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História verdadeira – Os sinais

Hoje dia 13 de Março - ao princípio da tarde, quando regressava do Centro de Saúde onde tinha ido fazer o tratamento da “costura” da cirurgia a que fui sujeito hás duas semanas, vinha pensando comigo mesmo que “tinha muito pouca sorte”, a coisa estava melhor, mas não lhe adivinhava o fim… um contratempo, uma maçada...

Ouvi, então, alguém que me chamava: 'Senhor Manuel! Senhor Manuel!'

Eu não me chamo Manuel, mas, isso não interessava porque eu reconhecia a voz que me interpelava.

(Trata-se de uma pobre mulher de quarenta e poucos anos, que teria sido bonita e, talvez, vistosa, mas que, de há uns anos para cá, era como que um destroço humano. Devastada pelo uso de drogas e uma vida desregrada. A Fernandinha conheci-a bem, falava com ela, oferecia-lhe o pequeno almoço na leitaria próxima, e o certo é que, a pobre foi deixando as drogas até conseguir libertar-se completamente. Mas, o mal estava feito e sem emprego nem recursos, por ali anda na busca de uma ajuda para, pelo menos, comer alguma coisa. Eu também falava – e falo - com ela, aproveitando sempre para lhe incutir coragem levá-la a ter fé e esperança em Deus, a frequentar a Igreja próxima.
Na semana passada andava de muletas. Tinha sido sujeita a uma cirurgia de transplante numa perna. Dei-lhe umas moedas, como sempre.)

Pois, quem me chamava por Senhor Manuel era ela, a Isabel, de seu nome.
Não me apeteceu falar com ela, estava à volta com os meus magnos problemas e, embora se travasse alguma luta interior, desculpei-me a mim mesmo porque não me chamo Manuel.

Só que, a Isabel, continuava a chamar o Senhor Manuel com insistência e angústia e percebi que vinha atrás de mim o que deveria ser, para ela, um enorme sacrifício com as muletas.

Bom… está bem… mas, eu, não me chamo Manuel, continuava eu resistindo ao apelo dramático que persistia atrás de mim.

De repente, oiço: Senhor António! Senhor António!

Parei de chofre e voltei-me para ela como se só então tivesse entendido que era eu – António – que era interpelado.

Com lágrimas nos olhos disse-me: ‘Desculpe não me lembrava do seu nome’.

Fiquei envergonhado, revoltado comigo mesmo.

Queria uma ajuda para ir de autocarro ao hospital…

Mais vergonha e revolta.

Dei-lhe a “extraordinária” quantia de cinco euros, pedi-lhe que enxugasse as lágrimas, dei-lhe um abraço.

Regressando ao meu caminho para casa pensei, tive absoluta certeza, que o Anjo da Guarda da Isabel lhe lembrara o meu nome.

Graças a este “sinal” pude redimir-me e, agora em casa, penso como me sentiria se não o tivesse entendido tão claramente.

Sinto-me muito bem e muito grato.

AMA, reflexões, 13.03.2017


Quaresma 2017 - práticas básicas

Neste período que começou na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quarta-Feira da Semana Santa, somos convidados afazer o confronto especial entre as nossas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Este confronto deve levar-nos a aprofundar a compreensão da Palavra de Deus e a intensificar a prática dos princípios essenciais da fé.
É um tempo de transformação, em que nos devemos exercitar espiritualmente para podermos melhorar. É um tempo de alegria, em que devemos estar atentos às oportunidades de mais amar.

Oração – para aprofundar e melhorar a minha relação com Deus. Trata-se de dar mais tempo e tempo de qualidade ao meu relacionamento com o Pai.
Esmola – para melhor amar e melhorar a minha relação com os outros. Estar atento aos que me rodeiam (Família, amigos, colegas de trabalho) e também aos que estão mais longe, mas que têm algum tipo de necessidades.
Jejum – para adquirir maior liberdade interior. Procurar as minhas dependências, aquelas que me limitam, afastam os outros, e tentar combatê-las.

