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28/02/2018

Há mil maneiras de rezar

Católico sem oração?... É como um soldado sem armas. (Sulco, 453)

Eu aconselho-te a que, na tua oração, intervenhas nas passagens do Evangelho, como um personagem mais. Primeiro, imaginas a cena ou o mistério, que te servirá para te recolheres e meditares. Depois, aplicas o entendimento, para considerar aquele rasgo da vida do Mestre: o seu Coração enternecido, a sua humildade, a sua pureza, o seu cumprimento da Vontade do Pai. Conta-lhe então o que te costuma suceder nestes assuntos, o que se passa contigo, o que te está a acontecer. Mantém-te atento, porque talvez Ele queira indicar-te alguma coisa: surgirão essas moções interiores, o caíres em ti, as admoestações.

(…) Há mil maneiras de rezar, digo-vos de novo. Os filhos de Deus não precisam de um método, quadriculado e artificial, para se dirigirem ao seu Pai. O amor é inventivo, industrioso; se amamos, saberemos descobrir caminhos pessoais, íntimos, que nos levam a este diálogo contínuo com o Senhor. (…)


Se fraquejarmos, recorreremos ao amor de Santa Maria, Mestra de oração; e a S. José, Pai e Senhor nosso, a quem tanto veneramos, que é quem mais intimamente privou neste mundo com a Mãe de Deus e – depois de Santa Maria – com o seu Filho Divino. E eles apresentarão a nossa debilidade a Jesus, para que Ele a converta em fortaleza. (Amigos de Deus, nn. 253. 255)

Visita ao SSSS




Eis-me aqui Oh bom e dulcíssimo Jesus, prostrado de joelhos diante da Vossa divina presença. Vos peço e suplico com o mais ardente fervor que imprimais no meu coração vivos sentimentos de fé, esperança e caridade e um verdadeiro arrependimento dos meus pecados, com vontade firmíssima de os emendar enquanto eu, com grande afecto e dor de alma, considero e medito nas Vossas Cinco Chagas, tendo diante dos olhos o que já o Santo Profeta David dizia de Vós, oh bom Jesus: "Trespassaram as minhas mãos e os meus pés e contaram todos os meus ossos".

Graças, Vos dou meu Deus e meu Senhor, por esta oportunidade de Vos render graças e poder dirigir-me a Vós na Vossa presença viva no Santíssimo Sacramento.
Peço-Vos, Senhor, que me acompanheis durante o resto deste dia e não me deixeis cair em tentação.
Dá-me, Senhor, fortaleza para resistir, perseverança para continuar, coragem para vencer, as minhas próprias fraquezas, suprir as minhas debilidades e ultrapassar os obstáculos.
Que este dia, Senhor, seja motivo de Glória e Louvor para Vós e um passo seguro no meu caminhar para a Vida Eterna. Ámen. 1993



Evangelho e comentário

Tempo de Quaresma

Evangelho: Mt 10, 27-28

27 O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido, proclamai-o sobre os terraços. 28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena o corpo e a alma.

Comentários:

Audácia e confiança! É o que o Senhor nos pede a todos os cristãos.

A história da humanidade está repleta de exemplo – que continuam um pouco por toda a parte ainda nos ias de hoje – desses muitos milhares e pessoas que escolheram não ter medo, nem receio, nem respeitos humanos, antes foram por toda a parte anunciando o Evangelho cumprindo o mandato recebido de Cristo.

A Sua Igreja, continuamente regada pelo sangue destes mártires, é Santa e imperecível.

A todos, nós cristãos de hoje, devemos muito, muitíssimo, a estes autênticos heróis da cristandade.

(AMA, comentário sobre Mt 10, 27-28,19.10.2017)


Leitura espiritual

RESUMOS DA FÉ CRISTà

TEMA 17 A liturgia e os sacramentos em geral

 2. O Mistério pascal no tempo da Igreja: liturgia e sacramentos

2.1. Os sacramentos: natureza, origem e número

«Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis, com os quais são celebrados os sacramentos, significam e realizam as graças próprias de cada sacramento» (Catecismo, 1131).
 «Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e acções), acessíveis à nossa humanidade actual» (Catecismo, 1084).

