Páginas

30/10/2018

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Temas para reflectir e meditar


Formação humana e cristã – 93 

Sabemos muito bem que muitos Santos sofreram com frequência desta secura da alma.
Portanto podemos muito bem pensar que o Senhor nos está a provar que nos ama verdadeiramente.
Haverá nisto vaidade ou falácia?
Não creio. A São Pedro, repetiu por três vezes a mesma pergunta, não porque tivesse alguma dúvida do amor do Apóstolo, mas para o confirmar de forma que jamais esqueceria.
Somos, acaso, "maiores" que Pedro?

Há que lembrar que, mais que falar, interessa pensar e mesmo que não nos ocorra o que dizer ou escrever, o importante é que o Senhor saiba - e Ele sabe tudo - que estamos aqui, neste momento e nestas circunstâncias e que desejamos com toda a nossa alma que Ele esteja connosco.

AMA, reflexões.

Leitura espiritual

Resultado de imagem para são francisco de assis
LEGENDA MAIOR 

Vida de São Francisco de Assis

SEGUNDA PARTE

CAPITULO 9

Fervor de sua caridade e desejo do martírio

1. Quem poderá exprimir a caridade ardente que abrasava o coração de Francisco, o amigo do Esposo? Parecia inteiramente devorado, como um carvão ardente, pelas chamas do amor de Deus. Logo que ouvia falar do amor do Senhor, ele se empolgava, ficava comovido e inflamado, como se a voz que ressoava externamente fosse um arco a fazer vibrar internamente as cordas de seu coração. Segundo ele, era uma prodigalidade digna de um príncipe uma tal compensação pelas esmolas recebidas e prova de loucura total preferir o dinheiro ao, amor de Deus, pois a inestimável moeda do amor divino é a única que nos permite resgatar o reino dos céus. Eis por que é necessário amar muito o amor daquele que muito nos amou. Impelido dessa forma por todas as coisas ao amor de Deus, ele se rejubilava em todas as obras saídas das mãos do Criador, e graças a esse espectáculo que constituía sua alegria, remontava até Aquele que é a causa e razão vivificante do universo. Numa coisa bela sabia contemplar o Belíssimo e, seguindo os traços impressos nas criaturas, por toda parte seguia o Dilecto. De todas as coisas fazia uma escada para subir até Aquele que é todo encanto. Em cada uma das criaturas, como derivações, percebia ele, com extraordinária piedade, a fonte única da bondade de Deus e como a harmonia preestabelecida por Deus entre as propriedades naturais dos corpos e suas interacções lhe parecia uma música celestial, exortava todas ascriaturas, como o profeta Davi, ao louvor do Senhor.

2. A recordação de Jesus crucificado permanecia constantemente em sua alma, como a bolsa de mirra sobre o coração da esposa do Cântico dos Cânticos, e na veemência de seu amor extático ele desejava ser inteiramente transformado nesse Cristo Crucificado. Uma de suas devoções particulares era, durante os quarenta dias que seguem a Epifania, que é o tempo do retiro de Cristo no deserto, procurar a solidão e oculto na sua cela, dedicar-se ininterruptamente, observando um jejum rigorosíssimo, à oração e ao louvor a Deus. Nutria por Cristo um amor tão ardente, e seu Bem-Amado correspondia-lhe com uma afeição tão familiar, que o servo de Deus julgava ter diante dos olhos a presença quase contínua do Salvador; ele mesmo por diversas vezes o disse confidencialmente a seus irmãos. O sacramento do Corpo do Senhor o inflamava de amor até ao fundo do coração: admirava, espantado, misericórdia tão amável e amor tão misericordioso. Comungava muitas vezes e com tanta devoção, que comunicava aos outros sua devoção quando, todo inebriado do Espírito e inteiramente absorto em saborear o Cordeiro imaculado, era arrebatado em frequentes êxtases.

3. Seu amor à Mãe do Senhor Jesus era realmente indizível, pois nascia em seu coração ao considerar que ela havia convertido em irmão nosso ao próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, depositava toda a sua confiança; por isso a constituiu advogada sua e dos seus irmãos, e em sua honra jejuava devotamente desde a festa dos apóstolos São Pedro e São Paulo até o dia da Assunção. Um vínculo de amor indissolúvel unia-o aos anjos cujo maravilhoso ardor o punha em êxtase diante de Deus e inflamava as almas dos eleitos; por devoção aos anjos, celebrava uma quaresma de jejuns e orações durante os quarenta dias que seguem a Assunção da Santíssima Virgem Maria. São Miguel sobretudo, a quem cabe o papel de introduzir as almas no Paraíso, era objecto de uma devoção especial em razão do desejo que tinha o santo de salvar a todos os homens.
Os santos e a memória deles eram para ele como carvões ardentes, que reavivavam nele o incêndio deificante. Venerava com devoção ferventíssima todos os apóstolos e especialmente Pedro e Paulo, por causa da ardente caridade que tinham a Cristo. Em honra deles e por amor deles oferecia ao Senhor o jejum de uma quaresma especial.
Nada mais possuía o pobre de Cristo a não ser duas pequenas moedas: o seu corpo e a sua alma, que ele podia distribuir com caridade liberal. Mas oferecia continuamente a Deus o seu corpo e a sua alma por amor a Cristo, pois quase a cada instante imolava o corpo com o rigor do jejum e a alma com a chama do desejo: holocausto, seu corpo, imolado fora, no átrio do templo; incenso, sua alma, exalado dentro do templo.

4. A sua devoção fervorosa e sua caridade ardente de tal maneira o elevavam às coisas divinas, que os efeitos daquelas virtudes se derramavam copiosamente nos outros homens que lhe eram iguais em natureza ou em graça. Os sentimentos bem naturais de seu coração eram suficientes para torná-lo fraterno diante de toda criatura. Não admira que seu amor a Cristo o tenha transformado ainda mais em irmão daqueles que levam a imagem do Criador e são resgatados por seu sangue.
Só se considerava amigo de Cristo empenhando-se pelas almas resgatadas por ele. E afirmava que nada se deveria preferir à salvação das almas, apresentando para isso como prova decisiva o fato de que o Unigénito de Deus dignara-se morrer por elas na árvore santa da cruz. É o que explica a veemência com que ele orava, a actividade extraordinária de suas viagens de pregação e seus excessos em se tratando de dar o exemplo. Quando lhe censuravam as austeridades exageradas, respondia que tinha sido dado aos outros como exemplo. Embora sua carne inocente, sujeita voluntariamente ao espírito, não merecesse castigo algum por suas faltas pessoais, contudo, a fim de dar o exemplo, impunha-lhe sempre novas penas e trabalhos, “caminhando pelos outros por duras sendas” (SL 16,4). “Pois, dizia, se eu falasse a língua dos anjos e dos homens e não tivesse em mim a caridade (1Cor 13,1-3) nem desse àqueles que estão à minha volta o exemplo da virtude, de nada me adiantaria, muito menos aos outros”.

5. No fervor de sua caridade sentiu-se inspirado a imitar o triunfo glorioso dos mártires nos quais o fogo da caridade não se extinguia nem se quebrantava a coragem. Inflamado por esse perfeito amor que “expulsa o temor” (1Jo 4,13), suspirava por se oferecer como hóstia viva a Deus imolada pela espada do martírio; dessa forma ele passaria a Cristo a morte que ele aceitara por nós e levaria os homens ao amor de Deus. No sexto ano depois de sua conversão, ardendo de desejo de martírio, resolveu ir à Síria pregar a fé cristã e a penitência aos sarracenos e a outros infiéis. Mas o navio que o conduzia foi arrastado pelos ventos contrários para as costas da Eslavónia. Aí ficou algum tempo sem encontrar navio com destino ao Oriente.
Entendeu que lhe era recusado o que desejava. E como alguns marinheiros se aprestavam a ir a Ancona, pediu para embarcar por amor de Deus. Mas como não tivessem com que pagar, os marinheiros nem quiseram ouvi-lo e o homem de Deus, entregando-se inteiramente nas mãos de Deus, introduziu-se sub-repticiamente no navio com seu companheiro.
Entretanto, um homem certamente enviado por Deus para socorrer o pobre Francisco chegou trazendo víveres, chamou um dos marujos, homem temente a Deus, e lhe disse: “Guarda com todo cuidado estas provisões para os pobres irmãos que estão escondidos no navio; tem a bondade de lhes entregar de minha parte quando tiverem necessidade”. Os ventos sopravam com tal violência que os dias passaram sem que fosse possível abicar em parte alguma; os marujos estavam no fim das provisões; sobravam apenas as esmolas graciosamente oferecidas pelo céu ao pobre Francisco. Eram muito modestas, mas o poder de Deus as multiplicou de tal forma e em tanta quantidade que, apesar do atraso ocasionado pela tempestade que continuava a castigar duramente, elas satisfizeram totalmente às necessidades de todos até Ancona. E os marujos, vendo afastado o perigo de morte de que os livrara o servo de Deus, deram graças ao Altíssimo omnipotente, que sempre se mostra admirável e amável nos seus amigos e servos. E com muito acerto, pois haviam enfrentado de perto os tremendos perigos do mar e visto as admiráveis obras de Deus nas águas profundas.

