Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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31/12/2019
Um ano que termina
Quando recordares a tua vida passada,
passada sem pena nem glória, considera quanto tempo perdeste, e como podes
recuperá-lo: com penitência e com maior entrega. (Sulco,
996)
Um ano que termina – já foi dito de
mil modos, mais ou menos poéticos – com a graça e a misericórdia de Deus, é
mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva.
Ao pensar nesta realidade, compreendo
perfeitamente aquela exclamação que S. Paulo escreve aos de Corinto: tempus breve est!, que breve é a nossa
passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais
íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um
convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso tempo para amar, para
dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que
atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos
desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós.
Pensemos na nossa vida com valentia.
Por que é que às vezes não conseguimos os minutos de que precisamos para
terminar amorosamente o trabalho que nos diz respeito e que é o meio da nossa
santificação? Por que descuidamos as obrigações familiares? Por que é que se
nos mete a precipitação no momento de rezar ou de assistir ao Santo Sacrifício
da Missa? Por que nos faltará a serenidade e a calma para cumprir os deveres do
nosso estado e nos entretemos sem qualquer pressa nos caprichos pessoais?
Podeis responder-me: são coisas pequenas. Sim, com efeito, mas essas coisas
pequenas são o azeite, o nosso azeite, que mantém viva a chama e acesa a luz. (Amigos de Deus, 39–41)
Temas para reflectir e meditar
Chegámos,
com a Graça de Deus, ao último dia de mais um ano.
Concedeu-nos
mais um ano para viver sempre na expectativa de correspondência da nossa parte.
E,
sabemos bem, que essa correspondência se chama: AMOR!
Bom…
temos muito que examinar!
Amámos
verdadeiramente – com toda alma e todo o coração – este nosso Deus que nos
criou por Amor?
Pusemos
em prática – conscientes e determinados – o Mandamento que nos deixou: o
Mandamento do Amor a Deus e aos outros por Deus?
De
facto, este exame afigura-se difícil e, penso, que também só pode ser feito
correctamente se for feito com AMOR!
(AMA,
reflexões, 2019)
THALITA KUM 56
(Cfr. Lc 8, 49-56)
Voltamos ao início, a caminho do porto do nosso
destino que não sabemos muito bem qual seja, mas como vamos na Sua companhia,
podemos ter a certeza que, se deixarmos que nos guie, havemos de chegar, sãos e
salvos. E o caminho é difícil, cheio de obstáculos, rondando, por vezes,
precipícios, à nossa vista, inultrapassáveis?
Não importa.
Ele dá-nos o Seu braço, apoiamo-nos no Seu ombro cuja
robustez suportou a Cruz, iluminando com a claridade do Seu olhar amabilíssimo
os dias mais escuros quando a tristeza, a preocupação, a dúvida nos assaltam.
Sabemos isto tão bem e, não poucas vezes, desprezamos
auxílio tão excelente!
Pelo caminho, contemos-Lhe o que se passa connosco,
digamos-Lhe o que nos acontece, com pormenor humilde e confiado, não nos fiquemos
por generalidades, com toda a franqueza e sinceridade, abramos o coração sem
medo que Ele não nos compreenda ou que, aquilo que Lhe revelamos, seja um disparate,
se o que desejamos parece inacessível, se o que pensamos que nos falta não é na
verdade necessário.
Ele sabe, conhece, entende e… compreende.
Cumprir a Vontade de Deus é o caminho para a nossa salvação, não duvidamos
disto. Perante a “enormidade” da tarefa, pensemos simplesmente que, afinal,
fazê-lo se resume a caminhar com Jesus.
Não duvidamos porque Ele é a Verdade.
Temos a certeza porque Ele é o Caminho.
Salvar-nos-emos porque Ele é a Vida.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Evangelho e comentário
Evangelho: Jo 11, 1-18
No princípio era o Verbo e o Verbo
estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se
fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a
luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu
um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar
testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a
luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que,
vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito
por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas
àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se
tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre
nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito,
cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «Era deste
que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia
antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça
sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade
vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho
Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.
Comentário:
Este
capítulo de S. João pode ser – é, de facto – uma declaração das principais
razões para fazer-mos um profundo acto de fé na Redenção e no Redentor.
Explica-se
porque devemos acreditar e, até, as ‘vantagens’ em acreditar no próprio
testemunho do Precursor.
Porque
acreditar em Jesus Cristo? Porque, Ele, é: «o Unigénito de Deus, que está no
seio do Pai, Ele mesmo é que O deu a conhecer.»
Porque
nos convém acreditar?
