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05/12/2017

Deus não Se cansa das nossas infidelidades

Ser pequeno. As grandes audácias são sempre das crianças. – Quem pede... a Lua? – Quem não repara nos perigos, ao tratar de conseguir o seu desejo? "Ponde" numa criança "destas" muita graça de Deus, o desejo de fazer a sua Vontade (de Deus), muito amor a Jesus, toda a ciência humana que a sua capacidade lhe permita adquirir..., e tereis retratado o carácter dos apóstolos de hoje, tal como indubitavelmente Deus os quer. (Caminho, 857)


A filiação divina é o fundamento do espírito do Opus Dei. Todos os homens são filhos de Deus, mas um filho pode reagir de muitos modos diante do seu pai. Temos de esforçar-nos por ser filhos que procuram lembrar-se de que o Senhor, querendo-nos como filhos, fez com que vivamos em sua casa no meio deste mundo; que sejamos da sua família; que o que é seu seja nosso e o nosso seu; que tenhamos com Ele a mesma familiaridade e confiança com que um menino é capaz de pedir a própria Lua!

Um filho de Deus trata o Senhor como Pai. Não servilmente, nem com uma reverência formal, de mera cortesia, mas cheio de sinceridade e de confiança. Deus não se escandaliza com os homens. Deus não Se cansa das nossas infidelidades. O nosso Pai do Céu perdoa qualquer ofensa quando o filho volta de novo até Ele, quando se arrepende e pede perdão. Nosso Senhor é tão verdadeiramente pai, que prevê os nossos desejos de sermos perdoados e se adianta com a sua graça, abrindo-nos amorosamente os braços.

Reparai que não estou a inventar nada. Recordai a parábola que o Filho de Deus nos contou para que entendêssemos o amor do Pai que está nos Céus: a parábola do filho pródigo.


Ainda estava longe – diz a Escritura – quando o pai o viu e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Estas são as palavras do livro sagrado: cobrindo-o de beijos! Pode-se falar mais humanamente? Pode-se descrever com mais viveza o amor paternal de Deus para com os homens? (Cristo que passa, 64)

Evangelho e comentário

Tempo do Advento


Evangelho: Lc 10, 21-24

21  Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse: «Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22  Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lho.» 23 Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver. 24 Porque - digo-vos - muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não o ouviram!»

Comentário:


Aliás, somos ainda mais afortunados que aquele aos quais o Senhor se dirigia porque, na verdade, sabemos muito mais que eles e temos meios de conhecer intimamente o Senhor como se com Ele estivéssemos fisicamente.

Basta pensar que, quando O comungamos nas Espécies Eucarísticas, o Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade se “misturam” com o nosso corpo e sangue e, a Sua Divindade toma inteira posse da nossa alma.

Como não nos considerar-mos os mais felizes dos homens?

(AMA, comentário sobre Lc 10, 21-24, 07.09.2017)






Leitura espiritual

São Josemaria Escrivá

CRISTO QUE PASSA

152
          
Uma vida nova

É o momento simples e solene da instituição do Novo Testamento. Jesus derroga a antiga economia da Lei e revela-nos que Ele próprio será o conteúdo da nossa oração e da nossa vida.

Vede a alegria que inunda a liturgia de hoje: seja o louvor pleno, sonoro, alegre.
É o júbilo cristão que canta a chegada de outro tempo: terminou a antiga Páscoa, inicia-se a nova.
O velho é substituído pelo novo, a verdade e faz com que a sombra desapareça, a noite é iluminada pela luz.

Milagre de amor.
Este é verdadeiramente o pão dos filhos; o Primogénito do Pai Eterno, oferece-Se-nos como alimento.
E o mesmo Jesus Cristo, que aqui nos robustece, espera-nos no Céu como comensais, co-herdeiros e sócios, porque os que se alimentam de Cristo morrerão com a morte terrena e temporal, mas viverão eternamente, porque Cristo é a vida que não termina.

A felicidade eterna, para o cristão que se conforta com o maná definitivo da Eucaristia, começa já agora.
Passou o que era velho: deixemos de lado tudo o que é caduco, seja tudo novo para nós - os corações, as palavras e as obras.

Esta é a Boa Nova. É novidade, notícia, porque nos fala de uma profundidade de Amor, de que antes não suspeitávamos.
É boa, porque nada é melhor do que unir-nos intimamente a Deus, Bem de todos os bens.
É a Boa Nova, porque, de alguma maneira e de um modo indescritível, nos antecipa a eternidade.

