por El Reto Del Amor
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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31/05/2019
Temas para reflectir e meditar
Sofrimento
Não existe qualquer luz radiosa que ilumine a escuridão impenetrável do sofrimento, para além do próprio Deus.
E a Ele só O encontramos quando aceitarmos, como todo o nosso amor, a incompreensibilidade do próprio Deus, sem a qual Deus não existiria.
Não existe qualquer luz radiosa que ilumine a escuridão impenetrável do sofrimento, para além do próprio Deus.
E a Ele só O encontramos quando aceitarmos, como todo o nosso amor, a incompreensibilidade do próprio Deus, sem a qual Deus não existiria.
(gisbert greshake, Der Preis der Liebe, Bestnnung uber das Leid, Freiburg, 1978, p. 466, trad ama)
Leitura espiritual
DA DOUTRINA SOCIAL
DA IGREJA
CAPÍTULO
IV
OS
PRINCÍPIOS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
I.
SIGNIFICADO E UNIDADE DOS PRINCÍPIOS
c)
As tarefas da comunidade política
168
A responsabilidade de perseguir o bem comum compete, não só às pessoas
consideradas individualmente, mas também ao Estado, pois que o bem comum é a
razão de ser da autoridade política. Na verdade, o Estado deve garantir
coesão, unidade e organização à sociedade civil da qual é expressão, de
modo que o bem comum possa ser conseguido com o contributo de todos os
cidadãos. O indivíduo humano, a família, as corpos intermédios não são capazes
por si próprias de chegar ao seu pleno desenvolvimento; daí serem necessárias
as instituições políticas, cuja finalidade é tornar acessíveis às pessoas os
bens necessários — materiais, culturais, morais, espirituais — para levar uma
vida verdadeiramente humana. O fim da vida social é o bem comum historicamente
realizável.
169
Para assegurar o bem comum, o governo de cada País tem a tarefa específica de
harmonizar com justiça os diversos interesses sectoriais. A correcta
conciliação dos bens particulares de grupos e de indivíduos é uma das funções
mais delicadas do poder público. Além disso, não se há de olvidar que, no
Estado democrático — no qual as decisões são geralmente tomadas pela maioria
dos representantes da vontade popular —, aqueles que têm responsabilidade de
governo estão obrigados a interpretar o bem comum do seu País, não só segundo
as orientações da maioria, mas também na perspectiva do bem efectivo de todos
os membros da comunidade civil, inclusive dos que estão em posição de minoria.
170
O bem comum da sociedade não é um fim isolado em si mesmo; ele tem valor
somente em referência à obtenção dos fins últimos da pessoa e ao bem comum
universal de toda a criação. Deus é o fim último de suas criaturas e por motivo
algum se pode privar o bem comum da sua dimensão transcendente, que excede, mas
também dá cumprimento à dimensão histórica. Esta perspectiva atinge a sua
plenitude em força da fé na Páscoa de Jesus, que oferece plena luz acerca da
realização do verdadeiro bem comum da humanidade. A nossa história — o esforço
pessoal e colectivo de elevar a condição humana — começa e culmina em Jesus:
graças a Ele, por meio d’Ele e em vista d’Ele, toda a realidade, inclusa a
sociedade humana, pode ser conduzida ao seu Bem Sumo, à sua plena realização.
Uma visão puramente histórica e materialista acabaria por transformar o bem
comum em simples bem-estar económico, destituído de toda finalização
transcendente ou bem da sua mais profunda razão de ser.
III.
