Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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10/06/2019
Evangelho e comentário
Bem-Aventurada Virgem Maria – Mãe da Igreja
Evangelho:
Jo 19, 25-34
25 Estavam, de pé, junto à
cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria
Madalena. 26 Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a
Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho». 27 Depois disse ao discípulo: «Eis a tua
mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa. 28 Em seguida,
sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse:
«Tenho sede». 29 Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados,
ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha
à boca. 30 Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!».
Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31 Os judeus, visto que era o
dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque
aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes
fossem quebradas as pernas e fossem retirados. 32 Foram, pois, os soldados e
quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado.
33 Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram
as pernas, 34 mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente
saiu sangue e água.
Comentário:
A Liturgia terá escolhido este trecho
do Evangelho de São João propositadamente para o dia de hoje – 10 de Junho - em
que a Igreja comemora a Festa da Bem-Aventurada Virgem Maria – Mãe da Igreja.
De facto, do alto da Cruz onde está
morrendo, o Senhor como que a converte em Mãe de toda a humanidade e, por
conseguinte, em Mãe da Igreja que vai fundar.
Notamos ainda que na Cruz, o Senhor,
exangue, manifesta um único desconforto: «Tenho
sede»
Como nós homens de todos os tempos
temos sede de Jesus Cristo Ele permitiu que do Seu lado ferido pela lança do
soldado, corresse essa água viva fruto do Seu próprio corpo martirizado como
que sendo a última coisa que Lhe resta para dar aos homens.
Sim… deu-nos tudo, absolutamente numa
doação total, voluntária, amorosa.
Obrigado, Senhor!
(AMA, comentário sobre Jo 19, 25-34,
20.03.2019)
Temas para reflectir e meditar
Critério
De todo aquele em quem brilha alguma graça uns dizem que é bom e outros que não o é, mas que engana a gente.
Que isto se diga de Deus serve de consolação para todo aquele cristão de quem se diga o mesmo.
De todo aquele em quem brilha alguma graça uns dizem que é bom e outros que não o é, mas que engana a gente.
Que isto se diga de Deus serve de consolação para todo aquele cristão de quem se diga o mesmo.
(santo agostinho, In Ioannis Evangelium expositio, 28, 12)
Tu... soberba? – De quê?
Quando o orgulho se apodera da alma, não é estranho que atrás
dele, como pela arreata, venham todos os vícios: a avareza, as intemperanças, a
inveja, a injustiça. O soberbo procura inutilmente arrancar Deus – que é
misericordioso com todas as criaturas – do seu trono para se colocar lá ele,
que actua com entranhas de crueldade.
Temos de pedir ao Senhor que não nos deixe cair nesta tentação. A
soberba é o pior dos pecados e o mais ridículo. Se consegue atormentar alguém
com as suas múltiplas alucinações, a pessoa atacada veste-se de aparências,
enche-se de vazio, envaidece-se como o sapo da fábula, que inchava o papo,
cheio de presunção, até que rebentou. A soberba é desagradável, mesmo
humanamente, porque o que se considera superior a todos e a tudo está
continuamente a contemplar-se a si mesmo e a desprezar os outros, que lhe pagam
na mesma moeda, rindo-se da sua fatuidade. (Amigos de Deus, 100)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.
Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.
Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.
Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.
Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.
Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.
Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Leitura espiritual
HAURIETIS AQUAS
DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE O CULTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
III
PARTICIPAÇÃO
ACTIVA E PROFUNDA QUE TEVE
O
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS NA MISSÃO SALVADORA
DO
REDENTOR
2)
A eucaristia, a santíssima virgem e o sacerdócio são dons do coração amado de
Jesus
34.
Quem poderá descrever dignamente as pulsações do coração divino, índices do Seu
infinito amor, naqueles momentos em que Ele deu aos homens os Seus mais
apreciados dons, isto é, a Si mesmo no sacramento da eucaristia, Sua Mãe
santíssima, e a participação no oficio sacerdotal?
35.
Ainda antes de celebrar a última ceia com os seus discípulos, ao pensar em que
ia instituir o sacramento do seu corpo e do seu sangue, com cuja efusão devia
confirmar-se a nova aliança, sentiu o Seu coração agitado de intensa emoção,
que ele manifestou aos seus apóstolos com estas palavras:
Emoção
que, sem dúvida, foi ainda mais veemente quando Ele
"Tomou o pão, deu graças, partiu-o e deu-o a
eles, dizendo:
'Isto é meu corpo, que se
dá por vós; fazei isto em memória de mim'. Do mesmo modo tomou o cálice, depois
de haver ceado, dizendo: 'Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que por
vós será derramado'"[2].
36.
