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03/06/2019

Evangelho e comentário


TEMPO DE PÁSCOA


Evangelho: Jo 16, 29-33

29 Disseram-lhe os seus discípulos: «Agora, sim, falas claramente e não usas nenhuma comparação. 30 Agora vemos que sabes tudo e não precisas de que ninguém te faça perguntas. Por isso, cremos que saíste de Deus!» 31 Disse-lhes Jesus: «Agora credes? 32 Eis que vem a hora - e já chegou - em que sereis dispersos cada um por seu lado, e me deixareis só, se bem que Eu não esteja só, porque o Pai está comigo. 33 Anunciei-vos estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»

Comentário:

A razão do longo discurso de Jesus é, Ele próprio o diz, para que os Seus discípulos tenham paz. 

Vão precisar muito dela porque em breve serão submetidos a toda a espécie de pressões, serem perseguidos, vilipendiados, presos e mortos.

Seria muito difícil suportar tudo isto sem a paz interior que Cristo lhes promete.

Quem não tem paz não consegue suplantar dificuldades nem obstáculos porque, entre outras, a paz transmite ao que a possui a tranquilidade necessária para saber que o bem que faz vencerá o mal que lhe fizerem sem luta nem confronto, mas pela unidade de vida, o exemplo e a tenacidade.

Por si só o homem não conseguirá esta paz mas com a ajuda do Espírito Santo não só a obterá como poderá transmiti-la a outros.

(AMA, comentário sobre Jo 16, 29-33, 29.05.2017)

Temas para reflectir e meditar

Compreensão



Reconhece os diferentes factores que influem nos sentimentos ou no comportamento de uma pessoa e aprofunda o significado de cada factor e a sua inter-relação, ajudando os outros a fazer o mesmo e adapta a sua actuação a essa realidade. 



(Definição de Compreensão)


Servidores de todos os homens


Quando se vive deveras a caridade, não sobra tempo para procurar-se a si próprio; não há espaço para a soberba; só nos ocorrerão ocasiões de servir! (Forja, 683)

Pensai nas características dum jumento, agora que vão ficando tão poucos. Não falo dum burro velho e teimoso, rancoroso, que se vinga com um coice traiçoeiro, mas dum burriquito jovem, com as orelhas tesas como antenas, austero na comida, duro no trabalho, com o trote decidido e alegre. Há centenas de animais mais formosos, mais hábeis e mais cruéis. Mas Cristo preferiu este para se apresentar como rei diante do povo que O aclamava, porque Jesus não sabe que fazer da astúcia calculadora, da crueldade dos corações frios, da formosura vistosa mas vã. Nosso Senhor ama a alegria dum coração moço, o passo simples, a voz sem falsete, os olhos limpos, o ouvido atento à sua palavra de carinho. E é assim que reina na alma.

Se deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores; seremos servidores de todos os homens. Serviço. Como gosto desta palavra! Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o seu sangue. (Cristo que passa, nn. 181–182)

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?








Leitura espiritual


CARTA ENCÍCLICA

HAURIETIS AQUAS

DO SUMO PONTÍFICE PAPA PIO XII
AOS VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES,
ARCEBISPOS E BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS DO LUGAR
EM PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA

SOBRE O CULTO DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


I
FUNDAMENTOS E PREFIGURAÇÕES
DO CULTO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
NO ANTIGO TESTAMENTO

10. Portanto, ao vermos que tamanha abundância de águas, quer dizer, de dons celestiais do supremo amor, que têm brotado do sagrado coração do nosso Redentor, se derramam sobre incontáveis filhos da Igreja católica por obra e inspiração do Espírito Santo, não podemos, veneráveis irmãos, deixar de exortar-vos com ânimo paterno a que, juntamente connosco, tributeis louvores e profundas acções de graças ao dispensador de todos os bens, repetindo estas palavras do apóstolo das gentes:

"Aquele que é poderoso para fazer, acima de toda medida, com incomparável excesso, mais do que pedimos ou pensamos, segundo o poder que desenvolve em nós a sua energia, a ele glória na Igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações, nos séculos dos séculos. Amém" [1].