O DESTINO UNIVERSAL DOS BENS
a)
Origem e significado
171
Dentre as multíplices implicações do bem comum, assume particular importância o
princípio do destino universal dos bens: «Deus destinou a terra e tudo o que
ela contém para o uso de todos os homens e de todos os povos, de sorte que os
bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a regra da
justiça, inseparável da caridade». Este princípio se baseia no facto de
que: «a origem primeira de tudo o que é bem é o próprio ato de Deus que criou a
terra e o homem, e ao homem deu a terra para que a domine com o seu trabalho e
goze dos seus frutos (Cf. Gn 1, 28-29). Deus deu a terra a todo o género
humano, para que ela sustente todos os seus membros sem excluir nem privilegiar
ninguém. Está aqui a raiz da destinação universal dos bens da terra. Esta, pela
sua própria fecundidade e capacidade de satisfazer as necessidades do homem,
constitui o primeiro dom de Deus para o sustento da vida humana». A pessoa
não pode prescindir dos bens materiais que respondem às suas necessidades
primárias e constituem as condições basilares para a sua existência; estes bens
lhe são absolutamente indispensáveis para alimentar-se e crescer, para
comunicar, para associar-se e para poder conseguir as mais altas finalidades a
que é chamada.
172
O princípio da destino universal dos bens da terra está na base do direito
universal ao uso dos bens. Todo o homem deve ter a possibilidade de usufruir do
bem-estar necessário para o seu pleno desenvolvimento: o princípio do uso comum
dos bens é o «primeiro princípio de toda a ordem ético-social» e
«princípio típico da doutrina social cristã». Por esta razão a Igreja
considerou necessário precisar-lhe a natureza e as características. Trata-se,
antes de tudo, de um direito natural, inscrito na natureza do homem e não de um
direito somente positivo, ligado à contingência histórica; ademais, tal direito
é «originário». É inerente à pessoa singularmente considerada, a cada
pessoa, e é prioritário em relação a qualquer intervenção humana sobre os bens,
a qualquer regulamentação jurídica dos mesmos, a qualquer sistema e método económico-social:
«Todos os outros direitos, quaisquer que sejam, incluindo os de propriedade e
de comércio livre, estão-lhe subordinados [ao destino universal dos bens]:
não devem portanto impedir, mas, pelo contrário, facilitar a sua realização; e
é um dever social grave e urgente conduzi-los à sua finalidade primeira».
173
A actuação concreta do princípio da destinação universal dos bens, segundo os
diferentes contextos culturais e sociais, implica uma precisa definição dos
modos, dos limites, dos objectos. Destinação e uso universal não significam que
tudo esteja à disposição de cada um ou de todos, e nem mesmo que a mesma coisa
sirva ou pertença a cada um ou a todos. Se é verdade que todos nascem com o
direito ao uso dos bens, é igualmente verdadeiro que, para assegurar o seu
exercício equitativo e ordenado, é necessário que se actue uma regulamentação,
fruto de acordos nacionais e internacionais, e um ordenamento jurídico que
determine e especifique tal exercício.
174
O princípio da destinação universal dos bens convida a cultivar uma visão da economia
inspirada em valores morais que permitam nunca perder de vista nem a origem,
nem a finalidade de tais bens, de modo a realizar um mundo equitativo e
solidário, em que a formação da riqueza possa assumir uma função positiva. A
riqueza, com efeito, apresenta esta valência, na multiplicidade das formas que
podem exprimi-la como o resultado de um processo produtivo de elaboração
técnico-económica dos recursos disponíveis, naturais e derivados, guiado pela
inventiva, pela capacidade concretizar projectos, pelo trabalho dos homens, e
empregada como meio útil para promover o bem-estar dos homens e dos povos e
para contrastar-lhes a exclusão e exploração.
175
O destinação universal dos bens comporta, portanto, um esforço comum que mira
obter para toda pessoa e para todos os povos as condições necessárias ao
desenvolvimento integral, de modo que todos possam contribuir para a promoção
de um mundo mais humano, «onde cada um possa dar e receber, e onde o progresso
de uns não seja mais um obstáculo ao desenvolvimento de outros, nem um pretexto
para a sua sujeição». Este princípio corresponde ao apelo que o Evangelho
incessantemente dirige ao homem e às sociedades de todos os tempos, sempre
expostos às tentações da avidez da posse, a que o próprio Senhor Jesus quis
submeter-Se (Cf. Mc 1,12-13; Mt 4,1-11; Lc 4,1-13) ensinando-nos o caminho para
superá-la com a Sua graça.
