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08/04/2017

Fátima: Centenário - Poemas

MÃE SEMPRE VIRGEM

Na Lei Antiga a voz da Profecia
«Horto fechado» à Mãe de Deus chamava
Porque Jesus o seio de Maria,
Nascendo, inviolável consagrava.

Dócil e humilde, a Virgem repetia
Que era de Deus omnipotente a escrava,
E sempre Virgem Deus a instituía
E do mundo Rainha a proclamava.

Jardim do Céu que dá os brancos lírios
E as rosas da cor rubra dos martírios
Que devem coroar as Virgens puras,
Maria impera, bela e imaculada,
De Anjos e Virgens sempre rodeada…
Glória a Deus sobre a terra e nas alturas!

Visconde de Montelo, Paráfrase da Ladainha Lauretana, 1956 [i]



[i] Cónego Manuel Nunes Formigão
1883 - Manuel Nunes Formigão nasce em Tomar, a 1 de Janeiro. 1908 - É ordenado presbítero a 4 de Abril em Roma. 1909 - É laureado em Teologia e Direito Canónico pela Universidade Gregoriana de Roma. 1909 - No Santuário de Lourdes, compromete-se a divulgar a devoção mariana em Portugal. 1917 - Nossa Senhora aceita o seu compromisso e ele entrega-se à causa de Fátima. 1917 / 1919 - Interroga, acompanha e apoia com carinho os Pastorinhos. - Jacinta deixa-lhe uma mensagem de Nossa senhora, ao morrer. 1921 - Escreve o livro: "Os Episódios Maravilhosos de Fátima". 1922 - Integra a comissão do processo canónico de investigação às aparições. 1922 - Colabora e põe de pé o periódico "Voz de Fátima". 1924 - A sua experiência de servita de Nossa Senhora em Lurdes, leva-o a implementar idêntica actividade em Fátima. 1928 - Escreve a obra mais importante: "As Grandes Maravilhas de Fátima". 1928 - Assiste à primeira profissão religiosa da Irmã Lúcia, em Tuy. Ela comunica-lhe a devoção dos primeiros sábados e pede-lhe que a divulgue. 1930 - Escreve "Fátima, o Paraíso na Terra". 1931 - Escreve "A Pérola de Portugal". 1936 - Escreve " Fé e Pátria". 1937 - Funda a revista "Stella". 1940 - Funda o jornal "Mensageiro de Bragança". 1943 - Funda o Almanaque de Nossa Senhora de Fátima. 1954 – Muda-se para Fátima a pedido do bispo de Leiria-Fátima 1956 - Escreve sonetos compilados na "Ladainha Lauretana". 1958 – Morre em Fátima. 06/01/1926 - Funda a congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima. 11/04/1949 – A congregação por ele fundada é reconhecida por direito diocesano. 22/08/1949 – Primeiras profissões canónicas das Religiosas. 16/11/2000 - A Conferência Episcopal Portuguesa concede a anuência por unanimidade, para a introdução da causa de beatificação e canonização deste apóstolo de Fátima. 15/09/2001 - Festa de Nossa Senhora das Dores, padroeira da congregação - É oficialmente aberto o processo de canonização do padre Formigão. 16/04/2005 – É oficialmente encerrado e lacrado o processso de canonização do padre Formigão.
Fátima, 28 Jan 2017 (Ecclesia) – Decorreu hoje a cerimónia de trasladação dos restos mortais do padre Manuel Nunes Formigão, conhecido como 'o apóstolo de Fátima, do cemitério local para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores.
A celebração de trasladação deste sacerdote e servo de Deus começou com uma concentração, rua Francisco Marto, 203, com centenas de pessoas, seguida de saída para o cemitério da Freguesia de Fátima.
Na eucaristia inserida neste evento, na Basílica da Santíssima Trindade, do Santuário de Fátima, D. António Marto destacou uma figura que "se rendeu ao mistério e à revelação do amor de Deus, da beleza da sua santidade tal como brilhou aos pastorinhos de Fátima".
O bispo de Leiria-Fátima recordou ainda o padre Manuel Formigão como alguém que "captou de uma maneira admirável para o seu tempo, a dimensão reparadora da vivência da fé tão sublinhada na mensagem de Fátima".

Nota de AMA:
Este livro de Sonetos foi por sua expressa vontade, depois da sua morte, devidamente autografado, entregue a meu Pai. Guardo o exemplar como autêntica relíquia.