«Aderindo à doutrina da Sagrada Escritura, às tradições apostólicas e ao sentir unânime dos santos Padres», nós professamos que «os sacramentos da nova Lei foram todos instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo» [i].

«Há na Igreja sete sacramentos: Baptismo, Confirmação ou Crisma, Eucaristia, Penitência, Unção dos enfermos, Ordem e Matrimónio» (Catecismo, 1113).

«Os sete sacramentos tocam todas as etapas e momentos importantes da vida do cristão: outorgam nascimento e crescimento, cura e missão, à vida de fé dos cristãos.
Há aqui uma certa semelhança entre as etapas da vida natural e as da vida espiritual» (Catecismo, 1210).
Formam um conjunto ordenado em que a Eucaristia ocupa o centro pois contém o próprio Autor dos sacramentos (cf. Catecismo, 1211).

Os sacramentos significam três coisas: a causa santificante, que é a Morte e Ressurreição de Cristo; o efeito santificante ou graça; e o fim da santificação, que é a glória eterna.

«O sacramento é sinal rememorativo daquilo que o precedeu, isto é, da paixão de Cristo; e demonstrativo daquilo que em nós a paixão de Cristo realiza, isto é, da graça; e prognóstico, quer dizer, que anuncia de antemão a glória futura» [ii].

O signo sacramental, próprio de cada sacramento, é constituído por coisas (elementos materiais – água, azeite, pão, vinho – e gestos humanos – ablução, unção, imposição das mãos, etc.), que se chamam matéria; e também por palavras que o ministro do sacramento pronuncia, que são a forma.
Na realidade, «cada celebração sacramental é um encontro dos filhos de Deus com o seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo.
Tal encontro exprime-se como um diálogo, através de acções e de palavras» (Catecismo, 1153).
Na liturgia dos sacramentos existe uma parte imutável (o que o próprio Cristo estabeleceu acerca do signo sacramental), e as partes que a Igreja pode mudar, para bem dos fiéis e maior veneração dos sacramentos, adaptando-as às circunstâncias de lugar e de tempo [iii].

«Nenhum rito sacramental pode ser modificado ou manipulado ao arbítrio do ministro ou da comunidade» (Catecismo, 1125).

2.2 Efeitos e necessidade dos sacramentos

Todos os sacramentos conferem a graça santificante a quem não coloca obstáculos [iv].

Esta graça é «o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica» (Catecismo, 2003).
Além disso, os sacramentos conferem a graça sacramental, que á a graça «própria de cada sacramento» (Catecismo, 1128): um certo auxílio divino para conseguir o fim desse sacramento.
Não só recebemos a graça santificante, mas também o próprio Espírito Santo.
«É pelos sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros do seu corpo o seu Espírito Santo e santificador» (Catecismo, 739) [v].

O fruto da vida sacramental consiste em que o Espírito Santo deifica os fiéis unindo-os vitalmente a Cristo (cf. Catecismo, 1129).
Os três sacramentos do Baptismo, Confirmação e Ordem conferem, além da graça, o chamado carácter sacramental, que é um selo espiritual indelével impresso na alma [vi], pelo qual o cristão participa do sacerdócio de Cristo e forma parte da Igreja segundo os diversos estados e funções.
O carácter sacramental permanece para sempre no cristão como disposição positiva para a graça, como promessa e garantia da protecção divina e vocação para o culto divino e serviço da Igreja.
Por conseguinte, estes três sacramentos não podem ser reiterados (cf. Catecismo, 1121).
Os sacramentos que Cristo confiou à sua Igreja são necessários – pelo menos o seu desejo – para a salvação, para alcançar a graça santificante, e nenhum é supérfluo, embora nem todos sejam necessários para todas as pessoas [vii].

2.3. Eficácia dos sacramentos

Os sacramentos «são eficazes, porque neles é o próprio Cristo que opera: é Ele que baptiza, é Ele que age nos sacramentos para comunicar a graça que o sacramento significa» (Catecismo, 1127).
O efeito sacramental produz-se ex opere operato (pelo próprio facto do signo sacramental se ter realizado) [viii].

