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21/05/2017

Fátima: Centenário - Música


Centenário das aparições da Santíssima Virgem em Fátima

Louvando a Santíssima Virgem - Corona Vocallis



 


Neste mês de Maio a ti excelsa Mãe de Deus e nossa Mãe, te repetiremos sem cessar:

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum, benedicta tu in mullieribus et benedictus fructis ventris tui, Jesus.













Santa Maria, Mater Dei, ora pro nobis pecatoribus, nunc et in hora mortis nostra. Ámen.

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Fátima: Centenário - Oração jubilar de consagração


Salve, Mãe do Senhor,
Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima!
Bendita entre todas as mulheres,
és a imagem da Igreja vestida da luz pascal,
és a honra do nosso povo,
és o triunfo sobre a marca do mal.

Profecia do Amor misericordioso do Pai,
Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho,
Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo,
ensina-nos, neste vale de alegrias e dores,
as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.

Mostra-nos a força do teu manto protector.
No teu Imaculado Coração,
sê o refúgio dos pecadores
e o caminho que conduz até Deus.

Unido/a aos meus irmãos,
na Fé, na Esperança e no Amor,
a ti me entrego.
Unido/a aos meus irmãos, por ti, a Deus me consagro,
ó Virgem do Rosário de Fátima.

E, enfim, envolvido/a na Luz que das tuas mãos nos vem,
darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.


Ámen.

Auxílio dos cristãos

"Auxilium christianorum!", Auxílio dos cristãos!, reza com plena segurança a ladainha loretana. Já experimentaste repetir essa jaculatória nos teus transes difíceis? Se o fizeres com fé, com ternura de filha ou de filho, verificarás a eficácia da intercessão da tua Mãe Santa Maria, que te levará à vitória. (Sulco, 180)

É a hora de recorreres à tua Mãe bendita do Céu, para que te acolha nos seus braços e te consiga do seu Filho um olhar de misericórdia. E procura depois fazer propósitos concretos: corta de uma vez, ainda que custe, esse pormenor que estorva e que é bem conhecido de Deus e de ti. A soberba, a sensualidade, a falta de sentido sobrenatural aliar-se-ão para te sussurrarem: isso? Mas se se trata de uma circunstância tonta, insignificante! Tu responde, sem dialogar mais com a tentação: entregar-me-ei também nessa exigência divina! E não te faltará razão: o amor demonstra-se especialmente em coisas pequenas. Normalmente, os sacrifícios que o Senhor nos pede, os mais árduos, são minúsculos, mas tão contínuos e valiosos como o bater do coração.


Quantas mães conheceste como protagonistas de um acto heróico, extraordinário? Poucas, muito poucas. E contudo, mães heróicas, verdadeiramente heróicas, que não aparecem como figuras de nada espectacular, que nunca serão notícia – como se diz – tu e eu conhecemos muitas: vivem sacrificando-se a toda a hora, renunciando com alegria aos seus gostos e passatempos pessoais, ao seu tempo, às suas possibilidades de afirmação ou de êxito, para encher de felicidade os dias dos seus filhos. (Amigos de Deus, 134)

Evangelho e comentário


Tempo de Páscoa


Evangelho: Jo 14, 20-21

20Nesse dia, compreendereis que Eu estou no meu Pai, e vós em mim, e Eu em vós. 21Quem recebe os meus mandamentos e os observa esse é que me tem amor; e quem me tiver amor será amado por meu Pai, e Eu o amarei e hei-de manifestar-me a ele.»

Comentário:

Não há qualquer dúvida em considerar o Evangelho escrito por São João como o Evangelho do amor!

Ele próprio, que foi amado por Jesus tão intensamente que lhe confiou a Sua própria Mãe, sabe que o amor “move montanhas”, transforma os homens, se, na raiz da sociedade humana, trará a paz, a concórdia o bem comum.

Sabe muito bem que ao retribuir o amor que Deus nos tem, estamos a fazer, não só um acto de justiça – amor com amor se paga – mas a assegurar a nossa vida em Deus e para Deus.

