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Epístolas de São Paulo – 103

Carta aos Hebreus - cap 10

3. RECAPITULAÇÃO: O SACRIFÍCIO DE CRISTO SUPERIOR AO DE MOISÉS (10,1-18)

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Eficácia do sacrifício de Cristo


- 11 Todo o sacerdote se apresenta diariamente para oferecer o culto, oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem apagar os pecados. 12 Cristo, porém, depois de oferecer pelos pecados um único sacrifício, sentou-se para sempre à direita de Deus, 13 esperando, por último, que os seus inimigos sejam postos como estrado dos seus pés. 14 De facto, com uma só oferta, Ele tornou perfeitos para sempre os que são santificados. 15 É o que o Espírito Santo também nos atesta. De facto, depois disse: 16 Esta é a aliança que estabelecerei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: ‘Porei as minhas leis nos seus corações e gravá-las-ei nas suas mentes; 17 e não mais me recordarei dos seus pecados nem das suas iniquidades.’ 18 Ora, onde há perdão dos pecados, já não há necessidade de oferenda pelos pecados. 

Temas para meditar - 715

Respeitos humanos

O Senhor tinha louvado em repetidas ocasiões os que se aproximavam d’Ele confessando a sua Fé como a hemorroíssa, o centurião, a mulher cananeia ou S. Pedro. 

Mas neste momento de tensão esses judeus principais não têm coragem de a confessar publicamente; deixam-se vencer pelo medo de serem excomungados da comunidade judaica e de se enfrentarem com graves dificuldades na sociedade.

Bíblia Sagrada Fac. Teol. Univ. Navarra Coment. Jo 12 42-43,

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Evangelho e Comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mt 9, 9-13

9 Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou-se e seguiu-o. 10 Encontrando-se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos. 11 Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?» 12 Jesus ouviu-os e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. 13 Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»

Comentário:

É o próprio Mateus que relata o seu encontro com Jesus.

Encontro, talvez fortuito, mas definitivo e decisivo para a sua vida.

Será que – podemos perguntar-nos – já teria ouvido falar de Jesus? Estaria à espera de O encontrar?

Podemos pensar que sim porque o Senhor acaba sempre por Se encontrar com aqueles que O procuram e que, talvez, a indecisão tolha de dar o “passo em frente”.

Um dos resultados deste chamamento – e de o mesmo ter sido prontamente aceite – foi a presença dos colegas de profissão de Mateus no banquete em sua casa.
A simplicidade com que o Senhor os apelida de “pecadores” – como eram tidos pelos chefes do povo – não os ofende nem afasta, antes lhes confirma a sua vontade de emendar os erros, corrigir os maus procedimentos.

(AMA, comentário sobre Mt 9, 9-13, 14.03.2017)








O perigo é a rotina

"Nonne cor nostrum ardens erat in nobis, dum loqueretur in via?". – Não é verdade que sentíamos abrasar-se-nos o coração, quando nos falava caminho? Se és apóstolo, estas palavras dos discípulos de Emaús deviam sair espontaneamente dos lábios dos teus companheiros de profissão, depois de te encontrarem a ti no caminho da vida. (Caminho, 917)

Agrada-me falar de caminho, porque somos caminhantes, dirigimo-nos para a casa do Céu, para a nossa Pátria. Mas reparemos que um caminho, mesmo que um ou outro trecho apresente dificuldades especiais, mesmo que alguma vez nos obrigue a passar a vau um rio ou a atravessar um pequeno bosque quase impenetrável, habitualmente é simples, sem surpresas. O perigo é a rotina: supor que nisto, no que temos de fazer em cada instante, não está Deus, porque é tão simples, tão vulgar!

Iam os dois discípulos para Emaús. O seu caminhar era normal, como o de tantas outras pessoas que transitavam por aquelas paragens. E aí, com naturalidade, aparece-lhes Jesus e vai com eles, com uma conversa que diminui a fadiga. Imagi-no a cena: já bem adiantada a tarde. Sopra uma brisa suave. De um lado e de outro, campos semeados de trigo já crescido e as velhas oliveiras com os ramos prateados pela luz indecisa...

Jesus, no caminho! Senhor, que grande és Tu sempre! Mas comoves-me quando te rebaixas para nos acompanhares, para nos procurares na nossa lida diária. Senhor, concede-nos a ingenuidade de espírito, o olhar limpo, a mente clara, que permitem entender-Te, quando vens sem nenhum sinal externo da Tua glória.


