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Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Jesus está connosco!

No Santo Sacrifício do altar, o sacerdote pega no Corpo do nosso Deus e no Cálice com o seu Sangue, e levanta-os sobre todas as coisas da terra, dizendo: "Per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso", pelo meu Amor!, com o meu Amor!, no meu Amor! Une-te a esse gesto. Mais ainda: incorpora essa realidade na tua vida. (Forja, 541)


Assim se entra no Canon, com a confiança filial que nos leva a chamar clementíssimo ao nosso Pai Deus. Pedimos-Lhe pela Igreja e por todos os que estão na Igreja, pelo Papa, pela nossa família, pelos nossos amigos e companheiros. E o católico, como tem coração universal, pede por todo o mundo, porque o seu zelo entusiasta nada pode excluir. E para que a petição seja acolhida, recordamos a nossa comunhão com a Santíssima Virgem e com um punhado de homens que foram os primeiros a seguir Cristo e por Ele morreram.


Quam oblationem... Aproxima-se o momento da consagração. Agora, na Santa Missa, é outra vez Cristo que actua, através do sacerdote: Isto é o meu Corpo. Este é o cálice do meu Sangue. Jesus está connosco! Com a transubstanciação, renova-se a infinita loucura divina, ditada pelo Amor. Quando hoje se repete esse momento, que saiba cada um de nós dizer ao Senhor, mesmo sem pronunciar quaisquer palavras, que nada nos poderá afastar d'Ele e que a sua disponibilidade de se deixar ficar – totalmente indefeso – nas aparências, tão frágeis, do pão e do vinho, nos converteu voluntariamente em escravos: praesta meae menti de te vivere et te illi semper dulce sapere, faz com que eu viva de Ti e saboreie sempre a doçura do teu amor.



Mais petições. Nós, homens, estamos quase sempre inclinados a pedir. Desta vez, é pelos nossos irmãos defuntos e por nós mesmos. Por isso, aqui aparecem todas as nossas infidelidades e misérias. O peso da sua carga é muito grande, mas Ele quer levá-lo por nós e connosco. O Canon vai terminar com outra invocação à Santíssima Trindade: per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso.... por Cristo, com Cristo e em Cristo, nosso Amor, a Ti, Deus Pai Todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, Te seja dada toda a honra e glória pelos séculos dos séculos. (Cristo que passa, 90)

Evangelho e comentário

Tempo da Quaresma


Evangelho: Lc 15, 1-3.11-32

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Certo homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a túnica mais bela e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque o teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».

Comentário:

A parábola tem um detalhe que ilustra bem duas coisas: a justiça da actuação do Pai e a falta de razão do irmão mais velho:

«12 O mais novo disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. O pai repartiu entre eles os bens.»

Ou seja: não favoreceu nem um nem outro filho, tratou ambos de igual modo porque “repartir” significa exactamente dar por igual.

(ama, comentário sobre, Lc 15, 1-3.11-32, 2015.03.07)






Leitura espiritual

A Cidade Deus
A CIDADE DE DEUS


Vol. 2

LIVRO X

CAPÍTULO XII

Milagres que o verdadeiro Deus opera pelo ministério dos san­tos anjos.

Todavia, com o com essas artes se realizam tantas e tais coisas que ultrapassam todos os limites da capacidade humana — que resta senão que todos estes prodígios, que parecem divinamente preditos ou cumpridos, mas sem relação com o culto do Deus único (em cuja união, com o confessam e atestam largam ente mesmo os platónicos, se encontra o único bem beatífico), sejam prudentemente considerados com o divertimento dos malignos demónios e obstáculos sedutores que a verdadeira religião deve evitar?
Mas todos os milagres realizados por ordem divina pelos anjos ou por qualquer outro modo, tendo por finalidade recomendar o culto e a religião do Deus único no qual, e só no qual existe a vida bem-aventurada, devem ser considerados com o provenientes, operando Deus neles, da acção ou da intercessão dos que nos amam segundo a verdade e a piedade.

Não devem ser ouvidos os que negam que Deus invisível possa fazer milagres visíveis. Nem mesmo esses podem negar que este mesmo Deus fez o mundo que, não há dúvida, é visível. Tudo o que de maravilhoso acontece neste mundo é, com certeza, menos do que o mundo no seu todo, isto é, do que o Céu e a Terra e tudo o que encerram — obras que, indubitavelmente, foi Deus quem as fez. Mas tal como Aquele que as fez, assim também o modo como as fez, se conserva oculto e incompreensível homem. Talvez os milagres das naturezas visíveis tenham perdido o seu valor devido a tantas vezes terem sido observados. Todavia, se encararmos com olhos de ver, verem os que são superiores aos mais extraordinários e mais raros. Realmente, o homem é um milagre maior do que qualquer milagre feito por um homem.

É por isso que Deus, que fez o Céu e a Terra visí­veis, não desdenha fazer no Céu e na Terra milagres visí­veis para estimular a alma, ainda presa às coisas visíveis, a adorá-lo a Ele invisível. Mas «onde» e «quando» os fará — é n’Ele o objecto dum desígnio imutável em cuja disposição se encontram já presentes os tempos futuros. E que Ele move as coisas temporais e não se move no tempo. Para Ele, conhecer o que se vai fazer e o que está feito é tudo o mesmo; nem atende os que o invocam de forma diferente dos que o hão-de invocar. Mesmo quando são os anjos que atendem, é Ele ainda quem neles atende com o no seu verdadeiro templo que não é feito pelas mãos dos homens. O mesmo ocorre com os seus homens santos. E os preceitos realizam -se no tempo em conformidade com a lei eterna.


CAPÍTULO XIII

Deus invisível tem -se muitas vezes mostrado visível, não tal qual é, mas com o o podem suportar os que o vêem.

Não é de estranhar que Deus, sendo invisível, se tenha· apresentado muitas vezes visível aos Patriarcas. Assim como o som faz perceber um pensamento encerrado no silêncio do espírito sem ser propriamente o pensamento, assim também a forma, sob a qual aparece Deus invisível por natureza, não é o que Ele é. Todavia, era a Ele mesmo que se via sob a forma corporal com o era o próprio pensamento que se percebia no som da voz. Os Patriarcas não ignoravam que viam o Deus invisível sob uma forma corporal que não era Ele próprio.

Falava com Moisés e este também lhe dirigia a palavra, chegando a pedir-lhe:

Se diante de ti encontrei graça, mostra-te a mim para
que eu, vendo-te, te conheça
[i].

Como era preciso que a lei fosse proclamada pelos anjos duma forma terrífica, não a um só homem nem a poucos sábios, mas a toda um a nação e a um povo enorme, diante do povo aconteceram prodígios sobre a montanha onde a lei lhe foi dada por intermédio de um só homem, enquanto a multidão presenciava o que de terrível e terrífico se ia desenrolando. A verdade é que o povo de Israel não acreditou em Moisés com o os Lacedemónios acreditaram no seu Licurgo, isto é, que ele tinha recebido de Júpiter ou de Apolo as leis que estabeleceu. Efectivamente,quando o povo recebeu a lei que lhe prescrevia o culto do único Deus — sinais e movimento sob os seus olhares operados nas coisas, na medida que a Divina Providência considerava conveniente, tornavam evidente que, para dar essa lei, a criatura era mero instrumento do Criador.

CAPÍTULO XIV

Deve-se prestar culto ao único Deus não só pelos seus benefí­cios eternos mas também pelos seus benefícios temporais, uma vez que tudo está sobo domínio da sua Providência.