(AMA, comentário sobre Jo 14, 20-21, 10.01.2017)





Leitura espiritual

A CIDADE DE DEUS

Vol. 2

LIVRQ XIV

CAPÍTULO VIII

As três perturbações que os estóicos dizem haver na alma do sábio, com exclusão da dor ou da tristeza, que a fortaleza de alma devem considerar com o uma virtude.

Aquilo que os gregos chamam εύπαθείας, e a que Cícero chama em latim constantia, reduzem os estóicos a três «perturbações» da alma do sábio, pondo a vontade em lugar do desejo, o gozo em lugar da alegria e a precaução em lugar do temor. quanto à «doença» ou «dor», a que temos preferido chamar «tristeza» para evitar a ambiguidade, negaram eles que possa existir na alma do sábio. Dizem eles que a vontade aspira ao bem que o sábio pratica; que o gozo nasce da posse do bem que o sábio encontra em toda a parte; que a precaução evita o mal que o sábio deve evitar. quanto à tristeza ela diz respeito ao mal já sucedido — e, como são de parecer que nenhum mal pode acontecer ao sábio, julgam impossível que alguma destas coisas subsista na sua alma. É assim que eles falam: querer, gozar, precaver — apenas ao sábio pertencem; desejar, alegrar-se, temer, contristar-se — são próprios apenas do insensato. Aqueles três afectos são as «permanências» (constantiae); os quatro seguintes são, na opinião de Cícero, «perturbações» (perturbationes) ou, como lhes chama a maioria, «paixões» (passiones). Mas em grego, como disse, aquelas três chamam-se εύπάθειαι, e estas quatro πάθη.

Procurei saber, com a diligência que me foi possível, se esta m aneira de falar tinha correspondente nas Sagradas Escrituras e o que nelas encontrei foi este dito do profeta:

Não há gozo para os ímpios, diz o Senhor,[i]

com o se os ímpios pudessem no mal experimentar mais gozo do que alegria, pois o gozo é propriamente dos bons e piedosos. Por sua vez esta frase do Evangelho:

Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o também a eles,[ii]

parece ter este significado: ninguém pode querer qualquer coisa de mau ou vergonhoso, mas apenas desejá-la. E, por causa da frequência desta expressão, acabaram alguns intérpretes por acrescentar à frase a palavra bens (bona), ficando assim:

Todos os bens que quiserdes que os homens vos façam.[iii]

Pensaram esses intérpretes que desta forma evitavam que alguém pudesse desejar ser obsequiado com coisas desonestas tais como — para não falarmos de outras mais torpes — banquetes licenciosos e pudesse pensar que, correspondendo com coisas semelhantes, cumpria este preceito. Mas no Evangelho grego, donde se traduziu para latim, não se lê a palavra bens (bona) mas apenas:

Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o também a eles.[iv]

Creio que ao dizer «quiserdes» (vultis), o Evangelho quis com isto dizer «bens» (bona) pois não disse «desejardes» (cupitis).

Nem sempre é preciso refrear a nossa língua com esta propriedade de termos; mas um a vez por outra convém falar com propriedade; quando lemos os autores cuja autoridade não nos é permitido afastar, tomemos as suas palavras no sentido próprio sempre que uma correcta interpretação não nos mostrar outra saída. Tais são as passagens que, como exemplos, tiramos do Profeta ou do Evangelho. Quem é que na verdade ignora que os ímpios exultam de alegria? E, todavia,

não há gozo para os ímpios, diz o Senhor.[v]

£ porquê, senão porque «gozar» é algo de diferente ao tomar-se a palavra no sentido próprio e restrito? Pela mesma razão quem poderá negar que não é justo o m andamento dado aos homens para que façam aos outros o que eles desejam que se lhes faça — para que não se deleitem mutuamente com a torpeza do prazer ilícito? E, todavia, é justíssimo e muito salutar este preceito:

Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o também a eles.[vi]

E porque é que assim é senão porque desta passagem se usou no sentido próprio da palavra «vontade» que não pode ser tomada em mau sentido? Numa linguagem mais corrente, — que é a mais frequente na conversação habitual — não se diria:

Evitai toda a mentira,[vii]

se não houvesse também uma vontade má, distinta pela sua perversão daquela que os anjos proclamaram ao dizer:

Paz na terra aos homens de boa vontade.[viii]

Seria, de facto, uma redundância acrescentar bonae (de boa) se a vontade só pudesse ser boa. Teria o Apóstolo feito um grande elogio da caridade ao dizer que ela não se regozija com a iniquidade se a mentira não experimentasse esse prazer?

