Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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26/10/2018
Temas para reflectir e meditar
O mistério da Santa Missa,
repetimos, é, como todos os mistérios, impossível de abarcar na totalidade.
Convém muito pedir ao
Espírito Santo que nos ilumine com os Seus dons em particular os de Ciência e
Entendimento para irmos chegando cada vez mais perto de, não apenas acreditar,
mas, ter uma fé esclarecida e bem estruturada.
O dia de Quinta-feira é
particularmente indicado para meditar de forma mais cuidada e detida sobre a Santíssima
Eucaristia e, naturalmente sobre a Santa Missa.
Penso que por nós próprios
nunca seríamos capazes de comungar, esmagados pela realidade da nossa pobre
condição humana comparada com a majestade e omnipotência do nosso Deus e
senhor.
Mas fazemo-lo porque foi Ele
próprio quem assim dispôs.
Porque sentimos uma
necessidade imperiosa de nos convertermos em Cristo faculdade extraordinária
que a Sagrada Comunhão nos proporciona.
Somos, embora por breves
minutos, elevados a uma categoria divina de tal modo o Corpo o Sangue a Alma e
a Divindade de Jesus Cristo se "misturam" com todo o nosso ser.
Então somos levados também
a compreender e a dar-nos conta da dignidade do ser humano.
Consideramos o respeito
com que devemos tratar o nosso corpo e o dos outros com quem nos cruzamos nos
caminhos da vida.
Percebemos que todos, como
filhos de Deus, temos uns direitos e uns deveres que por ninguém nem por nós
próprios podem ser violados.
Assusta - e preocupa -
muitos, verificarem que são milhares de pessoas que se aproximam da Comunhão
Eucarística mas que o mesmo não se passa no que respeita à Confissão Sacramental.
Leitura espiritual
LEGENDA MAIOR
Vida de São Francisco de Assis
CAPITULO 7
Amor
à pobreza e intervenções miraculosas nas necessidades
1 . Entre outros dons e carismas que o Doador de todos os bens concedeu
a Francisco, houve um privilégio singular: o de crescer nas riquezas da
simplicidade através do amor pela altíssima pobreza.
Considerando o santo que
esta virtude havia sido familiar ao Filho de Deus e vendo-a quase desterrada do
mundo, quis torná-la sua esposa, amando-a com amor eterno, e por ela não só
deixou pai e mãe, mas generosamente distribuiu tudo quanto possuía. Ninguém foi
tão ávido de ouro quanto o foi Francisco da pobreza e ninguém pôs tanto cuidado
em guardar os seus tesouros como o foi ele em conservar tão preciosa pérola.
Por isso nada o ofendia
tanto como ver em seus irmãos qualquer coisa que não estivesse inteiramente de
acordo com a pobreza.
E na verdade, o santo,
desde o início de sua vida religiosa até a morte possuiu estas riquezas: a
túnica, o cordão e as roupas de baixo; e vivia contente.
Muitas vezes recordava,
sem poder conter as lágrimas, a pobreza de Cristo e de sua Mãe.
Afirmava que esta é a
rainha das virtudes, porque a vemos brilhar com pleno fulgor mais do que todas
as outras, no Rei dos reis e na Rainha sua Mãe.
Por essa razão, certa vez,
reunidos os irmãos e tendo-lhe um deles perguntado qual a virtude mais
apropriada do que qualquer outra para se captar a perfeita amizade de Cristo,
respondeu como quem descobre um segredo íntimo do coração.
“Sabei, irmãos, que a pobreza
é o caminho mais seguro para a salvação, como fundamento que é da humildade e
raiz de toda perfeição, e os seus frutos, embora ocultos, são múltiplos e abundantíssimos.
Essa virtude é aquele tesouro evangélico escondido no campo; para comprá-lo deve-se
vender tudo e por seu amor desprezar tudo o que não se pode vender”.
2. E dizia: “Quem pretende
chegar ao cume da pobreza deve renunciar não somente à prudência segundo o
mundo, mas também às letras e às ciências; assim despojado daquilo que ainda é
uma forma de posse, proclamará o poder do Senhor (cf. SI 73,15-16) e
se oferecerá nu ao abraço do Crucificado.
Aquele que guarda sua
reservazinha de amor-próprio no íntimo do coração ainda não renunciou
inteiramente ao mundo”.
Nos seus sermões aos
irmãos sobre a pobreza, muitas vezes citava esta passagem do Evangelho: “As
raposas têm suas covas e os pássaros seus ninhos, mas o Filho do homem não tem
onde reclinar a cabeça” (Mt 8,20).
Daí concluía que os irmãos
não devem construir senão casas pequenas e pobres, como os pobres fazem, nem se
instalar nelas como proprietários mas comportar-se como peregrinos e estrangeiros
na casa dos outros. Ser peregrino, dizia ele, é ser recebido na casa dos
outros, ter nostalgia da pátria e irradiar a paz à sua passagem.
