Páginas

20/05/2019

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça "boa cara" que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?








Maria procura o Filho que se perdeu


Três dias e três noites procura Maria o Filho que se perdeu... Oxalá possamos dizer, tu e eu, que a nossa vontade de encontrar Jesus também não conhece descanso. (Sulco, 794)

Que dor a de sua Mãe e a de S. José, porque – no regresso de Jerusalém – não vinha entre os parentes e amigos! E que alegria a sua, quando o veem, já de longe, doutrinando os mestres de Israel! Mas reparai nas palavras, aparentemente duras, que saem da boca do Filho, ao responder a sua Mãe: por que me buscáveis?

Não era razoável que o procurassem? As almas que sabem o que é perder Cristo e encontrá-lo podem compreender isto... Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de meu Pai? Não sabíeis, porventura, que eu devo dedicar totalmente o meu tempo ao meu Pai celestial?

Este é o fruto da oração de hoje: que nos persuadamos de que o nosso caminhar na terra – em todas as circunstâncias e em todos os momentos – é para Deus; que é um tesouro de glória, uma imagem do Céu; que é, nas nossas mãos, uma maravilha que temos de administrar, com sentido de responsabilidade perante os homens e perante Deus, sem necessidade de mudar de estado, no meio da rua, santificando a nossa profissão ou o nosso ofício, a vida de família, as relações sociais e todas as actividades que parecem à primeira vista só terrenas. (Amigos de Deus, 53–54)

Leitura espiritual


COMPÊNDIO 
DA DOUTRINA SOCIAL
DA IGREJA


CAPÍTULO II

MISSÃO DA IGREJA E DOUTRINA SOCIAL

I. EVANGELIZAÇÃO E DOUTRINA SOCIAL


b) Fecundar e fermentar com o Evangelho a sociedade

64 A Igreja, com a sua doutrina social, não só não se afasta da própria missão, mas lhe é rigorosamente fiel.
A redenção realizada por Cristo e confiada à sua missão salvífica é certamente de ordem sobrenatural.
Esta dimensão não é expressão limitativa, mas integral da salvação


[1].
O sobrenatural não deve ser concebido como uma entidade ou um espaço que começa onde termina o natural, mas como uma elevação deste, de modo que nada da ordem da criação e do humano é alheio ou excluído da ordem sobrenatural e teologal da fé e da graça, antes aí é reconhecido, assumido e elevado:
«Em Jesus Cristo, o mundo visível, criado por Deus para o homem (cf. Gén 1, 26-30) — aquele mundo que, entrando nele o pecado, “foi submetido à caducidade” (Rm 8, 20; cf. ibid., 8, 19-22) — readquire novamente o vínculo originário com a mesma fonte divina da Sapiência e do Amor. Com efeito, “Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito” (Jo 3, 16). Assim como no homem-Adão este vínculo foi quebrado, assim no Homem-Cristo foi de novo reatado (cf. Rm 5, 12-21)»[2].

65 A Redenção começa com a Encarnação, mediante a qual o Filho de Deus assume tudo do homem, excepto o pecado, segundo as solidariedades instituídas pela Sabedoria criadora divina, e tudo abraça em seu dom de Amor redentor. Por este Amor o homem é abraçado na inteireza do seu ser: ser corpóreo e espiritual, em relação solidária com os outros. O homem todo — não uma alma separada ou um ser encerrado na sua individualidade, mas a pessoa e a sociedade das pessoas — fica implicado na economia salvífica do Evangelho. Portadora da mensagem de Encarnação e de Redenção do Evangelho, a Igreja não pode percorrer outra via: com a sua doutrina social e com a acção eficaz que ela activa, não somente não falseia o seu rosto e a sua missão, mas é fiel a Cristo e se revela aos homens como «sacramento universal da salvação»[3]. Isto é particularmente verdadeiro numa época como a nossa, caracterizada por uma crescente interdependência e por uma mundialização das questões sociais.

c) Doutrina social, evangelização e promoção humana

66 A doutrina social é parte integrante do ministério de evangelização da Igreja. Daquilo que diz respeito à comunidade dos homens — situações e problemas referentes à justiça, à libertação, ao desenvolvimento, às relações entre os povos, à paz — nada é alheio à evangelização e esta não seria completa se não levasse em conta o recíproco apelo que se continuamente se fazem o Evangelho e a vida concreta, pessoal e social do homem[4].
Entre evangelização e promoção humana há laços profundos: «laços de ordem antropológica, dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstracto, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto de problemas sociais e económicos; laços de ordem teológica, porque não se pode nunca dissociar o plano da criação do plano da Redenção, um e outro a abrangerem as situações bem concretas da injustiça que deve ser combatida e da justiça a ser restaurada; laços daquela ordem eminentemente evangélica, qual é a ordem da caridade: como se poderia proclamar o mandamento novo sem promover na justiça e na paz o verdadeiro e autêntico progresso do homem?»[5].

