Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
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01/08/2018
Temas para reflectir e meditar
Parece, pois, mais útil,
focar o esforço de luta exactamente na raiz - no centro - do que na periferia.
Como fazer isso?
Em primeiríssimo lugar
pormo-nos na presença de Deus com uma breve oração concreta e, depois, pedir a
ajuda do Espírito Santo para que nos ilumine.
Como disse atrás, o que
procuramos, pode como que camuflar-se sob as considerações subjectivas como:
Coisas do meu feitio;
Hábitos que adquiri;
Circunstâncias da minha
vida.
E, muito provavelmente,
até pode ser verdade, mas, se honestamente o consideramos como um defeito,
fraqueza, ou debilidade, devemos dedicar-lhe a nossa atenção e tentar descobrir
a melhor forma de o combater.
Preparados, sim... devemos
preparar-nos para uma luta constante e, muito provavelmente, bastante longa.
Também para sucessos e
retrocessos, para que por um passo em frente se andem dois para trás.
(AMA,
reflexões)
Querer a todos, compreender, desculpar
O
amor às almas, por Deus, faz-nos querer a todos, compreender, desculpar,
perdoar... Devemos ter um amor que cubra a multidão das deficiências das
misérias humanas. Devemos ter uma caridade maravilhosa, "veritatem facientes in caritate",
defendendo a verdade, sem ferir. (Forja, 559)
Se
vos examinardes com valentia na presença de Deus, vós, tal como eu,
sentir-vos-eis diariamente carregados de muitos erros. Quando lutamos por
arrancá-los com a ajuda divina, carecem de verdadeira importância e podem ser
superados, embora pareça que nunca conseguimos desarraigá-los totalmente. Além
disso, independentemente dessas fraquezas, tu contribuirás para remediar as
grandes deficiências dos outros, sempre que te empenhares em corresponder à
graça de Deus. Reconhecendo-te tão fraco como eles – capaz de todos os erros e
de todos os horrores – serás mais compreensivo, mais delicado e, ao mesmo
tempo, mais exigente, para que todos nos decidamos a amar a Deus com o coração
inteiro.
Nós,
os cristãos, os filhos de Deus, temos de prestar assistência aos outros, pondo
em prática honradamente o que aqueles hipócritas retorcidamente elogiavam ao
Mestre: Não olhas à condição das pessoas. Isto é, havemos de rejeitar por
completo a acepção de pessoas – interessam-nos todas as almas! – embora,
logicamente, devamos começar por ocupar-nos daquelas que, por esta ou aquela
circunstância, e até só por motivos aparentemente humanos, Deus colocou ao
nosso lado. (Amigos de Deus, 162)
Evangelho e comentário
Santo Afonso Maria
de Ligório
Evangelho: Mt 13, 44-46
44
«O Reino do Céu é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem
encontra. Volta a escondê-lo e, cheio de alegria vai, vende tudo o que possui e
compra o campo. 45 O Reino do Céu é também semelhante a um negociante que busca
boas pérolas. 46 Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto
possui e compra a pérola.»
Comentário:
Com
exemplos muito concretos, Jesus Cristo fala do Reino do Céu ficando claro que,
para o homem, nada há de mais valioso que possa alcançar.
Já
se sabe, os meios materiais são apelativos e não há quem não tenha dificuldade
em desprender-se deles, mas… há que considerar que, se facto não se desprende
por um motivo qualquer mas sim para alcançar um bem maior.
Parece
ser “um bom negócio”.
Quem
gosta de “deitar contas à vida”, verá aqui um bom motivo de reflexão.
A
busca incessante de bens materiais não estará a “desviar” a procura do que mais
interessa?
(AMA, comentário sobre Mt
13, 44-46, 02.05.2018)
Leitura espiritual
São Josemaria Escrivá
Amigos
de Deus
162
O
colírio da nossa própria fraqueza
Se vos examinardes com valentia na presença
de Deus, vós, tal como eu, sentir-vos-eis diariamente carregados de muitos
erros.
Quando
lutamos por arrancá-los com a ajuda divina, carecem de verdadeira importância e
podem ser superados, embora pareça que nunca conseguimos desarraigá-los
totalmente.
Além
disso, independentemente dessas fraquezas, tu contribuirás para remediar as grandes
deficiências dos outros, sempre que te empenhares em corresponder à graça de
Deus.