b)
Destinação universal dos bens e propriedade privada
176
Mediante o trabalho, o homem, usando a sua inteligência, consegue dominar a
terra e torná-la sua digna morada: «Deste modo, ele apropria-se de uma parte da
terra, adquirida precisamente com o trabalho. Está aqui a origem da propriedade
individual». A propriedade privada, bem como as outras formas de domínio
privado dos bens, «assegura a cada qual um meio absolutamente necessário para a
autonomia pessoal e familiar e deve ser considerada como uma prolongação da
liberdade humana [...], constitui uma certa condição das liberdades civis,
porque estimula ao exercício da sua função e responsabilidade». A
propriedade privada é elemento essencial de uma política económica
autenticamente social e democrática e é garantia de uma recta ordem social. A
doutrina social requer que a propriedade dos bens seja equitativamente
acessível a todos, de modo que todos sejam, ao menos em certa medida,
proprietários, e exclui o recurso a formas de «domínio comum e promíscuo».
177
A tradição cristã nunca reconheceu o direito à propriedade privada como
absoluto e intocável: «pelo contrário, sempre o entendeu no contexto mais vasto
do direito comum de todos a utilizarem os bens da criação inteira: o direito à
propriedade privada está subordinado ao direito ao uso comum, subordinado à
destinação universal dos bens». O princípio da destinação universal dos
bens afirma seja o pleno e perene senhorio de Deus sobre toda a realidade, seja
a exigência que os bens da criação sejam e permaneçam finalizados e destinados
ao desenvolvimento de todo homem e de toda a humanidade. Este princípio,
porém, não se opõe ao direito de propriedade, indica antes a necessidade
de regulamentá-lo. A propriedade privada, com efeito, quaisquer que sejam as
formas concretas dos regimes e das normas jurídicas que lhes digam respeito, é,
na sua essência, somente um instrumento para o respeito do princípio da
destinação universal dos bens, e portanto, em última análise, não um fim, mas
um meio.
Evangelho e comentário
TEMPO DE PÁSCOA
Visitação
de Nossa Senhora
Evangelho: Lc 1, 29-56
29
Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que
significava tal saudação. 30 Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste
graça diante de Deus. 31 Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao
qual porás o nome de Jesus. 32 Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo.
O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, 33 reinará eternamente
sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» 34 Maria disse ao anjo:
«Como será isso, se eu não conheço homem?» 35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito
Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por
isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. 36 Também a
tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês,
ela, a quem chamavam estéril, 37 porque nada é impossível a Deus.» 38 Maria
disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E
o anjo retirou-se de junto dela. 39 Por aqueles dias,
Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da
Judeia. 40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a
saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia
do Espírito Santo. 42 Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as
mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43 E donde me é dado que venha ter
comigo a mãe do meu Senhor? 44 Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua
saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. 45 Feliz de ti que
acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» 46
Maria disse, então: «A minha alma glorifica o Senhor 47 e o meu espírito se
alegra em Deus, meu Salvador. 48 Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. De
hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações. 49 O Todo-poderoso
fez em mim maravilhas. Santo é o seu nome. 50 A sua misericórdia se estende de
geração em geração sobre aqueles que o temem. 51 Manifestou o poder do seu
braço e dispersou os soberbos. 52 Derrubou os poderosos de seus tronos e
exaltou os humildes. 53 Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de
mãos vazias. 54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55 como
tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência, para sempre.» 56 Maria
ficou com Isabel cerca de três meses. Depois regressou a sua casa.
Comentário:
Já
uma vez comentei que a história da salvação humana começa como um filme em que
as cenas se vão desenrolando apresentando os protagonistas no momento próprio.
E
assim é, cabe-nos como expectadores, prestar a melhor atenção para não
perdermos um pormenor, um detalhe e, naturalmente, guardá-los no nosso coração.
O
“realizador” – Deus Pai – envia o Seu “Director de Cena” o Arcanjo Gabriel,
para que estas passagens tão importantes e decisivas tenham o desempenho
correcto e ambiente adequado.