«O sacramento não actua em virtude da justiça do homem que o administra ou do que o recebe, mas pelo poder de Deus» [ix].

«Desde que um sacramento seja celebrado conforme a intenção da Igreja, o poder de Cristo e do seu Espírito age nele e por ele, independentemente da santidade pessoal do ministro» (Catecismo, 1128).
O homem que realiza o sacramento coloca-se ao serviço de Cristo e da Igreja, por isso chama-se ministro do sacramento; e não pode ser qualquer fiel cristão indistintamente, mas de modo ordinário, necessita da especial configuração com Cristo Sacerdote que dá o sacramento da Ordem [x].

A eficácia dos sacramentos deriva do próprio Cristo, que actua neles, «no entanto, os frutos dos sacramentos dependem também das disposições de quem os recebe» (Catecismo, 1128): quanto melhores forem as disposições de fé que possua, conversão do coração e adesão à vontade de Deus, mais abundantes são nos efeitos da graça que recebe (cf. Catecismo, 1098).

«A Santa Mãe Igreja instituiu também os sacramentais. Estes são sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida» [xi].

«Os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela» (Catecismo, 1671).

(cont)





[i] Concilio de Trento: DS 1600-1601; cfr. Catecismo, 1114.
[ii] Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae, III, q. 60, a.3; cfr. Catecismo, 1130.
[iii] Cfr. Catecismo, 1205; Concilio de Trento: DS 1728; Pío XII: DS 3857.
[iv] Cfr. Concilio de Trento: DS 1606.
[v] La obra del Espíritu Santo en nosotros «es que vivamos la vida de Cristo resucitado» (Catecismo, 1091); «une la Iglesia a la vida y a la misión de Cristo» (Catecismo, 1092); «cura y transforma a los que lo reciben conformándolos con el Hijo de Dios» (Catecismo, 1129).
[vi] Cfr. Concilio de Trento: DS 1609.
[vii] Cfr. Concilio de Trento: DS 1604.
[viii] Cfr. Concilio de Trento: DS 1608.
[ix] Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae, III, q. 68, art. 8
[x] El sacerdocio ministerial «garantiza que, en los sacramentos, sea Cristo quien actúa por el Espíritu Santo en favor de la Iglesia. La misión de salvación confiada por el Padre a su Hijo encarnado es confiada a los Apóstoles y por ellos a sus sucesores: reciben el Espíritu de Jesús para actuar en su nombre y en su persona (cfr. Jn 20, 21 23; Lc 24, 47; Mt 28, 18-20). Así, el ministro ordenado es el vínculo sacramental que une la acción litúrgica a lo que dijeron y realizaron los Apóstoles, y por ellos a lo que dijo y realizó Cristo, fuente y fundamento de los sacramentos» (Catecismo, 1120). Aunque la eficacia del sacramento no proviene de las cualidades morales del ministro, sin embargo su fe y devoción, además de contribuir a su santificación personal, favorece mucho las buenas disposiciones del sujeto que recibe el sacramento y, por consiguiente, el fruto que de él obtiene.
[xi] Concilio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium, 60; cfr. Catecismo, 1667.

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?







27/02/2018

Estai alegres, sempre alegres

Ninguém é feliz na Terra enquanto não se decidir a não o ser. Este é o caminho: dor, que em cristão se diz Cruz, Vontade de Deus, Amor; felicidade agora e depois – eternamente! (Sulco, 52)

«Servite Domino in laetitia!» Hei-de servir a Deus com alegria! Uma alegria que há-de ser consequência da minha Fé, da minha Esperança e do meu Amor...; que há-de durar sempre, porque, como nos assegura o Apóstolo, "Dominus prope est!", o Senhor segue-me de perto. Hei-de caminhar com Ele, portanto, bem seguro, já que o Senhor é meu Pai...; e com a sua ajuda hei-de cumprir a sua amável Vontade, ainda que me custe. (Sulco, 53)


Um conselho, que vos tenho repetido teimosamente: estai alegres, sempre alegres! Que estejam tristes os que não se consideram filhos de Deus! (Sulco, 54)

Temas para reflectir e meditar

Vigilância


Vela com o coração, vela com a fé, com a caridade, com as obras (...); 
prepara as lâmpadas, cuida de que não se apaguem (...), 
alimenta-as com o azeite interior de uma recta consciência; 
permanece unido ao Esposo pelo Amor, para que Ele te introduza na sala do banquete, onde a tua lâmpada nunca se extinguirá.

