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08/11/2018

Leitura espiritual

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LEGENDA MAIOR 

Vida de São Francisco de Assis)

SEGUNDA PARTE

CAPITULO 13

Os sagrados estigmas

1. O angélico Francisco não tinha por hábito descansar enquanto estivesse à procura do bem, mas, como os espíritos angélicos na escada de Jacob, ou subia até Deus ou descia até ao próximo.
O tempo que lhe fora concedido para obter méritos aprendera, Francisco a dividi-lo prudentemente: uma parte destinava às fadigas apostólicas em beneficio do próximo e outra à tranquilidade e aos êxtases da contemplação.
Depois de trabalhar pela salvação dos outros, de modo variado segundo as exigências de tempo e lugar, afastava-se das multidões e de seu tumulto, procurava na solidão um lugar tranquilo para pensar no Senhor em plena liberdade de espírito e sacudir a poeira que pudesse aderir à alma durante sua passagem entre os homens.
Após múltiplos trabalhos, enfim, Francisco foi conduzido pela divina Providência, dois anos antes da morte, até ao eremitério muito alto chamado monte Alverne.
Tinha começado, segundo seu costume, o jejum quaresmal em honra de São Miguel, quando começou a sentir-se inundado de extraordinária suavidade na contemplação, aceso da mais viva chama de desejos celestes, cumulado das mais copiosas graças do céu.
Elevava-se àquelas alturas não como um importuno perscrutador da majestade excelsa, que deveria ser esmagado por sua glória (cf. Pr 25,27), mas como servo fiel e prudente que procurava indagar a vontade de seu Deus, à qual desejava conformar-se totalmente.

2. Por revelação divina, teve a sua alma conhecimento de que, abrindo o livro dos santos Evangelhos, Jesus Cristo lhe manifestaria de que modo deveria agir para ser mais agradável a Deus em si e em todas as coisas.
Com fervorosa oração, pois, se preveniu e depois mandou um dos seus companheiros, homem devoto e de grande santidade, tomar o livro dos Evangelhos e abri-lo três vezes em honra da Santíssima Trindade.
E como todas as vezes que se abriu o livro ocorreram as páginas em que se fala da paixão de Cristo, logo compreendeu Francisco que, da mesma forma como havia imitado a Cristo nos principais actos da sua vida, assim também devia conformar-se com ele nos sofrimentos e dores da paixão, antes de abandonar esta vida mortal.
Não se intimidou.
Muito pelo contrário, embora esgotado pelas austeridades e pela cruz do Senhor que ele levara até aí, sentiu-se animado de um novo vigor para submeter-se a esse martírio.
O incêndio do amor triunfava em belas chamas de fogo: rios d’água não poderiam extinguir uma caridade tão intensa (cf. Ct 8;6-7).

3. Assim transportado em Deus pelo desejo de seráfico ardor e transformado, por compaixão, naquele que, em seu excesso de amor, quis ser crucificado, rezava um dia num lado do monte, estando próxima a festa da Exaltação da Santa Cruz; e eis que ele viu descer do alto do céu um serafim de seis asas brilhantes como fogo.
Num rápido voo chegou ele ao lugar onde estava o homem de Deus, e apareceu então um personagem entre as asas: era um homem crucificado, com as mãos e os pés estendidos e presos a uma cruz.
Duas asas se erguiam por cima da sua cabeça, duas outras desdobradas para o voo e as duas outras cobriam-lhe o corpo.
Essa aparição fez Francisco mergulhar num profundo êxtase, enquanto em seu coração sentia um gozo extraordinário mesclado com certa dor.
Porque, em primeiro lugar, via-se inundado de alegria com aquele admirável espectáculo, no qual se gloriava de contemplar a Cristo sob a forma de um serafim, mas ao mesmo tempo a vista da cruz atravessava sua alma com a espada de uma dor compassiva.
Era grande, a sua admiração diante de semelhante visão, pois não ignorava que os sofrimentos da paixão eram incompatíveis com a imortalidade dos espíritos celestes.
Veio então a conhecer por revelação divina que essa visão lhe havia sido providencialmente apresentada para que, como amante de Cristo, compreendesse que devia transformar-se totalmente nele, não tanto pelo martírio corporal quanto pelas chamas de amor de seu espírito.
Ao desaparecer aquela visão, deixou no coração de Francisco um ardor admirável e imprimiu em seu corpo uma imagem não menos maravilhosa, pois no mesmo instante começaram a aparecer nas suas mãos e pés os sinais dos cravos, iguais em tudo ao que antes havia visto na imagem do serafim crucificado.
E assim era na verdade, porque as suas mãos e pés estavam atravessados no meio por grossos cravos, cuja cabeça aparecia na parte interior das mãos e superior dos pés, ficando as pontas aparecendo do outro lado.
A cabeça dos cravos era redonda e negra; as pontas, bastante longas e afiadas e com evidentes sinais de haver sido retorcidas, resultando daí que os cravos sobressaíam do resto da carne.
De igual modo, no lado direito do corpo do santo aparecia, como formada por uma lança, uma cicatriz vermelha, da qual brotava às vezes tanto sangue que chegava a umedecer a túnica e as roupas internas.