E
nada falta:
A
grandiosidade do Anúncio, a aceitação da Virgem, a sua pronta disponibilidade
na assistência a Santa Isabel, o seu hino de louvor e agradecimento… enfim, um
“enredo” apaixonante que nos prende uma e outra vez, que nos leva a repetir
vezes sem conta a leitura destes trechos respeitantes à “Visitação” de Nossa
Senhora que hoje comemoramos.
E
ficamos sumamente gratos a São Lucas que nos deixou o precioso “argumento” que
nos comove e maravilha.
(AMA,
comentário sobre Lc 1, 29-56, 18.02.21019)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
História das Aparições de Fátima - 10
Local:
Cova da Iria
Data:
15 de Junho de 1921
Contexto:
Véspera da partida de Lúcia para o asilo do Vilar
D.
José encontrou-se pela primeira vez com Lúcia por volta de 1920-1921 e
interrogou-a acerca dos acontecimentos. Propôs-lhe deixar Fátima para ir para o
Porto, porque lá ainda não era conhecida.
Do diário da Irmã Lúcia:
«De
novo, em Fátima, guardei inviolável o meu segredo. Mas a alegria que senti ao
despedir-me do Senhor Bispo, durou pouco tempo. Lembrava-me dos meus
familiares, da casa paterna, da Cova da Iria, Cabeço, Valinhos, do poço… e
agora deixar tudo, assim, de uma vez para sempre? Para ir não sei bem para
onde…? Disse ao Sr. Bispo que sim, mas agora vou dizer-lhe que me arrependi e
que para aí não quero ir.»
Estava
nesta luta, quando foi à Cova da Iria:
«Assim
solícita, mais uma vez desceste à terra, e foi então que senti a Tua mão amiga
e maternal tocar-me no ombro; levantei o olhar e vi-Te, eras Tu, a Mãe bendita
a dar-me a mão e a indicar-me o caminho; os Teus lábios descerraram-se e o doce
timbre da tua voz restituiu a luz e a paz à minha alma: “Aqui estou pela sétima
vez, vai, segue o caminho por onde o Senhor Bispo te quiser levar, essa é a vontade
de Deus.”
Repeti
então o meu “sim”, agora bem mais consciente do que, o do dia 13 de Maio de
1917 e enquanto de novo Te elevavas ao Céu, como num relance, passou-me pelo
espírito toda a série de maravilhas que naquele mesmo lugar, havia apenas
quatro anos, ali me tinha sido dado contemplar.»
Notas:
Boletim
Bem-aventurados Francisco e Jacinta. Fátima: Postulação de Francisco e Jacinta
Marto, Janeiro Março 2006
30/05/2019
Temas para reflectir e meditar
Juventude
A condição do gozo autêntico é sempre a mesma: que queiramos viver para Deus e, por Deus, para os outros.
Digamos ao Senhor que sim, que queremos, que não desejamos mais que servir com alegria. Se procurais comportar-vos assim, a vossa paz interior e o vosso sorriso, o vosso garbo e o vosso bom humor, serão luz poderosa de que Deus se servirá para atrair muitas almas para Si.
Dai testemunho da alegria cristã, descobri a quantos vos rodeiam qual é o vosso segredo: estais alegres porque sois filhos de Deus, porque O cuidais, porque lutais por ser melhores e por ajudar os demais e porque quando se quebra o gozo da vossa alma acudis com prontidão ao Sacramento da alegria, no qual recuperais o sentido da vossa fraternidade com todos os homens.
A condição do gozo autêntico é sempre a mesma: que queiramos viver para Deus e, por Deus, para os outros.
Digamos ao Senhor que sim, que queremos, que não desejamos mais que servir com alegria. Se procurais comportar-vos assim, a vossa paz interior e o vosso sorriso, o vosso garbo e o vosso bom humor, serão luz poderosa de que Deus se servirá para atrair muitas almas para Si.
Dai testemunho da alegria cristã, descobri a quantos vos rodeiam qual é o vosso segredo: estais alegres porque sois filhos de Deus, porque O cuidais, porque lutais por ser melhores e por ajudar os demais e porque quando se quebra o gozo da vossa alma acudis com prontidão ao Sacramento da alegria, no qual recuperais o sentido da vossa fraternidade com todos os homens.