Mas, depois de tributarmos as devidas graças ao Deus eterno, queremos por meio desta encíclica exortar-vos, a vós e a todos os amadíssimos filhos da Igreja, a uma mais atenta consideração dos princípios doutrinais contidos na Bíblia, nos santos padres, e nos teólogos; princípios nos quais, como em sólidos fundamentos, se apoia o culto do sacratíssimo coração de Jesus.
Porque nós estamos plenamente persuadidos de que só quando à luz da divina revelação houvermos penetrado a fundo a natureza e a essência íntima deste culto, é que poderemos apreciar devidamente a sua incomparável excelência e a sua inexaurível fecundidade em toda sorte de graças celestiais, e desta forma, meditando e contemplando piedosamente os inúmeros bens que ela produz, poderemos celebrar dignamente o primeiro centenário da festa do Sacratíssimo Coração de Jesus na Igreja universal.

11. Com o fim, pois, de oferecer à mente dos féis o alimento de salutares reflexões, com as quais possam mais facilmente compreender a natureza deste culto, tirando dele frutos mais abundantes, deter-nos-erros antes de tudo nas páginas do Antigo e do Novo Testamento que contêm a revelação e descrição da caridade infinita de Deus para com o género humano, caridade cuja sublime grandeza jamais poderemos esquadrinhar suficientemente; depois aduziremos o comentário que sobre ela nos deixaram os padres e doutores da Igreja; e, finalmente, procuraremos esclarecer a íntima conexão que existe entre a forma de devoção que se deve tributar ao Coração do Divino Redentor e o culto que os homens estão obrigados a render ao amor, que Ele e as outras Pessoas da Santíssima Trindade têm a todo género humano.

Pois achamos que, uma vez considerados à luz da Sagrada Escritura e da tradição os elementos constitutivos desta nobilíssima devoção, aos cristãos será mais fácil aproximarem-se "com gáudio às águas das fontes do Salvador" [2]; quer dizer, poderão apreciar melhor a singular importância que o culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus adquiriu na liturgia da Igreja, na sua vida interna e externa, e também nas suas obras; e assim cada um poderá obter frutos espirituais que assinalarão uma salutar renovação nos seus costumes, segundo os desejos dos pastores do rebanho de Cristo.

3) O amor de Deus, motivo dominante do culto ao Santíssimo Coração de Jesus, no Antigo Testamento

12. Para melhor poder compreender a força que com relação a esta devoção encerram alguns textos do Antigo e do Novo Testamento, é preciso entender bem o motivo pelo qual a Igreja tributa ao Coração do Divino Redentor o culto de latria.

Duplo, veneráveis irmãos, como bem sabeis, é tal motivo:
O primeiro, que é comum também aos demais membros adoráveis do corpo de Jesus Cristo, funda-se no facto de, sendo o Seu Coração parte nobilíssima da natureza humana, estar unido hipostaticamente à pessoa do Verbo de Deus, e, portanto, dever-se-lhe tributar o mesmo culto de adoração com que a Igreja honra a pessoa do próprio Filho de Deus encarnado.
Trata-se, pois, de uma verdade de fé católica, solenemente definida no concílio ecuménico de Éfeso e no II de Constantinopla.[3]

O outro motivo concerne de maneira especial ao coração do divino Redentor, e, pela mesma razão, confere-lhe um título inteiramente próprio para receber o culto de latria.

Provém ele de que, mais do que qualquer outro membro do Seu Corpo, o Seu Coração é o índice natural ou o símbolo da sua imensa caridade para com o género humano.

Como observava o nosso predecessor Leão XIII, de imortal memória, "é ínsita no Sagrado Coração a qualidade de ser símbolo e imagem expressiva da infinita caridade de Jesus Cristo que nos incita a retribuir-lhe o amor por amor".[4]

PIO PP. XII.


(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Notas:


[1] Ef 3,20-21
[2] Is 12, 3
[3] Conc. Ephes., cân. 8; cf. Mansi, Sacrorum Conciliorum amplissima collectio, IV,1083, C.; Conc. Const. II, cân. 9; cf. ibid., IX, 382 E.
[4] Cf. Enc. Annum Sacrum: Acta Leonis, 19 (1900), p. 76.