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Fátima: Centenário - Oração Jubilar de Consagração


Salve, Mãe do Senhor,
Virgem Maria, Rainha do Rosário de Fátima!
Bendita entre todas as mulheres,
és a imagem da Igreja vestida da luz pascal,
és a honra do nosso povo,
és o triunfo sobre a marca do mal.

Profecia do Amor misericordioso do Pai,
Mestra do Anúncio da Boa-Nova do Filho,
Sinal do Fogo ardente do Espírito Santo,
ensina-nos, neste vale de alegrias e dores,
as verdades eternas que o Pai revela aos pequeninos.

Mostra-nos a força do teu manto protector.
No teu Imaculado Coração,
sê o refúgio dos pecadores
e o caminho que conduz até Deus.

Unido/a aos meus irmãos,
na Fé, na Esperança e no Amor,
a ti me entrego.
Unido/a aos meus irmãos, por ti, a Deus me consagro,
ó Virgem do Rosário de Fátima.

E, enfim, envolvido/a na Luz que das tuas mãos nos vem,
darei glória ao Senhor pelos séculos dos séculos.


Ámen.

La libertad religiosa debe ser intocable

La libertad religiosa debe ser intocable y el aborto es «inmoral»: así opinan los ciudadanos de EEUU

Dos macroencuestas realizadas para los Caballeros de Colón muestran la tendencia del país
Una generación provida empuja con fuerza en Estados Unidos
La tendencia es clara. Estados Unidos es cada vez más provida y apuesta decididamente por defender a ultranza uno de los derechos de los que siempre ha hecho gala: la libertad religiosa. Y este movimiento no se da porque se esté produciendo a golpe de decretos de los gobernadores o de la nueva administración Trump, sino que responde al sentir del estadounidense de la calle.

Que hay más conciencia a la hora de proteger la vida humana así como de la importancia de la religión en la vida del país ha quedado acreditado en dos macroencuestas realizadas por Marist Poll para los Caballeros de Colón, una asociación católica laica con 1,7 millones de euros y que realiza una importante labor social y asistencial.

El caro ataque a la vida y a la libertad religiosa de Obama y Hillary Clinton
El ataque de Obama y su administración a la libertad religiosa con su Obamacare y con el ofensivo informe de la Comisión de Derechos Civiles, o las declaraciones de Hillary Clinton sobre que una mujer debería poder abortar hasta el mismo día del parto, han sido aspectos clave que han podido llevar a los demócratas a sucumbir ante el polémico Donald Trump.

A la luz de los datos de la encuesta que mostraremos a continuación se entiende así que el nuevo presidente de Estados Unidos haya anunciado que va a suprimir la enmienda Johnson de 1954, que debe su nombre al entonces senador Johnson y más tarde presidente del país. Establecía que los credos religiosos y otras organizaciones exentas de impuestos no pueden posicionarse políticamente haciendo campaña o apoyando a candidatos a cargos políticos.


Las hermanitas de los pobres fueron demandadas por Obama y tras un largo periplo judicial finalmente las religiosas lograron vencer a la administración

La libertad religiosa, por encima de las leyes del gobierno
De este modo, la encuesta realizada a casi tres mil personas de EEUU, y con un margen de error de 1,9 puntos, afirma que nueve de cada diez estadounidenses considera la protección de la libertad religiosa como una prioridad. Desglosando esta cifra se observa que el 57% lo describe como una “prioridad inmediata” y un 32% como una “prioridad importante”.

Además, no se trata de una cuestión partidista puesto que el 51% de los que se declaran independientes, el 55% de los demócratas y el 66% de los republicanos hablaron de una “prioridad inmediata”.

Pero esta "prioridad inmediata" de la libertad religiosa, ¿hasta dónde llega? Según la encuesta, el 65% de los estadounidenses cree que este derecho debe ser protegido incluso cuando entre en conflicto con leyes del gobierno, frente al 25% que opina lo contrario. El resto se muestra indeciso.

Los estadounidenses, favorables al nombramiento de Gorsuch
Igualmente, los encuestados son partidarios a nombramientos como el del juez Gorsuch para ocupar el asiento vacante en el Supremo tras la muerte de Scalia. En este caso el 80% ve importante o muy importante que se nombren jueces para este cargo que hagan una interpretación de la Constitución tal y como la harían los que la redactaron.


