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02/03/2018

Deus não aceita o que é mal feito

É difícil gritar ao ouvido de cada um, com um trabalho silencioso, através do pleno cumprimento das nossas obrigações de cidadãos, para depois exigir os nossos direitos e colocá-los ao serviço da Igreja e da sociedade. É difícil... mas é muito eficaz. (Sulco, 300)


Começar é de muitos; acabar, de poucos. Nós, que procuramos comportar-nos como filhos de Deus, temos de estar entre os segundos. não o esqueçais: só as tarefas terminadas com amor, bem acabadas, merecem aquele aplauso do Senhor, que se lê na Sagrada Escritura: é melhor o fim de uma obra do que o seu princípio.


Muitos cristãos perderam a convicção de que a integridade de Vida, pedida pelo Senhor aos seus filhos, exige um cuidado autêntico ao realizarem as tarefas pessoais, que têm de santificar, sem descurarem inclusivamente os pormenores mais pequenos.


Não podemos oferecer ao Senhor uma coisa que, dentro das pobres limitações humanas, não seja perfeita, sem defeitos e realizada com toda a atenção, mesmo nos aspectos mais insignificantes, porque Deus não aceita o que é mal feito. Não oferecereis nada que tenha defeito, porque não seria aceite favoravelmente, adverte-nos a Escritura Santa. Por isso, o trabalho de cada um de nós, esse trabalho que ocupa as nossas jornadas e as nossas energias, há-de ser uma oferenda digna do Criador, operatio Dei, trabalho de Deus e para Deus. Numa palavra, uma tarefa bem cumprida e impecável.


Se reparardes, entre os muitos elogios que fizeram de Jesus aqueles que puderam contemplar a sua vida, há um que, de certo modo, compreende todos os outros. Refiro-me àquela exclamação, cheia de sinais de assombro e de entusiasmo, que a multidão repetia espontaneamente ao presenciar, atónita, os seus milagres: bene omnia fecit, tudo tem feito admiravelmente bem: os grandes prodígios e as coisas comezinhas, quotidianas, que não deslumbraram ninguém, mas que Cristo realizou com a plenitude de quem é perfectus Deus, perfectus Homo, perfeito Deus e perfeito homem. (Amigos de Deus, 55–56)


Temas para meditar e reflectir

Paixão de Cristo

A morte e ressurreição de Jesus mostram que não existe nada que Deus não possa transformar, não existe túmulo algum de onde não possa surgir vida, nenhuma escuridão que não possa ser iluminada, nenhuma miséria que não possa ser invertida, nenhum desespero que não se possa transformar em esperança.

Devemos reconhecer, na morte e ressurreição de Jesus, que não existe nada que nos possa separar “do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso” (Rm 8,39).

Lucas convida-o, prezado leitor, a reencontrar o seu próprio destino no drama da vida de Jesus.
Não lhe fornece qualquer explicação para o seu sofrimento, mas, ao observar a tragédia que o Evangelho lhe apresenta, pretende purificar as suas emoções, transformar a sua tristeza, expulsar o seu desespero e dar-lhe força e coragem para viver uma vida nova.

(ANSELM GRUN, A incompreensível existência de Deus, Paulinas, p. 34)



Evangelho e comentário

Tempo de Quaresma

Evangelho: Mt 21, 33-43. 45-46

23 Em seguida, entrou no templo. Quando estava a ensinar, foram ter com Ele os sumos sacerdotes e os anciãos do povo e disseram-lhe: «Com que autoridade fazes isto? E quem te deu tal poder?» 24 Jesus respondeu-lhes: «Também Eu vou fazer-vos uma pergunta. Se me responderdes, digo-vos com que autoridade faço isto. 25 De onde provinha o baptismo de João: do Céu ou dos homens?» Mas eles começaram a pensar entre si: «Se respondermos: ‘Do Céu’, vai dizer-nos: ‘Porque não lhe destes crédito?’ 26 E, se respondermos: ‘Dos homens’, ficamos com receio da multidão, pois todos têm João por um profeta.» 27 E responderam a Jesus: «Não sabemos.» Disse-lhes Ele, por seu turno: «Também Eu vos não digo com que autoridade faço isto.» 28 «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha.’ 29 Mas ele respondeu: ‘Não quero.’ Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi. 30 Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: ‘Vou sim, senhor.’ Mas não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Responderam eles: «O primeiro.» Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus. 32 João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele.» 33 «Escutai outra parábola: Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros e ausentou-se para longe. 34 Quando chegou a época das vindimas, enviou os seus servos aos vinhateiros, para receberem os frutos que lhe pertenciam. 35 Os vinhateiros, porém, apoderaram-se dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro. 36 Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros, e trataram-nos da mesma forma. 37 Finalmente, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Hão-de respeitar o meu filho.’ 38 Mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’ 39 E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no. 40 Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?» 41 Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida.» 42 Jesus disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos? 43 Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos.
45 Os sumos sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que eram eles os visados. 46 Embora procurassem meio de o prender, temeram o povo, que o considerava profeta.

Comentários:

 Os cuidados que o Senhor tem com o Seu povo não tem limites.
Faz tudo, dispõe de tudo para que possam viver como Ele deseja: felizes!