Os escritores profanos em pregam indiferentemente estas palavras. Efectivamente, o tão brilhante orador que foi Cícero diz:

Desejo, padres conscritos, mostrar-me clemente.[ix]

Uma vez que ele em prega a palavra cupio (desejo) no bom sentido, haverá alguém tão ignorante que entenda que ele não devia ter dito cupio (desejo) mas volo (quero)? Em Terêncio, pelo contrário, um adolescente libertino, ardendo em insana lascívia, diz:

Nada mais quero que Filumena.[x]

A esta resposta de um seu servo mais sensato mostra bem que esta vontade é um capricho sensual, ao dizer, realmente, ao seu senhor:

Quão melhor seria para ti, se te esforçasses por arrancar
do teu coração esse amor, do que inutilmente assanhares a tua sensualidade com tais propósitos.
[xi]

E que estes escritores em pregaram a palavra gozo também no m au sentido, testemunha-no-lo o verso Vergiliano que tão concisamente resume estas quatro «perturbações»:

Por isso temem e desejam, lamentam-se e gozam.[xii]

O mesmo escritor refere ainda

os prazeres perversos do espírito.[xiii]

Assim querem, precavêem-se e gozam, ou, dizendo o mesmo por outras palavras, assim desejam, receiam e se alegram tanto os bons com o os maus; mas os primeiros bem e os últimos mal, conforme têm uma recta ou perversa vontade.

A própria tristeza, em substituição da qual os estóicos nada admitem na alma do sábio, também ela é empregada no bom sentido, sobretudo nos nossos escritores. Assim o Apóstolo louva os Coríntios por se terem contristado como a Deus apraz. Mas talvez alguém venha dizer que o Apóstolo se congratulou com eles porque se entristeceram por arrependimento — e tal tristeza só nos que pecaram é que pode existir. Foi assim que ele disse:

Vejo que aquela carta vos contristou, embora por pouco tempo. Mas agora alegro-me, não por terdes estado tristes, mas porque essa tristeza é para emenda. Contristastes-vos realmente como a Deus apraz, sem da minha parte sofrerdes qualquer pena. Porque a tristeza como a Deus apraz produz um salutar arrependimento que não é de desprezar ao passo que a tristeza do mundo produz a morte. Eis como essa tristeza, como a Deus apraz, produz em vós tão grande empenho![xiv]

A isto podem os estóicos responder, em defesa dos seus pontos de vista, que a tristeza parece que é útil para cada um se arrepender de ter pecado — mas que ela não pode existir na alma do sábio pois que esta não cai em pecado cujo arrependimento o entristeceria, ou em qualquer outro mal cujo sentimento o poderia contristar. Conta-se também que Alcibíades (se não me falha a memória do nome da pessoa), que se considerava feliz, chorou quando Sócrates, num a discussão, o convenceu de que era infeliz porque era estulto. Esta estultícia foi, portanto, para ele a causa de uma tristeza útil e desejável que leva o homem a afligir-se por ser o que não deve ser. Mas os estóicos dizem que quem não pode nunca estar triste é o sábio, e não o estulto.


(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Isaías, LVII, 21.
[ii] Mt., VII, 12.
[iii] Ibid.
[iv] Ibid.
[v] Isaías, LVII, 21.
[vi] Mt., VII, 12.
[vii] Ecles., VII, 14.
[viii] Lc, II, 14.
[ix] Cícero, Catilina, I, II, 4.
[x] Terêncio, Andria, Act. II, sc. 1, v. 306.
[xi] Id. Ib. w. 307-309.
[xii] Vergílio, Eneida, VI, 733.
[xiii] Id. Ib., 278.
[xiv] II Corint., 8-11.