Alguns exemplos destas três prácticas:

Oração
(como, quanto tempo, de que maneira)
Esmola
(ir ao encontro do outro de forma positiva)
Jejum
(libertar de manias, preconceitos, vícios)
Meditação
Ajudar financeiramente pessoas vítimas da actual crise
Abster-se de beber ou comer o que nos dá maior prazer.
Exame de consciência
Dar atenção a alguém
Televisão
Eucaristia
Ajudar instituições de cariz social
Determinado tipo de conversas
Reconciliação
Agradecer
Show off
Rezar o terço
Dizer coisas positivas
Comentar ou fazer juízos de valor sobre o próximo
Rezar pelos outros
Um sorriso
Evitar compras desnecessárias
Fazer silêncio no meu dia
Visitar um doente, um idoso.
Computador

E, no fim do dia, pensar em algo que fiz bem e em algo que poderia ter feito melhor.



(Síntese elaborada com base na Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2017)

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Evangelho e comentário

Tempo da Quaresma


Evangelho: Mt 23, 1-12

Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Comentário:

O tema principal deste trecho de São Mateus é o “serviço”.
Não parece desajustado porque quem o propõe é o “Servidor” por excelência: o próprio Jesus Cristo.

Parecerá a alguns que servir não é “próprio” de criaturas livres e senhoras de si, mas antes, de outros que não têm outra capacidade senão obedecer.

Ponho as coisas de outro modo – talvez simplista – que me parece resolver de vez a questão:

Prefiro servir a minha pessoa, a minha vontade, os meus desejos e ambições ou servir a Deus Nosso Senhor?

A primeira opção é arriscada porque sou um simples homem limitado e em permanente evolução;

A segunda é seguríssima porque só pode ser para bem, porque Deus É, não evolui, não muda, sabe absolutamente tudo o que melhor convém.

(ama, comentário sobre Mt 23 1-12, 2016.02.23)






A Santa Missa é acção divina

Não é estranho que muitos cristãos – pausados e até solenes na vida social (não têm pressa), nas suas pouco activas actuações profissionais, na mesa e no descanso (também não têm pressa) – se sintam apressados e apressem o Sacerdote na sua ânsia de encurtar, de abreviar o tempo dedicado ao Santíssimo Sacrifício do Altar? (Caminho, 530)


Toda a Trindade está presente no sacrifício do Altar. Por vontade do Pai, com a cooperação do Espírito Santo, o Filho oferece-Se em oblação redentora. Aprendamos a conhecer e a relacionar-nos com a Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino, três pessoas divinas na unidade da sua substância, do seu amor e da sua acção eficaz e santificadora.


Logo a seguir ao lavabo, o sacerdote invoca: Recebei, ó Santíssima Trindade, esta oblação que Vos oferecemos em memória da Paixão, Ressurreição e Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo. E, no final da Santa Missa, há outra oração de inflamada reverência ao Deus Uno e Trino: Placeat tibi, Sancta Trinitas, obsequium servitutis meae... agradável Vos, seja, ó Trindade Santíssima, o obséquio da minha vassalagem: fazei que por misericórdia este Sacrifício oferecido por mim, posto que indigno aos olhos da vossa Majestade, Vos seja aceitável, e que para mim e para todos aqueles por quem o ofereci, seja um sacrifício de perdão.


A Santa Missa – insisto – é acção divina, trinitária, não humana. O sacerdote que celebra serve o desígnio divino do Senhor pondo à sua disposição o seu corpo e a sua voz. Não age, porém, em nome próprio, mas in persona et in nomine Christi, na Pessoa de Cristo e em nome de Cristo.



O amor da Trindade pelos homens faz com que, da presença de Cristo na Eucaristia, nasçam para a Igreja e para a humanidade todas as graças. Este é o sacrifício que profetizou Malaquias: desde o nascer do sol até ao poente, o meu nome é grande entre as nações, e em todo o lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura. É o Sacrifício de Cristo, oferecido ao Pai com a cooperação do Espírito Santo, oblação de valor infinito, que eterniza em nós a Redenção, que os sacrifícios da Antiga Lei não conseguiam alcançar. (Cristo que passa, 86)

Reflectindo - 234

O meu serviço

O meu "serviço" é o apostolado e os meios o blog Nunc Coepi.

Tenho consciência do alcance do mesmo por isso me aplico em fazer o melhor;
até aqui tudo bem, só que me tenho deixado invadir pela vaidade e feito alarde do "êxito".

O Senhor chamou a minha atenção enviando um "sinal" que compreendi como se de viva voz me dissesse:

Estás a trabalhar para Mim, para minha glória ou, ao contrário, estás a fazê-lo. por ti, para tua satisfação e vaidade?