Stº Agostinho Sermão 93



Evangelho e comentário

Tempo de Quaresma

Evangelho: Mt 23, 1-12

1 Então, Jesus falou assim à multidão e aos seus discípulos: 2 «Os doutores da Lei e os fariseus instalaram-se na cátedra de Moisés. 3 Fazei, pois, e observai tudo o que eles disserem, mas não imiteis as suas obras, pois eles dizem e não fazem. 4 Atam fardos pesados e insuportáveis e colocam-nos aos ombros dos outros, mas eles não põem nem um dedo para os deslocar. 5 Tudo o que fazem é com o fim de se tornarem notados pelos homens. Por isso, alargam as filactérias e alongam as orlas dos seus mantos. 6 Gostam de ocupar o primeiro lugar nos banquetes e os primeiros assentos nas sinagogas. 7Gostam das saudações nas praças públicas e de serem chamados ‘mestres’ pelos homens. 8 Quanto a vós, não vos deixeis tratar por ‘mestres’, pois um só é o vosso Mestre, e vós sois todos irmãos. 9 E, na terra, a ninguém chameis ‘Pai’, porque um só é o vosso ‘Pai’: aquele que está no Céu. 10 Nem permitais que vos tratem por ‘doutores’, porque um só é o vosso ‘Doutor’: Cristo. 11 O maior de entre vós será o vosso servo. 12 Quem se exaltar será humilhado e quem se humilhar será exaltado.

Comentários:

O tema principal deste trecho de São Mateus é o “serviço”.
Não parece desajustado porque quem o propõe é o “Servidor” por excelência: o próprio Jesus Cristo.


Parecerá a alguns que servir não é “próprio” de criaturas livres e senhoras de si, mas antes, de outros que não têm outra capacidade senão obedecer.


Ponho as coisas de outro modo – talvez simplista – que me parece resolver de vez a questão:


Prefiro servir a minha pessoa, a minha vontade, os meus desejos e ambições ou servir a Deus Nosso Senhor?


A primeira opção é arriscada porque sou um simples homem limitado e em permanente evolução;


A segunda é seguríssima porque só pode ser para bem, porque Deus É, não evolui, não muda, sabe absolutamente tudo o que melhor convém.



(AMA, comentário sobre Mt 23 1-12, 23.02.2016)

Leitura espiritual

RESUMOS DA FÉ CRISTà

TEMA 16 Creio na ressurreição da carne e na vida eterna

5. A purificação necessária para o encontro com Deus

«Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu» (Catecismo, 1030).

Pode pensar-se que muitos homens, mesmo que não tenham vivido uma vida santa na terra, não se manterão definitivamente no pecado. A possibilidade de serem limpos das impurezas e imperfeições da vida, mais ou menos malograda, depois da morte apresenta-se, então, como una nova bondade de Deus, como uma oportunidade para se preparar para entrar na comunhão íntima com a santidade de Deus.

«O purgatório é uma misericórdia de Deus, para limpar os defeitos dos que desejam identificar-se com Ele» [i].

O Antigo Testamento fala da purificação ultra-terrena (cf. 2 Mt 12, 40-45).
São Paulo na primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 3, 10-15) apresenta a purificação cristã, nesta vida e na futura, através da imagem do fogo; fogo que, de algum modo, emana de Jesus Cristo, Salvador, Juiz e Fundamento da vida cristã [ii].