Que o homem seja feliz é o Seu desejo
E a felicidade humana consiste em amar a Deus e fazer a Sua Vontade que é, como bem sabemos, que tenha a vida eterna na Sua companhia, no gozo dos bens que nos tem reservados.

(AMA, comentário sobre MT 21, 43-53, 17.02.2017)


Leitura espiritual

Jesus Cristo o Santo de Deus
CAPÍTULO V

O SUBLIME CONHECIMENTO DE CRISTO


4.O Nome e o Coração de Jesus             

…/2

Existe um meio muito simples, que nos pode ajudar neste esforço para entrarmos em contacto com Jesus e invocar o Seu nome: «Jesus!»
Sabe-se que o nome é, para a Bíblia, o representante mais directo da pessoa e, de certo modo, a própria pessoa.
O nome é uma espécie de porta que permite a entrada no mistério da pessoa.
Não pertence à categoria dos outros títulos, dos conceitos e dos enunciações – como é o próprio título pessoa” – mas é alguma coisa mais e diferente.
Aqueles que são comuns a outros mais, ao passo que o nome é único.
Crer no nome de Jesus, orar e sofrer pelo Seu nome, significa, no Novo Testamento, crer na pessoa de Jesus, sofrer e orar unidos a Ele; sermos baptizados no “nome de Jesus” significa sermos baptizados n’Ele, incorporados n’Ele.

Não ficaram sobre a terra relíquias ou vestígios de Jesus depois de Se ter elevado ao Céu; ficou, porém, o Seu nome e são inumeráveis as almas que, em todos os séculos tanto no Oriente como no Ocidente, conheceram por experiência o poder encerrado neste nome. Israel também não conheceu imagens ou simulacros de Deus, mas em seu lugar, conheceu o nome, como meio santo para entrar em contacto com Ele.
Conheceu a «majestade do nome do Senhor seu Deus» [i].
Ora, essa mesma majestade do nome é condividida também pelo Filho glorificado.
A Igreja, através de S. Bernardo, canta a doçura, a suavidade e a força do nome de Jesus («Jesu dulcis memoria…»).
S. Bernadino de Sena renovou-lhe a devoção e promoveu a sua festividade despertando com este nome, a fé adormecida de cidades inteiras.
A espiritualidade ortodoxa fez do nome de Jesus o veículo privilegiado para trazer Deus no coração e para alcançar a pureza de coração.
Todos aqueles que aprendem com simplicidade a pronunciar o nome de Jesus, experimentam mais cedo ou mais tarde alguma coisa que vai para além de todas as explicações,
Eles, então, começam a estimar este nome como um tesouro, e a preferi-lo a todos os outros títulos de Cristo que Lhe designam a natureza ou a função.
Não têm sequer necessidade de dizer “Jesus de Nazaré”, como O designam habitualmente os historiadores e os estudiosos, porque a eles basta-lhes dizer “Jesus”.
Dizer “Jesus!” significa chamá-Lo, estabelecer um contacto pessoal com Ele, como sucede       Undo, no meio de uma multidão, se chama uma pessoa pelo nome e ela olha ao seu redor, procurando quem a chamou.

Quantas coisas se conseguem exprimir com o simples nome de Jesus!
Consoante a necessidade ou a Graça particular do momento e do tom com que o mesmo se pronuncia, proclama-se com ele que Jesus é o Senhor, isto é, “afirma-se” Jesus contra todos os poderes do mal e contra todas as angústias; com esse nome se rejubila, se geme, se implora, se bate à porta, se dá graças ao Pai, de adora, se intercede…

Um outro maio para cultivar este conhecimento “pessoal” de Jesus juntamente com a devoção do Seu nome, é a devoção de Se sacratíssimo coração.
No Antigo Testamento, especialmente nos Salmos, quando maior se torna a inspiração e mais forte o desejo de união com Deus, recorre-se sempre a um símbolo: o rosto.
Buscai o Seu rosto; o Teu rosto, Senhor, eu buscarei.
Não apartes de mim o Teu Rosto [ii].

«A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: Quando entrarei e verei o rosto de Deus?» [iii].
O “rosto” significa, aqui, a presença viva de Javé; não só o Seu “aspecto”, mas também, no sentido activo, o Seu “olhar” que se cruza com o da criatura e a tranquiliza, a ilumina e a alivia.
Significa a própria pessoa de Deus, tanto é verdade que o termo “pessoa” tem a sua origem precisamente neste significado bíblico de fze, rosto (prosopon).

(cont)
rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i]Mq 5,3
[ii] Sl 27,8-9
[iii] Sl 42, 3

Doutrina – 406

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada

184. Como é que os Bispos exercem a sua missão de ensinar?


Os Bispos, em comunhão com o Papa, têm o dever de anunciar o Evangelho a todos, fielmente e com autoridade, como autênticas testemunhas da fé apostólica e revestidos da autoridade de Cristo.

Mediante o sentido sobrenatural da fé, o Povo de Deus, adere indefectivelmente à fé, sob a condução do Magistério vivo da Igreja.

Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?