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Temas para reflectir e meditar

Ansiedade



Se não existe uma convicção, uma certeza profunda da realidade próxima, íntima, de um Deus Criador, de um Deus Salvador, vencedor da morte e perpetuador da vida, o homem sente no mais profundo da alma que é simplesmente um projecto de existência absurdo, destinado à desintegração total. 

E o instinto de conservação – que é o instinto de eternidade – revolta-se em forma de ansiedade ou angústia.

rafael llano cifuentes Fortaleza Quadrante S. Paulo 1991 pg. 50,




Evangelho e comentário



TEMPO DE PÁSCOA




Evangelho: Mt 28, 8-15

8 Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos. 9 Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele. 10 Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.» 11 Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos sumos-sacerdotes tudo o que tinha acontecido! 12 Eles reuniram-se com os anciãos; e, depois de terem deliberado, deram muito dinheiro aos soldados, 13 recomendando-lhes: «Dizei isto: ‘De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.’ 14 E, se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.» 15 Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.

Comentário:

O que os judeus disseram e propagaram sobre a Ressurreição de Cristo só nos deve “importar” na medida em que, nós cristãos, temos obrigação de pedir ao Ressuscitado que os ilumine porque, quanto à “pretensa” polémica sobre o assunto, para nós, não se põe, já que estamos seguros e, sem qualquer reserva, acreditamos que Jesus Cristo ressuscitou e, com a Sua Ressurreição nos mereceu a Filiação Divina.

Trata-se, nem mais, do fundamento da nossa Fé!

(ama, comentário sobre Mt 28, 8-15, 09.04.2012)

Tu e eu procedemos como filhos de Deus?

Um filho de Deus não tem medo da vida nem medo da morte, porque o fundamento da sua vida espiritual é o sentido da filiação divina: Deus é meu Pai, pensa, e é o Autor de todo o bem, é toda a Bondade. – Mas tu e eu procedemos, de verdade, como filhos de Deus? (Forja, 987)

A nossa condição de filhos de Deus levar-nos-á – insisto – a ter espírito contemplativo no meio de todas as actividades humanas – luz, sal e levedura, pela oração, pela mortificação, pela cultura religiosa e profissional –, fazendo realidade este programa: quanto mais dentro do mundo estivermos, tanto mais temos de ser de Deus. (Forja, 740)

Quando se trabalha por Deus, é preciso ter "complexo de superioridade" – fiz-te notar. – Mas – perguntavas-me – isso não é uma manifestação de soberba? – Não! É uma consequência da humildade, de uma humildade que me faz dizer: – Senhor, Tu és o que és. Eu sou a negação. Tu tens todas as perfeições: o poder, a fortaleza, o amor, a glória, a sabedoria, o império, a dignidade... Se eu me unir a Ti, como um filho quando se põe nos braços fortes do pai ou no regaço maravilhoso da mãe, sentirei o calor da tua divindade, sentirei as luzes da tua sabedoria, sentirei correr pelo meu sangue a tua fortaleza. (Forja, 342)

Leitura espiritual


O ESPIRITISMO

- 1 Pode-se falar com os espíritos?

Convém falar frequentemente com os espíritos bons (as almas do purgatório, os anjos e os santos do céu).
Para falar com eles, basta dirigir-lhes sem mais as palavras ou o pensamento.
Interessa muito solicitar a sua ajuda, o seu conselho e pedir-lhes que intercedam por nós diante de Deus.
Por seu lado, com os demónios e condenados não convém ter nenhum tipo de contacto.

– 2 Nas reuniões espiritistas fala-se com alguém?

Em muitos casos só se trata da imaginação humana e habilidade do promotor.
Em ocasiões mais perigosas podem intervir os demónios procurando o mal dos homens.

– 3 Os espíritos bons falam nessas reuniões?

Os anjos e os santos não se prestam a este tipo de práticas opostas à fé.
São seres livres e não estão obrigados a falar ainda que se usem palavras ou gestos estranhos.

– 4 O espiritismo é uma ofensa a Deus?