(beato álvaro do portillo, Homília no Jubileu da Juventude, 1984.04.12)
Leitura espiritual
DA DOUTRINA SOCIAL
DA IGREJA
CAPÍTULO
IV
OS
PRINCÍPIOS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
I.
SIGNIFICADO E UNIDADE DOS PRINCÍPIOS
160
Os princípios permanentes da doutrina social da Igreja constituem os
verdadeiros e próprios gonzos do ensinamento social católico: trata-se do
princípio da dignidade da pessoa humana ― já tratado no capítulo anterior ― no
qual todos os demais princípios ou conteúdos da doutrina social da Igreja têm
fundamento, do bem comum, da subsidiariedade e da solidariedade. Estes
princípios, expressões da verdade inteira sobre o homem conhecida através da razão
e da fé, promanam «do encontro da mensagem evangélica e de suas exigências,
resumidas no mandamento supremo do amor com os problemas que emanam da vida da
sociedade». A Igreja, no curso da história e à luz do Espírito, reflectindo
sapientemente no seio da própria tradição de fé, pode dar-lhes fundamentação e
configuração cada vez mais acuradas, individualizando-os progressivamente no
esforço de responder com coerência às exigências dos tempos e aos contínuos
progressos da vida social.
161
Estes princípios têm um carácter geral e fundamental, pois que se referem à
realidade social no seu conjunto: das relações interpessoais, caracterizadas
pela proximidade e por serem imediatas, às mediadas pela política, pela
economia e pelo direito; das relações entre indivíduos ou grupos às relações
entre os povos e as nações. Pela sua permanência no tempo e universalidade de
significado, a Igreja os indica como primeiro e fundamental parâmetro de
referência para a interpretação e o exame dos fenómenos sociais, necessários
porque deles se podem apreender os critérios de discernimento e de orientação
do agir social, em todos os âmbitos.
162
Os princípios da doutrina social devem ser apreciados na sua unidade, conexão e
articulação. Uma tal exigência tem suas raízes no significado que a Igreja
mesma atribui à própria doutrina social; «corpus» doutrinal unitário que
interpreta de modo orgânico as realidade sociais. A atenção a cada
princípio na sua especificidade não deve levar ao seu emprego parcial e errado,
como acontece quando evocado de modo desarticulado e desconexo em relação aos
demais. O aprofundamento teórico e a própria aplicação, ainda que somente de um
dos princípios sociais, fazem vir à tona com clareza a reciprocidade, a
complementaridade, os nexos que os estruturam. Estes eixos fundamentais da
doutrina da Igreja representam, além disso, bem mais do que um património
permanente de reflexão que, diga-se a propósito, é parte essencial da mensagem
cristã, pois indicam todos os caminhos possíveis para edificar uma vida social
verdadeira, boa, autenticamente renovada.
163
Os princípios da vida social, no seu conjunto, constituem aquela primeira
articulação da verdade da sociedade, pela qual cada consciência é interpelada e
convidada a interagir com todas as demais, na liberdade, em plena
co-responsabilidade com todos e em relação a todos. À questão da verdade e do
sentido do viver social, com efeito, o homem não se pode furtar, pois a
sociedade não é uma realidade estranha ao seu mesmo existir.
Estes
princípios têm um significado profundamente moral porque remetem aos
fundamentos últimos e ordenadores da vida social. Para compreendê-los
plenamente, é preciso agir na sua direcção, na via do desenvolvimento por eles
indicado para uma vida digna do homem. A exigência moral ínsita nos grandes
princípios sociais concerne quer ao agir pessoal dos indivíduos, enquanto
primeiros e insubstituíveis sujeitos da vida social em todos os níveis, quer,
ao mesmo tempo, às instituições, representadas por leis, normas de
consuetudinárias e estruturas civis, dada a sua capacidade de influenciar e
condicionar as opções de muitos e por muito tempo. Os princípios recordam, com
efeito, que a sociedade historicamente existente promana do entrelace das
liberdades de todas as pessoas que nela interagem, contribuindo, mediante as
suas opções, para edificá-la ou para empobrecê-la.