Embora a doutrina do Purgatório não tenha sido definida formalmente até à Idade Média [iii], a antiquíssima e unânime prática de oferecer sufrágios pelos defuntos, especialmente mediante e santo Sacrifício eucarístico, é indício claro da fé da Igreja na purificação ultra-terrena.
Com efeito, não teria sentido rezar pelos defuntos se estivessem, ou já salvos no céu ou, então, condenados no inferno.
Os protestantes, na sua maioria, negam a existência do purgatório, já que lhes parece uma confiança excessiva nas obras humanas e na capacidade da Igreja de interceder pelos que deixaram este mundo.
Mais do que um lugar, o purgatório deve ser considerado como um estado de temporário e doloroso afastamento de Deus, em que se perdoam os pecados veniais, se purifica a inclinação para o mal, que o pecado deixa na alma, e se supera a “pena temporal” devida ao pecado.
O pecado não só ofende a Deus, e causa dano ao próprio pecador, mas, através da comunhão dos Santos, causa dano à Igreja, ao mundo, à humanidade.
A oração da Igreja pelos defuntos restabelece, de algum modo, a ordem e a justiça: principalmente por meio da Santa Missa, das esmolas, das indulgências e das obras de penitência (cf. Catecismo, 1032).
Os teólogos ensinam que no purgatório se sofre muito, de acordo com a situação de cada um.
No entanto, trata-se de uma dor com significado, «uma dor feliz» [iv].

Por isso, convidam-se os cristãos a procurar a purificação dos pecados na vida presente mediante a contrição, a mortificação, a reparação e a vida santa.

6. As crianças que morrem sem o Baptismo

A Igreja confia à misericórdia de Deus as crianças que morreram sem terem recebido o Baptismo.
Há motivos para pensar que Deus, de algum modo, as acolhe, quer pelo grande carinho que Jesus manifestou pelas crianças (cf. Mc 10, 14), quer porque enviou o seu Filho com o desejo de que todos os homens se salvem (cf. 1 Tm 2, 4).
Ao mesmo tempo, o facto de confiar na misericórdia divina não é motivo para diferir a administração do Sacramento do Baptismo às crianças recém-nascidas (CIC 867), que confere uma particular configuração com Cristo: «significa e realiza a morte para o pecado e a entrada na vida da Santíssima Trindade através da configuração com o Mistério pascal de Cristo» (Catecismo, 1239).

PAUL O’CALLAGHAN
Bibliografia básica
- Catecismo da Igreja Católica, 988-1050.
Leituras recomendadas
- S. João Paulo II, Catequese sobre o Credo IV: Credo en la vida eterna, Palabra, Madrid 2000 (audiências de 25-V-1999 a 4-VIII-1999). - Bento XVI, Enc. Spe Salvi, 30-XI-2007. - São Josemaria, Homilia «A esperança do cristão», em Amigos de Deus, 205-221.

TEMA 17 A liturgia e os sacramentos em geral

A liturgia cristã é essencialmente actio Dei que nos une a Jesus através do Espírito (cf. Ex. ap. Sacramentum Caritatis, n. 37).

1. O Mistério pascal: mistério vivo e vivificante

As palavras e as acções de Jesus durante a sua vida oculta em Nazaré e no seu ministério público eram salvíficas e antecipavam a força do seu ministério pascal.
«Uma vez chegada a sua “Hora” (cf. Jo 13, 1; 17, 1.), Jesus vive o único acontecimento da história que não passa jamais: morre, é sepultado, ressuscita de entre os mortos e senta-Se à direita do Pai “uma vez por todas” (Rm 6, 10; Heb 7, 27; 9, 12).
É um acontecimento real, ocorrido na nossa história, mas único; todos os outros acontecimentos da história acontecem uma vez e passam, devorados pelo passado.

Pelo contrário, o mistério pascal de Cristo não pode ficar somente no passado, já que pela sua morte, Ele destruiu a morte; e tudo o que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente.
O acontecimento da cruz e da ressurreição permanece e atrai tudo para a vida» (Catecismo, 1085).
Como sabemos, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» [v].

Daí que «a fonte da nossa fé e da liturgia eucarística é o mesmo acontecimento: a doação que Cristo fez de Si próprio no mistério pascal» [vi].

