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Evangelho e comentário


TEMPO COMUM


São Barnabé - Apóstolo

Evangelho: Mt 10, 7-13

7 Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto. 8 Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça. 9 Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; 10 nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; pois o trabalhador merece o seu sustento. 11 Em qualquer cidade ou aldeia onde entrardes, procurai saber se há nela alguém que seja digno, e permanecei em sua casa até partirdes. 12 Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13 Se essa casa for digna, a vossa paz desça sobre ela; se não for digna, volte para vós.

Comentário:

Como um excelente “director espiritual” Jesus Cristo não só dá instruções precisas de como actuar como, além disso, recomenda a postura correcta que o apóstolo deve ter.

A nossa iniciativa pessoal fica assim enformada por estas instruções e não teremos que “inventar” nada para cumprirmos o que nos propomos.

Vamos – todos os homens devem ir – apresentar algo que não é nosso mas do Senhor é natural, portanto, que usemos as Suas instruções com o rigor possível e adequado a cada circunstância.

Se assim procedermos, estamos certos que o nosso trabalho apostólico dará frutos.

(AMA, comentário sobre Mt 10, 7-13, 20.03.2019)

Temas para reflectir e meditar

Comunicação social


Uma aplicação de tal princípio, (moderação, jejum) pode levar-se a cabo oportunamente no referente aos meios de comunicação de massas. 

Estes meios têm uma utilidade indiscutível, mas não devem enganar-nos e ‘apropriar-se’ da nossa vida.

Em quantas famílias o televisor parece substituir, mais que facilitar, o diálogo entre as pessoas! 

Um certo "jejum" também neste âmbito pode ser saudável, seja para destinar mais tempo à reflexão e oração, seja para cultivar as relações humanas.

(são JOÃO paulo IIAngelus, 1986.03.10) 


Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Que eu não volte a voar pegado à terra


– Meu Senhor Jesus: faz com que sinta, que secunde de tal modo a tua graça, que esvazie o meu coração..., para que o enchas Tu, meu Amigo, meu Irmão, meu Rei, meu Deus, meu Amor! (Forja, 913)

Vejo-me como um pobre passarinho que, acostumado a voar apenas de árvore em árvore ou, quando muito, até à varanda de um terceiro andar..., um dia, na sua vida, meteu-se em brios para chegar até ao telhado de certa casa modesta, que não era propriamente um arranha-céus...

Mas eis que o nosso pássaro é arrebatado por uma águia – que o julgou erradamente uma cria da sua raça – e, entre as suas garras poderosas, o passarinho sobe, sobe muito alto, por cima das montanhas da terra e dos cumes nevados, por cima das nuvens brancas e azuis e cor-de-rosa, mais acima ainda, até olhar o sol de frente... E então a águia, soltando o passarinho, diz-lhe: anda, voa!...

– Senhor, que eu não volte a voar pegado à terra, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol – Cristo – na Eucaristia, que o meu voo não se interrompa até encontrar o descanso do teu Coração! (Forja, 39)

Leitura espiritual


CARTA ENCÍCLICA

HAURIETIS AQUAS

DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE O CULTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



III

PARTICIPAÇÃO ACTIVA E PROFUNDA QUE TEVE
O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS NA MISSÃO SALVADORA
DO REDENTOR

4) O sagrado coração de Jesus, símbolo do seu tríplice amor a humanidade na vida gloriosa do céu


40. Depois que o nosso Salvador subiu ao céu com Seu corpo glorificado, e sentou-Se à direita de Deus Pai, não tem cessado de amar a Sua esposa, a Igreja, com aquele amor inflamado que palpita no Seu coração.
Traz nas mãos, nos pés e no lado os esplendentes sinais das Suas feridas, troféus da Sua tríplice vitória: contra o demónio, contra o pecado e contra a morte.

E traz no Seu coração, como em preciosa arca aqueles imensos tesouros de méritos, frutos dessa tríplice vitória, os quais Ele com largueza distribui ao género humano.
É essa uma verdade consoladora, ensinada pelo Apóstolo das gentes quando escreve: "Ao subir para o alto, levou consigo cativa uma grande multidão de cativos e derramou seus dons sobre os homens... Aquele que desceu, esse mesmo foi o que ascendeu sobre todos os céus, para dar cumprimento a todas as coisas"[1].


5) Os dons do Espírito Santo também são dons do coração adorável de Jesus


41. A missão do Espírito Santo junto dos discípulos é o primeiro e esplêndido sinal do Seu amor munificente, depois da sua subida triunfal à direita do Pai.
Aos dez dias, o Espírito Paráclito, dado pelo Pai celestial, baixou sobre eles, reunidos no cenáculo, segundo a promessa que ele lhes fizera na última ceia:

"Rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador para estar convosco eternamente"[2].

O qual Espírito Paráclito, sendo, como é, o amor mútuo pessoal com que o Pai ama o Filho e o Filho ama o Pai, por ambos é enviado, e, sob forma de línguas de fogo, infunde na alma dos discípulos a abundância da caridade divina e dos demais carismas celestes.
Esta infusão da caridade divina brotou também do coração de nosso Salvador, "no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência"[3].

Essa caridade é, portanto, dom do Coração de Jesus e do Seu Espírito.
A esse comum Espírito do Pai e do Filho deve-se o nascimento e a propagação admirável da Igreja no meio de todos os povos pagãos, contaminados pela idolatria, pelo ódio fraterno, pela corrupção de costumes e pela violência.
Foi essa divina caridade, dom preciosíssimo do Coração de Cristo e do Seu Espírito, que deu aos apóstolos e aos mártires aquela fortaleza com que eles lutaram até uma morte heróica, para pregarem a verdade evangélica e testemunhá-la com o seu sangue;
Foi ela que deu aos doutores da Igreja aquele zelo intenso por ilustrar e defender a fé católica;
Foi ela que alimentou as virtudes nos confessores e os excitou a levarem a cabo obras admiráveis e úteis, para a própria santificação, para a salvação eterna e temporal do próximo;
E, finalmente, foi ela que persuadiu as virgens a espontânea e alegremente renunciarem aos gozos dos sentidos e se consagrarem inteiramente ao amor do esposo celeste.

A essa divina caridade, que transborda do coração do Verbo encarnado e por obra do Espírito Santo se difunde nas almas de todos os crentes, o Apóstolo das gentes entoou aquele hino de vitória que exalta a um tempo o triunfo de Jesus Cristo cabeça e o triunfo dos membros do seu corpo místico, sobre todos quantos de algum modo obstam ao estabelecimento do reino divino de amor entre os homens:

"Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação? Ou a angústia? Ou a fome? Ou a nudez? Ou o risco? Ou a perseguição? Ou o cutelo?... Por meio de todas essas coisas triunfamos por virtude daquele que nos amou. Pelo qual estou seguro de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as virtudes, nem o presente, nem o futuro, nem a força, nem o que há de mais alto, nem de mais profundo, nem outra criatura, poderá jamais separar-nos do amor de Deus que se funda em Jesus Cristo nosso Senhor"[4].


PIO PP. XII.


(Revisão da versão portuguesa por AMA)



Notas:


[1] Ef 4, 8.10
[2] Jo 14, 16
[3] Cl 2, 3
[4] Rm 8,35.37-39