4. Era impossível esconder por muito tempo aos irmãos com quem vivia os estigmas impressos de modo tão visível; o servo de Cristo compreendia essa realidade, mas temia que se divulgasse desse modo o segredo do Senhor, e a sua alma ficou numa angustiosa incerteza, não sabendo se devia manifestar ou ocultar a visão que tivera.
Chamou, então, a alguns de seus irmãos, e falando-lhes em termos gerais, propôs-lhes sua dúvida e pediu-lhes conselho.
Um deles, chamado Iluminado, compreendendo que algo extraordinário Francisco teria visto, pois se notava nele certa admiração e confusão, disse-lhe:
“Caríssimo irmão, deves saber que te são revelados algumas vezes certos segredos divinos não só para teu benefício como também para proveito dos outros. Deves temer, portanto, que, se ocultas as graças que recebeste para utilidade de teus semelhantes, sejas julgado digno de repreensão como defraudador dos talentos recebidos”.
Ao ouvir essas palavras, ficou o santo comovido, pois costumava dizer: “Meu segredo é para mim!”
Então julgou não sem temor que deveria referir detalhadamente a visão que tivera, acrescentando que aquele que lhe aparecera várias vezes lhe revelou algumas coisas que jamais daria a conhecer a mortal algum enquanto vivesse.
Devemos, pois, supor que essas palavras do serafim em cruz são tão profundas e misteriosas que fazem parte daquelas de que o Apóstolo afirma: “Não é permitido aos homens repeti-las”.

5. Dessa forma o verdadeiro amor de Cristo transformara o amante na própria imagem do amado.
Completaram-se então os quarenta dias que ele se propusera passar na solidão e chegou a solenidade do arcanjo São Miguel.
Por isso Francisco desceu do monte trazendo em si a imagem do Crucificado, não porém esculpida em tábuas de pedra ou de madeira por mão de algum artífice, mas marcada na sua carne pelo dedo de Deus vivo.
Sabendo que “é coisa boa esconder o segredo do rei” (Tb 12,7), ele, sabedor do real segredo, ocultava o mais possível aqueles sinais sagrados.
Cabe, porém, a Deus revelar para a própria glória os prodígios que ele realiza e por isso o próprio Deus que imprimira aqueles sinais ocultamente, os tornou conhecidos através dos milagres, a fim de que a força oculta e maravilhosa daqueles estigmas se revelasse claramente pelos sinais.

6. Na província de Rieti, grassava uma epidemia gravíssima que exterminava os bois e ovelhas, sem possibilidade de remédio.
Mas um homem temente a Deus certa noite teve uma visão, em que lhe exortavam a que se dirigisse às pressas ao eremitério dos irmãos, onde então morava o servo de Deus, pegasse a água com que Francisco se havia lavado e aspergisse com ela todos os animais. De manhã cedo foi aquele homem ao eremitério e às escondidas obteve dos irmãos a água, aspergiu com ela os animais doentes.
Que maravilha!.
Apenas a água chegava a tocá-los, estes, que pelo rigor da doença se achavam prostrados quase sem vida em terra, recobravam o antigo vigor, levantavam-se no mesmo instante e como se nenhum mal os afectasse, corriam rápidos a matar a fome nos campos.
A força extraordinária daquela água que tocara as chagas de Francisco fez com que cessasse a praga e desaparecesse do gado a epidemia.