2. O Mistério pascal no tempo da Igreja: liturgia e sacramentos

«Em Cristo realizou-se plenamente a nossa reconciliação e deu-se-nos a plenitude do culto divino (…) principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição dos mortos e gloriosa Ascensão» [vii].

«É este mistério de Cristo que a Igreja proclama e celebra na sua liturgia» (Catecismo, 1068).
«Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo. Nela, os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens; nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo - cabeça e membros - presta a Deus o culto público integral» [viii].

«Toda a vida litúrgica da Igreja gravita em torno do sacrifício eucarístico e dos sacramentos» (Catecismo, 1113).

«Sentado à direita do Pai, e derramando o Espírito Santo sobre o seu corpo que é a Igreja, Cristo age agora pelos sacramentos, que instituiu para comunicar a sua graça» (Catecismo, 1084).

(cont)

Notas:




[i] São Josemaria, Sulco, 889.
[ii] Com efeito, Bento XVI na Spe Salvi diz que «alguns teólogos recentes são de parecer que o fogo que simultaneamente queima e salva é o próprio Cristo, o Juiz e Salvador» (Bento XVI, Enc. Spe Salvi, 47).
[iii] Cf. DS 856, 1304. 
[iv] Bento XVI, Enc. Spe Salvi, 47.
[v] Bento XVI, Enc. Deus Caritas Est, 25-XII-2005, 1.
[vi] Bento XVI, Ex. ap. Sacramentum Caritatis, 22-II-2007, 34.
[vii] Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium, 5; cf. Catecismo, 1067.
[viii] Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium, 7; cf. Catecismo, 1070.

Doutrina – 405

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada

183. Qual é a missão do colégio dos Bispos?



O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa e nunca sem ele, exerce também sobre a Igreja supremo e pleno poder.

Hoy el reto del Amor es dar gracias y amar.

¿EL AMOR SE MERECE?


Me doy cuenta de que algunas veces me sale como un instinto el pensar que tengo que merecer el amor. Son tantos los detalles que recibo de las personas que me rodean: cuentan conmigo para compartir, para formar equipo... Y entonces es cuando me descubro a mí misma pensando "Qué detalle, si yo no lo merezco". Y me surge ponerme en seguida a trabajar y hacer cosas por los demás, al menos para quedarme un poco más tranquila. 

Cuando caigo en la cuenta de este resorte, sólo me surge echarme a reír: "¡Como si el amor se pudiera merecer!", me digo. El amor no se puede merecer, sólo agradecer y corresponder con amor. 

Así es el Amor de Cristo: Él ha dado todo su Ser, toda su Persona, su Cuerpo y su Vida por ti, para darte Su Amor y que tú lo pudieras experimentar. Su Amor no lo podemos merecer. Por más obras y trabajos que consiguiéramos hacer, no llegaríamos a merecer lo que Él ha hecho por nosotros. Sólo podemos vivir en acción de gracias y correspondiendo a este Amor. Ir viviendo de esto es experimentar la salvación por un Amor gratuito. 

¿Cómo me iba a imaginar que me surgirían estas cosas? Si yo, antes de mi primer encuentro con Cristo, era de las que pensaba inconscientemente eso de 'todo se me debe'...

Y, sin embargo, cuando te abres al Amor, todo te va desbordando, comienzas a ver la vida como un regalo, te sientes pequeño y ves en todo grandes detalles, de los demás y del Señor, para contigo. 

Y cambia todo, porque Cristo te da Su Amor para poderlo dar, te llena de alegría, de fuerza, de una Luz interior de la que puedes vivir... y sientes que tienes tanto para agradecer y para dar...

Así, después de orar todo esto, sí, sigo trabajando, amando y agradeciendo todo, pero ya no para conseguir méritos, sino que es distinto: es la Fuerza de Cristo que me lleva a Amar. 

Hoy el reto del Amor es dar gracias y amar. Hoy pídele a Cristo unos ojos nuevos para ver la vida como un regalo y descubrir cada detalle de las personas que te rodean. Pídele que te regale vivir desde la acción de gracias y desde el Amor. 


VIVE DE CRISTO

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?