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Confissões – 10

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Talentos

…/3


As omissões!

Algo que refiro sempre quando rezo a "confissão", mas que, talvez, não absorva bem o seu significado.

De facto, deixar de fazer algo que deveria e poderia fazer é um pecado.

Tenho que ter bem presente que o que deixo de fazer pode constituir prejuízo para alguém - para mim próprio - e que é irrecuperável porque mesmo que venha a ser feito por outrem, nunca será como se tivesse sido eu a fazê-lo.

Desperdício de oportunidade e de aplicar um talento que o Senhor expressamente me concedeu para tal.


(AMA, reflexões, 2017)



[i] Resolvi passar à escrita um conjunto de reflexões que têm como sub-título:  Confissões

Se se quiser, poderia chamar-se reflexões sobre mim ou, talvez exame pessoal.

Não sei qual será a utilidade para os eventuais leitores - nem isso me preocupa - mas dada a minha condição de viúvo vivendo sozinho, talvez que alguém encontre alguma "pista" de como lidar com situações peculiares.

Exponho-me, é verdade, mas tenho bem presente que 'não há nada escondido que não acabe por se saber ', e, assim, decidi.


Quero entregar-me a Ti sem reservas!


Pedro diz-Lhe: "Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!". Responde Jesus: "O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!". Replicou Jesus: "Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo". Simão Pedro rende-se: "Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!". Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas! (Sulco, 266)

– Está completo o tempo, e aproxima-se o Reino de Deus; fazei penitência, e crede no Evangelho (Mc 1, 15).

– E vinha a Ele todo o povo, e ensinava-o (Mc 2, 13).

Jesus vê aquelas barcas na margem, e sobe para uma delas. Com que naturalidade se mete Jesus na barca de cada um de nós!

Quando te aproximares do Senhor, lembra-te de que Ele está sempre muito perto de ti, dentro de ti: Regnum Dei intra vos est (Lc 17, 21). No teu coração O encontrarás.

Cristo deve reinar, em primeiro lugar, na nossa alma. Para que Ele reine em mim, preciso da sua graça abundante, pois só assim é que o mais imperceptível pulsar do meu coração, a menor respiração, o olhar menos intenso, a palavra mais corrente, a sensação mais elementar se traduzirão num hossana ao meu Cristo Rei.

Duc in altum – Ao largo! – Repele o pessimismo que te torna cobarde. Et laxate retia vestra in capturam – e lança as redes para pescar.

Devemos, confiar nessas palavras do Senhor: meter-se na barca, pegar nos remos, içar as velas e lançar-nos a esse mar do mundo que Cristo nos deixa em herança.

Et regni ejus non erit finis. – O Seu Reino não terá fim!

Não te dá alegria trabalhar por um reinado assim? (Santo Rosário, mistérios Luminosos: ‘O anúncio do Reino de Deus’).

Leitura espiritual

Cartas de São Paulo 


Rm 10

Israel rejeita Cristo, o fim da Lei

1Irmãos, o que eu desejo de todo o coração e o que para eles eu peço a Deus é isto: que eles se salvem. 2Posso testemunhar em seu abono que eles têm zelo por Deus. Só que o não têm devidamente esclarecido. 3De facto, por não terem reconhecido a justiça que vem de Deus, e terem procurado estabelecer a sua própria justiça, não se submeteram à justiça de Deus. 4É que o fim da Lei é Cristo, para que, deste modo, a justiça seja concedida a todo o que tem fé.

5De facto, é assim que Moisés escreve acerca da justiça que vem da Lei: O homem que põe em prática essas coisas, esse viverá por elas. 6Mas a justiça que vem da fé exprime-se assim: Não digas no teu coração: Quem subirá ao céu? Seria para fazer com que Cristo descesse. 7Nem digas: Quem descerá ao abismo? Seria para fazer com que Cristo subisse de entre os mortos. 8Que diz a Escritura, afinal?

É junto de ti que está a palavra:
na tua boca e no teu coração.

Esta palavra é a da fé que anunciamos. 9Porque, se confessares com a tua boca: «Jesus é o Senhor», e acreditares no teu coração que Deus o ressuscitou de entre os mortos, serás salvo. 10É que acreditar de coração leva a obter a justiça, e confessar com a boca leva a obter a salvação.

11É a Escritura que o diz: Todo o que nele acreditar não ficará frustrado. 12Assim, não há diferença entre judeu e grego, pois todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam. 13De facto, todo o que invocar o nome do Senhor será salvo.


Culpa de Israel: a falta de fé

14Ora, como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem alguém que o anuncie? 15E como hão-de anunciar, se não forem enviados? Por isso está escrito: Que bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas-novas!

16Porém, nem todos obedeceram à Boa-Nova. É Isaías quem o diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? 17Portanto, a fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo. 18Mas, pergunto eu, será que não a ouviram? Pelo contrário:

A voz deles ressoou por toda a terra
e até aos confins do mundo as suas palavras.

