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07/06/2019

Junho mês do Coração



Ajuda-me a amar-Te

Senhor, Tu sabes que Te amo.

Sabes que quero amar-Te total e profundamente, com todo o meu coração sem reservas nem condições.

Mas também sabes, Senhor, como sou fraco.

Ajuda-me a amar-Te cada vez mais.


(AMA, orações diárias, 2002.05.28)


Evangelho e comentário


TEMPO DE PÁSCOA



Evangelho: Jo 21, 15-19

15 Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» 16 Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» 17 E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: ‘Tu és deveras meu amigo?’ Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. 18 Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.» 19 E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»

Comentário:

Eu... atrevo-me a declarar que Te amo mais que qualquer um!

Porque, de facto, amo-Te com todo o amor que tenho e, quem dá tudo...



(AMA, comentário sobre Jo 21, 15-19, 29.06.2017)

Temas para reflectir e meditar

Chamamento

Escutai o chamamento de Cristo quando sentis que vos diz: 
"Segue-Me". Caminha sobre os Meus passos. Vem ao Meu lado! Permanece no meu amor! 

É uma opção que se faz: a opção por Cristo e pelo Seu modelo de vida, pelo Seu mandamento de amor! (...) 
Mas hoje eu proponho-vos a opção do amor, que é o contrário da fuga. Se vós aceitais realmente este amor que vem de Cristo, este conduzir-vos-à a Deus.

(são joão paulo IIHomília no Boston Common, 1979.10.01) 

Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Senhor, não sei fazer oração!


Escreveste-me: "Orar é falar com Deus. Mas de quê?". De quê?! D'Ele e de ti; alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas; e acções de graças e pedidos; e Amor e desagravo. Em duas palavras: conhecê-Lo e conhecer-te – ganhar intimidade! (Caminho, 91)

Como fazer oração? Atrevo-me a assegurar, sem temor de me enganar, que há muitas, infinitas maneiras de orar. Mas eu preferia para todos nós a autêntica oração dos filhos de Deus, não o palavreado dos hipócritas que hão-de ouvir de Jesus: nem todo o que me diz, Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus.
Os que são movidos pela hipocrisia podem talvez conseguir o ruído da oração – escrevia Santo Agostinho – mas não a sua voz, porque aí falta vida e há ausência de afã por cumprir a Vontade do Pai. Que o nosso clamor – Senhor! – vá unido ao desejo eficaz de converter em realidade essas moções interiores, que o Espírito Santo desperta na nossa alma. (...).

Nunca me cansei e, com a graça de Deus, nunca me cansarei de falar de oração. Por volta de 1930, quando se aproximavam de mim, sacerdote jovem, pessoas de todas as condições – universitários, operários, sãos e doentes, ricos e pobres, sacerdotes e leigos – que procuravam acompanhar mais de perto o Senhor, aconselhava-os sempre: rezai. E se algum me respondia: "não sei sequer como começar", recomendava-lhe que se pusesse na presença do Senhor e lhe manifestasse a sua inquietação, a sua dificuldade, com essa mesma queixa: "Senhor, não sei!" E muitas vezes, naquelas humildes confidências, concretizava-se a intimidade com Cristo, um convívio assíduo com Ele. (Amigos de Deus, nn. 243–244).

Leitura espiritual


CARTA ENCÍCLICA

HAURIETIS AQUAS

DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE O CULTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


II

LEGITIMIDADE DO CULTO AO SANTÍSSIMO CORAÇÃO DE
JESUS
SEGUNDO A DOUTRINA DO NOVO TESTAMENTO E DA
TRADIÇÃO


3) O testemunho dos santos Padres em favor dos afectos sensíveis do Verbo encarnado


24. Os santos Padres, testemunhas verazes da doutrina revelada, advertiram muito oportunamente o que já Paulo apóstolo claramente significara, a saber: que o amor divino é como o princípio e a culminância da obra da encarnação e redenção.

Lê-se frequentemente nos seus escritos que Jesus Cristo tomou em Si a natureza humana perfeita, o nosso corpo frágil e caduco, para nos proporcionar a salvação eterna e manifestar, patentear em forma sensível o seu infinito amor a nós.

25. Fazendo-se eco da voz do Apóstolo das gentes, São Justino escreve o seguinte:

"Amamos e adoramos o Verbo nascido de Deus inefável e que não tem princípio; já que Ele se fez homem por nós para que, tornado participante das nossas doenças, nos proporcionasse o seu remédio",[1]

E São Basílio, o primeiro dos três Padres da Capadócia, afirma que os afectos sensíveis de Cristo foram verdadeiros e ao mesmo tempo santos:

"É manifesto que o Senhor possuiu os afectos naturais em confirmação da Sua verdadeira, e não fantástica, encarnação; é também manifesto que Ele repeliu como indignos da divindade os afectos viciosos, que mancham a pureza-da nossa vida".[2]

Igualmente, São. João Crisóstomo, luminar da Igreja antioquena, confessa que as emoções sensíveis de que o Senhor deu mostra provam irrecusavelmente Ela ter integralmente a nossa natureza humana:

"A não haver Ele possuído a nossa natureza, não teria experimentado, uma e mais vezes, a tristeza".[3]

Entre os Padres latinos, merecem lembrança os que hoje a Igreja venera como doutores máximos.

Santo Ambrósio afirma que a união hipostática é a origem natural dos afectos e sentimentos que o Verbo de Deus encarnado experimentou:

"Portanto, já que Ele tomou a alma, tomou as paixões da alma; pois Deus, como Deus que é, não podia perturbar-se nem morrer".[4]

São Jerónimo apoia nessas mesmas reacções o principal argumento para provar que Cristo assumiu realmente a natureza humana:

Nosso Senhor entristeceu-se realmente, para manifestar a Sua natureza humana.[5]

Particularmente Santo Agostinho faz notar a íntima união existente entre os sentimentos do Verbo encarnado e a finalidade da redenção humana:

"O Senhor revestiu-se dos afectos da fragilidade humana, do mesmo modo que aceitou a fragilidade da nossa carne e a morte desta, não por necessária coacção, mas sim pelo estímulo da Sua misericórdia, para assimilar a Si o Seu corpo; que é a Igreja, da qual Ele Se dignou ser a cabeça, ou seja, assimilar seus membros em seus santos e fiéis; de modo que, se por efeito das tentações humanas algum deles se entristecesse e sofresse, nem por isso pensasse estar privado do influxo da sua graça; e, assim como um coro fica alerta à voz que lhe dá o tom, assim também o Seu corpo soubesse da Sua cabeça que por si mesmos, tais movimentos não são pecado, senão somente indício da fragilidade humana ",[6]

Com maior concisão e não menor força estas passagens de São João Damasceno atestam a doutrina da Igreja:

"O Deus todo tomou todo o homem, e o todo Se uniu ao todo para proporcionar a salvação do homem todo.
De outra maneira Ele não teria podido sanar aquilo que não assumiu".[7]

"Tomou, pois, tudo para santificar tudo".[8]


PIO PP. XII.


(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Notas:



[1] Apol. 2,13; PG 6, 465.
[2] Epist. 261, 3; PG 32, 972.
[3] In Joann. Homil. 63, 2; PG 59, 350.
[4] De fide ad Gratianum, II, 7, 56; PL 16, 594.
[5] Cf. Super Matth., 26, 37; PL 26, 205.
[6] Enarr. Ps. 87, 3; PL 37,1111.
[7] De Fide Orth., III, 6; PG 94,1006.
[8] Ibid., III, 20; PG 94,1081.