II.
O PRINCÍPIO DO BEM COMUM
a)
Significado e principais implicações
164
Da dignidade, unidade e igualdade de todas as pessoas deriva, antes de tudo, o
princípio do bem comum, a que se deve relacionar cada aspecto da vida social
para encontrar pleno sentido. Segundo uma primeira e vasta acepção, por bem
comum se entende: «o conjunto de condições da vida social que permitem, tanto
aos grupos, como a cada um dos seus membros, atingir mais plena e facilmente a
própria perfeição».
O
bem comum não consiste na simples soma dos bens particulares de cada sujeito do
corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e permanece comum, porque
indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e
conservá-lo, também em vista do futuro. Assim como o agir moral do indivíduo se
realiza em fazendo o bem, assim o agir social alcança a plenitude realizando o
bem comum. O bem comum pode ser entendido como a dimensão social e comunitária
do bem moral.
165
Uma sociedade que, em todos os níveis, quer intencionalmente estar ao serviço
do ser humano é a que se propõe como meta prioritária o bem comum, enquanto bem
de todos os homens e do homem todo. A pessoa não pode encontrar plena
realização somente em si mesma, prescindindo do seu ser «com» e «pelos» outros.
Essa verdade impõe-lhe não uma simples convivência nos vários níveis da vida
social e relacional, mas a procura incansável, de modo prático e não só ideal,
do bem ou do sentido e da verdade que se podem encontrar nas formas de vida
social existentes. Nenhuma forma expressiva da sociabilidade — da família ao
grupo social intermédio, à associação, à empresa de carácter económico, à
cidade, à região, ao Estado, até à comunidade dos povos e das nações — pode
evitar a interrogação sobre o próprio bem comum, que é constitutivo do seu
significado e autêntica razão de ser da sua própria subsistência.
b)
A responsabilidade de todos pelo bem comum
166
As exigências do bem comum derivam das condições sociais de cada época e estão
estreitamente conexas com o respeito e com a promoção integral da pessoa e dos
seus direitos fundamentais. Essas exigências referem-se, antes de mais, ao
empenho pela paz, à organização dos poderes do Estado, a uma sólida ordem
jurídica, à salvaguarda do ambiente, à prestação dos serviços essenciais às pessoas,
alguns dos quais são, ao mesmo tempo, direitos do homem: alimentação, morada,
trabalho, educação e acesso à cultura, saúde, transportes, livre circulação das
informações e tutela da liberdade religiosa. Não se há de olvidar o aporte
que cada nação tem o dever de dar para uma verdadeira cooperação internacional,
em vista do bem comum da humanidade inteira, inclusive para as gerações
futuras.
167.
O bem comum empenha todos os membros da sociedade: ninguém está escusado de
colaborar, de acordo com as próprias possibilidades, na sua procura e no seu
desenvolvimento. O bem comum exige ser servido plenamente, não segundo
visões redutivas subordinadas às vantagens de parte que se podem tirar, mas com
base em uma lógica que tende à mais ampla responsabilização. O bem comum
correspondente às mais elevadas inclinações do homem, mas é um bem árduo
de alcançar, porque exige a capacidade e a procura constante do bem de outrem
como se fosse próprio.
Todos
têm também o direito de fruir das condições de vida social criadas pelos
resultados da consecução do bem comum. Soa ainda actual o ensinamento de Pio
XI: «Deve procurar-se que a repartição dos bens criados, a qual não há quem não
reconheça ser hoje causa de gravíssimos inconvenientes pelo contraste
estridente que há entre os poucos ultra-ricos e a multidão inumerável dos
indigentes, seja reconduzida à conformidade com as normas do bem comum e da
justiça social».
