por El Reto del amor
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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01/03/2019
Temas para reflectir e meditar
Quem
admite que tem dias iguais, ou seja, hoje tal qual foi ontem, não tem vida
verdadeiramente.
Ou
melhor, não vive, deixa que os dias passem sem se preocupar se poderiam ser
melhores. Quero dizer, se os poderia viver melhor, dando mais rendimento,
alcançando melhores resultados.
Não
temos ninguém para nos “apreciar” o comportamento e, por isso mesmo, estamos
dependentes apenas de nós próprios.
Evidentemente
que, connosco, temos uma tendência para ser complacentes, isto é,
satisfazermo-nos com o que temos vivido.
Sim
é verdade, temos memórias de outros tempos em que os desejos de melhoria
pessoal nos levavam a algum desassossego. Não era muito confortável, é melhor
assim.
Não
é nada melhor assim!
Pensando
deste modo já estamos mortos, já não vivemos.
(AMA,
reflexões, Dez, 2018)
Evangelho e comentário
Evangelho
Mar 01
Evangelho:
Mc 10, 1-12
1 Saindo dali, foi para a região da Judeia, para além
do Jordão. As multidões agruparam-se outra vez à volta dele, e outra vez as ensinava,
como era seu costume. 2 Aproximaram-se uns fariseus e perguntaram-lhe, para o
experimentar, se era lícito ao marido divorciar-se da mulher. 3 Ele
respondeu-lhes: «Que vos ordenou Moisés?» 4 Disseram: «Moisés mandou escrever
um documento de repúdio e divorciar-se dela.» 5 Jesus retorquiu: «Devido à dureza
do vosso coração é que ele vos deixou esse preceito. 6 Mas, desde o princípio
da criação, Deus fê-los homem e mulher. 7 Por isso, o homem deixará seu pai e
sua mãe para se unir à sua mulher, 8 e serão os dois um só. Portanto, já não
são dois, mas um só. 9 Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.» 10 De
regresso a casa, de novo os discípulos o interrogaram acerca disto. 11 Jesus
disse: «Quem se divorciar da sua mulher e casar com outra, comete adultério
contra a primeira. 12 E se a mulher se divorciar do seu marido e casar com outro,
comete adultério.»
Comentário:
Poderá haver discurso mais claro e
linear sobre a sacralidade do matrimónio?
Jesus Cristo responde de forma concreta
a uma pergunta concreta embora a mesma tenha uma intenção dúbia.
Não recorre nem a imagens nem a meias
palavras, sinal que considera a matéria em causa muitíssimo séria – grave mesmo
– e que não se compadece com meios-termos.
Ninguém pode ter dúvidas nem cabem
interpretações.
Trata-se da Palavra de Deus e, esta,
não permite tergiversações.
(AMA,
comentário sobre Mc 10, 1-12, 11.12.2018)
Apoiar-vos-eis uns aos outros
Se souberes querer aos outros e
difundir, entre todos, esse carinho – caridade de Cristo, fina, delicada –,
apoiar-vos-eis uns aos outros, e o que for a cair sentir-se-á amparado – e
urgido – com essa fortaleza fraterna, para ser fiel a Deus. (Forja,
148)
Chega a plenitude dos tempos e, para
cumprir essa missão, não aparece um génio filosófico, como Sócrates ou Platão;
não se instala na terra um conquistador poderoso, como Alexandre Magno. Nasce
um Menino em Belém. É o Redentor do mundo; mas, antes de começar a falar,
demonstra o seu amor com obras. Não é portador de nenhuma fórmula mágica,
porque sabe que a salvação que nos traz há-de passar pelo coração do homem. As
suas primeiras acções são risos e choros de criança, o sono inerme de um Deus
humanado; para que fiquemos tomados de amor, para que saibamos acolhê-Lo nos
nossos braços.
Uma vez mais consciencializamos que
isto é que é o Cristianismo. Se o cristão não ama com obras, fracassa como
cristão, o que significa fracassar também como pessoa. Não podes pensar nos
outros homens como se fossem números, ou degraus para tu subires; como se
fossem massa, para ser exaltada ou humilhada, adulada ou desprezada, conforme
os casos. Tens de pensar nos outros – antes de mais, nos que estão ao teu lado
– vendo neles o que na verdade são: filhos de Deus, com toda a dignidade que
esse título maravilhoso lhes confere.