Reconhecendo-te
tão fraco como eles - capaz de todos os erros e de todos os horrores - serás
mais compreensivo, mais delicado e, ao mesmo tempo, mais exigente, para que
todos nos decidamos a amar a Deus com o coração inteiro.
Nós, os cristãos, os filhos de Deus, temos
de prestar assistência aos outros, pondo em prática honradamente o que aqueles
hipócritas retorcidamente elogiavam ao Mestre: Não olhas à condição das pessoas.
Isto
é, havemos de rejeitar por completo a acepção de pessoas - interessam-nos todas
as almas! - embora, logicamente, devamos começar por ocupar-nos daquelas que,
por esta ou aquela circunstância, e até só por motivos aparentemente humanos,
Deus colocou ao nosso lado.
163
Et
viam Dei in veritate doces, e ensinas com verdade o caminho de
Deus - continuam eles.
Ensinar,
ensinar, ensinar!
Mostrar
os caminhos de Deus segundo a pura verdade!
Não
deves assustar-te por verem os teus defeitos; os teus e os meus; eu tenho o
desejo de os tornar públicos, contando a minha luta, o meu empenho de
rectificar este ou aquele ponto da minha luta por ser leal ao Senhor.
O esforço por eliminar e vencer essas
misérias já será um modo de indicar os caminhos divinos: primeiro, e apesar dos
nossos erros manifestos, com o testemunho da nossa vida; depois, com a doutrina,
como nosso Senhor, que coepit facere et
docere, começou pelas obras e mais tarde se dedicou a pregar.
Depois de vos confirmar que este sacerdote
vos quer muito e que o Pai do Céu vos quer mais, porque é infinitamente bom,
porque é infinitamente Pai; depois de vos dizer que não posso lançar-vos nada à
cara, considero, no entanto, que tenho de ajudar-vos a amar Jesus Cristo e a
Igreja, seu rebanho, porque nisto penso que não me ganhais: emulais-me, mas não
me ganhais.
Quando
vos aponto algum erro através da pregação ou nas conversas pessoais com cada um
de vós, não é para vos fazer sofrer; move-me exclusivamente o empenho de
amarmos mais o Senhor.
E
ao insistir na necessidade de praticar as virtudes, não perco de vista que essa
necessidade também se impõe a mim.
164
Certa ocasião ouvi dizer a um superficial
que a experiência das nossas quedas serve para voltar a cair cem vezes no mesmo
erro.
Eu,
pelo contrário, digo-vos que uma pessoa prudente aproveita esses reveses para
ficar escarmentada, para aprender a fazer o bem, para renovar a decisão de ser
mais santa.
Da
experiência dos vossos fracassos e triunfos no serviço de Deus tirai sempre,
juntamente com o aumento do amor, um empenho mais firme de prosseguir no
cumprimento dos vossos direitos de cidadãos cristãos, custe o que custar; sem
cobardias, sem fugir às honras nem às responsabilidades, sem nos assustarmos
perante as reacções que se levantem ao nosso redor - provenientes talvez de
falsos irmãos - quando procuramos leal e nobremente a glória de Deus e o bem
dos outros.
Portanto, temos de ser prudentes.
Para
quê?
Para
sermos justos, para vivermos a caridade, para servirmos eficazmente Deus e
todas as almas.
Com
muita razão se chamou à prudência genitrix
virtutum, mãe de todas as virtudes, e também auriga virtutum, guia de todos os bons hábitos.
165
A
cada um o que lhe pertence
Lede com atenção o episódio evangélico para
aproveitar essas estupendas lições acerca das virtudes que devem iluminar o
nosso modo de proceder.
Acabado
o preâmbulo hipócrita e adulador, os fariseus e os herodianos apresentam o seu
problema: Que te parece? É lícito ou não
pagar tributo a César?
Notai
agora a sua astúcia - escreve S. João Crisóstomo - porque não lhe dizem:
"explica-nos o que é bom, o que é conveniente, o que é lícito", mas
"diz-nos o que te parece".
Estavam
obcecados por atraiçoá-lo e torná-lo odioso ao poder político.
Mas
Jesus, conhecendo-lhes a malícia, retorquiu: Porque me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Eles
apresentaram-lhe um denário. De quem é, perguntou, essa imagem e a inscrição?