(cont

São Boaventura
Revisão da versão portuguesa por AMA

Evangelho e comentário


Tempo comum



Evangelho: Lc 15, 1-10

1  Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. 2  Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.» 3 Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: 4 «Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar? 5 Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros 6e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida.’ 7 Digo-vos Eu: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não necessitam de conversão.» 8 «Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? 9 E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.’ 10 Digo-vos: Assim há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.»

Comentário:

Esta alegria do pai que vê regressar o filho à casa paterna donde se afastou por vontade própria está bem espelhada nos exemplos da dracma perdida e da ovelha tresmalhada e, magistralmente, na parábola do filho pródigo.

Há, contudo, uma diferença entre as duas primeiras e esta última.

Naquelas é o pastor e a dona de casa que deixam tudo para recuperar o que estava perdido, nesta última é o próprio extraviado que regressa por decisão própria.

O que está presente. nos três exemplos que dou é a alegria do reencontro, da recuperação do perdido.

Alegria tão grande que não pode reservar-se, tem de se comunicar aos outros.

É esta mesma alegria que cada um de nós sente quando pela nossa oração e acção, alguém arrepia caminho e volta ao convívio da Igreja.

Valem, pois, a pena todos os nossos esforços nesse trabalho de apostolado.

(ama, comentário sobre Lc 15, 1-10, 2016.11.03)




O trabalho é caminho de santificação


A conversão é coisa de um instante. – A santificação é obra de toda a vida. (Caminho, 285)

O Opus Dei propõe-se promover, entre pessoas de todas as classes da sociedade, o desejo da plenitude de vida cristã no meio do mundo. Isto é, o Opus Dei pretende ajudar as pessoas que vivem no mundo – o homem vulgar, o homem da rua – a levar uma vida plenamente cristã, sem modificar o seu modo normal de vida, o seu trabalho habitual, nem os seus ideais e preocupações.
Por isto se pode dizer, como escrevi há muitos anos, que o Opus Dei é velho como o Evangelho e, como o Evangelho, novo. Trata-se de recordar aos cristãos as palavras maravilhosas que se lêem no Génesis: que Deus criou o homem para trabalhar. Pusemos os olhos no exemplo de Cristo, que passou quase toda a sua vida terrena trabalhando como artesão numa terra pequena. O trabalho não é apenas um dos mais altos valores humanos e um meio pelo qual os homens hão-de contribuir para o progresso da sociedade; é também um caminho de santificação. (...)
O Opus Dei é uma organização internacional de leigos, a que pertencem também sacerdotes diocesanos (minoria bem exígua em comparação com o total de membros). Os seus membros são pessoas que vivem no mundo e nele exercem uma profissão ou ofício. Não entram no Opus Dei para abandonar esse trabalho, mas, pelo contrário, para encontrar uma ajuda espiritual que os leve a santificar o seu trabalho quotidiano, convertendo-o também em meio de santificação, sua e dos outros. Não mudam de estado: continuam a ser solteiros, casados, viúvos, ou sacerdotes; procuram, sim, servir Deus e os outros homens, dentro do seu próprio estado. Ao Opus Dei, não interessam votos nem promessas; o que pede aos seus sócios é que, no meio das deficiências e erros, próprios de toda a vida humana, se esforcem por praticar as virtudes humanas e cristãs, sabendo-se filhos de Deus. (Temas Actuais do Cristianismo, 24).

Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã – 102 



Para muitos continua a ser um sinal de derrota de Jesus Cristo. (como naquele conhecido filme em que o Chaka Zulu se admira quando um dos ingleses sobrevivente da terrível batalha lhe explica que o Crucifixo que traz ao peito é a imagem do seu Deus, perguntando como era possível alguém ter como Deus um crucificado!

Quem se lembra do filme tem presente o esforço do oficial inglês em explicar ao selvagem quem era Cristo e o Seu Reino.

Trabalho insano e sem grande resultado, mas que ilustra bem a preocupação apostólica que qualquer cristão deve ter sejam as circunstâncias o que forem.

AMA, reflexões.

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?