Tal como o de um só homem, assim também o correcto progresso educacional do género humano, que está a cargo do povo de Deus, se desenrola através de jornadas no tempo, com o que em idades escalonadas. Assim, ele se eleva das coisas temporais à inteligência das eternas e das visíveis às invisíveis. Nem mesmo no tempo em que Deus permitia a este povo recompensas visíveis lhe era menos prescrito que adorasse o Deus único para que a alma humana, mesmo na mira dos bens terrenos desta vida passageira, a nenhum outro que não fosse o seu verdadeiro criador e senhor se submetesse. Realmente, todo o bem que os anjos ou os homens podem fazer aos homens depende de um só Deus Omnipotente, e duvidar disto é uma loucura.

No De Providentia o platónico Plotino prova pela beleza das florinhas e das folhas que esta providência desce de Deus altíssimo, cuja beleza é inteligível e inefável, até aos mais pequenos seres da Terra. Todos estes seres, assegura ele, tão humildes e tão rapidamente perecíveis, não poderiam ter nas suas formas estas proporções harmoniosas se não tivessem recebido a marca da origem em que reside a forma inteligível e imutável que em si contém ao mesmo tempo (simul) todas as perfeições. E o que mostra o Senhor Jesus quando diz:

Olhai os lírios do campo: não trabalham nem fiam.
Porém digo-vos: nem o próprio Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Ora se o feno do campo, que hoje existe mas amanhã é lançado ao fogo, Deus assim veste — quanto mais a vós, ó gente de pouca fé
[ii].

Com toda a razão, portanto, a alma humana, ainda debilitada pelos desejos terrenos, que no tempo prefere os mais baixos e terrenos bens necessários a esta vida transitória, des­prezíveis em comparação dos favores eternos da outra vida, bom é que se habitue a não os esperar senão de Deus único, de maneira que, mesmo quando os deseja, se não afaste do culto desse Deus ao qual não pode chegar senão desviando-se deles com desprezo.


CAPÍTULO XV

Ministério dos santos anjos ao serviço da Providência.

Assim, pois, aprouve à divina Providência ordenar o curso dos tempos de modo que a lei que prescreve o culto do único Deus verdadeiro fosse promulgada, com o já disse e se lê nos Actos dos Apóstolos, pelo ministério dos anjos. Apareceu, então, visivelmente a pessoa do próprio Deus, não em sua própria substância que permanece sempre invisível aos olhos corruptíveis, mas por sinais reveladores, por intermédio de um a criatura submetida ao criador; sílaba a sílaba, através das durações sucessivas dos tempos dessas sílabas, falava por meio das palavras da linguagem humana Aquele que, não corporal mas espiritualmente, não sensível mas inteligivelmente, não temporal mas por assim dizer eternamente, fala uma linguagem que não começa nem acaba. E a Ele que ouvem com maior pureza, não com o ouvido do corpo mas com o da mente, os seus ministros e mensageiros que gozam, em imortal beatitude, da sua verdade imutável e realizam, sem vacilações nem dificuldades, o que, de maneiras inefáveis, ouvem que deve ser realizado e deve chegar até estes seres visíveis e sensíveis.

Ora esta lei, segundo as conveniências do tempo, foi ada para obter primeiro, com o já disse, as promessas terrenas, sem­pre significadoras das eternas que, nos sacramentos visíveis, muitos celebrariam e poucos entenderiam. Todavia, o culto de um único Deus é clarissimamente prescrito pelo testem unho convergente de todas as palavras e de todos os ritos desta lei; o culto não de um deus tirado da turbamulta, mas, sim o culto d’Aquele que fez o Céu e a Terra, todas as almas e todos os espíritos — tudo o que não é Ele. Ele fez — as coisas foram feitas; e para que as coisas sejam e se encontrem bem, têm necessidade de quem as fez.

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Ex. XXXIII, 13.
[ii] Mt VI, 28.

Epístolas de São Paulo – 18

1ª Epístola de São Paulo aos Coríntios


Paulo escreveu esta Carta em Éfeso, durante a terceira viagem missionária, para remediar os abusos, nomeadamente as divisões e escândalos de que teve conhecimento por mensageiros vindos de Corinto (1,11), e para responder às questões que lhe foram postas por escrito (7,1). Estas circunstâncias explicam o carácter não sistemático da Carta, com a única preocupação de enfrentar as necessidades e resolver as dúvidas dos seus correspondentes.