153 
        
Tratar com Jesus na palavra e no pão

Jesus esconde-se no Santíssimo Sacramento do altar, para que nos atrevamos a tratar com ele, para ser o nosso sustento, com o fim de que nos façamos uma só coisa com Ele.
Ao dizer sem mim nada podeis, não condenou o cristão à ineficácia, nem o obrigou a uma busca árdua e difícil da sua Pessoa; ficou entre nós com uma disponibilidade total.

Quando nos reunimos junto do altar enquanto se celebra o Santo Sacrifício da Missa, quando contemplamos a Hóstia Sagrada exposta na custódia ou a adoramos escondida no Sacrário, devemos reavivar a nossa fé, pensando nessa existência nova, que vem a nós, e comover-nos com o carinho e a ternura de Deus.

E perseveravam todos na doutrina dos Apóstolos, e na comum fracção do pão, e nas orações.
É assim que a Escritura nos descreve a conduta dos primeiros cristãos: congregados pela fé dos Apóstolos em perfeita unidade, a participarem da Eucaristia, unânimes na oração. Fé, Pão, Palavra.

Jesus, na Eucaristia, é penhor seguro da sua presença nas nossas almas; do seu poder, que sustenta o mundo; das suas promessas de salvação, que ajudarão a que a família humana, quando chegar o fim dos tempos, habite perpetuamente na casa do Céu, em torno de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo:

Santíssima Trindade, Deus único.
É toda a nossa fé que se põe em acto quando cremos em Jesus, na sua presença real sob os acidentes do pão e do vinho.

154   
       
Não compreendo como se possa viver cristãmente sem sentir a necessidade de uma amizade constante com Jesus na Palavra e no Pão, na oração e na Eucaristia.
E entendo perfeitamente que, ao longo dos séculos, as sucessivas gerações de fiéis tenham vindo a concretizar essa piedade eucarística.
Umas vezes com práticas multitudinárias, professando publicamente a sua fé; outras, com gestos silenciosos e calados, na sagrada paz do templo ou na intimidade do coração.

Antes de mais, devemos amar a Santa Missa, que deve ser o centro do nosso dia.
Se vivemos bem a Missa, como não havemos depois de continuar o resto da jornada com o pensamento no Senhor, com o desejo ardente de não nos afastarmos da sua presença, para trabalhar como Ele trabalhava e amar como Ele amava?
Aprendemos então a agradecer ao Senhor essa sua outra delicadeza: não quis limitar a sua presença ao momento do Sacrifício do Altar, mas decidiu permanecer na Hóstia Santa que se reserva no Tabernáculo, no Sacrário.

Dir-vos-ei que, para mim, o Sacrário foi sempre Betânia, o lugar tranquilo e aprazível onde está Cristo, onde Lhe podemos contar as nossas preocupações, os nossos sofrimentos, as nossas aspirações e as nossas alegrias, com a mesma simplicidade e naturalidade com que aqueles seus amigos Marta, Maria e Lázaro lhe falavam.
Por isso, ao percorrer as ruas de alguma cidade ou de alguma aldeia, alegra-me descobrir, ainda que ao longe, a silhueta duma igreja: é um novo Sacrário, mais uma ocasião para deixar a alma escapar-se para estar, em desejo, junto do Senhor Sacramentado.

155
          
Fecundidade da Eucaristia

Quando o Senhor na última Ceia instituiu a Sagrada Eucaristia, era de noite, o que - comenta S. João Crisóstomo - manifestava que os tempos tinham sido cumpridos.
Caía a noite sobre o mundo, porque os velhos ritos, os antigos sinais da misericórdia infinita de Deus para com a humanidade iam realizar-se plenamente, abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova Páscoa.
A Eucaristia foi instituída durante a noite, preparando de antemão a manhã da Ressurreição.

Também nas nossas vidas temos de preparar essa alvorada.
Tudo o, que é caduco, o que é prejudicial, o que não serve - o desânimo, a desconfiança, a tristeza, a cobardia - tudo isso tem de ser deitado fora.
A Sagrada Eucaristia introduz a novidade divina nos filhos de Deus e devemos corresponder in novitate sensus, com uma renovação de todo o nosso sentir e de todo o nosso agir.
Foi-nos dado um novo princípio de energia, uma raiz poderosa, enxertada no Senhor.
Não podemos voltar à antiga levedura, nós que temos o Pão de agora e de sempre.

156
          
Nesta festa, em cidades de um extremo ao outro da Terra, os cristãos acompanham em procissão o Senhor que, escondido na hóstia, percorre as ruas e praças - como durante a sua vida terrena - aparecendo aos que O querem ver, vindo ao encontro dos que O não procuram. Jesus aparece assim, uma vez mais, no meio dos seus.
Como reagimos perante esse chamamento do Mestre?

