Páginas

Encherás o mundo de caridade


Não podes destruir, com a tua negligência ou com o teu mau exemplo, as almas dos teus irmãos os homens. – Tens – apesar das tuas paixões! – a responsabilidade da vida cristã dos que te são próximos, da eficácia espiritual de todos, da sua santidade! (Forja, 955)

Longe fisicamente e, contudo, muito perto de todos: muito perto de todos!... – repetias feliz. Estavas contente, graças a essa comunhão de caridade, de que te falei, que tens de avivar sem cansaço. (Forja, 956)

Perguntas-me o que é que poderias fazer por aquele teu amigo, para que não se encontre sozinho. Dir-te-ei o que sempre digo, porque temos à nossa disposição uma arma maravilhosa, que resolve tudo: rezar. Primeiro, rezar. E, depois, fazer por ele o que gostarias que fizessem por ti, em circunstâncias semelhantes. Sem o humilhar, é preciso ajudá-lo de tal maneira que se lhe torne fácil o que lhe é difícil. (Forja, 957)

Põe-te sempre nas circunstâncias do próximo: assim verás os problemas ou as questões serenamente, não terás desgostos, compreenderás, desculparás, corrigirás quando e como for necessário, e encherás o mundo de caridade. (Forja, 958)

Leitura espiritual


Cartas de São Paulo 

Rm 1
INTRODUÇÃO (1,1-17)

Apresentação e saudação

1Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado a ser Apóstolo, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, 2que Ele de antemão prometera por meio dos seus profetas, nas santas Escrituras, 3acerca do seu Filho, nascido da descendência de David segundo a carne, 4constituído Filho de Deus em poder, segundo o Espírito santificador pela ressurreição de entre os mortos, Jesus Cristo Senhor nosso; 5por Ele recebemos a graça de sermos Apóstolos, a fim de, em honra do seu nome, levarmos à obediência da fé todos os gentios, 6entre os quais estais também vós, chamados a ser de Cristo Jesus; 7a todos os amados de Deus que estão em Roma, chamados a ser santos: graça e paz a vós, da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo!

Oração pelos cristãos de Roma
8Antes de mais, dou graças ao meu Deus por todos vós, por meio de Jesus Cristo, pois a vossa fé é proclamada em todo o mundo. 9Pois Deus - a quem presto culto no meu espírito, anunciando o Evangelho do seu Filho - me é testemunha de como constantemente me lembro de vós, 10pedindo sempre nas minhas orações que tenha, finalmente, ocasião de ir ter convosco; assim Deus o queira.

11É que eu anseio por vos ver, para vos comunicar algum dom espiritual e assim vos fortalecer, 12ou antes, para, estando convosco, ser reconfortado pela fé que nos é comum, a vós e a mim.

13Não quero que ignoreis, irmãos, que muitas vezes me propus ir ter convosco - do que tenho sido impedido até agora - a fim de também entre vós obter algum fruto, do mesmo modo que entre os restantes gentios. 14Tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes eu sou devedor. 15Daí o propósito que tenho de também vos anunciar o Evangelho, a vós que estais em Roma.

O Evangelho, tema da Carta

16Eu não me envergonho do Evangelho, pois ele é poder de Deus para a salvação de todo o crente, primeiro o judeu e depois o grego. 17Pois nele a justiça de Deus revela-se através da fé, para a fé, conforme está escrito: O justo viverá da fé.

I. O EVANGELHO QUE NOS DÁ A SALVAÇÃO (1,18-11,36)

Pecado dos pagãos

18De facto, a ira de Deus, vinda do céu, revela-se contra toda a impiedade e injustiça dos homens que, com a injustiça, reprimem a verdade. 19Porquanto, o que de Deus se pode conhecer está à vista deles, já que Deus lho manifestou. 20Com efeito, o que é invisível nele - o seu eterno poder e divindade - tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas suas obras.

Por isso, não se podem desculpar. 21Pois, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram nem lhe deram graças, como a Deus é devido. Pelo contrário: tornaram-se vazios nos seus pensamentos e obscureceu-se o seu coração insensato. 22Afirmando-se como sábios, tornaram-se loucos 23e trocaram a glória do Deus incorruptível por figuras representativas do homem corruptível, de aves, de quadrúpedes e de répteis.

24Por isso é que Deus, de acordo com os apetites dos seus corações, os entregou à impureza, de tal modo que os seus próprios corpos se degradaram. 25Foram esses que trocaram a verdade de Deus pela mentira, e que veneraram as criaturas e lhes prestaram culto, em vez de o fazerem ao Criador, que é bendito pelos séculos! Ámen.

26Foi por isso que Deus os entregou a paixões degradantes. Assim, as suas mulheres trocaram as relações naturais por outras que são contra a natureza. 27E o mesmo acontece com os homens: deixando as relações naturais com a mulher, inflamaram-se em desejos de uns pelos outros, praticando, homens com homens, o que é vergonhoso, e recebendo em si mesmos a paga devida ao seu desregramento.