67 A doutrina social, «por si mesma, tem o valor de um instrumento de evangelização»[6] e se desenvolve no encontro sempre renovado entre a mensagem evangélica e a história humana. Assim entendida, tal doutrina é via peculiar para o exercício do ministério da Palavra e da função profética da Igreja[7]: «para a Igreja, ensinar e difundir a doutrina social pertence à sua missão evangelizadora e faz parte essencial da mensagem cristã, porque essa doutrina propõe as suas consequências directas na vida da sociedade e enquadra o trabalho diário e as lutas pela justiça no testemunho de Cristo Salvador»[8]. Não estamos na presença de um interesse ou de uma acção marginal, que se apõe à missão da Igreja, mas no próprio coração do seu ministério: com a doutrina social a Igreja «anuncia Deus e o mistério de salvação em Cristo a cada homem e, pela mesma razão, revela o homem a si mesmo»[9]. Este é um ministério que procede não só do anúncio, mas também do testemunho.

68 A Igreja não se ocupa da vida em sociedade em todos os seus aspectos, mas com a sua competência própria, que é a do anúncio de Cristo Redentor[10]: «A missão própria que Cristo confiou à sua Igreja não é de ordem política, económica e social. Pois a finalidade que Cristo lhe prefixou é de ordem religiosa. Mas, na verdade, desta mesma missão religiosa decorrem benefícios, luzes e forças que podem auxiliar a organização e o fortalecimento da comunidade humana segundo a Lei de Deus»[11]. Isto quer dizer que a Igreja, com a sua doutrina social, não entra em questões técnicas e não institui nem propõe sistemas ou modelos de organização social[12]: isto não faz parte da missão que Cristo lhe confiou. A Igreja tem a competência que lhe vem do Evangelho: da mensagem de libertação do homem anunciada e testemunhada pelo Filho de Deus humanado.

d) Direito e dever da Igreja

69 Com a sua doutrina social a Igreja «se propõe assistir o homem no caminho da salvação»[13]: trata-se do seu fim precípuo e único. Não há outros objectivos tendentes a sub-rogar ou invadir atribuições de outrem, negligenciando as próprias; ou a perseguir objectivos alheios à sua missão. Tal missão configura o direito e juntamente o dever da Igreja de elaborar uma doutrina social própria e com ela exercer influxo sobre a sociedade e as suas estruturas, mediante as responsabilidades e as tarefas que esta doutrina suscita.

70 A Igreja tem o direito de ser para o homem mestra de verdades da fé: da verdade não só do dogma, mas também da moral que dimana da mesma natureza humana e do Evangelho[14]. A palavra do Evangelho, efectivamente, não deve somente ser ouvida, mas também posta em prática (cf. Mt 7, 24; Lc 6, 46-47; Jo 14, 21.23-24; Tg 1, 22): a coerência nos comportamentos manifesta a adesão do crente e não se restringe ao âmbito estritamente eclesial e espiritual, mas abarca o homem em todo o seu viver e segundo todas as suas responsabilidades. Conquanto seculares, estas têm como sujeito o homem, vale dizer, aquele a quem Deus chama, mediante a Igreja, a participar do Seu dom salvífico.

Ao dom da salvação o homem deve corresponder, não com uma adesão parcial, abstrata ou verbal, mas com a sua vida inteira, segundo todas as relações que a conotam, de modo que nada se relegue ao âmbito profano e mundano, irrelevante ou alheio à salvação. Por isso a doutrina social não representa para a Igreja um privilégio, uma digressão, uma conveniência ou uma ingerência: é um direito seu evangelizar o social, ou seja, fazer ressoar a palavra libertadora do Evangelho no complexo mundo da produção, do trabalho, do empresariado, das finanças, do comércio, da política, do direito, da cultura, das comunicações sociais, em que vive o homem.

71 Este direito é, ao mesmo tempo, um dever, pois a Igreja não pode renunciar a ele sem se desmentir a si mesma e a sua fidelidade a Cristo: «Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!» (1 Cor 9, 16). A admonição que São Paulo dirige a si próprio ressoa na consciência da Igreja como um apelo a percorrer todas as vias da evangelização; não somente as que levam às consciências individuais, mas também as que conduzem às instituições públicas: de um lado não se deve actuar uma «redução errónea do facto religioso à esfera exclusivamente privada»[15], por outro lado não se pode orientar a mensagem cristã a uma salvação puramente ultraterrena, incapaz de iluminar a presença sobre a terra[16].

