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Oração de graças

Elevo os olhos ao Céu,
deixo aberto o coração,
levanto os braços p’ra Ti,
e deixo que a oração
brote como água fresca,
bem viva,
dentro de mim!

Não me refugio num canto,
não fujo em qualquer viagem,
mas deixo que o Espírito Santo,
me ilumine, me guie,
me dê coragem,
para dizer-Te olhos nos olhos:
Jesus, Senhor, eu amo-Te!

Um vento forte,
impetuoso,
irrompe na minha vida,
move o meu coração,
varre o sofrimento e a dor,
e grita forte aos meus ouvidos:
Não temas!
Vive apenas o Meu amor!

E eu caio,
prostrado na vida,
não de dor,
nem de emoção,
mas em plena adoração,
para gritar bem alto:
Obrigado,
meu Deus e meu Senhor!



Monte Real, 11 de Julho de 2017
Joaquim Mexia Alves

O santo não nasce: forja-se

Tudo aquilo em que intervimos nós, os pobrezitos dos homens, mesmo a santidade, é um tecido de pequenas coisas que segundo a intenção com que se fazem podem formar uma tapeçaria esplêndida de heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. Oxalá tenhas sempre em muito apreço é a linha recta as coisas pequenas. (Caminho, 826)

O principal requisito que nos é pedido bem conforme com a nossa natureza consiste em amar: a caridade é o vínculo da perfeição; caridade que devemos praticar de acordo com as orientações explícitas que o próprio Senhor estabelece: amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente, sem reservarmos nada para nós. A santidade consiste nisto.


É bem certo que se trata de um objectivo elevado e árduo. Mas não se esqueçam de que o santo não nasce: forja-se no jogo contínuo da graça divina e da correspondência humana. Um dos escritores cristãos dos primeiros séculos adverte, referindo-se à união com Deus: Tudo o que se desenvolve começa por ser pequeno. Ao alimentar-se gradualmente, com constantes progressos, é que chega a ser grande. Por isso te digo que, se quiseres portar-te como um cristão coerente sei que estás disposto a isso, embora te custe tantas vezes vencer-te ou puxar por esse pobre corpo deves ter muito cuidado com os mais pequenos pormenores, porque a santidade que Nosso Senhor te exige atinge-se realizando com amor de Deus o trabalho e as obrigações de cada dia, que se compõem quase sempre de pequenas realidades. (Amigos de Deus, nn 67)

Fátima: Centenário - Oração Jubilar de Consagração


Salve, Mãe do Senhor,
Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima!
Bendita entre todas as mulheres,
és a imagem da Igreja vestida da luz pascal,
és a honra do nosso povo,
és o triunfo sobre a marca do mal.

Profecia do Amor misericordioso do Pai,
Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho,
Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo,
ensina-nos, neste vale de alegrias e dores,
as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.

Mostra-nos a força do teu manto protector.
No teu Imaculado Coração,
sê o refúgio dos pecadores
e o caminho que conduz até Deus.

Unido/a aos meus irmãos,
na Fé, na Esperança e no Amor,
a ti me entrego.
Unido/a aos meus irmãos, por ti, a Deus me consagro,
ó Virgem do Rosário de Fátima.

E, enfim, envolvido/a na Luz que das tuas mãos nos vem,
darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.


Ámen.

Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mt 10, 1-7

1 Jesus chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças. 2 São estes os nomes dos doze Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que o traiu. 5 Jesus enviou estes doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: «Não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. 6 Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7 Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto.

Comentário:

As instruções de Jesus são claras:

«Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel»

Parece muito lógico porque o Senhor procura, quer reaver o que está perdido, desorientado, sem caminho seguro.

Depois, sim, depois virão todos os outros de todos os lugares da terra porque por todos o Senhor deu a Sua Vida e Ressuscitou.

A partir da Sua Ressurreição todos os homens serão convertidos em filhos de Deus e, então sim, têm “direito” a conhecer o Reino, a Doutrina para terem pleno acesso à Fé que salva.