Pois bem, vais ter o dobro do trabalho porque tudo quanto fizeste tem de ser refeito, os ficheiros encontrados e novamente arrumados.
Espero que te sirva de lição!

Asseguro-te, Senhor, que vou fazer um esforço para não me esquecer que o que faço, faço-o como mero instrumento, sou apenas a mão que escreve o que me ditas, a inteligência que põe em execução o que me insinuas.

Mas como sou tão fraco e "pouca coisa", ajuda-me.



(AMA, reflexões, serviço, 22.12.2016)

Temas para meditar - 691

«Fiat»


Esse espaço de tempo que se ganha com a dilação (na resposta) deixa ampla margem à acção das forças obscuras do pecado, que podem pesar decisivamente na vitória da natureza sobre a graça e afogar ao nascer o fiat que ia decidir sobre a sorte futura da pessoa no sentido planeado por Deus. 

(federico suarez A Virgem Nossa Senhora Éfeso 4ª Ed. nr. 65)

Leitura espiritual

A Cidade Deus
A CIDADE DE DEUS 

Vol. 2

LIVRO X


CAPÍTULO II

O que pensa o platónico Plotino da iluminação do Alto.

Nesta questão nenhuma divergência existe entre nós e esses eminen­tes filósofos: viram, e de várias maneiras e desenvolvidamente o disseram nos seus escritos, que a felicidade des­tes seres, tal qual como a nossa, procede de um objecto inteligível pela luz, que para eles é Deus, mas que é algo diferente deles — o qual os esclarece de tal forma que ficam iluminados e, participando dessa luz, permanecem perfeitos e felizes. Muitas vezes e insistentemente afirma Plotino, desenvolvendo o pensamento de Platão, que a alma, que se crê seja a alma do mundo, não recebe a sua felicidade de fonte diversa da nossa; e esta fonte é uma luz distinta da alma, a qual criou a alma, e cuja iluminação inteligível a fez inteligivelmente resplandecer. Fez também uma comparação entre estes seres incorpóreos e os corpos celestes explêndidos e graciosos: Deus seria o Sol e a alma a Lua. Julga-se, de facto, que a Lua é iluminada por acção do Sol. Assim, pois, para este grande platónico, a alma racional — digamos antes intelectual e este género, no seu pensamento, encerra também as almas dos seres imortais e bem-aventurados, cujas residências ele coloca, sem hesitar, nas moradas celestes — não tem acima de si qualquer outra natureza além da de Deus, que fez o mundo e por quem ela própria foi feita. E que esses seres celestes não têm outra fonte de vida feliz e de luz para entenderem a verdade, que não seja a que nós temos, — também ele o diz, no que está de acordo com o Evangelho onde se lê:

Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Veio como testemunha para dar testemunho da luz, para que todos por seu intermédio cressem n 'Ele. Ele não era a luz, mas devia dar testemunho da luz. Havia uma verdadeira luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo [i].

Esta distinção basta para mostrar que a alma racional ou intelectual, tal com o a refere João, não podia ser por si própria a luz, mas que a participação em um a outra luz, a verdadeira, a tornava luminosa. O próprio João o confessa quando o testemunha dizendo

Todos nós recebemos da sua plenitude.
[ii]

CAPÍTULO III

Do verdadeiro culto de Deus de que se afastaram os platónicos porque, embora tenham conhecido o criador do universo, pres­taram honras divinas aos anjos, quer aos bons quer aos maus.

Se assim é, se os platónicos ou quaisquer outros que seguem estas opiniões, conhecendo a Deus, com o Deus o glorificassem e lhe rendessem graças, não se teriam «perdido no vazio dos seus pensamentos» — tornando-se uns, às vezes, causadores dos erros populares ou, outras vezes, não se atrevendo a resistir a tais erros. Teriam, sem dúvida, reconhecido que a esses seres imortais e bem-aventurados, assim com o a nós infelizes e mortais, para obterem a imortalidade e a felicidade se impõe o culto do único Deus dos deuses que é o nosso e o deles.