Com razão, pois, pode afirmar-se que a divina eucaristia, como sacramento que Ele
dá aos homens e como sacrifício que Ele mesmo continuamente imola "desde o
nascente até o poente"[3],
e também o sacerdócio, são, sem dúvida, dons do Sagrado Coração de Jesus.
37.
Dom igualmente precioso do mesmo Sagrado Coração é, como indicávamos, a Santíssima
Virgem, Mãe excelsa de Deus e Mãe amadíssima de todos nós, era justo que o género
humano tivesse por mãe espiritual aquela que foi Mãe natural do nosso Redentor,
a Ele associada na obra de regeneração dos filhos de Eva para a vida da graça.
A
propósito disso, escreve a seu respeito Santo Agostinho:
"Evidentemente
ela é mãe dos membros do Salvador, que somos nós, porque com a sua caridade
cooperou para que nascessem na Igreja os fiéis, que são membros daquela
cabeça".[4]
38.
Ao dom incruento de Si mesmo sob as espécies do pão e do vinho, Jesus Cristo
nosso Salvador quis unir, como testemunho da Sua caridade íntima e infinita, o
sacrifício cruento da cruz.
Fazendo
isso, deu exemplo daquela sublime caridade que com as seguintes palavras Ele
mostrara aos Seus discípulos como meta suprema de amor:
Pelo
que o amor de Jesus Cristo, Filho de Deus, revela no sacrifício do Gólgota, de
modo o mais eloquente, o amor do próprio Deus:
"Nisto
conhecemos a caridade de Deus: em haver ele dado sua vida por nós; e assim nós
devemos dar a nossa vida por nossos irmãos"[6].
Certamente,
o divino Redentor foi crucificado mais pela força do amor do que pela violência
dos algozes, e o Seu holocausto voluntário é dom supremo feito a cada um dos
homens, segundo a incisiva expressão do Apóstolo:
3)
Também a Igreja e os sacramentos são dons do sagrado coração de Jesus
39.
Não se pode, pois, duvidar de que, participando intimamente da vida do Verbo
encarnado, e pelo mesmo motivo sendo, não menos do que os demais membros da sua
natureza humana, como que instrumento conjunto da Divindade na realização das
obras da graça e da omnipotência divina,[8] o
Sagrado Coração de Jesus é também símbolo legítimo daquela imensa caridade que
moveu o nosso Salvador a celebrar, com o derramamento do Seu sangue, o Seu
místico matrimónio com a Igreja:
Portanto,
do coração ferido do Redentor nasceu a Igreja, verdadeira administradora do
sangue da redenção, e do mesmo coração flui abundantemente a graça dos
sacramentos, na qual os filhos da Igreja bebem a vida sobrenatural, como lemos
na sagrada liturgia:
"Do
coração aberto nasce a Igreja desposada com Cristo... Tu, que do coração fazes
manar a graça".[10]
A
respeito desse símbolo, que nem mesmo dos antigos Padres, escritores e
eclesiásticos foi desconhecido, o Doutor comum, fazendo-se eco deles, assim
escreve:
"Do
lado de Cristo brotou água para lavar e sangue para redimir. Por isso, o sangue
é próprio do sacramento da Eucaristia; a água, do sacramento do baptismo, o
qual, entretanto, tem força para lavar em virtude do sangue de Cristo".[11]
O
que aqui se afirma do lado de Cristo, ferido e aberto pelo soldado, cumpre aplicá-lo
ao Seu coração, ao qual, sem dúvida, chegou a lançada desfechada pelo soldado
precisamente para que constasse de maneira certa a morte de Jesus Cristo. Por
isso, durante o curso dos séculos, a ferida do Coração Sacratíssimo de Jesus,
morto já para esta vida mortal, tem sido a imagem viva daquele amor espontâneo
com que Deus entregou O Seu Unigénito pela redenção dos homens, e com o qual
Cristo nos amou a todos tão ardentemente que a Si mesmo se imolou como hóstia
cruenta no Calvário:
PIO PP. XII.
(Revisão da versão
portuguesa por AMA)
Notas:
[1] Lc 22, 15
[2] Lc 22, 19-20
[3] Ml 1, 11
[4] De sancta
virginitate, VI; PL 40, 399.
[5] Jo 15,13
[6] 1 Jo 3, 16
[7] Gl 2, 20
[8] Cf. s. Tomás, Summa theol., III, q.19, a. l; ed. Leon.,
t. XI,1903, p. 329.
[9]
Summa theol., Suppl., q. 42, a. l até 3; ed. Leon., t. XII,1906, p. 81.
[10]
Hino das Vésp. da festa do sagrado coração de Jesus.
[11] Summa theol, III, q. 66, a. 3, ed. Leon., t. XII,1906, p. 65.
[12] Ef 5,
2