Evangelho e comentário
TEMPO DE PÁSCOA
Evangelho: Jo 16, 16-20
16 «Ainda um pouco, e deixareis de me
ver; e um pouco mais, e por fim me vereis.» 17 Disseram entre si alguns dos
discípulos: «Que é isso que Ele nos diz: ‘Ainda um pouco, e deixareis de me
ver, e um pouco mais, e por fim me vereis’? E também: ‘Eu vou para o Pai’?» 18 Diziam,
pois: «Que quer Ele dizer com isto: ‘Ainda um pouco’? Não sabemos o que Ele
está a anunciar!» 19 Jesus, percebendo que o queriam interrogar, disse-lhes:
«Estais entre vós a inquirir acerca disto que Eu disse: ‘Ainda um pouco, e
deixareis de me ver, e um pouco mais, e por fim me vereis’? 20 Em verdade, em
verdade vos digo: haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de
gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em
alegria!
Comentário:
Como já dissemos todo o capítulo 16 é dedicado ao
discurso de Jesus sobre a Sua partida para o Céu e as recomendações e avisos
aos seus discípulos.
Quer, deseja veementemente, sossega-los, preparando-os para os termos difíceis que se aproximam.
Jesus, que os conhece bem, sabe que, no fundo, não obstante todas as dúvidas, destinos, incongruências e, até, fracassos, a sua fé permanecerá firme e hão-de levar por diante - custe o que custar - a missão que lhes entrega.
(AMA, comentário sobre Jo 16, 23-28, Malta, 07.05.2016)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Participar na Santa Missa.
Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.
Lembrar-me:
Comunhões espirituais.
Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
29/05/2019
História das Aparições de Fátima - 9
Local: Cova da Iria
Data: 13 de Outubro de 1917
Pessoas presentes: 50000 a 70000
«– Que é que Vossemecê me quer?
– Quero dizer-te que façam aqui uma
capela em Minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a
rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar [ainda hoje] e os militares
voltarão em breve para as suas casas.
– Eu tinha muitas coisas para Lhe
pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc.
– Uns sim, outros não. É preciso que
se emendem, que peçam perdão dos seus pecados.
E tomando um aspecto mais triste:
– Não ofendam mais a Nosso Senhor
que já está muito ofendido! {Se o povo se emendar, acaba a guerra e, se não se
emendar, acaba o mundo.}
– Ainda me quer mais alguma coisa?
– Já não quero mais nada.
E, abrindo as mãos, fê-las reflectir
no Sol. E enquanto se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projectar
no Sol.
Desaparecida Nossa Senhora na imensa
distância do firmamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa
Senhora vestida de branco, com um manto azul. São José com o Menino, pareciam
abençoar o Mundo, com os gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco
depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava
a ideia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia abençoar o mundo
da mesma forma que São José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda
Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora do Carmo.»
Notas:
Memórias da Irmã Lúcia I. 14.ª ed. Fátima:
Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 180-181 (IV Memória); a secção entre
parênteses retos consta do interrogatório do pároco, de 16 de outubro de 1917,
em Documentação Crítica de Fátima, vol. I. Fátima: Santuário de Fátima, 1992,
p. 24, e a secção entre chavetas do interrogatório do Dr. Formigão, em
Documentação Crítica de Fátima, vol. I, p. 142.
Temas para reflectir e meditar
Dons do Espírito Santo
O Espírito Santo mediante o Dom de Piedade, impulsiona todas as virtudes que de um modo ou outro se relacionam com a justiça.
O seu campo de acção abarca as nossas relações com Deus, com os anjos e com os homens.
Inclusive com as coisas criadas, o Dom de Piedade move-nos a tratá-las com respeito pela sua relação com o Criador.
O Espírito Santo mediante o Dom de Piedade, impulsiona todas as virtudes que de um modo ou outro se relacionam com a justiça.
O seu campo de acção abarca as nossas relações com Deus, com os anjos e com os homens.
Inclusive com as coisas criadas, o Dom de Piedade move-nos a tratá-las com respeito pela sua relação com o Criador.
(m. m. philipon, Los dones del Espíritu Santo, Palabra, Madrid 1983, pg. 300, trad ama)