Termina o trajecto ao chegar à aldeia e aqueles dois que – sem o saberem – tinham sido feridos no fundo do coração pela palavra e pelo amor do Deus feito homem, têm pena de que Ele se vá embora. Porque Jesus despede-se como quem vai para mais longe. Nosso Senhor nunca se impõe. Quer que O chamemos livremente, desde que entrevimos a pureza do Amor que nos meteu na alma. (Amigos de Deus, nn. 313–314)

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Fátima: Centenário - Vida de Maria - 18

Centenário das aparições da Santíssima 

Virgem em Fátima


Natividade




A VOZ DOS PADRES

«Chamava-se Joaquim; era da casa de David, rei e profeta; a sua mulher chamava-se Ana. Permaneceu sem filhos até à velhice, porque a sua esposa era estéril. E, no entanto, precisamente a ela estava reservada a honra a que, segundo a lei de Moisés, aspiravam todas as mulheres que dão à luz, honra que não tinha sido concedida a nenhuma mulher privada de filhos».

«Joaquim e Ana, com efeito, eram dignos de honra e de veneração, tanto em palavras como em obras; eram conhecidos como pertencentes à estirpe de Judá e de David, à descendência de reis. Quando se uniram as casas de Judá e de Levi, o ramo real e o sacerdotal ficaram misturados. Assim está escrito tanto a respeito de Joaquim como a respeito de José, com quem se desposou a Virgem santa. Deste último se afirma directamente que era da casa e tribo de David [i]; mas eram-no os dois: um, segundo a descendência natural de David, o outro, em virtude da lei segundo a qual eram levitas».

«Também a bem-aventurada Ana era de um ramo eleito da mesma casa. Isto significava de antemão que o rei que nasceria da sua filha seria sumo-sacerdote, enquanto Deus e enquanto homem. Entretanto, os veneráveis e estimados pais da Virgem, desconhecendo ainda o que neles se viria a realizar, sofriam uma grande dor pela falta de filhos, por causa da lei de Moisés e também pelas zombarias de alguns homens néscios. Desejavam o nascimento de um descendente que apagasse a ignomínia e lhes devolvesse a honra diante dos seus olhos e diante do mundo inteiro».

«Então a bem-aventurada Ana, como aquela outra Ana mãe de Samuel [ii], foi ao templo e suplicou ao Criador do universo que lhe concedesse um fruto das suas entranhas, com o voto de o consagrar, por o ter recebido como dom. O bem-aventurado Joaquim também não estava inactivo, e pedia a Deus que o livrasse da falta de filhos».

«O Rei benigno, o Autor generoso de todos os dons, escutou a oração do justo e enviou um anúncio aos dois cônjuges. Primeiro mandou uma mensagem a Joaquim enquanto rezava no templo. Fez-lhe ouvir uma voz do Céu que lhe dizia: "Terás uma filha que será glória, não só para ti, mas para o mundo inteiro". Este mesmo anúncio foi feito à bem-aventurada Ana; ela não cessava de rezar a Deus com lágrimas ardentes. Também a ela foi enviada a mensagem da parte de Deus, no jardim onde oferecia sacrifícios com petições e orações ao Senhor. O anjo de Deus veio junto dela e disse-lhe: "Deus escutou a tua oração; darás à luz aquela que será o anúncio da alegria e chamá-la-ás Maria, porque d’Ela nascerá a salvação do mundo"».

«Depois da mensagem teve lugar a gravidez; e da estéril Ana nasceu Maria, luz para todos: com efeito, assim se traduz o nome de Maria: "a que ilumina". Então os veneráveis pais da feliz e santa menina ficaram cheios de uma grande alegria. Joaquim organizou um banquete e convidou todos os seus vizinhos, sábios e ignorantes e todos deram glória a Deus, que tinha feito para eles um grande prodígio».

«Deste modo, a angústia de Ana transformou-se numa glória mais sublime, a glória de se converter na porta da porta de Deus, porta da Sua vida e começo da Sua gloriosa conduta».

 Vida de Maria atribuída a SÃO Máximo, O Confessor (século VII).[iii]




[i] cfr. Mt 1, 16; Lc 1, 27
[ii] cfr. 1 Sm 1, 11
[iii] Os factos expostos inspiram-se em escritos apócrifos, principalmente no "Protoevangelho de Santiago", que remonta ao século II.