La libertad religiosa es uno de los derechos más importantes para los ciudadanos de Estados Unidos

Recientemente, los Caballeros de Colón también publicaron otra encuesta realizada por el Marist Poll sobre el aborto. E igualmente mostraba una tendencia hacia los postulados provida a pesar de que la división en Estados Unidos es a día de hoy bastante grande en este aspecto.

Contra la financiación pública del aborto
Así, una mayoría abrumadora de los estadounidenses (un 83%) se muestra contrario a que se financien con sus impuestos los abortos en el mundo, dando así también legitimidad a una de las primeras medidas tomadas por Trump al llegar a la Casa Blanca consistente en cortar el grifo a grupos como Planned Parenthood para actuar en el extranjero.

Son mayoría, aunque no tan evidente (61%), los ciudadanos norteamericanos que también están en contra de que se financien abortos con fondos públicos en el interior de EEUU. En este caso, casi nueve de cada diez republicanos cortaría la financiación, por casi el 40% de los demócratas.

Por otro lado, aunque un 52% de los encuestados se declara pro-choice (proelección) frente a un 42% provida y un 6% de indecisos, la mayoría apuesta por poner límites y restricciones al aborto.  Para ello un 74% afirma que el aborto sea permitido como máximo al primer trimestre del embarazo y una mayoría pide que el Supremo avale estas restricciones.

Los escándalos de Planned Parenthood han mostrado la realidad del lobby abortista y del negocio millonario que rodea a estos grupos

Y yendo a otra dimensión, casi seis de cada diez estadounidenses (59%) cree que el aborto es moralmente incorrecto. Así lo afirman ocho de cada diez votantes de Trump por casi la mitad de los que votaron a Clinton.

"Alentador" para iniciar un nuevo diálogo sobre el aborto
Para Carl A. Anderson, caballero supremo de los Caballeros de Colón, “hay un consenso en los Estados Unidos a favor de las significativas restricciones al aborto y este denominador común está presente tanto en un partido como en el otro, e incluso entre un número importante de aquellos que son proelección”.

Por ello, añade el líder de esta agrupación católica, “esta encuesta muestra que un gran porcentaje de los estadounidenses, de ambos partidos, se encuentran unidos en su oposición al status quo en relación al aborto. Esto es alentador y puede ayudar a iniciar un nuevo diálogo nacional sobre el aborto”.


El momento es preciso. En la calle el movimiento provida va ganando fuerza y consiguiendo importantes victorias logrando cerrar numerosos abortorios en muchos de los estados de la unión. Y aunque aún queda mucho camino, con el nombramiento de Gorsuch en el Supremo, los provida son mayoría en la Corte existiendo además un Gobierno con importantes cargos que se han declarado abiertamente contra el aborto. Esta encuesta simplemente muestra una tendencia que se va acentuando día a día.

Leitura espiritual

A Cidade Deus
A CIDADE DE DEUS

Vol. 2


LIVRO X

CAPÍTULO XXX

Doutrinas de Platão refutadas e corrigidas por Porfírio.

Se, depois de Platão, se considera indigno corrigir-lhe qualquer opinião, porque é que o mencionado Porfírio lhe emendou algum as — e não de pouca monta? É questão totalmente certa que Platão escreveu que, após a morte, as almas dos homens voltam para os corpos, mesmo dos animais. Também Plotino, mestre de Porfírio, sustenta a mesma opinião: mas Porfírio, e com razão, rejeitou-a. É certo que admitiu o regresso das almas humanas, mas aos corpos de homens, não dos que elas tinham abandonado, mas a corpos novos. Envergonhava-se com certeza de aceitar aquela opinião: não admitia que uma mãe, regressada talvez ao corpo de uma mula, servisse de montada a seu filho; mas não se envergonhava de admitir isto: que uma mãe tornada jovem poderia, porventura, casar com o filho. Quão mais decente não será acreditar no que nos ensinaram os santos e verídicos anjos, no que nos disseram não só os profetas, animados do Espírito de Deus, mas também Aquele que os seus enviados anunciaram como sendo o Salvador que havia de vir, e ainda os apóstolos, seus enviados, que encheram a orbe da Terra com o Evangelho: quão mais decente, repito, não será acreditar no regresso, uma só vez, de cada alma ao corpo que lhe é próprio, do que todos esses regressos a corpos diferentes. Todavia, como disse, Porfírio emendou grande parte esta opinião ao sustentar que as almas humanas não podem cair senão nos corpos humanos, suprindo sem a menor hesitação as prisões animais.