28E como não julgaram por bem manter o conhecimento de Deus, entregou-os Deus a uma inteligência sem discernimento. E é assim que fazem o que não devem: 29estão repletos de toda a espécie de injustiça, perversidade, ambição, maldade; cheios de inveja, homicídios, discórdia, falsidade, malícia; são difamadores, 30maldizentes, inimigos de Deus, insolentes, orgulhosos, arrogantes, engenhosos para o mal, rebeldes para com os pais, 31estúpidos, desleais, inclementes, impiedosos.

32Esses, muito embora conheçam o veredicto de Deus - de que são dignos de morte os que tais coisas praticam - não só as fazem, como até aprovam os que as praticam.

Rm 2

Pecado dos judeus

1Por isso, não tens desculpa tu, ó homem, quem quer que sejas, que te armas em juiz. É que, ao julgares o outro, a ti próprio te condenas, por praticares as mesmas coisas, tu que te armas em juiz. 2Ora nós sabemos que o julgamento de Deus se guia pela verdade contra aqueles que praticam tais acções. 3Cuidas, então - tu, ó homem que julgas os que praticam tais acções e fazes o mesmo - que escaparás ao julgamento de Deus? 4Ou não estarás tu a desprezar as riquezas da sua bondade, paciência e generosidade, ao ignorares que a bondade de Deus te convida à conversão?

5Afinal, com a tua dureza e o teu coração impenitente, estás a acumular ira sobre ti, para o dia da ira e do justo julgamento de Deus, 6que retribuirá a cada um conforme as suas obras: 7para aqueles que, ao perseverarem na prática do bem, procuram a glória, a honra e a incorruptibilidade, será a vida eterna; 8para aqueles que, por rebeldia, são indóceis à verdade e dóceis à injustiça, será ira e indignação. 9Tribulação e angústia para todo o ser humano que pratica o mal, primeiro judeu e depois grego! 10Glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu e depois para o grego! 11É que em Deus não existe acepção de pessoas.

A Lei não garante a salvação

12De facto, todos os que sem lei pecaram, também sem lei perecerão; e todos os que sob o regime da Lei pecaram, pela Lei serão julgados. 13É que não são os que ouvem a Lei que são justos diante de Deus, mas os que praticam a Lei é que serão justificados. 14Com efeito, quando há gentios que, não tendo a Lei, praticam, por inclinação natural, o que está na Lei, embora não tenham a Lei, para si próprios são lei.

15Esses mostram que o que a Lei manda praticar está escrito nos seus corações, tendo ainda o testemunho da sua consciência tal como dos pensamentos que, conforme o caso, os acusem ou defendam - 16isto no dia em que Deus, segundo o meu Evangelho, há-de julgar por Jesus Cristo o que de oculto houver nos homens.

17Mas, se tu gostas que te chamem judeu, te apoias na Lei e te glorias de Deus, 18conheces a sua vontade e sabes, instruído pela Lei, o que há de melhor a fazer; 19se estás convencido de ser guia de cegos, luz dos que vivem nas trevas, 20educador dos ignorantes, mestre dos simples, por estares na posse do conhecimento e da verdade que têm na Lei a sua expressão...

21Ora, como é que tu, que ensinas os outros, não te ensinas a ti próprio? Pregas que se não deve roubar, e roubas? 22Que dizes que não se deve cometer adultério, e cometes adultério? Que abominas os ídolos, e saqueias os seus templos? 23Tu, que te glorias da Lei, ofendes a Deus pela transgressão da Lei! 24De facto, o nome de Deus por vossa causa é blasfemado entre os gentios, conforme está escrito.

(cont)

Evangelho e comentário


TEMPO COMUM




Evangelho: Mc 6, 10-14

10 E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. 11 E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.» 12 Eles partiram e pregavam o arrependimento, 13 expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos. 14 O rei Herodes ouviu falar de Jesus, pois o seu nome se tornara célebre; e dizia-se: «Este é João Baptista, que ressuscitou de entre os mortos e, por isso, manifesta-se nele o poder de fazer milagres»;

Comentário:

Os primeiros Apóstolos – enviados por Cristo – partem numa primeira missão que se há-de repetir, sem descanso, até aos fins dos tempos.

Vão anunciar algo grande, completamente novo e, talvez, inesperado: um novo reino, o Reino de Deus que nunca mais terá fim.

É o renascer da esperança naqueles povos que se sentiam perdidos, confusos, como “ovelhas sem pastor”.

Vai cumprir-se, finalmente, a promessa de Deus a Abraão a Isaac e Jacob e, o Criador enviará o Seu próprio Filho para salvar todos os homens e convertê-los em Seus filhos para sempre.

(AMA, comentário sobre Mc 6, 10-14, 23.11.2016)


Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Temas para reflectir e meditar

Desígnios de Deus



O homem realiza-se ou perde-se, segundo cumpra na sua vida o desígnio concreto que Deus tem sobre ele.



(j. l. illanesMundo y santidad, Rialp, Madrid 1984, pg. 1, trad ama)