Com os filhos de Deus, temos de
comportar-nos como filhos de Deus: o nosso amor há-de ser abnegado, diário,
tecido de mil e um pormenores de compreensão, de sacrifício calado, de entrega
silenciosa. Este é o bonus odor Christi
que arrancava uma exclamação aos que conviviam com os primeiros cristãos: Vede
como se amam! (Cristo que passa, 36)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Leitura espiritual
Ao encontro do outro
“A
primeira dimensão chama-se busca.
MARIA
foi fiel antes de mais nada quando, com amor, se pôs a procurar o sentido
profundo do desígnio de Deus sobre ela e sobre o mundo
Quomodo fiet istud? Como sucederá isto? Pergunta Ela ao anjo da
Anunciação. Já no Antigo Testamento o sentido desta busca se traduz numa
expressão de rara beleza:
“Procurar o rosto do Senhor”
A
fidelidade requer um fundamento profundo e forte de paciente indagação, o anelo
de encontrar um motivo para viver.
Não
é possível falar de fidelidade a quem carece de ideais ou a quem não sabe de
valores que transcendem a própria vida.
Na
formação para a fidelidade, deve insistir-se em que sempre se pode “ir mais
longe”.
Se
queremos ser alguma coisa, não nos devemos estancar nos estreitos limites do
nosso mundo pessoal, encerrados nos nossos egoísmos e comodidades.
Impõe-se
procurar continuamente um ideal mais elevado, abrir horizontes e aspirar a
aventuras audazes.
Os
atletas procuram melhorar as suas próprias marcas, ganhar décimos ou centésimos
de segundo, chegar uns centímetros mais longe.
Esse
mesmo espírito pode ser vivido no estudo, na profissão, na vida matrimonial, no
ministério sacerdotal, no caminho para a santidade…
Devemos
propor-nos cada dia novas conquistas e afastar as nuvens negras que poderiam
desanimar-nos.
Trata-se,
pois, do que poderíamos chamar uma fidelidade humilde, que, partindo do
reconhecimento da sua indigência, da sua limitação, ambiciona encontrar alguma
coisa, alguém, que a incite a ser melhor, a sair do nada pessoal.
“Não
haverá fidelidade- diz o Papa nessa homilía – senão houver na raiz esta busca
ardente, paciente e generosa, se não estiver alojada no coração do homem uma
pergunta para a qual só Deus tem resposta, ou melhor, Deus é a resposta”.
Dar
um lugar no coração
A
segunda dimensão da fidelidade humana chama-se aceitação.
O
quomodo fiet istud transforma-se nos
lábios de Maria num fiat, aceito.
Dar
um lugar no coração é abrira alma a esses ideais, talvez apenas esboçados, mas
que já se vislumbram como possíveis. É passar pel etapa de meditar detidamente
– como fazia a Santíssima Virgem – em tudo aquilo que nos pareça árduo, até lhe
encontrar o sentido profundo, a razão que nos levanta e nos impele para além de
nós mesmos e nos faz ambicionar conquistas novas, embora laboriosas
É
como despertar e dar vida ao espírito de fidelidade.
Assim
como o valor da velhice não reside em acumular anos de vida, mas em encher de
vida os anos, o meso acontece coma fidelidade: trata-se de anima-la de um
espírito jovem, receptivo, dando ânimos à alma mediante a meditação e a leitura
de textos ilustrativos.
É
contemplar o Evangelho e toda a Sagrada Escritura, em cujas páginas se
encontram inúmeros exemplos de pessoas que, passando por cima dos sofrimentos e
penas, souberam corresponder soa ditames da responsabilidade e foram leais aos
seus compromissos de amor e de entrega.
O
primeiro de todos, o próprio Jesus Cristo.
Quem
acolhe Jesus Cristo como modelo e como causa de fidelidade encontrará n’Ele o
fundamento de toda a sua existência.
É
o momento em que o homem se abandona ao mistério, não com a resignação de
alguém que capitula em face de um enigma, de um absurdo, mas com a
disponibilidade de quem se abre para ser habitado por alguma coisa – por
Alguém- maior que o seu próprio coração.
Esta
aceitação cumpre-se em última análise por meio da fé, que é a adesão de todo o
ser ao mistério que se revela.
(Cfr FIDELIDADE, de Javier Abad Gómez, 1989)
(Revisão
da versão portuguesa por AMA)