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23/06/2018

A formosura da santa pureza

Não se pode levar uma vida limpa sem a ajuda divina. Deus quer a nossa humildade, quer que lhe peçamos a sua ajuda, através da nossa Mãe e sua Mãe. Tens que dizer a Nossa Senhora, agora mesmo, na solidão acompanhada do teu coração, falando sem ruído de palavras: – Minha Mãe, este meu pobre coração rebela-se algumas vezes... Mas se Tu me ajudares... E ajudar-te-á, para que o conserves limpo e continues pelo caminho a que Deus te chamou: Nossa Senhora facilitar-te-á sempre o cumprimento da Vontade de Deus (Forja, 315)

Devemos ser o mais limpos possível em relação ao corpo, mas sem medo, porque o sexo, é algo santo e nobre – participação no poder criador de Deus–, foi feito para o matrimónio. Assim, limpos e sem medo, dareis com a vossa conduta o testemunho da viabilidade e da formosura da santa pureza. (…)

Cuidai com esmero da castidade e também das virtudes que a acompanham e a salvaguardam: a modéstia e o pudor. Não olheis com ligeireza as normas, tão eficazes, que nos ajudam a conservarmo-nos dignos do olhar de Deus: a guarda atenta dos sentidos e do coração; a valentia de ser cobarde para fugir das tentações; a frequência dos sacramentos, especialmente da Confissão sacramental; a sinceridade total na direcção espiritual pessoal; a dor, a contrição e a reparação depois das faltas. E tudo isto ungido com uma terna devoção a Nossa Senhora, de modo que ela nos obtenha de Deus o dom de uma vida limpa e santa. (Amigos de Deus, 185)

Temas para reflectir e meditar

Confissão


Aqueles que se aproximam do Sacramento da Penitência, obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa a Ele feita e ao mesmo tempo reconciliam-se com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração, trabalha pela sua conversão.

(CV IIConst. Dogm. A Igreja, Cap. II, O Povo de Deus)

Evangelho

Tempo comum


Evangelho: Mt 6, 24-34

24 Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.» 25 «Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido? 26 Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas? 27 Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? 28 Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! 29 Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. 30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? 31  Não vos preocupeis, dizendo: ‘Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos?’ 32 Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. 33 Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. 34 Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema.»

Comentário:

O que o Senhor pretende com este discurso é fundamentalmente transmitir-nos dois princípios basilares de toda Vida  Cristã:

Primeiro ter ordenadas as prioridades, saber se o que queremos é de facto o que necessitamos, depois ter confiança ilimitada na providência divina.

Uma vez postos os meios que dispomos, confiar que o Senhor providenciará o que faltar.


(AMA, comentário sobre Mt 6,24-34, 2015,06.20)

Reflexões em Junho - 5


5 - O amor de Cristo não tem medida nem temporalidade precisamente porque é divino.
Mesmo sem ser correspondido, este amor está presente desde que nasci, sou uma pessoa, terei um nome e será esta pessoa identificada com um nome que será objecto do amor de Cristo.

Que honra e que responsabilidade: Deus conhece-me pelo meu nome recebido no meu Baptismo quando me admitiu na Sua Família como Filho!

Ajuda-me Senhor a honrar o Teu Coração fonte de amor e vida.







(AMA, reflexões, 2018)

Confissões – 03



Confissões

Querer mais

O "meu caso" é muito sério!
Quero sempre mais!
Não me contento com o que tenho e que é muito, muitíssimo mais do que alguma vez possa merecer.

Mas, a mais grave deste defeito, é ser mal-agradecido e não ter bem claro que nem pela minha inteligência, simpatia, sabedoria, esperteza... mereço seja o que for!

Não me considero má pessoa, mas tenho que considerar claramente que poderia ser muito melhor.

(AMA, reflexões, 2017)



[i] Resolvi passar à escrita um conjunto de reflexões que têm como sub-título:  Confissões

Se se quiser, poderia chamar-se reflexões sobre mim ou, talvez exame pessoal.

Não sei qual será a utilidade para os eventuais leitores - nem isso me preocupa - mas dada a minha condição de viúvo vivendo sozinho, talvez que alguém encontre alguma "pista" de como lidar com situações peculiares.

Exponho-me, é verdade, mas tenho bem presente que 'não há nada escondido que não acabe por se saber ', e, assim, decidi.


Tratado das virtudes


Questão 64: Do meio-termo das virtudes.

Em seguida devemos tratar das propriedades das virtudes. E, primeiro, do meio-termo das virtudes. Segundo da conexão das virtudes. Terceiro, da qualidade delas. Quarto, da duração das mesmas.

Sobre a primeira questão discutem-se quatro artigos:
Art. 1 — Se a virtude moral consiste num meio-termo.
Art. 2 — Se o meio-termo da virtude moral é o meio-termoda razão ou o da coisa.
Art. 3 — Se as virtudes intelectuais consistem num meio-termo.
Art. 4 — Se a virtude teológica consiste num meio-termo.

Art. 1 — Se a virtude moral consiste num meio-termo.
([1])
O primeiro discute-se assim. — Parece que a virtude moral não consiste num meio-termo.

1. — Pois, a noção de termo último repugna a de termo médio. Ora, da essência da virtude é ser termo último, conforme a opinião de Aristóteles, que a virtude é, na potência, o último ([2]). Logo, a virtude moral não consiste num meio termo.