De César, responderam. Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César e
a Deus o que é de Deus.
Já estais a ver que o dilema é antigo,
assim como é clara e inequívoca a resposta do Mestre.
Não
há, não existe nenhuma contradição entre servir a Deus e servir os outros;
entre o exercício dos nossos direitos e deveres cívicos, e os religiosos; entre
o empenho por construir e melhorar a cidade temporal e a convicção de que
passamos por este mundo como por um caminho que nos leva à pátria celeste.
Também aqui se manifesta a unidade de vida
que - não me cansarei de o repetir - é uma condição essencial para os que procuram
santificar-se no meio das circunstâncias ordinárias do trabalho, das relações
familiares e sociais.
Jesus
não admite essa divisão: Ninguém pode
servir a dois senhores, porque, ou há-de ter aversão a um e amar o outro, ou se
dedicará a um e desprezará o outro.
A escolha exclusiva de Deus feita por um
cristão quando responde plenamente ao seu chamamento, leva-o a dirigir tudo ao
Senhor e, ao mesmo tempo, a dar ao próximo tudo o que em justiça lhe
corresponde.
166
Não é lícito escudar-se em razões
aparentemente piedosas para espoliar os outros do que lhes pertence: Se alguém
diz: "Eu amo a Deus" mas odeia o seu irmão, é mentiroso.
Mas
também se engana a si mesmo quem regateia ao Senhor o amor e a reverência - a
adoração - que lhe são devidos como Criador e nosso Pai; a quem se nega a
obedecer aos seus mandamentos com a falsa desculpa de que algum deles é
incompatível com o serviço dos homens claramente adverte S. João que nisto
conhecemos que amamos os filhos de Deus: Se amamos a Deus e guardamos os seus
mandamentos.
Porque
o amor de Deus consiste em guardar os seus mandamentos; e os seus mandamentos
não são pesados.
Talvez tenhais de escutar muitos que
peroram e inventam teorias com o fim de reduzirem - em nome da funcionalidade,
quando não da caridade! - as manifestações de respeito e de homenagem a Deus.
Tudo
o que seja para honrar o Senhor lhes parece excessivo.
Não
façais caso deles; vós continuai o vosso caminho.
Essas
elucubrações não passam de controvérsias que não conduzem a nada, a não ser
escandalizar as almas e impedir que se cumpra o preceito de Jesus Cristo de dar
a cada um o que lhe pertence, de praticar com delicada inteireza a santa
virtude da justiça.
167
Deveres
de justiça para com Deus e com os homens
Gravemo-lo bem na nossa alma, para que
depois se note na nossa conduta: primeiro, justiça para com Deus.
Essa
é a pedra de toque da verdadeira fome e sede de justiça, que a distingue da
gritaria dos invejosos, dos ressentidos, dos egoístas, dos cobiçosos...
Com
efeito, negar ao nosso Cria dor e Redentor o reconhecimento dos abundantes e
inefáveis bens que nos concede é uma atitude que encerra a mais tremenda e
ingrata das injustiças.
Vós,
se vos esforçardes deveras por ser justos, considerareis frequentemente a vossa
dependência de Deus - pois, que tens tu que não tenhas recebido? - para vos
encherdes de agradecimento e de desejos de corresponder a um Pai que nos ama
loucamente.
Então avivar-se-á em vós o bom espírito de
piedade filial, que vos fará tratar Deus com ternura de coração.
Quando
os hipócritas levantarem ao vosso redor a dúvida de saber se o Senhor tem
direito a pedir-vos tanto, não vos deixeis enganar.
Pelo
contrário: ponde-vos na presença de Deus, dóceis, como a argila nas mãos do
oleiro e confessai-lhe rendidamente: Deus
meus et omnia! Tu és o meu Deus e o meu tudo!
E
se alguma vez surgir um golpe inesperado, uma tribulação imerecida por parte
dos homens, sabereis cantar com nova alegria: faça-se, cumpra-se, seja louvada
e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre
todas as coisas!
Ámen.
Ámen.
(cont)
Pequena agenda do cristão
(Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito:
Simplicidade e modéstia.
Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.
Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.
Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.
Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.
Pequeno exame:
Cumpri o propósito que me propus ontem?