Porque:
«a
graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo»
(AMA,
comentário sobre Jo 1, 1-18, 2012.11.27)
Leitura espiritual
1Ts 4
II. PRÁTICA CRISTÃ
(4,1-5,24)
Santidade e caridade –
1 Quanto ao resto, irmãos,
pedimo-vos e exortamo-vos no Senhor Jesus Cristo, a fim de que, tendo aprendido
de nós o modo como se deve caminhar e agradar a Deus - e já o fazeis - assim
progridais sempre mais. 2 Conheceis bem que preceitos vos demos da parte do Senhor
Jesus. 3 Esta é, na verdade, a vontade de Deus: a vossa santificação; que vos
afasteis da devassidão, 4 que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em
santidade e honra, 5 sem se deixar levar pelo desejo da paixão como os pagãos
que não conhecem Deus. 6 Que ninguém, nesta matéria, defraude e se aproveite do
seu irmão, porque o Senhor vinga tudo isto, como já vos dissemos e testemunhámos.
7 Com efeito, Deus não nos chamou à impureza mas à santidade. 8 Pois quem
despreza estes preceitos não despreza um homem, mas o próprio Deus, que vos dá
o seu Espírito Santo. 9 A respeito do amor fraterno não precisais que se vos
escreva, pois vós próprios fostes ensinados por Deus a amar-vos uns aos outros;
10 aliás, vós já o fazeis com todos os irmãos da Macedónia. Exortamo-vos,
irmãos, a progredir sempre mais, 11 a ter como ponto de honra viver em paz, a
ocupar-vos das próprias actividades, a trabalhar com as vossas mãos, como vos
recomendámos, 12 de modo que vos comporteis honestamente perante os de fora e
não preciseis de ninguém.
Vinda do Senhor e destino
dos mortos (1 Cor 15) –
13 Irmãos, não queremos
deixar-vos na ignorância a respeito dos que faleceram, para não andardes
tristes como os outros, que não têm esperança. 14 De facto, se acreditamos que
Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus reunirá com Jesus os que em Jesus
adormeceram. 15 Eis o que vos dizemos, baseando-nos numa palavra do Senhor:
nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que
faleceram; 16 pois o próprio Senhor, à ordem dada, à voz do arcanjo e ao som da
trombeta de Deus, descerá do Céu, e os mortos em Cristo ressurgirão primeiro. 17
Em seguida nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com
eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor. 18 Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas
palavras.
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Aplicação no trabalho.
Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.
Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.
Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
30/12/2019
Nota de AMA
Publicações de hoje:
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NUNC COEPI (Agora começo), é um blog católico cujo único fim é o Apostolado.
Tem sempre publicações diárias fixas como:
Textos de São Josemaria Escrivá-Evangelho diário com comentário-Leitura Espiritual-Pequena Agenda do Cristão e ainda outras cujos temas variam.
Nesta data tem uns milhares de visitas diárias oriundas de vários Países: Portugal, Espanha, Polónia, EUA, México, Sri Lanka, Indonésia, Japão, Ucrânia. Rússia, Vietnam, Bélgica, Holanda, UK, Índia, Brasil, Colômbia, Irlanda e muitos outros.
As suas páginas no FACEBOOK e no Tweeter têm mais de 15.000 "amigos" e "seguidores" regulares.
É um blog de minha exclusiva responsabilidade.
Assim, fica bem evidente - para todos e, principalmente para mim - que Deus Nosso Senhor Se serve dos instrumentos mais rudimentares para difundir a Sua Palavra e propagar o Seu Reino por toda a terra.
A luta contra a soberba há-de ser constante
O
outro inimigo, escreve S. João, é a concupiscência dos olhos, uma avareza de
fundo que nos leva a valorizar apenas o que se pode tocar. Os olhos ficam como
que pegados às coisas terrenas e, por isso mesmo, não sabem descobrir as
realidades sobrenaturais. Podemos, portanto, socorrer-nos desta expressão da
Sagrada Escritura para nos referirmos à avareza dos bens materiais e, além
disso, àquela deformação que nos leva a observar o que nos rodeia - os outros,
as circunstâncias da nossa vida e do nosso tempo - só com visão humana.
Os
olhos da alma embotam-se; a razão crê-se auto-suficiente para compreender todas
as coisas, prescindindo de Deus. É uma tentação subtil, que se apoia na
dignidade da inteligência, da inteligência que o nosso Pai, Deus, deu ao homem
para que O conheça e O ame livremente. Arrastada por essa tentação, a
inteligência humana considera-se o centro do universo, entusiasma-se de novo
com a falsa promessa da serpente, sereis como deuses, e, enchendo-se de amor
por si mesma, volta as costas ao amor de Deus.
(...)