Mandava mesmo derrubar
casas já construídas ou fazia sair delas os irmãos, quando as considerava
contrárias à pobreza evangélica por terem os irmãos aceite a propriedade deles
ou exagerado o seu conforto. Para ele a pobreza era a pedra fundamental da
Ordem, fundamento de todo esse edifício que permanecerá sólido enquanto ela for
sólida e se um dia ela desaparecer, ficará completamente destruído.
“Para se entrar na vida
religiosa, ensinava ele de acordo com uma revelação, é preciso começar
praticando esta palavra do Evangelho: ‘Se queres ser perfeito, vai, vende tudo
o que possuis e dá-o aos pobres”’ (Mt 19,21).
Por essa razão só admitia
à Ordem aquele que houvesse renunciado à propriedade e nada absolutamente,
retivesse para si.
Assim se conformava ao
Evangelho e evitava o escândalo que provocaria o costume das bolsas
particulares.
Um homem da Marca de Ancona
pediu-lhe um dia admissão na Ordem. “Se quiseres partilhar a vida dos pobres de
Cristo, disse-lhe Francisco, distribui entre os pobres do mundo tudo o que possuis”.
Ao ouvir isso, retirou-se
ele, distribuiu seus bens à própria família e os pobres ficaram sem nada. Era
um amor bem carnal que assim o fazia agir. Voltou ele e contou tudo ao santo,
que o repreendeu duramente:
“Segue teu caminho, irmão
Mosca. Nunca deixaste a tua casa ou a tua família. Repartiste os teus bens com
a parentela e defraudaste os pobres. Não és, pois, digno de viver com os pobres
evangélicos. Começaste por espírito carnal: para um edifício espiritual é um
fundamento que não vale nada!”
Voltou o homem carnal para
os seus, exigiu de volta os bens que havia deixado e que não quis distribuir
aos pobres, abandonando assim imediatamente seus propósitos de virtude.
3. Em outra época, vivia a
comunidade de Santa Maria da Porciúncula em tanta miséria que nada tinham para
oferecer aos irmãos que chegavam de visita.
O vigário de Francisco
aproximou-se dele e falou-lhe da penúria que sofriam e pediu-lhe permissão para
reservar algo dos bens dos noviços que entravam na Ordem para poderem recorrer a
esses bens quando parecesse indispensável. Francisco, que tinha a protecção da
divina Sabedoria, replicou:
“Irmão caríssimo, Deus
proibiu que atentássemos contra a Regra por qualquer motivo que seja. Se a
situação é precária, prefiro que se suprimam os adornos do altar da gloriosa
Virgem ao menor atentado contra o voto de pobreza e observância do Evangelho.
Pois a bem-aventurada Virgem Maria ficará muito mais satisfeita se, despojando
embora o seu altar, seguirmos perfeitamente os conselhos do santo Evangelho do
que se, enfeitando o seu altar, transgredirmos os conselhos que seu Filho nos
deixou e nós prometemos seguir”.
4. Andando o santo certo
dia com um companheiro através da Apúlia, viu, ao sair da cidade de Bari, no
caminho, uma bolsa que parecia repleta de dinheiro. O companheiro insistiu com
o pobrezinho de Cristo que seria conveniente recolher do chão aquela bolsa e
distribuir o dinheiro aos pobres. Francisco recusou ouvir esse pedido, suspeitando
que naquela bolsa se escondia, sem dúvida, alguma cilada diabólica. Por isso
julgava que o companheiro lhe estava aconselhando uma coisa não meritória, ou
até mesmo pecaminosa, isto é, apoderar-se do alheio a pretexto de o dar aos
pobres. Por esta recusa afastaram-se daquele lugar e apressaram o passo continuando
a viagem começada.
Mas aquele irmão não ficou
tranquilo, levado de uma falsa piedade, chegando mesmo ao extremo de repreender
a Francisco e acusá-lo de não querer socorrer as necessidades dos pobres.
Importunado com tanta
insistência, consentiu o santo em voltar ao local mencionado, não para
satisfazer o irmão, mas para pôr à luz o ardil do demónio. Volta até a bolsa
com o irmão e um jovem que passava; põe-se em oração e ordena a seu companheiro
que pegue o dinheiro. O irmão tremia já de medo, pois começava a pressentir uma
aparição do demónio; mas forçado pelo preceito da santa obediência, pôs de lado
toda dúvida e estendeu a mão para pegar o dinheiro.
No mesmo instante, uma
serpente descomunal saiu da bolsa e, ao desaparecer, no mesmo instante, levou-a
consigo, ficando bem claro o ardil do demónio. Uma vez desmascarada a dita
astúcia, disse Francisco a seu companheiro:
“O dinheiro, irmão
caríssimo, para os servos de Deus é apenas o demónio e uma serpente venenosa!”
5. Depois disso, ao dirigir-se
à cidade de Sena por motivo urgente, aconteceu ao santo um facto extraordinário.
Três senhoras pobres,
perfeitamente semelhantes de estatura, idade e semblante, saíram-lhe ao
encontro na grande planície que se estende entre Campiglia e San Quirico, as
quais o saudaram de um modo completamente inusitado:
“Seja bem-vinda a Senhora
Pobreza”.