(AMA, comentário sobre Mt 10, 1-7, 15.03.2017)

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Epístolas de São Paulo – 104

Carta aos Hebreus - cap 14

IV. A FÉ PERSEVERANTE (10,19-12,29)

Apelo a evitar a apostasia


- 19 Temos, pois, irmãos, plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus. 20 Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade 21 e, tendo um Sumo Sacerdote à frente da casa de Deus, 22 aproximemo-nos dele com um coração sincero, com a plena segurança da fé, com os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água pura. 23 Conservemos firmemente a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. 24 Estejamos atentos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, 25 sem abandonarmos a nossa assembleia - como é costume de alguns - mas animando-nos, tanto mais quanto mais próximo vedes o Dia. 26 De facto, se pecamos deliberadamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, não nos resta nenhum sacrifício pelos pecados, 27 mas somente a terrível espera do julgamento e o ardor de um fogo que se prepara para devorar os rebeldes. 28 Se aquele que transgride a Lei de Moisés é, sem piedade, condenado à morte com base em duas ou três testemunhas, 29 quanto maior castigo pensais que merecerá o que tiver calcado aos pés o Filho de Deus, tiver considerado profano o sangue da aliança, pelo qual foi santificado, e tiver ultrajado o Espírito da graça? 30 Conhecemos, de facto, aquele que disse: A mim pertence a vingança; Eu é que retribuirei. E ainda: O Senhor julgará o seu povo. 31 É terrível cair nas mãos do Deus vivo! 32 Recordai os primeiros dias nos quais, depois de terdes sido iluminados, 33 suportastes a grande luta dos sofrimentos, tanto sendo expostos publicamente a insultos e tribulações, como sendo solidários com os que assim eram tratados. 34 Tomastes parte nos sofrimentos dos encarcerados, aceitastes com alegria a confiscação dos vossos bens, sabendo que possuís bens melhores e mais duradouros. 35 Não percais, pois, a vossa confiança, à qual está reservada uma grande recompensa. 36 Na realidade, tendes necessidade de perseverança, para que, tendo cumprido a vontade de Deus, alcanceis a promessa. 37 Pois ainda um pouco, de facto, um pouco apenas, e o que há-de vir, virá e não tardará. 38 O meu justo viverá pela fé, mas, se ele voltar atrás, a minha alma não encontrará nele satisfação. 39 Nós, porém, não somos daqueles que voltam atrás para a perdição, mas homens de fé para a salvação da nossa alma.

Reflectindo - 266

Alegria – 2

Forçosamente - quase - tenho de escrever sobre a alegria.

Porquê o "quase"?

Bom porque, em princípio, a alegria é o oposto da tristeza.

Mas estou triste?

Não!
Mas também não estou alegre!

É estranho?

Se é tenho de interrogar-me:
Tenho motivos para estar triste?
Não propriamente, porque nem chorar é uma manifestação de tristeza nem esta condiciona a minha vida.

E razões para estar alegre?

Ah! Isso tenho é muitas!

Inúmeras pessoas se preocupam comigo, me falam com frequência, se interessam, mostram a sua disponibilidade.
A tranquilidade económica é um factor muito importante, também.

Quero mais?

É aqui que bate o ponto.
Quero sempre mais, sinto-me credor de mais atenção, carinho, interesse.
Está visto, o que se passa comigo é um excessivo centrar-me em mim próprio.

Tenho, pois, a certeza que quando pensar mais nos outros que em mim, serei terei acesso permanente à alegria.



AMA, reflexões, 08.01.2017

Pequena agenda do cristão

Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)






Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?







Fátima: Centenário - Vida de Maria - 23



Centenário das aparições da Santíssima 

Virgem em Fátima


Os esponsais de Nossa Senhora


A VOZ DOS PADRES

«A menina ao crescer, quando já não era necessário amamentá-la, os seus pais apressaram-se a levá-la ao templo para a oferecer a Deus e cumprir, assim, a promessa que tinham feito. Os sacerdotes educaram-na no santuário, do mesmo modo que Samuel tinha sido educado[i]. Depois, quando se tornou uma adolescente, reuniram-se em conselho para decidir o que fazer daquele corpo santo sem ofender o Senhor. Pareceu um absurdo submetê-la às leis da natureza dando-a como esposa a um varão; pensavam que seria sacrílego que um homem se convertesse em dono do que tinha sido consagrado ao Senhor. Efectivamente, era conforme à lei que o varão se convertesse em dono da sua esposa».

«Por outro lado, a lei não permitia que uma mulher habitasse o templo junto dos sacerdotes e se mostrasse no interior do santuário, coisa contrária também à honestidade e à dignidade da lei. Após discutir esses problemas, tomaram uma decisão verdadeiramente inspirada: confiá-la, sob a forma de um matrimónio, a um homem que oferecesse todas as garantias de respeito pela sua virgindade».

«Encontrou-se em José o homem adequado para aquela situação. Além disso, era da mesma tribo e família da Virgem. Seguindo o conselho dos sacerdotes, José desposou a donzela, mas a relação matrimonial ficou excluída daquelas núpcias».

São Gregório de Nisa (séc. IV), Homilia sobre a Natividade do Senhor (PG 46, 1140 A-B).




[i] cfr. 1 Sam 1, 24 ss