A luta contra a soberba há-de ser constante, pois não se disse já, dum modo tão
gráfico, que essa paixão só morre um dia depois da morte da pessoa? É a altivez
do fariseu, a quem Deus se mostra renitente em justificar por encontrar nele
uma barreira de auto-suficiência. É a arrogância que conduz a desprezar os
outros homens, a dominá-los, a maltratá-los, porque, onde houver soberba aí
haverá também ofensa e desonra. (Cristo que passa, 6)
THALITA KUM 55
(Cfr. Lc 8, 49-56)
«E foi com ele».
Jesus não se detém mais tempo.
Provavelmente dando o braço a Jairo, numa atitude de
confiança, de tranquila certeza, diz-lhe que indique o caminho para sua casa.
Como deve tranquilizar-nos esta atitude do Mestre:
caminhando confiadamente connosco, deixando que O levemos onde queremos ir, ao
encontro da nossa necessidade.
Certamente entabulou conversa com o Seu companheiro,
informando-se da sua vida, do seu trabalho, a família.
Tal como fará em muitas ocasiões, muito
particularmente com dois, a caminho de Emaús.
Esses também vão para sua casa, procurando refúgio,
recato, pondo-se ao abrigo de uma situação que os afligia em extremo. Tinha acontecido
um desastre, algo que não conseguiam explicar. Nas suas mentes entrechocavam-se
os pensamentos mais contraditórios, as dúvidas mais profundas.
Estão desorientados, sem saber que fazer ou pensar.
E, Jesus, junta-se-lhes no caminho e ouve-os, escuta
as suas dúvidas, interroga-os com interesse. Quer saber, deseja inteirar-se. E,
depois, esclarece, explica, tranquiliza.
Este Senhor que caminha ao nosso lado e cuja presença, tantas vezes,
ignoramos, é o mesmo Jesus que caminha agora com Jairo, tranquilamente,
conversando na Sua voz profunda, suave, segura, transmitindo paz, confiança,
tranquilidade.
Como desejamos esta companhia tão excelente todos os dias da nossa vida, em
todos os caminhos que temos de percorrer!
Nunca estamos sozinhos, Jesus está sempre connosco e, por extraordinário
que possa parecer, mesmo quando não O convidamos expressamente, ou nos
esquecemos de Lhe pedir para nos acompanhar.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Evangelho e comentário
Evangelho: Lc 2, 36-40
Quando os pais de Jesus levaram o
Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma
profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta
e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e
orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a
falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para
a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto,
enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
Comentário:
Esta
casa de Nazaré estava cheia da Graça de Deus: Maria, a «cheia de graça» e Jesus Ele próprio a Graça.
Que maravilha!
Quando nos detemos imaginando estes cerca de trinta anos em que Mãe e Filho partilharam o mesmo tecto, comeram à mesma mesa gostaríamos muito que o Evangelista nos relatasse alguns detalhes.
Mas não o fez, impôs-se a discrição, o anonimato simples, a normalidade de uma família humana.
E
era a família mais importante e extraordinária que alguma vez existiu:
Jesus
Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade e Sua Santíssima Mãe!
(ama, comentário sobre Lc 2, 36-40 30.12.2015)
Leitura espiritual
1Ts 3
1 Por isso, não podendo
resistir mais, aceitámos que nos deixassem sós em Atenas, 2 e enviámos Timóteo,
nosso irmão e colaborador de Deus no Evangelho de Cristo, para vos confirmar e
encorajar na vossa fé, 3 para que ninguém se desencaminhe no meio destas tribulações.
Vós bem sabeis que a tal estamos destinados. 4 Quando estávamos entre vós, já
então vos prevenimos que teríamos de sofrer provações, e assim aconteceu, como
sabeis. 5 Por isso, não podendo esperar mais, mandei saber notícias da vossa
fé, receando que o tentador vos tivesse tentado, tornando assim vão o nosso
esforço. 6 Agora que Timóteo voltou daí e nos trouxe boas notícias sobre a vossa
fé e a vossa caridade, e porque conservais de nós uma grata recordação,
desejando-nos ver tal como nós a vós, 7 encontrámos reconforto em vós, irmãos,
graças à vossa fé, no meio de todas as nossas angústias e tribulações. 8 Agora
sentimo-nos com mais vida, porque estais firmes no Senhor. 9 Que acção de
graças poderemos nós dar a Deus por toda a alegria que gozamos, devido a vós,
diante do nosso Deus? 10 Nós que, noite e dia, insistentemente, pedimos para
rever o vosso rosto e completar o que falta à vossa fé?
Voto final –
11 Que o próprio Deus,
nosso Pai, e Nosso Senhor Jesus nos encaminhem até vós. 12 O Senhor vos faça
crescer e superabundar de caridade uns para com os outros e para com todos, tal
como nós para convosco; 13 que Ele confirme os vossos corações irrepreensíveis
na santidade diante de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de Nosso Senhor
Jesus com todos os seus santos.
29/12/2019
Nota de AMA
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NUNC COEPI (Agora começo), é um blog católico cujo único fim é o Apostolado.
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Nesta data tem uns milhares de visitas diárias oriundas de vários Países: Portugal, Espanha, Polónia, EUA, México, Sri Lanka, Indonésia, Japão, Ucrânia. Rússia, Vietnam, Bélgica, Holanda, UK, Índia, Brasil, Colômbia, Irlanda e muitos outros.
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Implora a misericórdia divina
Realmente,
a cada um de nós, como a Lázaro, foi um "veni foras", sai para fora,
que nos pôs em movimento. Que pena dão aqueles que ainda estão mortos, e não
conhecem o poder da misericórdia de Deus! Renova a tua alegria santa porque,
face ao homem que se desintegra sem Cristo, se levanta o homem que ressuscitou
com Ele. (Forja, 476)
É
bom que tenhamos considerado as insídias destes inimigos da alma: a desordem da
sensualidade e a leviandade; o desatino da razão que se opõe ao Senhor; a
presunção altaneira, esterilizadora do amor a Deus e às criaturas.
Todas
estas disposições de ânimo são obstáculos certos e o seu poder perturbador é
grande. Por isso a liturgia faz-nos implorar a misericórdia divina: a ti elevo
a minha alma, Senhor, meu Deus. E em ti confio; não seja eu confundido! Não
riam de mim os meus inimigos, rezamos no intróito. E na antífona do ofertório
iremos repetir: espero em ti,; que eu não seja confundido!
Agora
que se aproxima o tempo da salvação, dá gosto ouvir dos lábios de S. Paulo:
depois de Deus, Nosso Salvador, ter manifestado a sua benignidade e o seu amor
para com os homens, libertou-nos, não pelas obras de justiça que tivéssemos
feito, mas por sua misericórdia.
Se
lerdes as Santas Escrituras, descobrireis constantemente a presença da
misericórdia de Deus: enche a terra, estende-se a todos os seus filhos, super omnem carnem; cerca-nos,
antecede-nos, multiplica-se para nos ajudar e foi continuamente confirmada.
Deus tem-nos presente na sua misericórdia, ao ocupar-se de nós como Pai
amoroso. É uma misericórdia suave, agradável, como a nuvem que se desfaz em
chuva no tempo da seca.
Jesus
Cristo resume e compendia toda a história da misericórdia divina:
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. E, noutra
ocasião: Sede pois misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso. (Cristo que passa, 7)
THALITA KUM 54
(Cfr. Lc 8, 49-56)
«Lembro-me que houve muitos dias em que não conseguia rezar de uma forma
consistente. Os pensamentos entrechocavam-se e resultavam numa confusão sem
sentido. Entreguei-me com decidida persistência às orações vocais: Ave-Marias,
Pai-nossos, Mistérios do Rosário, as orações simples que rezo desde criança.
Aprendi agora que não me aconteceu nada de estranho, nem fui o primeiro – nem
serei seguramente o último – a passar por tal transe.» [1]
«Para que a oração desenvolva força purificadora, deve, por um lado, ser
muito pessoal, um confronto do meu eu com Deus, com o Deus vivo; mas, por
outro, deve ser incessantemente guiada e iluminada pelas grandes orações da
Igreja e dos santos, pela oração litúrgica, na qual o Senhor nos ensina
continuamente a rezar de modo justo». O cardeal Nyugen Van Thuan contou no seu
livro de Exercícios Espirituais, como na sua vida tinha havido longos períodos
de incapacidade para rezar, e como ele se tinha agarrado às palavras de oração
da Igreja: ao Pai-nosso, à Ave-Maria e às orações da Liturgia. [2]
Na oração, deve haver sempre este entrelaçamento de oração pública e oração
pessoal, Assim podemos falar a Deus, assim Deus nos fala a nós» [3]
De facto, nada é novo, não somos os primeiros em nada, antes de nós, já
alguém pensou, fez ou desejou algo semelhante. Esta é, sem dúvida, a tendência
que todos - mais ou menos -, temos para nos considerarmos únicos, peculiares,
especiais. Na verdade, só somos particulares aos olhos de Deus, que nos conhece
pelo nosso nome, pelo qual nos chamou mesmo antes do início do mundo.
Se acreditarmos nisto, que é essencial para a nossa fé, facilmente concluiremos
que, o nosso caminho se cruza, definitivamente, com o caminho do Jesus que
passa, na nossa vida, sempre tão perto de nós.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)