A essas palavras, uma
alegria inefável inundou o coração apaixonado daquele amante da Pobreza, pois
se houvesse nele qualquer virtude a saudar, nenhuma outra melhor existiria.
Tendo elas desaparecido subitamente,
os companheiros de Francisco, ao considerar nas três senhoras semelhança tão
admirável e a surpresa de tal aparição, a forma que usaram de saudação e o
repentino desaparecimento delas, julgaram com toda razão que nisso tudo se
ocultava algum segredo misterioso relacionado com o santo fundador.
De facto, essas três
senhoras pobres com traços tão semelhantes, saudação tão estranha e
desaparecimento tão inesperado, podem perfeitamente simbolizar a perfeição
evangélica, cuja tríplice beleza: pobreza, castidade e obediência, resplandecia
igualmente no homem de Deus, que havia preferido orgulhar-se na pobreza.
Tinha como um privilégio e
ora a chamava sua mãe, ora sua esposa, ora sua senhora. Na pobreza buscava
Francisco superar a todos os outros, ele que aprendera da própria pobreza a se
considerar inferior a todos. Se lhe acontecia encontrar alguma pessoa mais
pobre que ele, ao menos na aparência, logo se censurava e se empenhava a ser
também como ela, como se tivesse medo de ser vencido pelo outro na amorosa porfia
da pobreza.
Certa ocasião, sucedeu-lhe
encontrar um pobre. Vendo-lhe a nudez, compadeceu-se profundamente dele, e
voltando-se ao companheiro, com voz lastimosa lhe disse:
“Que vergonha deve
causar-nos, irmãos, a nudez deste mendigo!
Escolhemos a pobreza como
nossa riqueza mais estimada, e eis que neste homem ela resplandece muito mais
do que em nós”.
São Boaventura
(cont)
(Revisão da versão
portuguesa por AMA)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Contenção; alguma privação; ser humilde.
Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.
Lembrar-me:
Filiação divina.
Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?
Quem ama a Deus dá-se a si mesmo
Que pena viver tendo como
ocupação matar o tempo, que é um tesouro de Deus! Não há desculpas para
justificar essa actuação. Que ninguém diga: só tenho um talento, não posso
ganhar nada. Também com um só talento podes agir de modo meritório. Que
tristeza não tirar partido, autêntico rendimento de todas as faculdades, poucas
ou muitas, que Deus concede ao homem para que se dedique a servir as almas e a
sociedade!
Quando o cristão mata o
seu tempo na Terra, coloca-se em perigo de matar o seu Céu, se, pelo seu
egoísmo, se retrai, se esconde, se despreocupa. Quem ama a Deus, não entrega só
o que tem, o que é, ao serviço de Deus: dá-se a si mesmo. Não vê – em
perspectiva rasteira – o seu eu na saúde, no nome, na carreira. (Amigos
de Deus, 46)
Evangelho e comentário
Evangelho: Lc 12, 54-59
54 Dizia também às multidões: «Quando
vedes uma nuvem levantar-se do poente, dizeis logo: ‘Vem lá a chuva’; e assim
sucede. 55 E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai haver muito calor’; e assim
acontece. 56 Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é
que não sabeis reconhecer o tempo presente?» 57 «Porque não julgais por vós
mesmos, o que é justo? 58 Por isso, quando fores com o teu adversário ao
magistrado, procura resolver o assunto no caminho, não vá ele entregar-te ao
juiz, o juiz entregar-te ao oficial de justiça e o oficial de justiça meter-te
na prisão. 59 Digo-te que não sairás de lá, antes de pagares até ao último
centavo.»
Comentário:
Parece
ser atávica esta tendência que todos – mais ou menos – temos para fazer juízos
a propósito ou a despropósito.
É
verdade, também, que a maior parte das vezes o fazemos interiormente e não
manifestamos o que nos vais no pensamento.
(Diria
que… “do mal o menos”)
Mas,
de facto, que direito, ou categoria, ou estatuto temos para julgar seja o que
for a não ser a avaliação do que nos diz respeito pessoal: o que pensamos, o
que fazemos, etc.?
Neste
caso sim, mas não se tratará de um julgamento, mas de um exame, o que é útil e
conveniente.
Tudo
o resto deve ser evitado liminarmente porque é uma usurpação de um privilégio
que só a Deus cabe exercer.
(AMA,
comentário sobre Lc 12, 54-59, 27.10.2017)
Doutrina – 456
Compêndio
PRIMEIRA SECÇÃO
A ECONOMIA SACRAMENTAL
CAPÍTULO SEGUNDO
A CELEBRAÇÃO SACRAMENTAL
DO MISTÉRIO PASCAL
CELEBRAR A LITURGIA DA
IGREJA
Quem celebra?
Pergunta:
235. Como é que a Igreja
na terra celebra a liturgia?
Resposta:
A
Igreja, na terra, celebra a liturgia, como povo sacerdotal, no qual cada um
actua segundo a própria função, na unidade do Espírito Santo: os baptizados
oferecem-se em sacrifício espiritual; os ministros ordenados celebram segundo a
Ordem recebida para o serviço de todos os membros da Igreja; os Bispos e os
presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça.