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Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Não ponhas o coração em nada caduco

Não ponhas o coração em nada caduco: imita Cristo, que se fez pobre por nós e não tinha onde reclinar a cabeça. Pede-lhe que te conceda, no meio do mundo, um desprendimento efectivo, sem atenuantes. (Forja, 523)


Somos homens da rua, cristãos correntes, metidos na corrente circulatória da sociedade e o Senhor quer-nos santos, apostólicos, precisamente no nosso trabalho profissional, isto é, santificando-nos nesse trabalho, santificando esse trabalho e ajudando os outros a santificarem-se com esse trabalho. Convencei-vos de que Deus vos espera nesse ambiente, com solicitude de Pai, de Amigo. Pensai que com a vossa actividade profissional realizada com responsabilidade, além de vos sustentardes economicamente, prestais um serviço directíssimo ao desenvolvimento da sociedade, aliviais as cargas dos outros e ajudais a manter muitas obras assistenciais – a nível local e universal – em prol dos indivíduos e dos povos mais desfavorecidos.



Ao comportarmo-nos com normalidade – como os nossos semelhantes – e com sentido sobrenatural, não fazemos mais que seguir o exemplo de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Reparai que toda a sua vida está cheia de naturalidade. Passa trinta anos oculto, sem chamar a atenção, como qualquer outro trabalhador e conhecem-no na sua aldeia como o filho do carpinteiro. Ao longo da sua vida pública, também não se nota nada que destoe, que pareça estranho ou excêntrico. Rodeava-se de amigos, como qualquer dos seus concidadãos, e no seu porte não se diferenciava deles. De tal maneira que Judas, para o denunciar, precisa de combinar um sinal: aquele a quem eu beijar, é esse. Não havia em Jesus nenhum indício extravagante. A mim, emociona-me esta norma de conduta do nosso Mestre, que passa como mais um entre os homens. (Amigos de Deus, nn. 120–121)

Evangelho e comentário

Tempo da Quaresma


Evangelho: Mt 25, 31-46

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’ E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».

Comentário:

Este trecho do Evangelho de S. Mateus põe na boca de Jesus um discurso que é o prenúncio do Mandamento Novo.
Efectivamente o que nele se contém poderia ser resumido dizendo:

Amai os outros!

Quem anda por este mundo desinteressado do que se passa à sua volta, do que acontece aos outros, as suas carências e dificuldades, os problemas e dificuldades que enfrentam – numa palavra – quem não usa de misericórdia não tem, obviamente, que esperar misericórdia no dia em que mais precisará dela:

No dia do encontro final com Cristo.

Tive sede e fome, estive doente e na prisão, sofri carências e necessidades e, tu, que fizeste?
Olhaste de lado?
Seguiste o teu caminho se te deter um momento por breve que fosse para te inteirares de como poderias valer-me?
E esperas, então, com que direito, que o Senhor se detenha ao pé de ti considerando as dificuldades que tiveste, as necessidades que ainda tens?

Não!

Seguramente, Ele, que é o Supremo Juiz, porá num prato da balança o que recebeste e, noutro, o que deste e ao ver o enorme desequilíbrio que pensas que fará?

(ama, comentário sobre Mt 25, 31-46, 2012.02.02)

Leitura espiritual

A CIDADE DE DEUS

Vol. 2

LIVRO IX

CAPÍTULO IV

Opinião dos peripatéticos e dos estoicos acerca das perturbações da alma.

São duas as opiniões dos filósofos acerca dos movimentos da alma a que alguns dos nossos, com o Cícero, chamam «perturbações» (perturbationes); outros chamam-lhes «disposições» (affectiones) ou «afectos» (affectus), e ainda outros, como o citado Apuleio, «paixões» (passiones) — termo que melhor traduz a palavra grega. Dizem certos filósofos que estas perturbações, disposições ou paixões atingem mesmo o sábio. Mas, no sábio, elas são moderadas e submetidas à razão, cuja autoridade lhes impõe leis que, de certo modo, as contêm nos seus limites necessários. É este o sentimnto quer dos platónicos quer dos aristotélicos, pois Aristóteles, fundador da escola peripatética, foi discípulo de Platão.

Segundo outros, como os estoicos, tais paixões nunca atingem o sábio. Cícero, porém, nos seus livros De finibus bonorum et malorum [i] convence os estoicos de que estão em desacordo, mais em palavras do que na realidade, com os platónicos ou os peripatéticos. E que os estoicos se recusam a chamar «bens» às comodidades corporais e exteriores, porque, a seu ver, não há para o homem «bem» fora da virtude: esta é que é a arte de viver bem e só reside na alma. Mas estes (os platónicos), usando de linguagem simples e corrente, chamam-lhes «bens», embora, em comparação com a virtude, que assegura a rectidão da vida, os considerem pequenos e medíocres. Donde se conclui que, chame-lhes cada um como quiser — «bens» ou «comodidades» —, ambos os têm em igual estima, e nesta questão os estoicos mais não procuram que a novidade das palavras. Também a mim me parece que, quando se pergunta se as paixões do espírito podem afectar o sábio ou se este está delas totalmente livre, a discussão versa mais sobre palavras do que sobre realidades. Parece-me, pois, que o sentimento dos estoicos é idêntico ao dos platónicos e dos aristotélicos, se não quanto à expressão pelo menos quanto ao âmago da questão.

Para não me tornar demasiado extenso, ponho de parte outros argumentos e apenas exporei um que é bem revelador. Conta Aulo Gélio, varão de elegantíssimo estilo e de vasta e profunda erudição, no seu livro que tem por título Noctes Atticae (Noites Áticas), que, certo dia, viajava no mar com um reputado filósofo estoico. Esse filósofo, como mais larga e copiosamente refere Aulo Gélio e eu resumo aqui, ao ver o barco sacudido por um céu medonho e um mar perigosíssimo, devido ao medo começou a empalidecer. Isto foi notado pelos presentes, que, apesar da morte vizinha, curiosamente perguntavam se a alma de um filósofo se perturbaria. Depois, passada que foi a tempestade e quando a segurança deu aso à troca de impressões e mesmo de gracejos, um dos passageiros, faustoso rico asiático, increpou o filósofo por ter tido medo e empalidecido, ao passo que ele se manteve intrépido perante a morte iminente. Mas o outro contou-lhe a resposta do socrático Aristipo: este, ao ouvir, em iguais circunstâncias, as mesmas palavras de um indivíduo da mesma laia, respondeu-lhe que tinha feito muito bem em não se apoquentar com a vida de um velhaco, mas que devia recear pela vida de um Aristipo.

O rico ficou confundido com esta resposta, mas Aulo Gélio, não com vontade de atacar, mas de aprender, logo perguntou ao filósofo qual a razão do seu pavor. Este, para satisfazer um homem inflamado do desejo de aprender, tirou da sacola um livro do estoico Epicteto, em que este consignava as suas ideias concordantes com os princí­pios de Zenão e Crisipo, fundadores, com o se sabe, da escola estoica. Diz Aulo Gélio ter lido nesse livro que os estoicos admitem certas percepções da alma a que chamam «fantasias», de que não está em nosso poder saber em que condições e em que momento se produzem na alma. Quando provêm de acontecimentos terríveis, espantosos, comovem fatalmente a alma do próprio sábio — e de tal sorte que, por momentos, também este experimenta o calafrio do medo e a angústia da tristeza, antecipando-se, por assim dizer, estas paixões ao exercício da inteligência e da razão, sem que, contudo, o espírito se contagie com o mal, as aprove ou nelas consinta. Isto é o que está em nosso poder, dizem os estoicos — e é nisto que reside a diferença entre a alma do sábio e a do néscio: no néscio, ela cede às paixões e aceita o assentimento da mente, ao passo que no sábio, embora se veja por necessidade a elas submetido, mantém com mente imperturbável o verdadeiro e estável juízo acerca do que deve apetecer e do que deve razoavelmente evitar. Estas ideias que Aulo Gélio recorda ter lido no livro de Epicteto e declara tê-las achado conformes com os princípios dos estoicos, expu-las, julgo eu, não com mais elegância do que aquele, mas, certamente, com maior concisão e clareza.

Se isto é assim, não há, ou quase não há diferença entre a opinião dos estoicos e a dos outros filósofos acerca das paixões e perturbações da alma. Tanto uns como outros defendem a mente e a razão do sábio, do domínio daquelas. Se os estoicos dizem que elas não atingem o sábio, é talvez porque jamais elas obscurecerão com algum erro ou mancharão com algum a nódoa essa sabedoria que o torna sábio: sem alterarem a serenidade da alma do sábio, podem afectar-lha com o que chamamos comodidade ou incomodidade, já que não querem chamar-lhes «bens» ou «males».

Seguramente que, se na verdade o tal filósofo não desse qualquer apreço aos bens que sentia fugirem-lhe no naufrágio — tais como a vida e a saúde do corpo —, ele não teria tremido de pavor perante o perigo ao ponto de mostrar a sua palidez. Mas essa mesma emoção podia muito bem suportá-la mantendo-se firmemente convencido de que a vida e a saúde do corpo, ameaçadas de serem levadas pela furiosa tempestade, não são os bens que, como a justiça, tornam bons os que as possuem. Que se deva chamar-lhes, com o eles dizem, não bens, mas comodidades — é uma guerra de palavras e não uma questão sobre a realidade. Que interessa que se lhes chame, com maior exactidão, bens ou comodidades, se a ameaça de os perder faz igualmente empalidecer e tremer tanto o estoico como o peripatético, os quais, sem lhes darem o mesmo nome, os apreciam da mesma forma? O certo é que tanto uns como outros declaram que, se fossem constrangidos a cometer um acto injusto ou criminoso que pusesse em perigo esses bens ou comodidades sem de outro modo poderem salvá-los, prefeririam perder tudo o que garante a saúde e a vida a violar a justiça, cometendo esse acto. Assim a mente, em que esta convicção está alicerçada, não permite que em si possa prevalecer perturbação alguma contra a razão, mesmo que essa perturbação se verifique nas regiões inferiores da alma; mais ainda: a razão exerce sobre elas o seu domínio, e — nelas não consentindo, mas, pelo contrário, resistindo-lhes, — faz com que reine a virtude. É assim que Vergílio descreve Eneias quando diz:

O seu espírito mantém-se inquebrantável e é em vão que as lágrimas correm [ii].  


(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Cícero, De finibus bonorum et malorum, III, 3, 10.
[ii] Vergílio, Eneida, IV, 449.

Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte

Pergunto:

Porque se transmite esse pecado aos outros homens?

Respondo:


Se Adão e Eva não tivessem pecado, ter-nos-iam transmitido uma natureza em perfeito estado e adornada com os dons mencionados. 
Com o pecado original a sua natureza foi ferida, e ferida a transmitiram.

Bento XVI – Pensamentos espirituais 135

Verdade, liberdade, caridade

A luz que Jesus irradia é o esplendor da verdade.

Qualquer outra verdade é apenas um fragmento da Verdade que Ele é e que volta para Ele.

Jesus é a Estrela Polar da liberdade humana: sem Ele, ela perde a orientação, porque sem o conhecimento da verdade a liberdade perverte-se, isola-se e reduz-se a estéril arbítrio.

Com Ele, a liberdade reencontra-se, reconhece a sua vocação para o bem e exprime-se em acções e comportamentos caridosos.

Discurso à assembleia plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, (10.Fev.06)

(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Doutrina - 231

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»

CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

11. Porquê e como deve ser transmitida a Revelação?

Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» [1], isto é, de Jesus Cristo. Por isso, é necessário que Cristo seja anunciado a todos os homens, segundo o seu mandamento: «Ide e ensinai todos os povos» [2]. É o que se realiza com a Tradição Apostólica.




[1] 1 Tm 2,4
[2] Mt 28, 19

Epístolas de São Paulo – 6

Epístola de São Paulo aos Romanos

I. O EVANGELHO QUE NOS DÁ A SALVAÇÃO (1,18-11,36)

Capítulo 5

O amor de Deus, força da nossa esperança

1Portanto, uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. 2Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3Mais ainda, gloriamo-nos também das tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, 4a paciência a firmeza, e a firmeza a esperança. 5Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6De facto, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa boa talvez alguém se atreva a morrer. 8Mas é assim que Deus demonstra o seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. 9E agora que fomos justificados pelo seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele.
10Se, de facto, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida. 11Mais ainda, também nos gloriamos em Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem agora recebemos a reconciliação.

Pecado de Adão e graça de Cristo (Gn 3)

12Por isso, tal como por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram... 13De facto, antes da Lei já existia o pecado no mundo; mas o pecado não é tido em conta quando não há lei.
14Apesar disso, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não tinham pecado por uma transgressão idêntica à de Adão, que é figura daquele que havia de vir.
15Com efeito, o que se passa com o dom gratuito não é o mesmo que se passa com a falta. Se pela falta de um só todos morreram, com muito mais razão a graça de Deus, aquela graça oferecida por meio de um só homem, Jesus Cristo, foi a todos concedida em abundância. 16E também com o dom não acontece o mesmo que acontece com as consequências do pecado de um só. Com efeito, o julgamento, que partiu de um só, teve como resultado a condenação; enquanto que o dom gratuito, que partiu de muitas faltas, teve como resultado a justificação.
17De facto, se pela falta de um só e por meio de um só reinou a morte, com muito mais razão, por meio de um só, Jesus Cristo, hão-de reinar na vida aqueles que recebem em abundância a graça e o dom da justiça.
18Portanto, como pela falta de um só veio a condenação para todos os homens, assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a justificação que dá a vida. 19De facto, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim também pela obediência de um só todos se hão-de tornar justos.
20A lei interveio para aumentar a falta, mas, onde aumentou o pecado, superabundou a graça. 21E deste modo, tal como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reina pela justiça até à vida eterna, por Jesus Cristo, Senhor nosso.

Recular para coger impulso

Reculando valientemente, los católicos blandujos fueron evitando todas las batallas que surgían en su retirada, fueron cediendo terreno para coger mayor impulso.