2. Demais. — O máximo não é médio. Ora, certas virtudes morais tendem ao máximo; assim, a magnanimidade versa sobre as honras máximas, e a magnificência, sobre as máximas despesas, como se disse2. Logo, nem toda virtude moral consiste num meio termo.

3. Demais. — Se é da essência da virtude moral consistir num meio-termo, necessariamente ela deve destruir-se e não aperfeiçoar-se; quando tende para um extremo. Ora, algumas virtudes morais se aperfeiçoam tendendo para o extremo; tal o caso da virgindade, que tende para o extremo, abstendo-se de todo prazer venéreo e constituindo assim a castidade perfeitíssima; e em dar tudo aos pobres consiste a misericórdia perfeitíssima ou liberalidade. Logo, não é da essência da virtude moral consistir num meio-termo.

Mas, em contrário, diz o Filósofo, que a virtude é um hábito electivo consiste num meio-termo ([3]).


Como do sobredito resulta ([4]), a virtude por essência ordena o homem para o bem. E a virtude moral, propriamente, aperfeiçoa parte da alma em relação a uma determinada matéria. Ora, a medida e a regra do movimento apetitivo em relação aos objectos de apetição é a razão. Por outro lado, o bem de tudo o sujeito à medida e à regra consiste em conformar-se com a sua regra; assim, o bem das coisas artificiadas está em seguir a regra da arte. E por consequência, nesses casos, o mal consiste na discordância da regra ou medida própria; o que se pode dar por sobre-excedência ou deficiência em relação à medida, como se vê manifestamente em tudo o medido ou regulado. E portanto, é claro que o bem da virtude moral consiste numa adequação com a medida da razão. Ora, é claro que, entre um excesso e um defeito, o meio-termo é a igualdade ou conformidade. Por onde é manifesto que a virtude moral consiste num meio-termo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. 
— A virtude moral tira a sua bondade da regra racional; e tem como matéria as paixões ou operações. Ora, se compararmos a virtude moral com a razão, a sua conformidade com esta coloca-a num como extremo, ocupando o outro extremo a não conformidade com a razão, por excesso ou por defeito. Se porém considerarmos a matéria da virtude moral, ela constitui um meio-termo, porque reduz a paixão à regra racional. E por isso, o Filósofo diz, que a virtude é, por substância, um termo médio ([5]), enquanto impõe a sua regra à matéria própria; por outro lado, enquanto sendo o que é óptimo e bom, i. é, enquanto conforme com a razão, ocupa um extremo.

RESPOSTA À SEGUNDA. 
— O médio e o extremo dos actos e das paixões dependem de diversas circunstâncias. Donde, nada impede constitua uma virtude um extremo, quanto a uma circunstância, e um meio, quanto a outras circunstâncias, pela sua conformidade com a razão. Tal é caso da magnificência e da magnanimidade. Pois, se levarmos em conta a quantidade absoluta do objecto para que tende o magnífico e o magnânimo, essas virtudes constituem um extremo e um máximo. Mas, se o considerarmos em relação a outras circunstâncias, constituirão um meio; pois tendem para um máximo que é a conformidade com a regra da razão e consiste em agir onde, quando e por causa do que importa; constituirão um excesso se tenderem para um máximo consistente em agir quando, onde ou por causa do que importa; e, enfim, um defeito se não tenderem para um máximo consistente em agir onde e quando é necessário. E é isto que diz o Filósofo: o magnânimo, pela sua magnanimidade, está constituído num extremo; mas por agir como deve, está num meio-termo ([6]).

RESPOSTA À TERCEIRA. 
— O que dizemos da magnanimidade dizemos também da virgindade e da pobreza. Pois, a virgindade abstém-se de todos os prazeres venéreos, e a pobreza, de todas as riquezas, por causa do que e segundo o que isso é necessário, a saber, segundo a ordem de Deus e por causa da vida eterna. E se isso se der por obediência ao que não deve ser, i. é, por alguma superstição ilícita ou ainda por vanglória, teremos agido inutilmente. Se, por outro lado, o fizermos quando não é necessário ou por obediência indevida, haverá vício por defeito, como o manifestam os transgressores do voto de virgindade ou de pobreza.

(Revisão da versão portuguesa por AMA)



[1] (IIª-IIªe, q. 17, a. 5, ad 2 ; III Sent., dist. XXXIII, q. 1, a. 3, qª 1 De Virtut., q. 1, a. 13; q. 4. a_ 1, ad 7 ; II Ethic., lect. VI, VII).
[2] I De caelo (lect. XXV).
[3] IV Ethic. (lect. VI sqq.).
[4] II Ethic. (lect. VII).
[5] Q. 55, a. 3.
[6] II Ethic., lect. VII.

Perguntas e respostas


A CASTIDADE

C. A CASTIDADE É POSSÍVEL? COMO?

5. Porque é importante a humildade para a castidade?

Uma pessoa orgulhosa mantém-se altiva perante Deus, enquanto que a humilde situa o homem no seu verdadeiro lugar face ao criador. Como consequência:


A humildade é necessária para avançar em qualquer virtude pois "Deus resiste aos soberbos e dá a Sua graça aos humildes".

A influência benéfica de Deus abarca a alma e o corpo.
Quando a Alma se revolta contra Deus, quebra-se o equilíbrio e o corpo revolta-se contra a alma.

Se a alma se coloca no seu lugar diante do Senhor, o corpo também respeitará a voz da vontade.

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?