6. Afastou-se do mar e começou a peregrinar pela terra espalhando a semente da salvação e colhendo uma messe abundante de bons frutos. Mas o fruto que mais o atraía era o martírio, o mérito de morrer por Cristo; desejava a morte por Cristo mais do que os méritos de uma vida virtuosa, e dirigiu-se a Marrocos para anunciar o Evangelho de Cristo ao Miramolim e seu povo e tentar assim conquistar a suspirada palma do martírio. O desejo que o levava a tais gestos era tão poderoso que, apesar de sua saúde precária, ia sempre à frente de seu companheiro de caminhada e, na pressa de realizar seu plano, parecia voar, inebriado do Espírito Santo. Havia já chegado à Espanha, mas Deus, que o queria para outras missões, dispusera de modo diferente os acontecimentos: uma doença bastante grave o prostrou, impedindo-o de realizar seu desejo. Não obstante a certeza do Lucro que a morte representava para ele, o homem de Deus compreendeu ser necessário viver ainda pela família que gerara. Por isso voltou para cuidar das ovelhas entregues à sua guarda.

7. Mas o ardor de sua caridade o impelia ao martírio. Pela terceira vez tentou ele partir aos países infiéis para difundir com o derramamento de seu sangue a fé na Trindade. Aos treze anos de sua conversão, foi às regiões da Síria, enfrentando corajosamente muitos perigos a fim de comparecer diante do Sultão da Babilónia, pessoalmente. Uma guerra implacável castigava cristãos e sarracenos. Os dois exércitos encontravam-se acampados muito próximos, separados apenas por uma estreita faixa de terra, que ninguém podia atravessar sem perigo de morte. O Sultão havia publicado um édito cruel: todos que lhe trouxessem a cabeça de um cristão receberiam uma grande quantidade de ouro. Mas o intrépido soldado de Cristo Francisco, julgando chegada a ocasião de realizar seus anseios, resolveu apresentar-se diante do Sultão, sem temer a morte, mas antes desejoso de enfrentá-la. Confortado pelo Senhor, depois de fervorosa oração, repetia com o profeta: “Ainda que ande no meio das trevas da morte, não temerei mal algum, porque estás comigo” (Sl 22,4).

São Boaventura

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por AMA)

Ajuda-os sem que o notem


O pensamento da morte ajudar-te-á a cultivar a virtude da caridade, porque talvez esse instante concreto de convivência seja o último em que estás com este ou com aquele... Eles, ou tu, ou eu, podemos faltar em qualquer momento. (Sulco, 895)

Dir-me-ás talvez: e porque havia eu de me esforçar? Não sou eu quem te responde, mas S. Paulo: o amor de Cristo urge-nos. Todo o espaço de uma existência é pouco para alargar as fronteiras da tua caridade. Desde os primeiríssimos começos do Opus Dei, manifestei o meu grande empenho em repetir sem cessar, para as almas generosas que se decidam a traduzi-lo em obras, aquele grito de Cristo: nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros. Conhecer-nos-ão precisamente por isso, porque a caridade é o ponto de arranque de qualquer actividade de um cristão. (…)

Queria fazer-vos notar que, após vinte séculos, ainda aparece com toda a pujança de novidade o Mandato do Mestre, que é uma espécie de carta de apresentação do verdadeiro filho de Deus. Ao longo da minha vida sacerdotal, tenho pregado com muitíssima frequência que, desgraçadamente para muitos, continua a ser novo, porque nunca ou quase nunca se esforçaram por praticá-lo. É triste, mas é assim. E não há dúvida nenhuma de que a afirmação do Messias ressalta de modo terminante: nisto vos conhecerão, que vos amais uns aos outros! Por isso, sinto a necessidade de recordar constantemente essas palavras do Senhor. S. Paulo acrescenta: levai os fardos uns dos outros e, desta maneira, cumprireis a lei de Cristo. Momentos perdidos, talvez com a falsa desculpa de que te sobra tempo... Se há tantos irmãos, amigos teus, sobrecarregados de trabalho! Com delicadeza, com cortesia, com um sorriso nos lábios, ajuda-os, de tal maneira que se torne quase impossível que o notem; e que nem se possam mostrar agradecidos, porque a discreta finura da tua caridade fez com que ela passasse inadvertida. (Amigos de Deus, 43–44)

Evangelho e comentário


Tempo comum


Evangelho: Lc 13, 18-21

18 Disse, então: «A que é semelhante o Reino de Deus e a que posso compará-lo? 19 É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal. Cresceu, tornou-se uma árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos.» 20 Disse ainda: «A que posso comparar o Reino de Deus? 21 É semelhante ao fermento que certa mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar levedada toda a massa.»

Comentário:

Na verdade, Jesus não “poupa” nos exemplos que dá sobre o que é o Reino dos Céus.
É fundamental que o faça porque, quantos O ouvem e hão-de ouvir através dos tempos, têm de ter uma ideia clara e excelente sobre o que será – deverá ser – o objectivo principal das suas vidas.

Um tesouro!

Quem não fará o que lhe for possível por o possuir?

Algo tão pequeno que se transforma ao longo de uma vida correcta e do cumprimento da Vontade de Deus, em algo imenso que tudo abarca?

Quem não desejará pertencer a este Reino, ser súbdito de tal Rei e Senhor?

(AMA, comentário sobre Lc 13,18-21, 31.10.2017)