Un amable lector me reprochaba el otro día que, como cito mucho a Chesterton, no se acaba de saber lo que yo pienso. Para que se me note más lo que pienso, voy a dejar de citar a Chesterton y empezar a citar a Léon Bloy, un escritor místico y panfletario que murió hace exactamente un siglo, aunque por supuesto nadie lo recordará en su centenario. En vida, Bloy no hizo sino concitar con sus ladridos el odio de ateos furibundos y católicos moderaditos; y, un siglo después, la lectura de Bloy sigue siendo una revulsiva (o repulsiva, según para quién) piedra de toque.

En un pasaje especialmente clarividente de su Exégesis de los lugares comunes, Bloy se burlaba de la actitud de los católicos moderaditos, que para combatir el ambiente de su época (o tal vez para preservar su posición burguesa) habían adoptado una actitud consistente en recular para coger impulso. «Se recula valientemente –escribía Bloy, con su característico y corrosivo sarcasmo–, abandonando al enemigo todo aquello que quiera tomar; incluso, si es preciso, cuando vemos flaquear su línea de combate, se le envían generosamente armas, municiones y desertores». Así, reculando valientemente, los católicos blandujos fueron evitando todas las batallas que surgían en su retirada, fueron cediendo terreno para coger mayor impulso. A fin de cuentas, como señala también Bloy, «siempre queda el recurso de capitular honrosamente y saltar desde lo alto de las murallas al límpido y tranquilo río de la conciencia, tras una abundante cosecha de patadas en el trasero».

Así, poniendo el culo para que se lo patearan, los católicos abandonaron la política, confiando en que existía una sociedad cristiana (¡oh, el nunca bien ponderado “catolicismo sociológico”!) que se encargaría de llevar la contraria a sus gobernantes. Pero resulta que las leyes promulgadas por esos gobernantes, que en principio parecían aberrantes, lograron moldear la sociedad. Entonces los católicos blandujos decidieron recular un poquito más, para refugiarse en el ámbito de la familia, desde donde podrían tomar un impulso todavía mayor; pero descubrieron que la imagen idílica de la familia (¡oh, nostalgia de aquella carpintería de Nazaret!) en nada se parecía al campo de Agramante en que los hijos se revolvían contra los padres y la mujer contra el marido, donde ya no había autoridad que obedecer ni fidelidad que guardar ni piedad que protegiese a ancianos y gestantes, donde todos vivían desparramados y sin sacramentos. ¡Pero no había que preocuparse, pues aún se podía recular un poquito más y así tomar un impulso imparable, refugiándonos en el “límpido y tranquilo río de la conciencia”!

Pero, ¡oh sorpresa!, resulta que para entonces la conciencia ya no estaba dispuesta a afearnos lo que habíamos admitido políticamente, lo que habíamos acatado socialmente, lo que habíamos acogido familiarmente. Resulta que, para entonces, la conciencia ya no era más ese río límpido y tranquilo que habíamos soñado, sino un río enturbiado desde su mismo manantial, un río de aguas fangosas y arremolinadas del que nuestros hijos bebían sin inmutarse y en el que chapoteaban gozosamente, porque consideraban –¡con razón!– que ese río era el único disponible; y la invocación de un idílico río de aguas límpidas era una apelación trasnochada e irrisoria a un mundo inexistente. Claro que, perdida también la batalla de la conciencia, el católico reculante puede consolarse pensando que al menos ha preservado su  posición burguesa.

Pero se equivoca, porque al que no tiene se le quitará hasta lo que tiene. Al final, hemos acabado citando el Evangelio, por si la cita de Bloy no era del todo clara.


Juan Manuel de Prada,Artículo publicado en ABC el 4 de febrero de 2017.

Pequena agenda do cristão

SeGUNDa-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Sorrir; ser amável; prestar serviço.

Senhor que eu faça ‘boa cara’, que seja alegre e transmita aos outros, principalmente em minha casa, boa disposição.

Senhor que eu sirva sem reserva de intenção de ser recompensado; servir com naturalidade; prestar pequenos ou grandes serviços a todos mesmo àqueles que nada me são. Servir fazendo o que devo sem olhar à minha pretensa “dignidade” ou “importância” “feridas” em serviço discreto ou desprovido de relevo, dando graças pela oportunidade de ser útil.

Lembrar-me:
Papa, Bispos, Sacerdotes.

Que o Senhor assista e vivifique o Papa, santificando-o na terra e não consinta que seja vencido pelos seus inimigos.

Que os Bispos se mantenham firmes na Fé, apascentando a Igreja na fortaleza do Senhor.

Que os Sacerdotes sejam fiéis à sua vocação e guias seguros do Povo de Deus.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?