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16/04/2019

Temas para reflectir e meditar

Fidelidade

No castelo de Deus trataremos de aceitar qualquer posto: cozinheiros ou serventes de cozinha, empregados de quarto, moços de cavalos, padeiros. 

Se ao Rei lhe agradar chamar-nos para o seu Conselho privado, ali iremos, mas sem nos entusiasmar-mos demasiado, sabendo que a recompensa não depende do posto, mas da fidelidade com sirvamos.


(a. lucianni, (joão paulo i) Ilustrísimos señores, p 128, trad ama)

Evangelho e comentário


TEMPO DA QUARESMA
Semana Santa




Evangelho: Jo 13, 21-33. 36-38 

21 Tendo dito isto, Jesus perturbou-se interiormente e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há-de entregar!» 22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem a quem se referia. 23 Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito. 24 Simão Pedro fez-lhe sinal para que lhe perguntasse a quem se referia. 25 Então ele, apoiando-se naturalmente sobre o peito de Jesus, perguntou: «Senhor, quem é?» 26 Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão ensopado.» E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27 E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.» 28 Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera. 29 Alguns pensavam que, como Judas tinha a bolsa, Jesus lhe tinha dito: ‘Compra o que precisamos para a Festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres. 30 Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite. 31 Depois de Judas ter saído, Jesus disse: «Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus. 32 E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem, e há-de revelá-la muito em breve.» 33 «Filhinhos, já pouco tempo vou estar convosco. Haveis de me procurar, e, assim como Eu disse aos judeus: ‘Para onde Eu for vós não podereis ir’, também agora o digo a vós.
36 Disse-lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não me podes seguir por agora; hás-de seguir-me mais tarde.» 37 Disse-lhe Pedro: «Senhor, porque não posso seguir-te agora? Eu daria a vida por ti!» 38 Replicou Jesus: «Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes!»
Comentário:

O Evangelista conta-nos a tragédia da traição com uma economia de palavras que dá que pensar.

O que aconteceu deve ter sido tão chocante e surpreendente que quando mais tarde vier a conhecer o que realmente aconteceu prefere dar o assunto como que encerrado.

A traição choca e cai como um estigma sobre quantos a
testemunham.
Não esqueçamos que Judas era um dos Doze, durante quase três anos conviveram intimamente percorrendo a Palestina acompanhando Jesus.

Como compreender? Como aceitar?

Na verdade, parece que o exemplo vem do Senhor que não mais terá referido o que aconteceu.

Quase somos levados a considerar que o papel de Judas foi absolutamente necessário para que se cumprisse, como Jesus desejava, toda a história da Salvação.

(ama, comentário sobre Jo 13, 41-33. 34-35, Malta, 24.04.2016)

Não queiramos esquivar-nos à sua Vontade


Esta é a chave para abrir a porta e entrar no Reino dos Céus: "qui facit voluntatem Patris mei qui in coelis est, ipse intrabit in regnum coelorum" – quem faz a vontade de meu Pai..., esse entrará! (Caminho, 754)


Não te esqueças: muitas coisas grandes dependem de que tu e eu vivamos como Deus quer. (Caminho, 755)

Nós somos pedras, silhares, que se movem, que sentem, que têm uma libérrima vontade. O próprio Deus é o estatuário que nos tira as esquinas, desbastando-nos, modificando-nos, conforme deseja, a golpes de martelo e de cinzel.
Não queiramos afastar-nos, não queiramos esquivar-nos à sua Vontade, porque, de qualquer modo, não poderemos evitar os golpes. – Sofreremos mais e inutilmente, e, em lugar de pedra polida e apta para edificar, seremos um montão informe de cascalho que os homens pisarão com desprezo. (Caminho, 756)

A aceitação rendida da Vontade de Deus traz necessariamente a alegria e a paz; a felicidade na Cruz. – Então se vê que o jugo de Cristo é suave e que o seu peso é leve. (Caminho, 758)