Epístolas de São Paulo – 82

2ª Carta a Timóteo

Das três Cartas Pastorais, esta é a que contém mais informações de ordem pessoal, quer no que diz respeito a Paulo (1,12.15-18; 3,10; 4,6-8.16-18), quer aos seus destinatários (1,5; 2,17; 3,15; 4,9-15.19-22). Estes elementos, aliados ao facto de ser esta a Carta Pastoral que menos se afasta do estilo paulino, constituem um sério argumento em favor de uma autoria, pelo menos parcial, do Apóstolo, quer sob a forma de um escrito seu que tenha sido posteriormente completado, quer de indicações dadas a um secretário que se encarregou da redacção (ver Introdução às Cartas Pastorais, p. 1949-1950). De qualquer modo, na sua forma actual, esta Carta dificilmente pode ser atribuída a Paulo, na sua totalidade; os dados de natureza pessoal, habitualmente considerados fidedignos, podem ser fruto de informações orais sobre a última fase da vida do Apóstolo.

DIVISÃO E CONTEÚDO
A Carta tem a seguinte estrutura:
Saudação e acção de graças (1,1-5), que introduzem o tema central, enquadrado por duas exortações solenes a Timóteo, para que renove a graça do ministério pastoral que lhe foi confiado (1,6-18; 4,1-5).
Parte central: é um aprofundamento da missão de Timóteo (2,1-13), contraposta à dos falsos mestres (2,14-26) e exercida num ambiente de indiferença e hostilidade (3,1-17). O testemunho do próprio Paulo, que se sente já no crepúsculo de uma vida inteiramente dedicada ao Evangelho e espera concluí-la na fidelidade à sua missão (4,6-8), constitui exemplo e encorajamento para todos os pastores.

Conclusão: tem algumas recomendações e pedidos (4,9-18) e uma saudação final (4,19-22).

Doutrina – 306


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ

SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR»
«JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA»

85. Porque é que o Filho de Deus se fez homem?

O Filho de Deus encarnou no seio da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, por causa de nós homens e para nossa salvação, ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da natureza divina» [i].




[i] 2 Ped 1, 4

Tratado da vida de Cristo 161

Questão 54: Da qualidade de Cristo ressuscitado

Em seguida devemos tratar da qualidade de Cristo ressuscitado, E nesta questão discutem-se quatro artigos:

Art. 1 — Se Cristo depois da ressurreição tinha um verdadeiro corpo.
Art. 2 — Se o corpo de Cristo ressuscitou inteiro.
Art. 3 — Se o corpo de Cristo ressuscitou glorioso.
Art. 4 — Se o corpo de Cristo devia ressuscitar com cicatrizes.

Art. 1 — Se Cristo depois da ressurreição tinha um verdadeiro corpo.

O primeiro discute-se assim. Parece que Cristo depois da ressurreição não tinha um verdadeiro corpo.

1. — Pois, um corpo verdadeiro não pode coexistir com outro num mesmo lugar. Ora, o corpo de Cristo depois da ressurreição coexistiu com outro corpo num mesmo lugar; pois, foi ter com os seus discípulos, estando as portas fechadas, como refere o Evangelho. Logo, parece que Cristo, depois da ressurreição não teve um verdadeiro corpo.

2. Demais. — Um corpo verdadeiro não se desvanece aos olhos dos que o vêem, salvo se se corromper. Ora, o corpo de Cristo desvaneceu-se aos olhos dos discípulos que o contemplavam, como diz o Evangelho. Logo parece que Cristo depois da ressurreição não teve um verdadeiro corpo.

3. Demais. — Todo corpo verdadeiro tem uma figura determinada. Ora, o corpo de Cristo apareceu aos discípulos, de outra forma, como está claro no Evangelho. Logo, parece que Cristo, depois da ressurreição, não tinha um corpo verdadeiramente humano.

Mas, em contrário, diz o Evangelho, que tendo Cristo aparecido aos discípulos, eles achando-se perturbados e espantados, cuidavam que viam algum espírito, por pensarem que tinha um corpo, não verdadeiro, mas fantástico. E para sossegá-los Cristo depois acrescentou: Apalpai e vê de que um espírito não tem carne nem ossos como vós vedes que eu tenho. Logo, não tinha um corpo fantástico, mas verdadeiro.