A este devemos o serviço chamado em grego λατρεία, quer nos ritos sagrados quer em nós próprios. Porque todos, em conjunto e cada um, somos o seu templo: ele digna-se habitar quer na concórdia de todos nós quer em cada um em particular; não está mais em todos do que em cada um; nem se alarga pela massa nem se diminui pela participação. Quando se eleva para Ele, o nosso coração torna-se altar seu: o seu Unigénito é o Sacerdote com que o aplacamos; oferecemos-lhe vítimas cruentas quando, pela sua verdade, lutamos até ao sangue; oferecemos-lhe suavíssimo incenso quando na sua presença estamos abrasados em religioso e santo amor; dedicamos-lhe e devolvemos-lhe os dons que nos concede e a nós próprios; publicamos e consagramos a memória dos seus benefícios em festas solenes em dias certos com receio de que, no decorrer do tempo, se infiltre em nós um ingrato esquecimento; sacrificamos-lhe no altar do nosso coração uma hóstia de humildade e de louvor ao fogo duma fer­vente caridade. Para o vermos com o pode ser visto e para nos unirmos a Ele, purificamo-nos de toda a mancha do pecado e dos maus desejos e consagramo-nos ao seu nome. Realmente Ele é a fonte da nossa felicidade e a meta de todas as nossas aspirações. Elegendo-o, ou melhor reelegendo-o, — pois tínhamo-lo perdido por negligência — reelegendo-o a Ele (religentes — donde vem, diz-se, a palavra «reli­gião»), nós caminhamos para Ele por amor para descansarmos quando a Ele chegarmos: e assim seremos felizes porque em tal meta alcançamos a perfeição. Porque o nosso bem, acerca de cuja meta surge entre os filósofos um grave problema, mais não é do que estarmos unidos a Deus, o único cujo abraço incorpóreo, se é que é permitido falar nestes termos, fecunda a alma intelectual e a enche de verdadeiras virtudes. É-nos ordenado que amemos este bem com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todas as nossas forças. E para Ele que nos devem conduzir aqueles que nos amam: é para Ele que devemos conduzir aqueles que amamos. Cumprem-se assim os dois preceitos de que dependem toda a lei e os profetas:

Amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração,
com toda a tua alma, com todo o teu espírito,
[iii]

e

Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
[iv]

Para que o homem saiba de facto amar-se a si próprio, foi-lhe fixado um fim, ao qual, para ser feliz, deve referir todos os seus actos; — porque quem se ama, mais não quer que ser feliz: e este fim consiste em unir-se a Deus.

Quando, portanto, àquele que já sabe amar-se a si próprio se prescreve que ame o seu próximo com o a si mesmo — que é que se lhe ordena senão que exorte o seu próximo a amar a Deus com todas as suas forças? Este é que é o culto de Deus, esta é que é a verdadeira religião, esta é que é a recta piedade, este é que é o serviço só a Deus devido!
Portanto, toda a imortal potestade, por maior que seja a sua virtude, se ela nos ama como a si mesma, deseja ver-nos submetidos, para sermos felizes, àquele em quem ela própria encontra a sua felicidade pela submissão. E, portanto, se não presta culto a Deus, é infeliz, por­que está privada de Deus. Se lhe presta culto, não quer ser adorada
em vez de Deus. Bem ao contrário, aplaude e adere com todas as forças do seu amor a esta máxima divina:

Aquele que sacrifica aos deuses e não ao Senhor apenas,
será exterminado.
[v]

CAPÍTULO IV

O sacrifício só é devido ao verdadeiro Deus.

Não falo, por agora, das outras homenagens religiosas que prestamos a Deus: pelo menos o sacrifício, ninguém se atreva a dizer que ele é devido a outrem que não a Deus. Muitos ritos acabaram por ser retirados do culto de Deus para serem desviados para as honras humanas, devido quer a um a excessiva humildade quer a pestilenta adulação. Todavia, eram tidos por homens aqueles que assim se homenageavam por se considerarem dignos de culto, de veneração e, acabando-se por forçar as coisas, de adoração. Mas quem vez alguma pensou que devia oferecer sacrifícios a outro que não àquele que se sabe, se julga ou se finge ser Deus? Quão antigo é o culto prestado a
Deus por sacrifícios mostram-no cabalmente os dois irmãos Caim e Abel: Deus reprovou o sacrifício do mais velho e olhou complacente para o do mais novo.


(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Jo 1,16.
[ii] Jo, 1, 16.
[iii] Mt, 22, 37 e ss.
[iv] Ibid.
[v] Ex.,XXII, 20.