Um raciocínio que conduz à paz e que o Espírito Santo oferece aos que querem a Vontade de Deus: "Dominus regit me, et nihil mihi deerit" – o Senhor é quem me governa; nada me faltará.
Que é que pode inquietar uma alma que repita sinceramente estas palavras? (Caminho, 760)

Leitura espiritual


Cruzando o umbral da esperança

SE EXISTE,
PORQUE SE ESCONDE

Pergunta:

Deus, ou seja, o Deus bíblico, existe. Mas então acaso seja compreensível o protesto de muitos, tanto de ontem como de hoje:
Porque não se manifesta mais claramente?
Porque não dá provas tangíveis a todos da Sua existência?
Porque a Sua misteriosa estratégia parece ser a de julgar esconder-se das Suas criaturas?

Resposta:

Penso que as perguntas que coloca – e que por outro lado são as de tantos outros – não se referem nem a São Tomás nem a Santo  Agostinho, nem a toda a tradição judaico-cristã. Parece-me que apontam mais para outro terreno, o puramente racionalista, que é próprio da filosofia moderna, cuja história se inicia com Descartes, que, por assim dizer, separou o pensar do existir e identificou-o com a própria razão: Cogito, ergo sum.

Que diferente é a postura de Sã Tomás, para quem não é o   a existência, mas sim a existência, o esse, o que decide o que pensar!
Penso do modo que penso porque sou o que sou – quer dizer -, uma criatura – e porque Ele é O que é, quer dizer, o absoluto Mistério incriado.
Se Ele não fosse Mistério, não haveria necessidade da Revelação, ou melhor, falando de modo mais rigoroso, da auto-revelação de Deus.

Se o homem, com o seu intelecto criado e com as limitações da própria subjectividade, pudesse superar a distância que separa a criação do Criador, o ser contingente e não necessário («o que não é – segundo a conhecida expressão dirigida por Cristo a Santa Catarina de Sena - [i] só então as suas perguntas teriam fundamento.

Os pensamentos que o inquietam, e que aparecem nos seus livros, estão formados por uma série de perguntas que não são realmente suas; o senhor quere erigir-se em porta-voz dos homens da nossa época, pondo-se a seu lado nos caminhos – às vezes difíceis e intrincados por vezes aparentemente saem saída – da procura de Deus.
(…)

Tentermos ser imparciais no nosso raciocínio:
Poderia Deus ir mais além na Sua condescendência na Sua aproximação ao homem, consoante as suas possibilidades cognitivas?
Verdadeiramente, parece que tenha sido tudo o mais longe possível.
Mais além não poderia ir.

Em certo sentido, Deus foi demasiado longe!
Acaso Cristo não foi escândalo para os judeus e engano para os pagãos? [ii]

Precisamente porque chamava Seu Pai a Deus, porque o manifestava tão abertamente em Si mesmo, não podia deixar de causar a impressão de que era demasiado…

O homem já não estava em condições de suportar  tal proximidade, e começaram os protestos.

Este grande protesto tem nomes concretos: primeiro chama-se Sinagoga, e depois Islão.
Nenhum dos dois pode aceitar um Deus assim humano.

«Isto não convém a Deus – protestam –
Deve permanecer absolutamente transcendente, deve permanecer como pura Majestade.
Supostamente, Majestade cheia de misericórdia mas não até ao ponto de pagar as culpas dos pecados da própria criatura.

Sob uma certa óptica é justo dizer que Deus se revelou ao homem inclusive demasiado no que tem de mais divino, no que é a Sua vida íntima; revelou-se no próprio Mistério.




(Cfr entrevista de Vittorio Messori a São João Paulo II, CRUZANDO EL UMBRAL DE LA ESPERANZA, Outubro de 1994)
(Tradução do castelhano por AMA)



[i] «Aquele que á» cfr. Raimundo de Cápua, Legenda Maior, 1, 10,92)
[ii] 1 Cor  1,23)


Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?