meio de duros trabalhos, confortava na fé os seus companheiros de cativeiro.

62. A jovem Bem-Aventurada Clara Badano, que morreu em 1990, «experimentou como o sofrimento pode ser transfigurado pelo amor (...). A chave da sua paz e da sua alegria era a total confiança no Senhor e a aceitação também da doença como expressão misteriosa da Sua vontade para o seu bem e para o bem de todos»[6].

63. Que eles, juntamente com muitos jovens que, frequentemente no silêncio e anonimato, viveram a fundo o Evangelho, intercedam pela Igreja para que esteja cheia de jovens alegres, corajosos e devotados que ofereçam ao mundo novos testemunhos de santidade.

Franciscus

Revisão da versão portuguesa por AMA



[1] Francisco, Discurso na Vigília da XXXIV Jornada Mundial da Juventude (Panamá 26 de Janeiro de 2019).
[2] Francisco, Oração no final da Via-Sacra, durante a XXXIV Jornada Mundial da Juventude (Panamá 25 de Janeiro de 2019): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 29/I/2019), 14-15.
[3] DF 65.
[4] Ibid., 167.
[5] São João Paulo II, Discurso aos jovens (Turim 13 de Abril de 1980), 4: Insegnamenti 3,1 (1980), 905.
[6] Bento XVI, Mensagem para a XXVII Jornada Mundial da Juventude (15 de Março de 2012): AAS 104 (2012), 359.

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Não recusemos a obrigação de viver


Ficaste muito sério ao ouvir-me: aceito a morte quando Ele quiser, como Ele quiser e onde Ele quiser; e, ao mesmo tempo, penso que é "um comodismo" morrer cedo, porque temos de desejar trabalhar muitos anos para Ele e, por Ele, ao serviço dos outros. (Forja, 1039)


Libertar-vos-ei do cativeiro, onde quer que estiverdes. Livramo-nos da escravidão com a oração: sabemo-nos livres, voando num epitalâmio de alma enamorada, num cântico de amor, que nos leva a desejar não nos afastarmos de Deus... Um novo modo de andar na terra, um modo divino, sobrenatural, maravilhoso! Recordando tantos escritores quinhentistas castelhanos, talvez nos agrade saborear frases como esta: Eu vivo, porque não vivo; é Cristo que vive em mim.

Aceita-se com todo o gosto a necessidade de trabalhar neste mundo, durante muitos anos, porque Jesus tem poucos amigos cá em baixo. Não recusemos a obrigação de viver, de nos gastarmos – bem espremidos– ao serviço de Deus e da Igreja. Desta maneira, em liberdade: in libertatem gloriae filiorum Dei, qua libertate Christus nos liberavit; com a liberdade dos filhos de Deus, que Jesus Cristo nos alcançou morrendo no madeiro da Cruz.

É possível que logo desde o princípio se levantem nuvens de poeira e que, ao mesmo tempo, os inimigos da nossa santificação empreguem uma técnica de terrorismo psicológico – de abuso de poder – tão veemente e bem orquestrada, que arrastem na sua absurda direcção inclusivamente aqueles que durante muito tempo mantinham uma conduta mais lógica e mais recta. E apesar de a sua voz soar a sino rachado, não fundido em bom metal e bem diferente do assobio do pastor, rebaixam a palavra, que é um dos dons mais preciosos que o homem recebeu de Deus, presente belíssimo destinado a manifestar altos pensamentos de amor e de amizade ao Senhor e às suas criaturas, até fazer com que se entenda por que motivo disse S. Tiago que a língua é um mundo de iniquidade. Tantos danos pode, realmente produzir! Mentiras, difamações, desonras, intrigas, insultos, murmurações tortuosas... (Amigos de Deus, nn. 297–298)