19Mas, pergunto eu, será que Israel não a entendeu? Em primeiro lugar é Moisés que diz:

Vou fazer-vos ciumentos de quem não é um povo,
provocar a vossa ira contra um povo insensato.

20E Isaías atreve-se, mesmo, a dizer:

Deixei-me encontrar pelos que não me procuravam,
manifestei-me aos que não perguntavam por mim.

21Mas a respeito de Israel diz:

Todo o dia estendi as minhas mãos
a um povo desobediente e rebelde.

Rm 11

Um resto de Israel já é cristão

1Pergunto então: terá Deus rejeitado o seu povo? De maneira nenhuma! Pois também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. 2Deus não rejeitou o seu povo, que de antemão escolheu. Não sabeis, porventura, o que diz a Escritura na passagem onde Elias apresenta a Deus esta queixa contra Israel: 3Senhor, mataram os teus profetas, derrubaram os teus altares; só eu fiquei e andam a procurar tirar-me a vida! 4Mas, qual foi a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, aqueles que não dobraram o joelho diante de Baal. 5Pois bem, assim também no tempo presente existe um resto, cuja eleição se deve à graça de Deus. 6Mas se o é pela graça, deixa de ser pelas obras; caso contrário a graça deixaria de ser graça.

7Que conclusão tirar daí? Aquilo que Israel procura, não o conseguiu; só os eleitos o conseguiram. Quanto aos restantes, ficaram endurecidos, 8foram de acordo com o que está escrito:

Deus lhes deu um espírito entorpecido,
olhos para não verem
e ouvidos para não ouvirem,
até ao dia de hoje.

9E David diz:

Que a sua mesa lhes sirva de laço e de rede,
de ocasião para caírem e para serem castigados.
10Que se obscureçam os seus olhos, de modo a não verem;
e faz que as suas costas se curvem para sempre.

Papel dos cristãos na salvação de Israel

11Agora eu pergunto: terão eles tropeçado só para cair? De modo nenhum! Pelo contrário, foi devido à sua queda que a salvação chegou aos gentios, e isso aconteceu para que Israel sentisse ciúme deles. 12Ora, se a sua queda reverteu em riqueza para o mundo e a sua perda em riqueza para os gentios, quanto mais não será na plenitude da sua conversão!

13É a vós, os gentios, que eu digo isto: exactamente como Apóstolo dos gentios que sou, enalteço este meu ministério, 14para ver se provoco o ciúme dos que são da minha carne e salvo alguns deles. 15Porque, se a sua rejeição serviu para a reconciliação do mundo, que irá ser a sua admissão senão uma passagem da morte à vida?

16Ora bem, se as primícias são santas, também o é toda a massa; e se a raiz é santa, também o são os ramos. 17Mas, se alguns ramos foram cortados, enquanto tu, que eras de oliveira brava, foste enxertado entre os outros, para com eles ficares a participar da raiz donde vem a seiva da oliveira, 18não te faças arrogante perante aqueles ramos. E se te quiseres orgulhar, lembra-te que não és tu quem sustenta a raiz, mas a raiz é que te sustenta a ti.

19Dir-me-ás: "Foram cortados ramos, para que eu fosse enxertado". 20Muito bem. Foi por falta de fé que eles foram cortados; mas tu, é pela fé que estás seguro. Não sejas soberbo, mas toma cuidado. 21Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará a ti.

22Portanto, olha bem para a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; para contigo, bondade, desde que permaneças fiel à sua bondade. De contrário, também tu serás cortado.

23Quanto a eles, se não permanecerem na incredulidade, também hão-de ser enxertados. Pois Deus tem poder para os enxertar de novo. 24Se tu foste cortado de uma oliveira brava, a que pertencias por natureza, e foste, contrariamente à tua natureza, enxertado numa oliveira boa, quanto mais eles hão-de ser enxertados na sua própria oliveira, a que pertencem por natureza.


Todo o Israel será salvo

25Eu não quero, irmãos, que ignoreis este mistério, para que vos não julgueis sábios: deu-se o endurecimento de uma parte de Israel, até que a totalidade dos gentios tenha entrado. 26E é assim que todo o Israel será salvo, de acordo com o que está escrito:

Virá de Sião o libertador,
que afastará as impiedades do meio de Jacob.
27Esta é a aliança que Eu farei com eles,
quando lhes tiver tirado os seus pecados.

28No que diz respeito ao Evangelho, eles são inimigos, para proveito vosso; mas em relação à eleição, são amados, devido aos seus antepassados. 29É que os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.

30Outrora vós desobedecestes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência deles; 31do mesmo modo, também eles desobedeceram agora, em favor da misericórdia que alcançastes, para que também eles venham agora a alcançar misericórdia. 32Porque Deus encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia.