Como diz Damasceno, ressuscitar é próprio de quem caiu. Ora, o corpo de Cristo caiu pela morte, por dele se ter separado a alma, que era a sua perfeição formal. Por isso, para ser verdadeira a ressurreição de Cristo, era necessário que o próprio corpo de Cristo de novo se lhe unisse à alma. E como a verdadeira natureza do corpo lhe advém da forma, consequentemente, o corpo de Cristo, depois da ressurreição, tanto foi um corpo verdadeiro, como tinha a mesma natureza de antes. Se, ao contrário o seu corpo fosse fantástico, a ressurreição não teria sido verdadeira, mas aparente.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — O corpo de Cristo. depois da ressurreição, não por milagre, mas pela sua condição gloriosa - dizem alguns — foi ter com os discípulos, estando as portas fechadas, ocupando simultaneamente com outro corpo o mesmo lugar. O facto, porém, de poder o corpo glorioso, em virtude de uma propriedade que lhe seja inerente, coexistir com outro corpo num mesmo lugar, será discutido mais adiante, quando tratarmos da ressurreição geral. Mas agora, no caso vertente, basta dizermos que não foi pela natureza do corpo de Cristo, mas antes em virtude da divindade que lhe estava unida, que chegou até os discípulos, embora fosse verdade que entrou estando as portas fechadas. Por isso diz Agostinho, num Sermão pascal, que alguns disputam e perguntam como, sendo realmente corpo o que morreu na cruz e ressuscitou do sepulcro, pôde entrar estando as portas fechadas? E responde: Se compreenderes o modo, verás que não houve nenhum milagre. O que a razão não alcança a fé nos faz aceitar. E noutro lugar: Ao corpo material, ao qual estava unida a divindade, não podiam portas fechadas constituir um obstáculo; pois, quem nasceu, sem causar detrimento à inviolabilidade da virgindade materna, bem podia também entrar por portas fechadas. E o mesmo diz Gregório numa homilia.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Como dissemos, Cristo ressuscitou para a vida imortal da glória. Ora, por disposição o corpo glorioso é espiritual, isto é, sujeito do espírito, como diz o Apóstolo. Mas, para um corpo ser plenamente sujeito do espírito é necessário que a totalidade da sua ação esteja sujeita à vontade do espírito: Por outro lado, é pela acção do objecto visível sobre a vista, que nós o vemos, como está claro no Filósofo. Donde, quem quer que tenha um corpo glorificado tem o poder de ser visto quando quiser e, quando não quiser, o de não o ser. Ora, Cristo, não só pela condição do corpo glorioso, mas também por virtude da divindade - que pode tornar milagrosamente invisíveis mesmo os corpos — teve esse poder. Tal o caso de S. Bartolomeu, a quem foi milagrosamente concedido o poder de se tornar visível ou não, conforme o quisesse. E diz a Escritura que Cristo se desvaneceu aos olhos dos discípulos, não por se ter decomposto ou resolvido num ser invisível, mas que, por vontade sua, se lhes desapareceu aos olhares, ou estando ainda presente, ou por ter se separado deles pelo dom da agilidade.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como diz Severiano num Sermão pascal, ninguém deve pensar que Cristo, com a sua ressurreição, mudou a forma do seu corpo. O que se deve entender da disposição dos membros, pois nada de desordenado e disforme havia no corpo de Cristo, concebido pelo Espírito Santo, que devesse ser corrigido na ressurreição. Nesta, somente recebeu a glória da claridade. Por isso no mesmo lugar se acrescenta: Mas, a sua figura mudou, tornando-se de mortal, imortal; de modo que assim adquiriu uma figura gloriosa, sem perder nada da sua substância real. — Nem, contudo apareceu aos discípulos sob forma gloriosa; mas, como estava no seu poder tornar o seu corpo visível ou invisível, assim também tinha o poder de manifestar-se aos olhos dos que o contemplavam sob forma gloriosa, não gloriosa ou ainda mista, ou de qualquer outro modo. Ora, basta uma pequena diferença para parecermos diferentes do que somos

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?