Diz ele ainda que Deus concedeu uma alma ao mundo para que, conhecendo os males provenientes da matéria ela regresse ao Pai e fique liberta para o futuro das máculas de semelhante contacto. Há nisto com certeza algo de errado (pois a alma foi antes conferida ao corpo para fazer o bem; realmente, ela não chegaria a conhecer o mal se o não praticasse); mas Profírio corrigiu essa opinião dos outros platónicos, e não em pormenor de pouca monta, ao reconhecer que, uma vez purificada de todos os males e estabelecida com o Pai, a alma já não sofreria mais os males deste mundo. Não há dúvida de que, desta maneira, arruinou a doutrina eminentemente platónica, de um círculo perpétuo da morte à vida e da vida à morte. Mostra ainda a falsidade do que, à maneira platónica, disse Vergílio: que as almas enviadas após a sua purificação aos Campos Elíseos (nome que, segundo a fábula, parece designar as alegrias dos bem-aventurados) são levadas ao rio Letes, isto é, ao esquecimento do passado

para que afastadas de toda a recordação, olhem de novo para a abóbada celeste e comecem a querer voltar aos corpos.[i]

Tem razão Porfírio em afastar esta doutrina; é realmente uma loucura acreditar que nessa vida — que só será totalmente feliz se estiver absolutamente certa da sua eternidade — as almas desejam a ignomínia de corpos corruptíveis e se voltam para eles como se a purificação suprema tivesse por efeito voltar ao gosto da impureza. Se, realmente, a purificação perfeita produz o esquecimento de todos os males e se este esquecimento desperta o desejo dos corpos, onde de novo se enredam em males, então será certo que a suma felicidade se torna causa de infelicidade, a perfeita sabedoria causa de estultícia, a suprema purificação causa de imundícia.


E não será com a verdade que a alma será feliz, (seja qual for o tempo em que ela feliz for), se, para ser feliz, tem que ser enganada. Realmente, ela não será feliz se não se sentir em segurança; mas para se sentir em segurança, ela terá de crer na sua felicidade eterna falsamente, pois um dia voltará a ser infeliz. Aquele que tem a felicidade como causa do seu regozijo, como pode regozijar-se com a verdade? Porfírio bem o viu e disse que a alma purificada volta ao Pai para não ser dominada nunca mais com o poluído contacto dos maus. Enganaram -se, pois, alguns platónicos ao acreditarem nesse círculo, a bem dizer fatal, em que cada um do mesmo se afasta para ao mesmo voltar. Ainda que isto fosse verdade, que interesse haveria em sabê-lo? A não ser que os platónicos tenham a ousadia de se considerarem superiores a nós, porque nós ignoramos, já nesta vida, o que eles, com toda a sua purificação e sabedoria, estavam destinados a ignorar na outra vida melhor, ao encontrarem a felicidade na falsidade. Se isto constitui o maior dos absurdos e a maior das loucuras, evidentemente que a opinião de Porfírio deverá preferir-se à dos que imaginaram estes círculos das almas em que alternam perpetuamente a beatitude e a miséria. Se isto é assim, eis que temos um platónico que discorda, para
melhor, de Platão; eis um que viu o que este não viu. Tendo vindo depois de um tão grande mestre, não hesitou em corrigi-lo: ao homem preferiu a verdade.


CAPÍTULO XXXI

Contra o argumento dos platónicos de que a alma humana é coeterna com Deus.

Porque é então que, nestas questões que não podemos investigar com o engenho humano, não preferimos confiar na divindade que nos diz que a alma não é coeterna com Deus, mas foi por Ele criada, pois não existia? Para recusarem um tal acto de fé os platónicos apresentam esta razão que julgam pertinente: se um ser não foi sempre no passado, não poderá no futuro existir para sempre. Embora ao escrever acerca do mundo e dos deuses criados no mundo por Deus, Platão afirme com toda a clareza que eles começaram a existir e tiveram um começo, diz, todavia, que fim é que não terão, mas, por vontade omnipotente do seu autor, permanecerão no ser eternamente. Mas o certo é que eles têm a sua m aneira de compreender: não se trata de um começo de um tempo, mas de um começo de uma substituição. Dizem eles:

«Realmente, se um pé sempre se mantiver, desde toda a eternidade, sobre o pó, desde sempre estará debaixo dele a sua pegada (e ninguém duvida de que a pegada foi feita por quem pousou o pé, mas esta não terá existido antes do pé, muito embora tenha sido provocada por ele); pois, — dizem eles — também o mundo e os deuses no mundo sempre existiram, como sempre existiu quem os fez (e todavia foram feitos)».