O espiritismo realizado levado a sério é um tipo de pecado por vários motivos mais ou menos presentes:

Pretende-se possuir poderes sobre-humanos de domínio sobre os espíritos.
Assemelha-se ao pecado orgulhoso de Adão e Eva que desobedeceram a Deus porque quiseram ser "como deuses".
Há desconfiança de Deus e da sua Providência, desejando adivinhar o futuro.
Duvida-se da Bondade divina.
Procura-se a protecção de poderes ocultos, desprezando na ajuda divina, como se outros poderes fossem superiores a Deus ou melhores.
 E ninguém é melhor que Deus.

A CONSCIÊNCIA

1. O que é a consciência?

- A consciência é um juízo da razão pelo qual o homem reconhece a bondade ou maldade de um acto. Por exemplo, diz: "sou consciente de que este pormenor com os meus pais é bom".

2. O que é preciso para ter consciência?

- Para emitir um juízo de consciência sobre o bem ou o mal de um acto, necessita-se de uma inteligência que julgue e um conhecimento prévio que seja a base na qual se apoia esse juízo moral. Algo similar sucede quando o entendimento opina sobre a verdade de algo. Por exemplo, ao escutar: "as vacas voam", a razão emite um juízo imediato que diz: "falso". Este juízo está baseado no conhecimento prévio de vacas e de voo.

3. Qual é a base de apoio para a consciência?

- O juízo de consciência baseia-se no conhecimento da natureza humana e do que lhe convém. Esta sabedoria adquire-se através de duas fontes:

Por um lado, a própria natureza humana reclama um modo de actuar que costuma chamar-se lei natural. O Criador fez-nos de uma determinada maneira e está gravado no homem um conhecimento básico do que está bem ou mal.
Além disso, o Senhor quis manifestar claramente o que nos convém e dispomos dos dez mandamentos e os ensinamentos de Jesus Cristo, que ajudam a formar a consciência.

4. Como formar bem a consciência?

- O juízo moral da inteligência torna-se mais certeiro se o homem obtém mais conhecimento pelas duas fontes anteriores.
Para conhecer melhor a natureza humana é bom fomentar o desejo de procurar a verdade e fazer o bem. Pois que, também sobre este último, ao fazer o mal, a inteligência acostuma-se e perde claridade de juízo.
Para aprender ou recordar os ensinamentos de Jesus Cristo, terá de recorrer aos meios de formação cristã: palestras, homilias, cursilhos, livros, etc.
Para a aplicação prática desses conhecimentos, será bom escutar o conselho de pessoas boas e entendidas.

5. Convém ter uma consciência bem formada?
- É importante distinguir o bem do mal, para acertar no que convém fazer. Os grandes criminosos, têm a consciência deformada e se diz que eles são homens sem consciência.
6. Qualidades da consciência?

A consciência não cria a lei, mas aplica a lei de Deus ao caso concreto.
- O homem não inventa o bem e o mal, mas julga baseado na lei natural gravada na sua natureza. Um carteirista pode auto-convencer-se de que roubar é bom, mas não o é. Simplesmente engana-se.

7. A consciência é inseparável dos actos humanos.
- Chamam-se actos humanos aos actos voluntários e livres e, portanto, conscientes. Actos conscientes da sua bondade sensível - eu gosto - e da sua bondade moral - convém-me -.

8. A consciência instrui sobre o bem e move a praticá-lo.
- O Juízo de consciência é prático: isto posso ou devo fazer, isto devo evitar. E adquire-se experiência.

9. A consciência aprova ou repreende.
- O juízo de consciência é principalmente anterior à acção, de forma a agir ou não. Mas uma pessoa continua a reflectir depois de actuar, com um ditame de aprovação e paz, se agiu bem, ou de inquieta resistência se fez mal. Por isto o homem tem responsabilidade diante de si mesmo.

10. Liberdade das consciências?
- Deve-se respeitar a liberdade das consciências, mas isso não significa que a consciência seja independente da lei divina. Neste campo, a liberdade consiste na ausência de coacção ao procurar a verdade, mas não de independência face à verdade. Uma pessoa pode convencer-se de que roubar é bom, ou que não existe Pequim. Em ambos os casos, actua livremente, mas não acerta com a verdade -moral o geográfica- (relativismo).

11. Um terrorista assassina de acordo com a sua consciência.


- Porque faz mal? Não faz mal por seguir a sua consciência, mas sim por tê-la deformado até esse ponto. (Na realidade, diante de casos tão anti-naturais, a consciência continua a protestar e o terrorista deve persuadir o seu próprio pensamento cada vez que actua).