Epístolas de São Paulo – 14

Epístola de São Paulo aos Romanos

II. CULTO DE ACORDO COM O EVANGELHO (12,1-15,13)

  
Capítulo 13

Colaborar com as autoridades

1Que todos se submetam às autoridades públicas, pois não existe autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. 2Por isso, quem resiste à autoridade opõe-se à ordem querida por Deus, e os que se opõem receberão a condenação. 3É que os detentores do poder não são temidos por quem pratica o bem, mas por quem pratica o mal. Não queres ter medo da autoridade? Faz o bem e receberás os seus elogios. 4De facto, ela está ao serviço de Deus, para te incitar ao bem.
Mas, se fazes o mal, então deves ter medo, pois para alguma coisa ela traz a espada. De facto, ela está ao serviço de Deus para castigar aquele que pratica o mal. 5É por isso que é necessário submeter-se, não só por medo do castigo, mas também por razões de consciência.
6É também por essa razão que pagais impostos; aqueles que têm de se ocupar disso são funcionários de Deus. 7Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto, a quem se deve o imposto; a taxa, a quem se deve a taxa; o respeito, a quem se deve o respeito; a honra, a quem se deve a honra.

O amor é o cumprimento da Lei

8Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: amar-vos uns aos outros. Pois quem ama o próximo cumpre plenamente a lei.
9De facto: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, bem como qualquer outro mandamento, estão resumidos numa só frase: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 10O amor não faz mal ao próximo. Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da lei.

Viver na luz

11Sabeis em que tempo vivemos: já é hora de acordardes do sono, pois a salvação está agora mais perto de nós do que quando começámos a acreditar. 12A noite adiantou-se e o dia está próximo. Despojemo-nos, por isso, das obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.

13Como quem vive em pleno dia, comportemo-nos honestamente: nada de comezainas e bebedeiras, nada de devassidão e libertinagens, nada de discórdias e invejas. 14Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não vos entregueis às coisas da carne, satisfazendo os seus desejos.

A propósito da ideologia do género

Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa

2. Confrontados com uma forte mudança cultural

Reconhecemos, sem dúvida, que, no longo caminho do amadurecimento cultural e civilizacional, nem sempre se atribuiu aos dois âmbitos do humano (o masculino e o feminino) o mesmo valor e semelhante protagonismo social. Especialmente a mulher, não raramente, foi vítima de forte sujeição ao homem e sofreu alguma menorização social e cultural. Graças a Deus, tais situações estão progressivamente a ser ultrapassadas e a condição feminina, antigamente conotada com a ideia de opressão, hoje está a revelar-se como enorme potencial de humanização e de desenvolvimento harmonioso da sociedade.

No desejo de ultrapassar esta menoridade social da mulher, alguns procederam a uma distinção radical entre o sexo biológico e os papéis que a sociedade, tradicionalmente, lhe outorgou. Afirmam que o ser masculino ou feminino não passa de uma construção mental, mais ou menos interessada e artificial, que, agora, importaria desconstruir. Por conseguinte, rejeitam tudo o que tenha a ver com os dados biológicos para se fixarem na dimensão cultural, entendida como mentalidade pessoal e social. E, por associação de ideias, passou-se a rejeitar a validade de tudo o que tenha a ver com os tradicionais dados normativos da natureza a respeito da sexualidade (heterossexualidade, união monogâmica, limite ético aos conhecimentos técnicos ligados às fontes da vida, respeito pela vida intra-uterina, pudor ou reserva de intimidade, etc.). É todo este âmbito mental que se costuma designar por ideologia do género ou gender.

A ideologia do género surge, assim, como uma antropologia alternativa, quer à judaico-cristã, quer à das culturas tradicionais não ocidentais. Nega que a diferença sexual inscrita no corpo possa ser identificativa da pessoa; recusa a complementaridade natural entre os sexos; dissocia a sexualidade da procriação; sobrepõe a filiação intencional à biológica; pretende desconstruir a matriz heterossexual da sociedade (a família assente na união entre um homem e uma mulher deixa de ser o modelo de referência e passa a ser um entre vários).


(cont)

Doutrina - 239

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»

CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A SAGRADA ESCRITURA

19. Como ler a Sagrada Escritura?

A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do Espírito Santo e sob a condução do Magistério da Igreja segundo três critérios:
1) Atenção ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura;
2) Leitura da Escritura na Tradição viva da Igreja;

3) Respeito pela analogia da fé, isto é, da coesão entre si das verdades da fé.

Pequena agenda do cristão

TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?