Então, se a alma existiu sempre, teremos que dizer que também a sua infelicidade existiu sempre? Mas se algo nela não é eterno, começou a existir no tempo, porque será impossível que ela, sem ter existido antes, tenha começado a existir no tempo? Além disso a sua felicidade — está destinada também a fortalecer-se com a experiência dos males e a persistir sem fim — como ele (Porfírio) confessa, «não há dúvida de que começou a existir no tempo e sempre existirá sem antes ter existido. Assim se esboroa toda esta argumentação segundo a qual não poderia existir sem fim no tempo senão o que não teve começo no tempo. Não será o caso da felicidade da alma que, tendo princípio no tempo, não terá fim?

Ceda, pois, a fraqueza humana à autoridade divina! E, acerca da verdadeira religião, acreditemos nos seres bem-aventurados e imortais que não reclamam para si as honras só devidas, eles bem o sabem, ao seu e também nosso Deus; eles não nos ordenam que ofereçamos sacrifí­cios senão Àquele de quem nós, também com eles, como já tantas vezes disse e não será de mais repetir, devemos ser o sacrifício; e esse sacrifício devemos oferecê-lo por intermédio do sacerdote que, no homem assumido por Ele, no qual também Ele quis ser sacerdote, se dignou tornar-se sacrifício mesmo até à morte por nós.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Vergílio, Eneida, VI, 750-751.

Doutrina – 263

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ

SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

CAPÍTULO PRIMEIRO CREIO EM DEUS PAI

OS SÍMBOLOS DA FÉ

42. De que maneira Deus revela que é amor?

Deus revela-se a Israel como Aquele que tem um amor mais forte que o pai ou a mãe pelos seus filhos ou o esposo pela sua esposa. Ele, em Si mesmo, «é amor», [1] que se dá completa e gratuitamente, «que tanto amou o mundo que lhe deu o seu próprio Filho unigénito, para que o mundo seja salvo por seu intermédio». [2] Enviando o seu Filho e o Espírito Santo, Deus revela que Ele próprio é eterna permuta de amor.







[1] 1 Jo 4,8.16
[2] Jo 3,16-17

Epístolas de São Paulo – 39

2ª Epístola de São Paulo aos Coríntios

I. DEFESA DO APÓSTOLO (1,12-7,16)

Capítulo 4

Anunciar Jesus Cristo

1Por isso, investidos neste ministério que nos foi concedido por misericórdia, não perdemos a coragem, 2mas repudiamos os subterfúgios vergonhosos, não procedendo com astúcia nem adulterando a palavra de Deus, antes, pela manifestação da verdade, recomendando-nos à consciência de todos os homens diante de Deus. 3Se, entretanto, o nosso Evangelho continuar velado, está velado para os que se perdem, 4para os incrédulos, cuja inteligência o deus deste mundo cegou, a fim de não verem brilhar a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é imagem de Deus. 5Pois, não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor, e nos consideramos vossos servos, por amor de Jesus. 6Porque o Deus que disse: das trevas brilhe a luz, foi quem brilhou nos nossos corações, para irradiar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo.

Tribulações e esperanças do ministério apostólico

7Trazemos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que se veja que este extraordinário poder é de Deus e não é nosso. 8Em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados; 9perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não aniquilados. 10Trazemos sempre no nosso corpo a morte de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifesta no nosso corpo. 11Estando ainda vivos, estamos continuamente expostos à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus seja manifesta também na nossa carne mortal. 12Assim, em nós opera a morte, e em vós a vida. 13Animados do mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: Acreditei e por isso falei, também nós acreditamos e por isso falamos, 14sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos há-de ressuscitar com Jesus, e nos fará comparecer diante dele junto de vós. 15E tudo isto faço por vós, para que a graça, multiplicando-se na comunidade, faça aumentar a acção de graças, para a glória de Deus.