A COMUNIDADE

Ao longo destas páginas, desenha-se o retrato fiel de uma comunidade viva e fervorosa, mas com todos os problemas resultantes da inserção da mensagem cristã numa cultura diferente daquela em que tinha sido anunciada anteriormente. As questões abordadas derivam em grande parte do fenómeno da inculturação do Evangelho em ambiente helenista. Paulo procura esclarecer, mostrando-se firme ao condenar os comportamentos inconciliáveis, mas compreensivo quando a fé não corre perigo.

CONTEÚDO

O conteúdo da 1.ª Carta aos Coríntios pode resumir-se nos seguintes pontos doutrinais:
Prólogo: 1,1-9;
I. Divisões na igreja de Corinto: 1,10-4,21;
II. Escândalos na igreja: 5,1-6,20;
III. Resposta a questões concretas: 7,1-11,1;
IV. A Assembleia Litúrgica: 11,2-34;
V. Os carismas: 12,1-14,40;
VI. A ressurreição dos mortos: 15,1-58;
Epílogo: 16,1-24.

TEOLOGIA

Os cristãos de Corinto enfrentaram várias “tentações”: reduzir a fé cristã a uma sabedoria humana, diversificada à maneira das escolas filosóficas de então (1,10; 3,22); ceder aos imperativos de uma ética sexual, caracterizada, ora por um excessivo laxismo, ora pelo desprezo da carne, segundo as diferentes correntes filosóficas (5,1-3; 6,12-20; 7,1-40); continuar a observar as práticas cultuais do paganismo (cap. 8-13) e a sofrer a influência suspeita das refeições sagradas (11,21) e do frenesim delirante de certos ritos (12,2-3). Tiveram ainda dificuldade em conciliar o mistério fundamental da ressurreição dos mortos com as doutrinas dualistas da filosofia grega (cap. 15).
As soluções propostas estão marcadas pelos condicionalismos culturais de então e pelo concreto da vida; mas não se reduzem a mera casuística já ultrapassada, porque o génio de Paulo, mesmo quando desce a questões do dia-a-dia, sabe sempre elevar-se aos princípios fundamentais que lhes asseguram perenidade e oferecer-nos uma teologia aplicada ao concreto da vida cristã.
Daqui o interesse e a actualidade desta Carta: através dela, sentimos ao vivo o pulsar de uma comunidade cristã muito rica, a forte personalidade de Paulo, muito consciente das suas responsabilidades, e a presença constante do Ressuscitado que anima a comunidade e a tudo dá sentido.
Epístolas de São Paulo – 19 19 Mar

A propósito da ideologia do género

Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa

6. Homem e mulher chamados à comunhão

A diferenciação sexual inscrita no desígnio da criação tem um sentido que a ideologia do género ignora. Reconhecê-la e valorizá-la é assegurar o limite e a insuficiência de cada um dos sexos, é aceitar que cada um deles não exprime o humano em toda a sua riqueza e plenitude. É admitir a estrutura relacional da pessoa humana e que só na relação e na comunhão (no ser para o outro) esta se realiza plenamente.

Essa comunhão constrói-se a partir da diferença. A mais básica e fundamental, que é a de sexos, não é um obstáculo à comunhão, não é uma fonte de oposição e conflito, mas uma ocasião de enriquecimento recíproco. O homem e a mulher são chamados à comunhão porque só ela os completa e permite a continuação da espécie, através da geração de novas vidas. Faz parte da maravilha do desígnio da criação. Não é, como tal, algo a corrigir ou contrariar.