As manifestações externas de amor devem nascer do coração e prolongar-se com o testemunho da conduta cristã.
Se fomos renovados com a recepção do Corpo do Senhor, temos de o manifestar com obras.
Que os nossos pensamentos sejam sinceros: de paz, de entrega, de serviço.
Que as nossas palavras sejam verdadeiras, claras, oportunas; que saibam consolar e ajudar, que saibam sobretudo levar aos outros a luz de Deus.
Que as nossas acções sejam coerentes, eficazes, acertadas: que tenham esse bonus odor Christi , o bom odor de Cristo, por recordarem o seu modo de Se comportar e de viver.

A procissão do Corpo de Deus torna Cristo presente nas aldeias e cidades do mundo.
Mas essa presença, repito, não deve ser coisa de um dia, ruído que se ouve e se esquece.
Essa passagem de Jesus lembra-nos que temos também de descobri-Lo nos nossos afazeres quotidianos.
A par da procissão solene desta quinta-feira deve ir a procissão silenciosa e simples da vida corrente de cada cristão, homem entre os homens, mas com a felicidade de ter recebido a fé e a missão divina de se comportar de tal modo que renove a mensagem do Senhor sobre a Terra. ão nos faltam erros, misérias, pecados.
Mas Deus está com os homens, e temos de nos dispor a que se sirva de nós e se torne contínua a sua passagem entre as criaturas.

Vamos, pois, pedir ao Senhor que nos conceda sermos almas de Eucaristia, que a nossa relação pessoal com Ele se traduza em alegria, em serenidade, em desejo de justiça.
E facilitaremos aos outros o trabalho de reconhecer Cristo, contribuiremos para colocá-lo no cume de todas as actividades humanas.

Cumprir-se-á a promessa de Jesus: Eu, quando for levantado sobre a terra, atrairei tudo a mim.

(cont)


Temas para meditar

A força do Silêncio, 72


O silêncio contemplativo é o silêncio com Deus.

Consiste em aderir a Deus, apresentar-se expor-se diante de Deus, oferecer-se-Lhe, anular-se n’Ele, adorá-Lo, amá-Lo, escutá-Lo, ouvi-Lo e descansar n’Ele.

É esse o silêncio da eternidade, a união da alma a Deus.


CARDEAL ROBERT SARAH

Doutrina – 381

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo

159. Porque é que a Igreja é designada templo do Espírito Santo?


Porque o Espírito Santo reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabeça e nos seus membros; para além disso, Ele edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas.




«O que o nosso espírito, quer dizer, a nossa alma, é para os nossos membros, o Espírito Santo é-o para os membros de Cristo, para o corpo de Cristo, que é a Igreja» (S. Agostinho).

Hoy el reto del amor es hacer un cambio en tu vida

CAMBIO DE ARMARIO


Ayer Lety nos dio el día entero para recoger y limpiar nuestras celdas a fondo. A todas nos llenó de ilusión, nos apetecía mucho, así que, nada más llegar del desayuno, nos pusimos a ello, cada una en la suya.

Recoger, ordenar, limpiar, cambiar esto de aquí a allá... y al fin llegué al cambio de armario. Sí, sí, ya va haciendo más calor, así que me apetecía un montón sacar la ropa de verano y guardar la de invierno.

Esto, que parece algo tan sencillo, en realidad es un cambio en tu vida, un cambio que genera ilusión ante el inicio de la nueva etapa que ya ha llegado. Cada mañana, al abrir el armario, tienes la sensación de estar de estreno.

Y así, de la misma manera, quiere irrumpir Cristo cada día en nuestras vidas. Él te regala salir de tu invierno y vivir de estreno un día nuevo; de ti depende hacer el cambio o quedarte en la etapa anterior.

Jesús llamó a salir del invierno a Zaqueo invitándose a cenar en su casa; o a Mateo con tan sólo una mirada; o a Pedro, diciéndole que le siguiera... y así podríamos seguir infinitamente hasta llegar a ti.

También a ti quiere sacarte de tu invierno, quiere hacer contigo el cambio de armario y comenzar juntos una vida nueva. Y es que todo su deseo es verte feliz, que te sientas a gusto y con vida.

Hoy el reto del amor es hacer un cambio en tu vida. Hoy deja en sus manos la etapa anterior, y permítele sugerirte un cambio. Haz un pequeño cambio que represente tu deseo de dejarte cambiar por Él.

Y tú, ¿hoy vas de estreno?


VIVE DE CRISTO

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?