Na esperança da glória


16Por isso, não desfalecemos, e mesmo se, em nós, o homem exterior vai caminhando para a ruína, o homem interior renova-se, dia após dia. 17Com efeito, a nossa momentânea e leve tribulação proporciona-nos um peso eterno de glória, além de toda e qualquer medida. 18Não olhamos para as coisas visíveis, mas para as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas.

Jesus Cristo e a Igreja – 153

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos

V. FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA DISCIPLINA DO CELIBATO

…/110

Fundamento histórico doutrinal


…/6

A proibição apostólica de que nenhum casado duas vezes devia ser admitido às Sagradas Ordens tem sido observada, com todo rigor, através dos séculos e se encontrava entre as irregularidades no Código de 1917 (cân. 984, 4). Na canonística clássica se ensinava que a dispensa desta proibição não era possível nem pelo Sumo-Pontífice, pois nem sequer ele poderia dispensar contra apostolum, isto é, contra a Sagrada Escritura.


(cont)

(revisão da versão portuguesa por ama)

Evangelho e comentário

Tempo da Quaresma


Evangelho: Jo 11, 45-56

45 Então, muitos dos judeus que tinham ido visitar Maria e Marta, vendo o que Jesus fizera, acreditaram n'Ele. 46 Porém, alguns deles foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. 47 Os pontífices e os fariseus reuniram-se então em conselho e disseram: «Que fazemos, já que Este homem faz muitos milagres? 48 Se O deixamos proceder assim, todos acreditarão n'Ele; e virão os romanos e destruirão a nossa cidade e a nossa nação!». 49 Mas um deles, chamado Caifás, que era o Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada, 50 nem considerais que vos convém que morra um homem pelo povo e que não pereça toda a nação!». 51 Ora ele não disse isto por si mesmo, mas, como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação, 52 e não somente pela nação, mas também para unir num só corpo os filhos de Deus dispersos. 53 Desde aquele dia tomaram a resolução de O matar. 54 Jesus, pois, já não andava em público entre os judeus, mas retirou-Se para uma terra vizinha do deserto, para a cidade chamada Efraim e lá esteve com os Seus discípulos. 55 Estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da Páscoa para se purificarem. 56 Procuravam Jesus e diziam uns para os outros, estando no templo: «Que vos parece, não virá Ele à festa?».

Comentário:

O portentoso milagre da ressurreição de Lázaro parece ter sido a úl­tima “obra” de Jesus e a determinante para a decisão dos chefes do povo, liderados por Caifás, em dar-lhe a morte.

Sendo Lázaro uma figura proeminente da sociedade judaica e a sua ressurreição presenciada por muitos e, por isso mesmo, ter uma grande notoriedade, não era mais possível “esconder” ou tentar des­valorizar os extraordinários poderes de Jesus.

Era, pensavam, necessário pôr, definitivamente, cobro a tal situação.

Tudo se vai precipitar nos próximos dias num crescendo dramático que não será possível deter.

Amanhã, Jesus irá fazer uma entrada triunfal em Jerusalém, assu­mindo às claras a Sua Realeza, deixando-se aclamar pelas multidões.

Este Senhor Jesus é, de facto, o Messias e, como tal, cumpre escrupu­losamente tudo quanto dele se diz nas Escrituras.


(ama, comentário sobre Jo 11, 45-56, 15.12.2016)

Se vês claramente o teu caminho, segue-o

Porque não te entregas a Deus de uma vez..., de verdade..., agora?! (Caminho, 902)

Se vês claramente o teu caminho, segue-o. – Por que não repeles a cobardia que te detém? (Caminho, 903)

"Ide, pregai o Evangelho... Eu estarei convosco...". – Isto disse Jesus... e disse-to a ti. (Caminho, 904)

"Et regni ejus non erit finis". – O seu Reino não terá fim!

Não te dá alegria trabalhar por um reinado assim? (Caminho, 906)

"Nesciebatis quia his quae Patris mei sunt oportet me esse?". – Não sabíeis que Eu devo ocupar-Me das coisas que dizem respeito ao serviço de meu Pai?


Resposta de Jesus adolescente. E resposta a uma mãe com a sua Mãe, que há três dias anda à sua procura julgando-O perdido. – Resposta que tem por complemento aquelas palavras de Cristo que São Mateus transcreve: "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim". (Caminho, 907)

Pequena agendado cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?