A sociedade edifica-se a partir desta colaboração entre as dimensões masculina e feminina. Em primeiro lugar, na sua célula básica, a família. É esta quem garante a renovação da sociedade através da geração de novas vidas e assegura o equilíbrio harmonioso e complexo da educação das novas gerações. Por isso, nunca um ou mais pais podem substituir uma mãe, e nunca uma ou mais mães podem substituir um pai.


(cont)

Jesus está connosco!

No Santo Sacrifício do altar, o sacerdote pega no Corpo do nosso Deus e no Cálice com o seu Sangue, e levanta-os sobre todas as coisas da terra, dizendo: "Per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso", pelo meu Amor!, com o meu Amor!, no meu Amor! Une-te a esse gesto. Mais ainda: incorpora essa realidade na tua vida. (Forja, 541)

Assim se entra no Canon, com a confiança filial que nos leva a chamar clementíssimo ao nosso Pai Deus. Pedimos-Lhe pela Igreja e por todos os que estão na Igreja, pelo Papa, pela nossa família, pelos nossos amigos e companheiros. E o católico, como tem coração universal, pede por todo o mundo, porque o seu zelo entusiasta nada pode excluir. E para que a petição seja acolhida, recordamos a nossa comunhão com a Santíssima Virgem e com um punhado de homens que foram os primeiros a seguir Cristo e por Ele morreram.

Quam oblationem... Aproxima-se o momento da consagração. Agora, na Santa Missa, é outra vez Cristo que actua, através do sacerdote: Isto é o meu Corpo. Este é o cálice do meu Sangue. Jesus está connosco! Com a transubstanciação, renova-se a infinita loucura divina, ditada pelo Amor. Quando hoje se repete esse momento, que saiba cada um de nós dizer ao Senhor, mesmo sem pronunciar quaisquer palavras, que nada nos poderá afastar d'Ele e que a sua disponibilidade de se deixar ficar – totalmente indefeso – nas aparências, tão frágeis, do pão e do vinho, nos converteu voluntariamente em escravos: praesta meae menti de te vivere et te illi semper dulce sapere, faz com que eu viva de Ti e saboreie sempre a doçura do teu amor.


Mais petições. Nós, homens, estamos quase sempre inclinados a pedir. Desta vez, é pelos nossos irmãos defuntos e por nós mesmos. Por isso, aqui aparecem todas as nossas infidelidades e misérias. O peso da sua carga é muito grande, mas Ele quer levá-lo por nós e connosco. O Canon vai terminar com outra invocação à Santíssima Trindade: per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso.... por Cristo, com Cristo e em Cristo, nosso Amor, a Ti, Deus Pai Todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, Te seja dada toda a honra e glória pelos séculos dos séculos. (Cristo que passa, 90)

Doutrina - 243

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»

CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A SAGRADA ESCRITURA

23. Que unidade existe entre o Antigo e o Novo Testamento?


A Escritura é una, uma vez que única é a Palavra de Deus, único é o projecto salvífico de Deus, única a inspiração divina dos dois Testamentos. O Antigo Testamento prepara o Novo e o Novo dá cumprimento ao Antigo: os dois iluminam-se mutuamente.

Jesus Cristo e a Igreja – 150

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos


V. FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA DISCIPLINA DO CELIBATO

…/8

Fundamento histórico doutrinal

…/3

A este respeito, são particularmente importantes e instrutivos os documentos do Romano Pontífice que tratam da continência celibatária. São constantemente consideradas e refutadas nos textos deles, a partir da Sagrada Escritura, duas objeções. A primeira é a norma que indica São Paulo a Timóteo (1 Tim 3, 2 e 3, 12) e a Tito (1, 6): os candidatos casados devem ser só unius uxoris, ou seja, ter sido casado apenas uma vez e também com uma mulher virgem. Tanto o Papa Sirício como Inocêncio I insistiram repetidamente em que esta expressão não significa que eles possam continuar com o desejo de gerar filhos, mas, pelo contrário, foi estabelecida propter continentiam futuram, ou seja, devido à continência que deveria ser vivida desde então.

(cont)

(revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?