Pela relevância pública do Evangelho e da fé e pelos efeitos perversos da injustiça, vale dizer, do pecado, a Igreja não pode ficar indiferente às vicissitudes sociais[17]: «Compete à Igreja anunciar sempre e por toda a parte os princípios morais, mesmo referentes à ordem social, e pronunciar-se a respeito de qualquer questão humana, enquanto o exigirem os direitos fundamentais da pessoa humana ou a salvação das almas»[18].





[1] João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 43: AAS 83 (1991) 848; cf. Catecismo da Igreja Católica, 2433.
[2] Cf. João Paulo II, Carta encicl. Laborem exercens, 17: AAS 73 (1981) 620-622.
[3] Cf. Catecismo da Igreja Católica, 2436.
[4] Cf. Concílio Vaticano II, Const. past. Gaudium et spes, 66: AAS 58 (1966) 1087-1088.
[5] Cf. João Paulo II, Carta encicl. Laborem exercens, 12: AAS 73 (1981) 605-608.
[6] João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 48: AAS 83 (1991) 853.
[7] Paulo VI, Discurso à Organização Internacional do Trabalho (10 de Junho de 1969), 21:
[8] AAS 61 (1969) 500; cf. João Paulo II, Discurso à Organização Internacional do Trabalho (15 de Junho de 1982), 13: AAS AAS 74 (1982) 1004-1005.
[9] João Paulo II, Carta encicl. Centesimus annus, 16: AAS 83 (1991) 813.
[10] João Paulo II, Carta encicl. Laborem exercens, 10: AAS 73 (1981) 600.
[11] Cf. João Paulo II, Carta encicl. Laborem exercens, 10: AAS 73 (1981) 600-602; Id., Exort. apost. Familiaris consortio, 23: AAS 74 (1982) 107-109.
[12] Cf. Santa Sede, Carta dos direitos da família, art. 10: Tipografia Poliglota Vaticana, Cidade do Vaticano 1983, p. 14.
[13] João Paulo II, Carta encicl. Laborem exercens, 19: AAS 73 (1981) 628.
[14] João Paulo II, Carta às mulheres (29 de Junho de 1995), 3: AAS 87 (1995) 804.
[15] [15] Cf. João Paulo II, Exort. apost. Familiaris consortio, 24: AAS 74 (1982) 109-110.
[16] Cf. João Paulo II, Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1996, 5: AAS 88 (1996) 106-107.
[17] Leão XIII, Carta encícl. Rerum novarum: Acta Leonis XIII, 11 (1892) 129.
[18] Cf. João Paulo II, Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz 1998, 6: AAS 90 (1998) 153.

Temas para reflectir e meditar

Sofrimento


Muitos sucumbem perante o sofrimento porque não estão preparados para deixar cair as suas próprias representações da vida e, perante a dor, agarram-se à imagem que têm de si mesmos e à imagem que fazem de Deus.



(Anselm GrunA incompreensível existência de Deus, Paulinas, p. 43)

Evangelho e comentário



TEMPO DE PÁSCOA




Evangelho: Jo 14, 21-26

21 Quem recebe os meus mandamentos e os observa esse é que me tem amor; e quem me tiver amor será amado por meu Pai, e Eu o amarei e hei-de manifestar-me a ele.» 22 Perguntou-lhe Judas, não o Iscariotes: «Porque te hás-de manifestar a nós e não te manifestarás ao mundo?» 23Respondeu-lhe Jesus: «Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada. 24 Quem não me tem amor não guarda as minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que me enviou.» 25 «Fui-vos revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco; 26mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.»

Comentário:

A vida cristã que é seguir Cristo, pode resumir-se numa palavra:


AMOR!


É o amor incomensurável de Deus pelos homens que os salva;

É o amor sem limites de Cristo que O leva a dar a Sua vida em resgate da humanidade inteira;

É o amor que leva os homens a conseguir a paz para si e para os outros;

Só o amor, autêntico – como é o Amor de Deus - torna a pessoa humana digna de participar na vida eterna.

Amar a Deus e amar os outros como a si mesmo, eis, como bem sabemos, o primeiro Mandamento.


Sem cumprir este, os outros nove, não poderão cumprir-se.


(AMA, comentário sobre Jo 14, 21-26, 09.01.2017)