Glória a Deus para sempre!

33Oh, que profundidade de riqueza,
de sabedoria e de ciência é a de Deus!
Como são insondáveis as suas decisões
e impenetráveis os seus caminhos!
34Quem conheceu o pensamento do Senhor?
Quem lhe serviu de conselheiro?
35Quem antes lhe deu a Ele,
para que lhe seja retribuído?
36Porque é dele, por Ele
e para Ele que tudo existe.
Glória a Ele pelos séculos! Ámen

Rm 12

II. CULTO DE ACORDO COM O EVANGELHO (12,1-15,13)

O culto espiritual

1Por isso, vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Seja este o vosso verdadeiro culto, o espiritual.

2Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrário, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito.


Ao serviço da comunidade

3Assim, em virtude da graça que me foi dada, digo a todos e a cada um de vós que não se sinta acima do que deve sentir-se; mas sinta-se preocupado em ser sensato, de acordo com a medida de fé que Deus distribuiu a cada um. 4É que, como num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função, 5assim acontece connosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros.

6Temos dons que, consoante a graça que nos foi dada, são diferentes: se é o da profecia, que seja usado em sintonia com a fé; 7se é o do serviço, que seja usado a servir; se um tem o de ensinar, que o use no ensino; 8se outro tem o de exortar, que o use na exortação; quem reparte, faça-o com generosidade; quem preside, faça-o com dedicação; quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria.


O amor faz o bem

9Que o vosso amor seja sincero. Detestai o mal e apegai-vos ao bem. 10Sede afectuosos uns para com os outros no amor fraterno; adiantai-vos uns aos outros na estima mútua. 11Não sejais preguiçosos na vossa dedicação; deixai-vos inflamar pelo Espírito; entregai-vos ao serviço do Senhor. 12Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração. 13Partilhai com os santos que passam necessidade; aproveitai todas as ocasiões para serdes hospitaleiros.

14Bendizei os que vos perseguem; bendizei, não amaldiçoeis. 15Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. 16Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não vos preocupeis com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde; não vos julgueis sábios por vós próprios. 17Não pagueis a ninguém o mal com o mal; interessai-vos pelo que é bom diante de todos os homens. 18Tanto quanto for possível e de vós dependa, vivei em paz com todos os homens. 19Não vos vingueis por vós próprios, caríssimos; mas deixai que seja Deus a castigar, pois está escrito:

É a mim que compete punir,
Eu é que hei-de retribuir,
diz o Senhor.

20Em vez disso, se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de beber; porque, se fizeres isso, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça. 21Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM




Evangelho: Mc 7, 14-23

14 Chamando de novo a multidão, dizia: «Ouvi-me todos e procurai entender. 15 Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. 16 Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.» 17 Quando, ao deixar a multidão, regressou a casa, os discípulos interrogaram-no acerca da parábola. 18 Ele respondeu: «Também vós não compreendeis? Não percebeis que nada do que, de fora, entra no homem o pode tornar impuro, 19 porque não penetra no coração mas sim no ventre, e depois é expelido em lugar próprio?» Assim, declarava puros todos os alimentos. 20 E disse: «O que sai do homem, isso é que torna o homem impuro. 21 Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, 22 adultérios, ambições, perversidade, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios. 23 Todas estas maldades saem de dentro e tornam o homem impuro.»

Comentário:

Como se sabe os Judeus consideravam – e ainda assim é – que alguns alimentos eram impróprios – impuros – e que Deus não desejava que os tomassem para não ficarem eles próprios contaminados.

Jesus Cristo vem explicar claramente que a Lei é, assim, mal interpretada porque se de facto antigamente se recomendava a abstinência de alguns alimentos tal se devia a evitar excessos de comida e bebida daí também se recomendasse o jejum frequente.

Uma “medida profiláctica” dada a um povo rude e violento transformou-se numa lei de observância rigorosa e talvez caricata.

A pureza ou impureza não tem a ver com a limpeza do corpo mas com a brancura da alma e do coração.

O que se pensa e deseja no íntimo, só o próprio e Deus o sabem e só a Este haverá que dar contas.

(ama, comentário sobre Mc 7, 14-23, 15.11.2016)


Temas para reflectir e meditar

Sinceridade


A pessoa cuja vida não esteja regulada pela sinceridade, por uma disposição habitual em se enfrentar com a verdade ou com as exigências da consciência – por incómodas ou duras que sejam -, afasta-se rotundamente de toda a possibilidade de comunicação divina. 
O que tem medo de enfrentar a sua consciência tem medo de enfrentar Deus, e só os que enfrentam estar face a face com Deus podem ter um verdadeiro trato com Ele.


(c. burkeConciencia y libertad, Rialp, Madrid 1976, pg. 51, nota 7, trad ama)


Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?